quarta-feira, 10 de junho de 2020

MP que permite suspensão dos contratos de trabalho deve ser votada nesta quarta









Por solicitação do relator, senador Vanderlan Cardoso, a medida provisória foi incluída na pauta
Marcos Oliveira/Agência Senado
Da Redação | 09/06/2020, 18h54

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Proposições legislativas
Deve ser votada na quarta-feira (10) a medida provisória que permitiu a redução de salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato trabalhista durante o estado de calamidade pública relacionada ao coronavírus. A decisão de incluir a MP 936/20 na pauta veio após um apelo feito pelo relator, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), em sessão remota desta terça-feira (9).
De acordo com o senador, a demora na votação coloca milhões de trabalhadores em uma situação de insegurança jurídica. Isso ocorre porque, embora o prazo máximo para a votação desse tipo de medida seja de 120 dias, o prazo da suspensão do contrato previsto no texto é de 60 dias. Esse prazo já se esgotou para as suspensões iniciadas logo após a edição da MP e, para prorrogá-lo, é preciso aprovar a medida.
— Esses trabalhadores dos contratos que foram suspensos teriam que voltar a trabalhar a partir do dia 1º de junho, só que a maioria dos setores — cito o setor do turismo, que representa 8% do PIB nacional, e 12% do PIB no Nordeste — ainda não voltou ao trabalho, e eles precisam dessa suspensão desses contratos, dessa ajuda — explicou o relator.
A MP foi aprovada com mudanças pela Câmara, na forma do Projeto de Lei de Conversão (PLV) 15/2020. Além de permitir a redução de salários e jornada de trabalho ou a suspensão de contratos, o texto prevê o pagamento de um benefício emergencial pelo governo aos trabalhadores. As regras valem para quem tem carteira assinada e para os contratos de aprendizagem e de jornada parcial.
Vanderlan afirmou ter feito várias reuniões com representantes de sindicatos e segmentos empresariais, que temem a situação de insegurança jurídica. Segundo o relator, 9,9 milhões trabalhadores mantiveram seus empregos por causa da medida e milhares de empresas conseguiram evitar o fechamento definitivo. De acordo com o relator, o número de trabalhadores que já tiveram que retornar às empresas, muitas delas com as atividades ainda suspensas, é de 1,5 milhão.
Urgência
Vários senadores demonstraram apoio ao pedido de Vanderlan. O líder do MDB e da maioria, senador Eduardo Braga (MDB-AM), concordou com o pedido para que a MP fosse pautada para quarta-feira e pediu a Vanderlan que apresente o relatório assim que possível para que os senadores possam analisar as mudanças propostas.
— Essa é uma matéria que, a cada dia que nós deixamos de deliberar, causa prejuízos à população — ressaltou.
Apesar de defender que a definição da pauta semanal seja feita na reunião de líderes às segundas-feiras, o líder do DEM, senador Rodrigo Pacheco (MG), afirmou que a situação é peculiar e urgente e, por isso, merece ser tratada de maneira diferente.
— O inusitado dessa situação, a excepcionalidade dessa situação em relação à MP 936, vai nos permitir conferir a segurança jurídica necessária para evitar esse hiato, esse limbo desses contratos de trabalho que estão suspensos há 60 dias e que precisam ser novamente suspensos — explicou.
O líder do PSL, senador Major Olimpio (SP), afirmou que a cada semana mais trabalhadores e empresas entram nessa situação indefinida, motivo pelo qual a votação é necessária com a maior brevidade possível. Segundo o parlamentar, uma semana de atraso na votação pode significar prejuízo a 3 milhões de trabalhadores.
Carlos Fávaro (PSD-MT) afirmou que, além da perplexidade com a perda de tantas vidas, é preciso ter atenção à garantia dos empregos e da retomada da atividade econômica. Para ele, é preciso votar logo o texto.
Ao defender a votação da matéria na quarta-feira, o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), agradeceu ao relator pelo diálogo com as centrais sindicais.
— O trabalho que ele vem fazendo é um trabalho de diálogo, de construção, de escuta, tentando encontrar a melhor formulação que contemple todos os segmentos, um trabalho de fôlego. Portanto, merece e requer que a gente faça o esforço de apreciar essa matéria no dia de amanhã.
Jabutis
Paulo Rocha (PT-PA) também agradeceu ao relator a atenção com que recebeu representantes dos trabalhadores. Apesar de concordar com a urgência da votação, o senador criticou a quantidade de temas estranhos ao objeto da medida, conhecidos como “jabutis”, que foram inseridos durante a tramitação na Câmara. Ele defendeu a retirada dessas mudanças da MP.
O texto recebeu 48 emendas de senadores. Segundo o relator, o ideal seria que só fossem aprovadas mudanças de redação, não no mérito, para que o texto não tivesse que voltar à Câmara.
Em entrevista à Agência Senado, O líder do PDT, senador Weverton (MA), afirmou que seu partido não abrirá mão de tentar alterar a MP. Para ele, o argumento da urgência não pode impedir os senadores de aperfeiçoarem a medida.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado




Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/06/09/mp-que-permite-suspensao-dos-contratos-de-trabalho-deve-ser-votada-nesta-quarta
Acesso em: 10/06/2020




Weverton prevê uma longa sessão para a aprovação da MP 936





Marcos Oliveira/Agência Senado

Carlos Penna Brescianini | 09/06/2020, 19h24

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Proposições legislativas
O senador Weverton Rocha (PDT-MA), que presidiu a sessão virtual do Senado desta terça-feira (9), declarou que até às 15 horas desta quarta-feira (10) poderão ser apresentados destaques ao texto da Medida Provisória 936/2020, que criou o programa emergencial de emprego e renda.
— Deve ser uma sessão longa. Um assunto muito importante, pois para manter os empregos, não podemos precarizá-los. Precarizar empregos hoje é você enfraquecer a economia. Iremos sem dúvida nenhuma discutir o texto. O próprio PDT tem alguns pontos a serem apresentados — afirmou o senador.
Weverton informou que seu partido pedirá a impugnação de pontos que foram considerados “estranhos". E citou como exemplo o aumento da margem dos empréstimos consignados em folha de pagamento [aos servidores públicos].
— Com o discurso de que o trabalhador ou servidor público vai poder contrair mais empréstimos, se aumentaria a margem do consignado, de 35% para 40%. Mas nesse momento, endividar mais o servidor sem dar as condições para que ele pague o que já deve, fica muito difícil. Propomos aumentar o tempo de pagamento, alargar a dívida, conceder uma carência. E não aumentá-la.
 O senador também defendeu a adoção de contrapartidas para as empresas beneficiadas pelas medidas de proteção ao emprego e à renda.
— Se elas estão deixando de pagar impostos como incentivo à manutenção de empregos, se tiver de tirar alguém [por justa causa], que se torne a contratar outra pessoa para essa vaga. Não é justo que a empresa seja beneficiada com desoneração e não mantenha o mesmo número de empregos.
Eleições Municipais
Indagado sobre a manifestação do Ministério Público Eleitoral, contrário à possibilidade de adiamento para novembro do primeiro turno das eleições de 2020, Weverton lembrou que a decisão final é do próprio Congresso, por ser necessário aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição.
— Nós vamos analisar, mas quem decide isso é o Congresso Nacional [através de uma PEC]. Eles adoram, por uma oportunidade ou outra, se envolver na política.
O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luis Roberto Barros, está estudando a possibilidade de adiar as eleições dentro do ano de 2020, em função da pandemia de Covid-19. E declarou que o primero turno poderá ser realizado em novembro.
Por sua vez, para o vice-procurador-geral Eleitoral Renato Brill de Góes, a adoção de um protocolo e a redução do número de casos da Covid-19, de acordo com estudos estatísticos, permitiriam a manutenção do calendário eleitoral do primeiro turno ainda em outubro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Agência Senado

Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/06/09/weverton-preve-uma-longa-sessao-para-a-aprovacao-da-mp-936

Acesso em: 10/06/2020

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