Discurso da Jurista Janaína na convenção do PSL
Janaína
Paschoal frustrou as expectativas dos correligionários de Bolsonaro
Posted on julho
22, 2018 by Tribuna da Internet
Janaina
disse algumas verdades e causou frustração
José Carlos Werneck
Deu tudo errado! O longo discurso da advogada
Janaína Paschoal frustrou totalmente as expectativas do público presente à
convenção nacional do Partido Social Liberal, neste domingo, no Rio de Janeiro,
que esperava que ela fosse anunciada como vice na chapa de Bolsonaro.
Janaína afirmou que ainda está “dialogando” com o
agora já candidato Jair Bolsonaro sobre a possibilidade de vir a ser vice na
chapa e criticou o que chamou de “pensamento único” de parte dos aliados do
deputado. Janaína fez críticas ao “totalitarismo” do PT e disse haver
possibilidade de o PSL se transformar em um “PT ao contrário.
PENSAMENTO ÚNICO – “Não se ganha a eleição com
pensamento único. Não se governa uma nação com pensamento único. Essa parte é
muito importante: os seguidores, muitas vezes, do deputado Jair Bolsonaro têm
uma ânsia de ouvirem um discurso uniformizado. Pessoas só são aceitas quando
pensam exatamente igual nas mesmas coisas. Reflitam se nós não estamos correndo
risco de fazer um PT ao contrário. Minha fidelidade não é ao deputado Jair
Bolsonaro, a quem externo todo meu respeito, a minha fidelidade é ao meu país”,
ressaltou.
Foi um verdadeiro balde de água fria jogado na
cabeça do público, que compareceu à convenção nacional do PSL, cheio de
esperanças.
A advogada, que se filiou à legenda em abril passado
e, inclusive recusou um convite para concorrer ao governo de São Paulo, causou
ainda mais constrangimento quando afirmou que o grupo de Bolsonaro precisa se
abrir a outros pensamentos, ou será derrotado na eleição.
Linhagens
do Pensamento Político Brasileiro*
Gildo Marçal Brandão
N os últimos anos, um heterogêneo conjunto de
pesquisadores, equipados com o instrumental analítico acumulado por décadas de
ciência social institucionalizada, vem não apenas revisitando o ensaísmo dos
anos 30, mas vasculhando a história intelectual do país e produzindo uma
quantidade respeitável de análises, pesquisas empíricas e historiográficas,
interpretações teóricas que têm contribuído para renovar nosso conhecimento dos
padrões e dilemas fundamentais da sociedade e da política brasileiras. Esboçado
em meados do século XX, tendo recebido notável impulso nos anos 70, este campo
de estudo chegou à maturidade nos 90, constituindo-se em um dos mais produtivos
das ciências sociais. Com efeito, além da emergência ou renovação das
disciplinas que investigam os fenômenos do viver em transição – como a
violência urbana, a pluralização religiosa, a explosão do associativismo, as
redefinições das relações de gênero e as raciais, as transformações do mundo do
trabalho, a judicialização da política, o papel da mídia na formação da vontade
política da população, a financeirização da economia, os novos equilíbrios nas
relações internacionais etc. –, uma das características mais salientes das
ciências sociais que estamos fazendo é o crescimento e a diversificação desta
área de pesquisa que vem sendo chamada, com maior ou menor propriedade, de
“pensamento social” no Brasil ou de “pensamento político brasileiro”.
* Com pequenas variações, o artigo reproduz o primeiro
capítulo de minha tese de livre docência sobre Linhagens do Pensamento Político
Brasileiro, defendida em dezembro de 2005 no Departamento de Ciência Política
da Universidade de São Paulo – USP diante de uma banca composta por Brasílio
Sallum Jr., Francisco C. Weffort, Luiz Werneck Vianna, Luiz Gonzaga Belluzzo e
Marco Aurélio Nogueira.
DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro,
Vol. 48, no 2, 2005, pp. 231 a 269.
[...]
Seja como for, parece razoável considerar a precária
consciência da historicidade das idéias e das formas de pensar como expressão
da debilidade destas, e não é de estranhar que historicamente tenha afetado
menos os intelectuais (e políticos) conservadores do que as correntes (de
alguma forma) críticas ao status quo. De fato, é natural que os primeiros sejam
mais conscientes dos seus laços de parentesco, pois ao contrário de seus
adversários liberais ou esquerdistas – que encaram o passado como fardo e o
futuro como tempestade – se nutrem do poder e fazem da continuidade não apenas
a constatação de algo empiricamente existente, mas um princípio ideológico que
enquadra antecipadamente a pesquisa e norteia posteriormente a ação. Mas a
conseqüência dessa opacidade para os destinos da sociedade e dos agrupamentos
sociais e políticos por ela afetados não é pequena: não será a consciência da
herança, a possibilidade de falar em nome de uma tradição, de se legitimar como
intérprete e dono da história de um país, uma das condições básicas de qualquer
grupo ou elite política que aspire à direção intelectual e moral de grandes
grupos sociais?
