quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

"INTERPRETAÇÃO ÚLTIMA"

"No lar não há leis escritas; mas, na rua, vale a impessoalidade que, em regimes autocráticos e salvacionistas, conduz aos totalitarismos. Vale lembrar que um regime totalitário se caracteriza pelo controle de todas as esferas da vida social." Com corda ou sem corda ----------
--------------- Eles continuam aqui Militares ainda têm sintonia com aqueles que sequestraram Rubens Paiva. Mais ameaçador que isso, a maioria dos parlamentares não parece ter sintonia com os líderes que lutaram contra a ditadura Cristovam BuarqueProfessor emérito da Universidade de Brasília (UnB) -------------
------------ quarta-feira, 15 de janeiro de 2025 Êxito – Roberto DaMatta O Globo Em ‘Ainda estou aqui’, agentes da ditadura absurdamente promovem insegurança e desarmonia um lar Numa aldeia, todo mundo é famoso (Erving Goffman) É um desfecho venturoso de um ato ou obra. O êxito assegura a existência da felicidade e produz momento de gratidão pela existência. — A vida presta — ponderou sabiamente uma exitosa Fernanda Torres. As lágrimas do êxito vão para o céu e são o avesso dos pranto amargo das injustiças e dos infortúnios que obrigam a engoli-las. Uma explosão de êxito foi o que vi no agradecimento de Fernanda Torres ao receber o Globo de Ouro de melhor atriz no filme “Ainda estou aqui” — um drama revelador de eventos morais e políticos marcados pela coragem e determinação de Eunice Paiva, uma mulher que teve a vida contada num livro comovente do filho, Marcelo Rubens Paiva, cujo talento como autor eu admiro. A explosão exprime uma vitória patente e — como diria Nélson Rodrigues — insofismável da cinematografia do Brasil como uma arte fundamental de universalização de fábulas e estórias que constituem o coração e a alma da cultura do país. São essas articulações — com início, meio e fim — da ficção que traduzem para o outro, e para cada um de nós, a sociedade com seus dilemas e singularidades. A importância de “Ainda estou aqui” reside sobremaneira na serenidade do estilo de Walter Salles, que orquestra num filme o terror dos regimes autocráticos salvacionistas, cruelmente polarizadores — tipo “nós ou eles” — ,como infelizmente conhecemos na ditadura militar, que, por sinal, não foi a primeira ditadura que vivemos. O filme exibe um trecho da tragédia brasileira que se repete como expressão funesta das hipocrisias que são parte do nosso dilema — lei ou privilégios, igualdade ou elitismo. Eis o cerne da nossa perene ambiguidade político-institucional. Mas, cabe perguntar, por que o filme comove? A resposta me conduz a um livro escrito em 1985, “A casa e a rua”, no qual mostro como o regime social da casa é de intimidade, afeto, comensalidade e confiança. No lar não há leis escritas; mas, na rua, vale a impessoalidade que, em regimes autocráticos e salvacionistas, conduz aos totalitarismos. Vale lembrar que um regime totalitário se caracteriza pelo controle de todas as esferas da vida social. No caso, assistimos a uma brutal intromissão no mundo da casa dos Paiva por anônimos agentes da ditadura, que chegam da rua e, sem explicações plausíveis, absurdamente promovem insegurança e desarmonia num lar tangido pelo afeto e pela alegria. O autoritarismo das ditaduras se vale do silêncio — silêncio que é expressão da autoridade absoluta. Foi assim que o pai e marido — o chefe da família — foi raptado numa demonstração de arrogante arbítrio; que, logo em seguida, chega à prisão da dona de casa e da filha. Detenções que reiteram um controle absoluto por precisamente violentador do universo da casa e da família. No filme, a passagem da invasão da casa pelo arbítrio vai das cenas ensolaradas ao sombrio angustiante da prisão, para terminar numa grata apoteose familiar com Dona Eunice Paiva (Fernanda Torres e Fernanda Montenegro irmanadas no mesmo papel) — num encontro que reafirma o triunfo da casa e da família sobre uma brutal ditadura militar vinda dos espaços sombrios do mundo da rua. Vale notar um simbolismo final: a presença da heroína desmemoriada. A memória como uma dimensão crítica da condição humana é um tema do livro no qual o filme foi baseado