sexta-feira, 24 de março de 2023

A PARÁBOLA DOS TALENTOS

*** Catavento - Milton Nascimento *** Dubas Musica O primeiro disco de Milton Nascimento. O encontro de Milton com os arranjos de Luiz Eça faz de Travessia um álbum definitivo e eternamente moderno. **************************************************** "O GOVERNO NAS CORDAS" *** https://open.spotify.com/episode/5v1FZo6Kiz4epUy4OWiZDz ************************************************************
*** João Bosco Rabello (@jboscorabello) / Twitter ***
*** Tweet Ver novos Tweets Conversa MyNews @CanalMyNews Diagnóstico de pneumonia evidencia sobrecarga ao presidente Lula? Veja a análise do jornalista @jboscorabello no #CaféDoMyNews 📲 http://bit.ly/3FQo1V7 12:54 PM · 24 de mar de 2023 · https://twitter.com/canalmynews/status/1639294599700140037?s=48&t=gKyEEumLB0aAdrne2uBPCw **************************************
*** Nas entrelinhas: Crise à vista, do jeito que Arthur Lira gosta Publicado em 24/03/2023 - 07:23 Luiz Carlos Azedo Carnaval, Congresso, Eleições, Governo, Imposto, Justiça, Memória, Partidos, Política, Política A situação é muito grave, porque abre uma crise institucional que pode desestabilizar o governo Lula antes mesmo de completar seus 100 primeiros dias de gestão Estava escrito nas estrelas que a reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o apoio de um amplo leque de forças (somente o PSol-Rede e o Novo ficaram de fora do blocão), poderia se tornar mais problema do que solução para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lira é o tipo de político que cria estresse para negociar com mais força e chegar a um acordo vantajoso. O problema é que as principais forças políticas de sustentação de Lira não estão nem um pouco interessadas na solução; ao contrário, apostam na crise para inviabilizar o governo Lula, a começar pelos dois principais partidos do Centrão, o PL de Valdemar Costa Neto e próprio partido de Lira, o PP, cujo presidente, o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, quer seu time na tropa de choque da oposição bolsonarista. A disputa entre Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em relação às medidas provisórias é mais grave do que se supunha, porque não houve a menor intenção por parte do presidente da Câmara de chegar a um acordo que permitisse um reequilíbrio de forças entre as duas Casas. O presidente da Câmara quer ser o dono da bola e do campo na tramitação das medidas provisórias decretadas por Lula. Esse é o seu principal instrumento de pressão para negociar com o presidente da República a ocupação de espaços na Esplanada e, sobretudo, recuperar seu pleno poder na distribuição de emendas ao Orçamento da União. Ontem, Pacheco decidiu retomar a formação de comissões mistas no Congresso — integradas por deputados e senadores — para a análise de medidas provisórias enviadas pelo presidente Lula ao Parlamento. Depois de muitas negociações frustradas, Pacheco resgatou seu poder como presidente do Congresso, que estava sendo abduzido por Lira. O presidente da Câmara acusou o colega do Senado de “truculência”, porém, Pacheco apenas reafirmou um preceito constitucional que determina que a tramitação da emenda comece pela comissão mista, e não pelo plenário da Câmara, com um relator designado por Lira. Na comissão, senadores e deputados se alternam na relatoria, e seu parecer precisa ser aprovado pela maioria, antes de ir ao plenário. Boicote Lira anunciou que os líderes da Câmara não vão indicar os representantes das bancadas na comissão, o que inviabilizará seu funcionamento. É uma situação muito grave, porque abre uma crise institucional que pode desestabilizar o governo Lula antes mesmo de completar seus 100 primeiros dias de gestão. Há 27 medidas provisórias pendentes de aprovação no Congresso, entre as quais a que reorganiza o governo administrativamente, o que paralisaria a maioria dos ministérios, e o Bolsa Família, que atinge diretamente a população de baixíssima renda ou sem nenhuma outra fonte de renda. O velho ditado espanhol “cria corvos, e eles te arrancarão os olhos” se encaixa como uma luva na situação. Lira aposta no quanto pior melhor e joga no colo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a solução do impasse, depois de ser muito paparicado pelo Palácio do Planalto. O presidente da Câmara construiu uma narrativa, corroborada pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE) e, de certa forma, pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), de que a manutenção