Nada disso, por suposto, tem a ver com talento
individual, honestidade intelectual, relações de causalidade imediatas, ou
mesmo influências ideológicas ou conceituais diretas. Ninguém duvida também que
descontinuidades são socialmente inevitáveis, que tais rupturas, sendo falsas,
são, não obstante, verdadeiras. Reconhecê-lo, no entanto, exige investigar
tanto a estrutura dessas constelações intelectuais cuja unidade nem sempre é
dada e cujas ligações nem sempre são visíveis, como as conseqüências políticas
e ideológicas dessa inconsciência da historicidade das idéias e das formas de
pensar; trata-se de individualizar especialmente os limites que impõem a
autocompreensão dos sujeitos que a protagonizam. Desse ponto de vista, a
estratégia andradina acima referida pode ser suposta na partida, mas agora a
pesquisa acumulada permite avançar além dos limites fixados pelo modernista, e
a análise circunstanciada torna possível dar conteúdo positivo ao que não
passava então de hipótese negativa: o que “ainda não existe” cede lugar ao
exame das propostas concretas de sua criação e desenvolvimento. Assim, o estudo
de cada autor específico, de cada corrente, é não só guiado por hipótese global
– sim, estamos diante de formas de pensar que contém modelos de sociedade e de
Estado distintos e práxis relativamente diferenciadas, e não apenas de autores
isolados e idéias arbitrárias, não só de diferenças de estratégia em função de
objetivos que todos compartilham – como sua demonstração, longe de adiar, exige
a intervenção generalizadora.
Feitas as contas, talvez o auto-esclarecimento que
tal investigação propicia seja justificativa nada desprezível para a ocupação
com o estudo do pensamento político-social brasileiro, este gênero reflexivo
considerado a um tempo “menor” e indispensável.
(Recebido para publicação em janeiro de 2005)
(Versão definitiva em maio de 2005)
AUTORITARISMO
E DEMOCRACIA NO PENSAMENTO POLÍTICO DE RAYMUNDO FAORO, SIMON SCHWARTZMAN E FERNANDO
HENRIQUE CARDOSO
MARCOS ABRAÃO FERNANDES RIBEIRO
Dissertação apresentada ao Centro de Ciências do
Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências
para obtenção de título de mestre em Sociologia Política.
ORIENTADOR: PROF. Dr. WANIA AMÉLIA BELCHIOR MESQUITA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMIENSE DARCY RIBEIRO CAMPOS DOS GOYTACAZES –
RJ JUNHO 2010
Resumo
A partir da
apresentação de dois eixos seqüenciados busca-se compreender as vinculações
precisas entre produção intelectual e prática política no Brasil durante os
anos 1990. No primeiro eixo faremos uma releitura das obras de Raymundo Faoro e
Simon Schwartzman através do diálogo com a teoria de Anthony Giddens.
Pretendemos com este diálogo analisar criticamente as obras destes autores a
partir dos seus pressupostos teóricos centrais. Desta forma demonstraremos os
equívocos analíticos de alguns de seus intérpretes referenciais no Pensamento
Social Brasileiro, bem como as limitações teóricas fundamentais existentes no
pensamento destes dois importantes intelectuais de tradição liberal de
interpretação do Brasil. No segundo eixo faremos uma releitura da obra de
Fernando Henrique Cardoso através da utilização do contextualismo lingüístico
de Quentin Skinner e da tese das linhagens do Pensamento Político Brasileiro de
Gildo Marçal Brandão. Desta forma, defenderemos que a interpretação do Brasil
construída por Fernando Henrique Cardoso nos anos 1970 sobre o regime
denominado pelo autor como burocrático-autoritário possui afinidades eletivas
com as interpretações liberais de Raymundo Faoro e Simon Schwartzman. A partir
desta hipótese demonstraremos de forma precisa a vinculação entre a tese do
patrimonialismo e o projeto de reforma do Estado executado nos anos 1990 com o
intuito de superar o atraso brasileiro.
Palavras-chave: Raymundo Faoro, Simon Schwartzman,
Fernando Henrique Cardoso, Reforma do Estado, patrimonialismo, atraso
brasileiro
Bolsonaro
já defendeu a tortura e o fuzilamento de FHC. Veja o vídeo
A entrevista foi dada em 1999, quando o deutado já
tinha 44 anos, ou seja, não era nenhum garoto
Por Julinho Bittencourt
10 DE OUTUBRO DE 2017
A entrevista foi dada em 1999, quando o deputado já
tinha 44 anos, ou seja, não era nenhum garoto
Da Redação*
A coluna de Bernardo Mello Franco da Folha desta
terça-feira (10) cita viagem que Jair Bolsonaro faz aos Estados
Unidos para divulgar sua candidatura a presidente. De acordo com o
colunista, Bolsonaro tenta a partir de agora suavizar o seu discurso para
parecer menos radical.