e, naturalmente, da nossa vida pública feita de memórias esquecidas, distorcidas ou anistiadas. Uma delas, talvez a mais cruel e significativa, é a da escravidão negra como um sistema cultural. Vai sem dizer que “Ainda estou aqui” reafirma com força esse viés autoritário, irmão do esquecimento que jaz no nosso sistema de poder. P.S.: É preciso dizer a Lula III que democracia não tem amante. Ela é difícil até onde foi consolidada — como explicar Trump e puritanismo? Ademais, ela exige uma fidelidade que Lula da Silva mostrou não ter. _________________________________________________________________________________________________________
------ Primeira mulher a fazer parte do STF --------- Em 5 de fevereiro de 2007, a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) era exercida pela ministra Ellen Gracie, que ocupou o cargo de 2006 a 2008. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Ela foi a primeira mulher a presidir a mais alta corte do Brasil. Durante sua gestão, Ellen Gracie destacou a importância de medidas para tornar o Judiciário mais ágil e eficiente, como a edição de súmulas vinculantes e a implementação do processo eletrônico. TRT 5ª REGIÃO Fontes --------- A interpretação última é a interpretação que dá vida ao Direito e é materializada pelo juiz ao aplicar a lei a um caso concreto. A interpretação última é importante porque pacifica a discussão nos juízos inferiores, evitando o surgimento de novas ações. Existem vários tipos de interpretação, entre eles: Interpretação gramatical Interpretação lógica Interpretação histórica Interpretação sistemática Interpretação comparativa Interpretação pública autêntica Interpretação pública judicial Interpretação privada doutrinária Presidente do STF ressalta importância da súmula vinculante ... 5 de fev. de 2007 — ... interpretação última". Segundo ela, ao aplicar o efeito vinculante por meio de súmula, o STF pacifica a discu... Migalhas _________________________________________________________________________________________________________ ---------
---------- Presidente do STF ressalta importância da súmula vinculante para o Judiciário ----------
----------- Interpretação Última Chapas e Cidadãos -----------
--------------- Do Brasil à Brasil: "Passando pela Sayonara, atravessando a Brasil, contornando a ponte da Benjamim, cruzando a ponte da Halfeld, topando com o CHAPA pendurado nos galhos da árvore na outra margem da Brasil." ----------- Trote e Trotoir "Ele me fez três filhos", disse a uniformizada servidora da EMPAV, escorando-se em um ancinho. Vídeo relacionado: Música referenciada: Último Romance Los Hermanos Abertura: "Everardo Maciel, pela primeira vez em Segunda Chamada." Fechamento: "Agora deixa de ser MyNews e passa a ser AllNews." ___________________________________________________________________________________________________________ --------
------------ A legião estrangeira</b> Capa comum – 1 março 1999 Edição Português por Clarice Lispector (Autor) Os 13 contos de A legião estrangeira abordam o cotidiano familiar, a perversidade infantil e a solidão. Como apontou o escritor Affonso Romano de Sant’Anna na introdução de uma antiga edição do livro, para Clarice Lispector importa mais a geografia interior. "Em vez de tipos épicos e dramáticos, temos figuras situadas numa aura de mistério, vivendo relações profundas dentro do mais ordinário cotidiano", escreveu. "Mais do que as aventuras, interessa-se por descrever a solidão dos homens diante dos animais e objetos." Entre os contos destaca-se "Viagem a Petrópolis", escrito quando Clarice tinha apenas 14 anos. Neste, a precoce escritora narra a absurda solidão de uma velhinha que, sem lugar para morar, é empurrada de uma casa para outra. E o leitor perceberá em "Os desastres de Sofia" uma história de transparente sensibilidade, em que a autora aborda a perversidade infantil por meio do relacionamento de uma aluna com seu professor. A vulnerabilidade dos animais diante dos homens, e vice-versa, está presente em "A quinta história", "Macacos" e ainda em "A legião estrangeira". Como também apontou Affonso Romano de Sant’Anna, a tensão nos contos de Clarice surge da oposição Eu x Outro, que pode ser um animal, uma criança ou uma coisa. "Dessa tensão é que surge a epifania, a revelação de uma certa verdade." A legião estrangeira, como os demais títulos de Clarice Lispector relançados pela Rocco, recebeu novo tratamento gráfico e passou por rigorosa revisão de texto, feita pela especialista em crítica textual Marlene Gomes Mendes, baseada em sua primeira edição. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- Ilustrações Everaldo Marques da Silva – O Lateral do Tri ----------- Fotógrafo: Francisco Carlos S. da Silva Everaldo Marques da Silva, o Everaldo, foi um lateral esquerdo brasileiro, campeão do Mundo em 1970. Nascido em 11 de setembro de 1944, iniciou sua carreira no Grêmio de Foot-Ball Porto-Alegrense onde jogou de 1964 a 1974, vencendo por três oportunidades o Campeonato Gaúcho. Foi convocado para a seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1970, se tornando o primeiro atleta de um time gaúcho Campeão do Mundo pela seleção brasileira. O Grêmio concedeu a estrela dourada em seu símbolo em sua homenagem. Everaldo faleceu em 27 de outubro de 1974, com apenas 30 anos, após um acidente de carro que o vitimou e a sua família. ------------
-------------- "Artigo/Opinião: Alguns presságios para 2025 e anos seguintes - por Everardo Maciel (*) - "...As notícias do Brasil não têm essa dramaticidade, mas não são nada boas: pressões no câmbio, inflação mostrando suas garras, relação dívida pública/PIB em trajetória crescente, elevada taxa de juros..." ---------- Alguns presságios para 2025 e anos seguintes Como a história não é linear, nem homogênea, creio que sempre teremos a coexistência de bons e maus momentos, submetidos, por sua vez, a juízos de valor que variam em razão da percepção e das convicções do analista. Creio, também, que para a superação de maus momentos é indispensável, ao menos, entender a realidade – “respeito aos fatos”, como disse o pensador Raymond Aron – e formular adequadamente o problema. Quando da queda da França, Winston Churchill iniciou seu discurso à Nação com sete palavras sinceras, comoventes e firmes: “As notícias da França são muito ruins”. As notícias do Brasil não têm essa dramaticidade, mas não são nada boas: pressões no câmbio, inflação mostrando suas garras, relação dívida pública/PIB em trajetória crescente, elevada taxa de juros, muitas incertezas e tensões no contexto internacional. Mais grave é que não há clareza quanto à compreensão dos fatos, nem disposição para formular adequadamente os problemas. Como disse em artigo anterior, há pouca convicção quanto à relevância do equilíbrio fiscal. Ao contrário, em um quadro adverso há uma insaciável propensão para aumento do despesismo, desde o “auxílio natalino” concedido em um tribunal de justiça à voracidade no “pagamento” de emendas parlamentares. Surpreendi-me quando li na PEC nº 45/2024 dispositivo para dar um freio nas “indenizações” que ultrapassam o teto constitucional de remuneração. A tramitação da matéria no Congresso, todavia, frustrou minha surpresa. Leia a íntegra no Blog Oabelhudo" _________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- O texto em questão, de autoria de Everardo Maciel, aborda presságios econômicos e sociais para o Brasil em 2025 e nos anos seguintes. Ele reflete uma visão crítica sobre a condução da política econômica e o cenário fiscal do país, destacando desafios como: Pressões no câmbio: A volatilidade do real frente a moedas estrangeiras pode impactar a competitividade das exportações e encarecer as importações, pressionando a inflação. Inflação em alta: A "mostrando suas garras" sugere uma preocupação com a possibilidade de descontrole inflacionário, o que afeta o poder de compra e gera instabilidade. Dívida pública crescente: A trajetória de alta na relação dívida/PIB aponta para problemas estruturais na sustentabilidade das contas públicas. Juros elevados: Altas taxas de juros têm efeitos diretos no custo do crédito, desestimulando o consumo e os investimentos, além de onerar o serviço da dívida pública. Everardo ressalta que esses problemas são agravados pela falta de entendimento adequado da realidade e pela formulação imprecisa de