do rito atual seria a melhor garantia de aprovação das medidas provisórias, porque o próprio presidente da Câmara seria o seu fiador. Desde a pandemia da covid-19, as medidas provisórias enviadas pelo Executivo passaram a ser votadas diretamente nos plenários de Câmara e Senado, nessa ordem. A medida era necessária devido à emergência sanitária; sua vigência estava limitada a essa situação excepcional. Como a pandemia foi controlada, graças às vacinas, esse procedimento perdeu a razão sanitária. As atividades do Congresso voltaram a ser presenciais, e a aglomeração de parlamentares em plenário deixou de ser ameaça à saúde coletiva. Com isso, os senadores passaram a cobrar uma atitude de Pacheco, que havia perdido poder e estava começando a se desmoralizar perante os próprios pares. Político que cultiva a conciliação como um valor, o senador mineiro foi instado pelos líderes do Senado a restabelecer o rito constitucional. Medidas provisórias precisam ser examinandas em 120 dias; na maioria das vezes, devido às negociações para aprovação da Câmara, chegavam ao Senado com prazo exíguo para aprovação. Lira alimentou o impasse com Pacheco como quem quer ter mais poder do que o presidente do Senado e do Congresso, como aconteceu durante o governo Bolsonaro. Lula está preocupado com a situação e já pediu que Lira e Pacheco cheguem a um acordo, porém, tudo indica que o confronto tende a se agravar e pode ser o estopim de uma crise institucional. Além das medidas provisórias, o governo tem na sua agenda a aprovação do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária. Compartilhe: ***************************
*** sexta-feira, 24 de março de 2023 Maria Cristina Fernandes - ‘Sincericídio’ presidencial tira oposição das cordas Valor Econômico Declarações estão sendo usadas para associar combate à operação com a leniência com o crime organizado e a corrupção Se alguém tinha dúvidas de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia que estava ao vivo na entrevista ao “Brasil 247” quando disse o que pensava na prisão, ele tratou de dissipá-las com a afirmação de que os ataques planejados por uma facção criminosa foram uma armação do senador Sergio Moro. Lula voltou ao poder no modo “tô pouco me lixando”. Se a psicanálise se debruçar sobre o que ele passou desde Curitiba até a eleição há de encontrar as causas. Para a política importam as consequências. Que já deveriam ter soado o alarme no Palácio do Planalto. Se o governo investiga a autorização da operação pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na Lava-Jato, eventuais suspeitas só poderiam vir à tona se comprovadas. O presidente e seu governo são as primeiras vítimas da cortina de fumaça lançada por ele sobre a operação. Do ministro da Justiça, Flávio Dino, aos senadores da base governista que se revezaram nessa quarta-feira (22) no plenário, a linha de defesa foi uma só: o desbaratamento dos atentados em curso foi obra da Polícia Federal. E todos, em uníssono, prestaram solidariedade ao ex-juiz. Só o presidente da República não o fez. Sem apresentar evidências para as insinuações feitas, Lula autoriza a conclusão de que é a mágoa que o move. Não tem como o país voltar à normalidade com um presidente movido por este combustível. Lula ainda oferece à oposição uma saída das cordas às quais havia sido jogada depois do inexplicável expediente das joias sauditas. Foi isso que se viu ao longo dos apartes feitos a Moro ao longo de seu pronunciamento no Senado. Numa salada de acusações a oposição ressuscitou a Lava-Jato e associou o combate à operação com a leniência com o crime organizado e a corrupção. É claro que é oportunista. Mas estas são as duas bandeiras que moveram o eleitorado de oposição a apertar 57 milhões de vezes pela recondução de Jair Bolsonaro. A maneira desdenhosa com a qual Lula as trata parece desconhecer que isso aconteceu há apenas cinco meses. Seu governo ainda não mostrou a que veio em nenhum dos dois temas. Se o relançamento do Pronasci tem o mérito de tentar evitar que os jovens da periferia sejam recrutados pelo crime, parece claro que o programa nacional de segurança não pode se limitar a esta iniciativa. Se a montagem da base parlamentar passa pela reincorporação do Centrão, tampouco está claro como as instituições de controle se preparam para dar conta da retomada de suas posições - das emendas aos ministérios, passando pelas estatais. O modo presidencial “tô pouco me lixando” invade os conflitos entre a Câmara e o Senado e prejudica