quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

(por quanto tempo?).


“(...) NOTA DA EDIÇÃO ELETRÔNICA Para aprimorar a experiência da leitura digital, optamos por extrair desta versão eletrônica as páginas em branco que intercalavam os capítulos, índices etc. na versão impressa do livro. Por este motivo, é possível que o leitor perceba saltos na numeração das páginas. O conteúdo original do livro se mantém integralmente reproduzido. (...)”
Copyright da tradução ©  Boitempo Editorial, 2011 Traduzido do original alemão Der achtzehnte Brumaire des Louis Bonaparte, em Karl Marx, Friedrich Engels, Werke (Berlim, Dietz, 1960, v. 8), p. 111-207

“(...) o proletariado sai de cena (por quanto tempo?). Tudo isso já é século XX – mas é século XX na perspectiva do século XIX, que ainda não conhece o horror do período fascista e pós-fascista.

Esse horror exige uma correção das sentenças introdutórias de O 18 de brumário: os “fatos e personagens da história mundial” que ocorrem, “por assim dizer, duas vezes”, na segunda vez, não ocorrem mais como “farsa”.

Ou melhor: a farsa é mais terrível do que a tragédia à qual ela segue. (...)”

“(...) Até mesmo na sociedade da superabundância eles estão aí: os jovens, que ainda não desaprenderam a ver, a ouvir e a pensar, que ainda não abdicaram, e aqueles que ainda são as vítimas da superabundância e que dolorosamente estão apenas começando a aprender a ver, ouvir e pensar. É para eles que O 18 de brumário foi escrito, é para eles que ele ainda não envelheceu. (...)”
PRÓLOGO Herbert Marcuse*

* Originalmente publicado como epílogo em Der achtzehnte Brumaire des Louis Bonaparte (Frankfurt, Insel, 1965, p. 143-50). Aqui publicado com a permissão de Peter Marcuse, executor literário de Herbert Marcuse, cuja autorização é necessária para qualquer publicação posterior. Materiais complementares de trabalhos inéditos de Herbert Marcuse, agora no arquivo da Universidade Goethe, em Frankfurt, estão sendo publicados em inglês pela editora Routledge, em uma série de seis volumes, organizada por Douglas Kellner, e em alemão pela editora Klampen, também em uma série de seis volumes, organizada por Peter-Erwin Jansen. Todos os direitos de publicação são de propriedade do executor literário. (N. E.)





“(...) Meu amigo Joseph Weydemeyer1prematuramente falecido, tivera a intenção de publicar, a partir de 1º de janeiro de 1852, um semanário político em Nova York, para o qual ele me desafiou a produzir a história do coup d’état [golpe de Estado]2 . Em consequência, eu lhe escrevi semanalmente, até meados de fevereiro, artigos com o título O 18 de brumário de Luís Bonaparte. (...)”
PREFÁCIO [À 2ª EDIÇÃO DE 1869]  

1 Comandante militar do distrito de St. Louis durante a Guerra de Secessão norte- -americana.
 2 Mediante um golpe de Estado contrarrevolucionário desferido no dia 2 de dezembro de 1851, Luís Bonaparte prolongou o seu mandato presidencial por mais dez anos, ampliando os seus poderes. No dia 2 de dezembro de 1852, proclamou-se imperador do Segundo Império francês.
Londres, 23 de junho de 1869



“(...) O fato de uma nova edição de O 18 de brumário ter se tornado necessária 33 anos após a sua primeira publicação mostra que até hoje o livrinho nada perdeu da sua relevância. (...)”
PREFÁCIO À 3ª EDIÇÃO [DE 1885] Friedrich Engels




Fac-símile da capa da primeira impressão de O 18 de brumário de Luís Bonaparte, no fascículo n. 1 da revista Die Revolution, publicada ...



“(...)Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram. A tradição de todas as gerações passadas é como um pesadelo que comprime o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem estar empenhados em transformar a si mesmos e as coisas, em criar algo nunca antes visto, exatamente nessas épocas de crise revolucionária, eles conjuram temerosamente a ajuda dos espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem, o seu
figurino, a fim de representar, com essa venerável roupagem tradicional e essa linguagem tomada de empréstimo, as novas cenas da história mundial. Assim, Lutero se disfarçou de apóstolo Paulo, a revolução de 1789-1814 se travestiu ora de República Romana ora de cesarismo romano e a revolução de 1848 não descobriu nada melhor para fazer do que parodiar, de um lado, o ano de 1789 e, de outro, a tradição revolucionária de 1793-95. Do mesmo modo, uma pessoa que acabou de aprender uma língua nova costuma retraduzi-la o tempo todo para a sua língua materna; ela, porém, só conseguirá apropriar-se do espírito da nova língua e só será capaz de expressar-se livremente com a ajuda dela quando passar a se mover em seu âmbito sem reminiscências do passado e quando, em seu uso, esquecer a sua língua nativa. (...)”
O 18 DE BRUMÁRIO DE LUÍS BONAPARTE Karl Marx



De acordo com Basbaum (1976),

“(...) Para conseguir trabalho, por sugestão do antigo colega e companheiro de infância (Elias Davidovich) fui procurar a Editora Guanabara, onde me ofereci para fazer traduções, indústria recém-começando no Brasil. Eu conhecia o dono. Recebeu-me muito bem e disse que tinha precisamente um livro para traduzir: Os Irmãos Karamazov, de Dostoiewsky, livro que eu conhecia e amava. Combinamos o preço, deu-me um pequeno adiantamento e em seguida me entregou o original: uma tradução francesa. Antes, porém, abriu-o pelo meio, arrancou cerca de 40 ou 50 páginas de um golpe e me disse com um ar sério: o livro é muito grosso. (...)”

Leôncio Basbaum
UMA VIDA EM SEIS TEMPOS
(MEMÓRIAS)



EDITORA ALFA-OMEGA
São Paulo
1976



Referências

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2804654/mod_resource/content/0/Marx%20-%20O%2018%20Brum%C3%A1rio%20de%20Lu%C3%ADs%20Bonaparte%20%28Boitempo%29.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2804654/mod_resource/content/0/Marx%20-%20O%2018%20Brum%C3%A1rio%20de%20Lu%C3%ADs%20Bonaparte%20%28Boitempo%29.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2804654/mod_resource/content/0/Marx%20-%20O%2018%20Brum%C3%A1rio%20de%20Lu%C3%ADs%20Bonaparte%20%28Boitempo%29.pdf 
https://image.slidesharecdn.com/karlmarx-o18brumriodelusbonaparteboitempo-160505001626/95/karl-marx-o-18-brumrio-de-lus-bonaparte-boitempo-22-638.jpg?cb=1462407472
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2804654/mod_resource/content/0/Marx%20-%20O%2018%20Brum%C3%A1rio%20de%20Lu%C3%ADs%20Bonaparte%20%28Boitempo%29.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2804654/mod_resource/content/0/Marx%20-%20O%2018%20Brum%C3%A1rio%20de%20Lu%C3%ADs%20Bonaparte%20%28Boitempo%29.pdf
https://site.alfaomega.com.br/sites/default/files/styles/large/public/vida-em-seis-tempos-uma.jpg?itok=AG1U5e3Y
BASBAUM, L. Uma vida em seis tempos. ed. São Paulo: Alga-Omega, 1976.

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