Mello Franco lembra, no entanto, que em 1999, já com
44 anos, ou seja, não era nenhum garoto, o capitão reformado expôs suas ideias
no programa “Câmera Aberta”, na Bandeirantes.
Na entrevista ele se gaba de sonegar impostos e
estimula os telespectadores a fazerem o mesmo, defende a ditadura e a tortura,
prega o fechamento do Congresso e diz que o Brasil precisava de uma guerra
civil, mesmo que isso provocasse a morte de inocentes.
Depois, diz que a democracia é uma “porcaria” e
conta o que faria se chegasse ao poder: “Daria golpe no mesmo dia. Não
funciona”.
O deputado afirma que Chico Lopes, ex-presidente do
Banco Central, merecia ser torturado em pleno Senado. “Dá porrada no Chico
Lopes. Eu até sou favorável a CPI, no caso do Chico Lopes, tivesse pau de arara
lá. Ele merecia isso: pau de arara. Funciona. Eu sou favorável à tortura.”
Mais adiante, Bolsonaro defende o fuzilamento do
presidente Fernando Henrique e revela desprezo pelas eleições diretas: “Através
do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada. Você só
vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui
dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e
começando por FHC”.
As imagens de Bolsonaro falando à vontade, sem
marqueteiros e assessores estão ai pra quem quiser ver.
*Com informações da Folha
Foto: Reprodução TV Bandeirantes
PODER
MILITAR
entre
o autoritarismo e a democracia
JORGE ZAVERUCHA
Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFPE, Pesquisador do CNPq
Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFPE, Pesquisador do CNPq
Resumo: A transição do autoritarismo para a
democracia no Brasil deve procurar minimizar o poder militar. O que se observa,
contudo, é que os militares vão ocupando novos espaços na segurança pública. O
artigo procura mostrar de que modo isso vem ocorrendo ao longo dos dois
mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Palavras-chave: democracia; militares; segurança
pública.
Querem o quê? Acham que a democracia resistirá até
onde?
Até onde querem levar o povo a descrer das
instituições?
A luz amarela está se acendendo. Se a eleição
ocorrer neste clima, quem vai segurar o país?
Quem segura o mercado?
Presidente Fernando Henrique Cardoso.
O Globo, 23/05/01
O Globo, 23/05/01
Na Europa Oriental comunista, o controle sobre os
militares era civil mas não democrático, uma vez que os militares estavam
submetidos ao controle do Partido Comunista. O desafio das transições do
autoritarismo para a democracia, portanto, foi despolitizar os militares
(Barany, 1997). Na América Latina, com exceção do México,1não havia controle civil nem democrático
sobre os militares. Desse modo, as transições latino-americanas procuram
desmilitarizar a política, tentando levar os militares a se concentrar em sua
atividade profissional extroversa, ou seja, defesa das fronteiras do Estado.
Entenda-se por militarização o processo de adoção e uso de modelos militares,
conceitos, doutrinas, procedimentos e pessoal em atividades de natureza civil,
dentre elas a segurança pública (Cerqueira, 1998).
Neste artigo, vamos analisar uma faceta do
comportamento do presidente Fernando Henrique Cardoso que, na maioria das
vezes, não levou em consideração sua base parlamentar para tomar decisões.2 Suas iniciativas são primordialmente
de inspiração do Executivo que é, por definição, o comandante-em-chefe das
Forças Armadas.3Refiro-me à militarização da política,
mormente na segurança pública, durante os dois mandatos de governo de FHC.
Obviamente, o fenômeno não está circunscrito ao presidente, pois contempla,
inclusive, políticos dos mais diferentes matizes ideológicos.4 Aqui, no entanto, nos concentraremos
nas decisões tomadas por FHC e nos constrangimentos que isso acarreta ao
processo de consolidação da democracia brasileira.
Referências
https://youtu.be/mSwx2dSCU1Y
https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/460/0/images.terra.com/2018/07/22/fup20180722129.jpg
http://www.tribunadainternet.com.br/janaina-paschoal-frustrou-as-expectativas-dos-correligionarios-de-bolsonaro/
http://www.scielo.br/pdf/%0D/dados/v48n2/a01v48n2.pdf
http://www.uenf.br/Uenf/Downloads/Pos_Sociologia_8835_1340893035.pdf
https://youtu.be/WWOWsUiddhg
https://www.revistaforum.com.br/bolsonaro-ja-defendeu-tortura-e-o-fuzilamento-de-fhc-veja-o-video/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000400009
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