a capacidade de mediação do presidente entre os partidos que disputam espaços de poder. Isso não poderia estar mais claro neste enfrentamento sobre o rito das medidas provisórias que levou o presidente da Câmara ontem a dizer que não sabe quem manda no Senado. O presidente mandou muito bem na invasão dos palácios do poder em 8 de janeiro ao recusar a operação de Garantia da Lei e da Ordem. Os invasores estão presos e respondem a inquéritos. Menos de três meses depois de sua eleição, salvou, pela segunda vez, a democracia. O combate ao crime organizado vai além. Enfrenta organizações armadas, com conexões internacionais e que age em associação com agentes públicos que se espraiam na polícia, na política e no Judiciário. O tema já mostrou ser mais do que suficiente para manter o bolsonarismo vivo e em condições de acuar o governo Lula. E dispensa a ajuda do presidente para fazê-lo. Lula resolve bulir com o tema num momento em que a principal motivação do seu eleitor, a melhoria da economia e da renda, claudica. Estendeu seu “sincericídio” à política monetária num momento em que as visões críticas à sua condução já estavam suficientemente amadurecidas até entre aqueles que fazem preço na economia. O comunicado do Copom também é um espólio de guerra. Se Lula resolveu comprar todas as brigas ao mesmo tempo, que, pelo menos, o faça calado. ***********************************************************
*** sexta-feira, 24 de março de 2023 Laura Karpuska* - Socialismo para elite O Estado de S. Paulo Gastar o que gastamos com pequenos grupos de interesse não leva ao desenvolvimento Há duas semanas, um banco de médio porte entrou em colapso nos Estados Unidos, sendo a maior falência bancária desde a grande recessão de 2008. O banco SBV faliu porque tomou risco sem cobertura, tinha uma base de depósitos arriscada e porque a regulação permitiu que o banco tomasse o tamanho do risco que tomou. O banco agora está nas mãos dos reguladores. Pela natureza do nicho do banco, startups no Vale do Silício, nos Estados Unidos, a maior parte dos depósitos feitos no SBV era maior do que os US$ 250 mil assegurados pelo fundo garantidor de crédito norte-americano. O governo anunciou que o resgate dos depositantes será integral, a despeito da regra. É natural usar passivos de curto prazo para financiar empréstimos e ativos de longo prazo. Mas é preciso entender como esse investimento vai responder a mudanças significativas do cenário macroeconômico, como a um aumento de juros, por exemplo. Gerenciar risco é a alma do negócio. Sabemos que, muitas vezes, as decisões dos tomadores de risco podem estar descasadas do que seria melhor para o longo prazo da empresa – ou para o bem-estar geral da economia. Em 2020, o Fed liberou bancos da chamada reserva técnica para depósitos à vista, um estímulo para a tomada de risco. A decisão incentiva a má alocação de recurso por parte de tomadores de risco na economia. No Brasil, vemos a discussão dos subsídios econômicos nos noticiários. O Brasil concedeu R$ 329,4 bilhões em subsídios, isenções e desonerações no ano passado, valor que representa 3,8% de tudo que é produzido na economia. O novo Bolsa Família tem um custo de R$ 175 bilhões anuais. Gastamos aqui quase o dobro com subsídios do que com programas sociais. A expectativa é de que isso gere empregos. Não há avaliação de impacto sistemático desses subsídios nos tais empregos gerados. Permite-se a apropriação do Estado por pequenos grupos de interesse, criando-se um desbalanço democrático: um pequeno grupo acaba tendo mais representatividade democrática do que uma maioria, alienada dos recursos sociais. O que vemos é o socialismo para a elite do Vale do Silício e do Brasil. Socializam-se perdas e gastos dessa elite produtora. A sociedade toda paga por isso, mas, no nosso caso, segue alienada de saneamento básico, boa infraestrutura, escolas públicas de qualidade e muito mais. Gastar o que gastamos com pequenos grupos de interesse certamente não é caminho para o desenvolvimento. *Professora do Insper, PH.D. em Economia pela Universidade de Nova York em Stony Brook ********************
*** sexta-feira, 24 de março de 2023 Celso Ming - Crise bancária à velocidade da luz O Estado de S. Paulo Os bancos têm de lidar com explosivos, como os especialistas das Forças Armadas. É da natureza de sua atividade conviver com perigoso descasamento entre ativo e passivo. No caso dos depósitos em conta corrente, devem à vista, mas são credores a prazo. A qualquer momento o correntista pode sacar seu dinheiro que pode não estar lá, porque foi reemprestado e tem prazo para voltar. É o que levou o analista Martin Wolf, do Financial Times, a abrir sua coluna desta terça-feira, 21, com a afirmação duramente realista: “Os bancos são projetados para falir”. Isso é assim desde que há bancos, e eles existem desde a Antiguidade. Na Parábola dos Talentos – e isso tem 2 mil anos –, Jesus advertiu o servo que fracassou na administração do talento que lhe foi entregue de que deveria, ao menos, tê-lo confiado aos banqueiros para garantir retorno com juros (Mateus 25,14-30). Mas há uma novidade que adicionou mais pólvora à atividade já perigosa dos bancos. É a possibilidade de saques à velocidade da luz. Nos velhos tempos, a transferência de depósitos era uma epopeia. O ouro ou metais preciosos exigiam logística complicada para armazenamento e transporte. Mesmo recentemente, saques com cheques eram submetidos a processo de compensação e levavam certo tempo para ser concluídos. Hoje, um clique transfere dezenas de bilhões em tempo real. O Silicon Valley Bank (SVB) quebrou porque seus correntistas sacaram US$ 42 bilhões em um único dia. Dias depois, autoridades americanas fecharam o Signature Bank por “risco sistêmico”. Na reta final em direção ao naufrágio, o Credit Suisse sangrou US$ 11 bilhões por dia. Na última quarta-feira, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, declarou prostrada: “Nunca vimos depósitos fugirem (dos bancos) no ritmo que ocorreu no SVB”. A questão aqui não é de administração perdulária ou de fraude, embora não descartável. É apenas a da altíssima velocidade proporcionada pelo Pix e pelos aplicativos acionados via computador ou smartphone. Os mecanismos convencionais de segurança, baseados no recolhimento compulsório e nas exigências de capital determinados pelo Acordo de Basileia, já não são suficientes para blindar os bancos de movimentos de pânico e de corridas aos saques. O SVB quebrou, embora seus ativos fossem pesadamente compostos pelo título mais seguro do mundo, o do Tesouro dos Estados Unidos. Também na quarta-feira, Jerome Powell, presidente do Fed, o banco central dos Estados Unidos, avisou: “Precisamos melhorar a regulação”. O potencial de crise sistêmica se multiplicou. Uma das consequências funestas é a de que, em todo o mundo, os bancos pisaram no freio do crédito e isso empurra para a recessão. O que fazer para desarmar a bomba é exaustiva discussão já em curso, mas que terá de ser breve porque a situação é de emergência e o estrago que pode ser produzido pela velocidade das engenhocas eletrônicas é incomensurável. ************************************************************ *** A Parábola dos Talentos - Mateus 25:14-30 *** "E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem. O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco. Também o que tinha dois talentos ganhou mais dois. Mas o que tinha recebido um talento saiu, cavou um buraco no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor. "Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles. O que tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse: ‘O senhor me confiou cinco talentos; veja, eu ganhei mais cinco’. "O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor! ’ "Veio também o que tinha recebido dois talentos e disse: ‘O senhor me confiou dois talentos; veja, eu ganhei mais dois’. "O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor! ’ "Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou. Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’. "O senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei? Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros. " ‘Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez. Pois a quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado. E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes’ ". Mateus 25:30 Bíblia Online Mateus 25:14-29 ******************************** *** ÁGUAS DE MARÇO (letra e vídeo) com ELIS REGINA e TOM JOBIM, vídeo MOACIR SILVEIRA *** Moacir Silveira Considerada pelo jornal Folha de São Paulo como melhor música brasileira de todos os tempos, conforme enquete realizada junto a 214 pessoas entre jornalistas especializados. “Águas de Março”, escrita em 1972 por Tom Jobim (1927-1994), teve sua preferência confirmada também em votação realizada na internet. Ela veio a público pela primeira vez graças a um projeto de Sérgio Ricardo, conhecido músico da bossa nova. Em colaboração com o jornal “Pasquim” ele elaborou a série “Disco de Bolso”, no formato compacto simples. Há quem afirme que “Águas de Março” foi inspirada em tema folclorico. “Água do Céu” é o título de uma das faixas do disco “Cinco Estrelas Apresentam Inara”, lançado em 1956. Com interpretação de Leny Eversong (1920-1984) esta canção tem versos religiosos em muito semelhantes na estrutura melódica e na letra com “Águas de Março”: ... “é chuva de Deus / é chuva abençoada / é água divina / é alma lavada”. Para o pesquisador José Ramos Tionhorão, implacável crítico da bossa nova, essa versão nada mais é do que uma adaptação de um ponto de umbanda recolhido em 1933 por J.B. de Carvalho, que diz: ... “é pau, é pedra, é seixo miúdo / roda baiana por cima de tudo”. O crítico musical Luís Antônio Giron, admirador de Tom, afirma que a música não deveria figurar entre as maiores por ser cópia de tema folclórico. Ele lembra que “Villa-Lobos também se apropriava de temas populares, mas sempre citava as fontes. ÁGUAS DE MARÇO De: Tom Jobim É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o sol É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol É peroba do campo, é o nó da madeira Caingá, candeia, é o Matita Pereira É madeira de vento, tombo da ribanceira É o mistério profundo, é o queira ou não queira É o vento ventando, é o fim da ladeira É a viga, é o vão, festa da cumueira É a chuva chovendo, é conversa ribeira Das águas de março, é o fim da canseira É o pé, é o chão, é a marcha estradeira Passarinho na mão, pedra de atiradeira É uma ave no céu, é uma ave no chão É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão É o fundo do poço, é o fim do caminho No rosto o desgosto, é um pouco sozinho É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto É um pingo pingando, é uma conta, é um conto É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando É a luz da manhã, é o tijolo chegando É a lenha, é o dia, é o fim da picada É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada É o projeto da casa, é o corpo na cama É o carro enguiçado, é a lama, é a lama É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um resto de mato, na luz da manhã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração É uma cobra, é um pau, é João, é José É um espinho na mão, é um corte no pé São as águas de março fechando o verão, É a promessa de vida no teu coração É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um belo horizonte, é uma febre terçã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração Pau, pedra, fim, caminho Resto, toco, pouco, sozinho Caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração. Música MÚSICA Águas De Março ARTISTA Elis Regina, Antonio Carlos Jobim ÁLBUM Águas De Março COMPOSITORES Antônio Carlos Jobim **************************** *** Catavento Zimbo Trio longe estou tão distante de um olhar de um abrigo de um lugar dos abraços de alguém vela solta sigo nesse vento pelo mar de novo eu solto o pensamento em seu olhar que me espera eu sei nos seus braços sou DEUS,sou rei e o meu barco é flor da estrada do mar feito em pranto e desamor vou seguindo longe um catavento me acenou brincando no cantar do vento me contou que cedo é de chegar numa praia enfeitada além pelo olhar que chorou que na areia ficou tanto tempo a me esperar vai meu barco vento forte me leva por esse mar hoje a sorte me fez voltar nos seus braços vou me entregar e me aportar vou Composição: Milton Nascimento. **************************************************** *** Ulisses Rocha | Morro velho (Milton Nascimento) | Instrumental Sesc Brasil *** Instrumental Sesc Brasil 260 mil inscritos 27 de out. de 2017 Sob a direção artística e arranjos de Ulisses Rocha, o quinteto resgata a beleza simples da música popular brasileira e internacional apresentada em versões instrumentais, sem perder a delicadeza poética exigida pelo repertório. Composições como "Morro Velho" (Milton Nascimento), "O Trenzinho do Caipira" (Heitor Villa-Lobos) e "Gracias A La Vida" (Violeta Parra) ganham arranjos instrumentais que emolduram com elegância e sofisticação o que já era extremamente belo. Formação: Ulisses Rocha - violão Ivan Vilela - viola Raiff Dantas Barreto - violoncelo Walmir Gil - flugelhorn Vitor Loureiro - baixo elétrico Gênero: MPB --- Show que ocorreu no Teatro Anchieta do Sesc Consolação dia 04/09/2017 • site oficial: http://www.instrumentalsescbrasil.org.br **************************************************************

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