soluções. Ele cita o pensamento de Raymond Aron, que destaca o "respeito aos fatos" como base para superar adversidades, e recorda o discurso sincero de Winston Churchill na Segunda Guerra Mundial, ao reconhecer a gravidade da situação francesa. O autor também critica a ausência de convicção em torno do equilíbrio fiscal. Ele menciona exemplos de gastos considerados excessivos, como "auxílios natalinos" e a proliferação de emendas parlamentares. Ao abordar a PEC nº 45/2024, que propunha limitar indenizações que ultrapassam o teto constitucional, Everardo mostra seu descontentamento com a falta de avanço significativo no Congresso. Reflexão central: A ideia principal do artigo é que o Brasil enfrenta um cenário desafiador que demanda uma análise clara e decisões firmes, baseadas em diagnósticos precisos e na responsabilidade fiscal, para evitar a deterioração das condições econômicas e sociais nos próximos anos. _________________________________________________________________________________________________________ ---------- VEJA O QUE É VERDADE E O QUE É MENTIRA SOBRE O PIX MyNews Transmissão ao vivo realizada há 20 horas #MyNews No episódio de hoje do Segunda Chamada, vamos falar sobre as novas medidas da Receita Federal que começaram a valer no dia 1º de janeiro e como elas afetam diretamente o Pix. Segundo o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, o Pix é o único atingido por essa regra, que determina o envio semestral de dados. O que muda na prática? Isso pode impactar a sua privacidade financeira? E por que o Pix está no centro dessa nova medida? Vamos discutir os impactos, esclarecer as dúvidas e trazer diferentes pontos de vista sobre esse tema tão atual e relevante. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- O conteúdo aborda as novas regras da Receita Federal que começaram a valer em 1º de janeiro e como essas mudanças impactam o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos do Brasil. A transmissão ao vivo do canal MyNews, no programa "Segunda Chamada", levanta questões sobre a privacidade financeira e os possíveis impactos dessas alterações. O que está em discussão? Nova regra da Receita Federal: Determina que instituições financeiras e de pagamento enviem dados semestrais à Receita Federal, incluindo informações de transações realizadas via Pix. Foco no Pix: Segundo Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, o Pix é o único sistema explicitamente citado na regra, levantando preocupações sobre por que ele está sendo destacado em relação a outros métodos de pagamento. Privacidade financeira: O envio de dados pode gerar preocupações entre os usuários sobre o nível de monitoramento de suas movimentações financeiras e se isso representaria uma possível invasão de privacidade. O que muda na prática? As instituições financeiras terão de informar detalhes sobre transações feitas no Pix, como volume e frequência, em relatórios periódicos à Receita Federal. A medida pode ser interpretada como uma tentativa de monitorar fluxos financeiros de maneira mais rigorosa, mas isso também gera dúvidas sobre: Implicações para o sigilo bancário. Se haverá foco em pequenas movimentações financeiras ou apenas em transações de grande volume. Pontos a serem debatidos: Privacidade x Monitoramento: Como equilibrar a necessidade de combater crimes financeiros e assegurar que as informações financeiras dos cidadãos não sejam indevidamente expostas? Especificidade do Pix: Por que o Pix foi destacado, considerando que outros meios de pagamento, como TEDs, DOCs e cartões, também são usados para transações financeiras? Impacto na confiança no sistema: O Pix tem sido amplamente adotado pela sua praticidade e gratuidade. Mudanças que tragam a percepção de vigilância excessiva podem desestimular o uso. O debate é relevante, pois envolve questões de governança financeira, direitos dos cidadãos e os limites do poder do Estado na supervisão econômica. O programa propõe esclarecer dúvidas e trazer perspectivas para ajudar os usuários a entenderem o impacto dessas novas regras. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
------------- O Caso Eu Conto Como O Caso Foi - V. 01 Capa comum – 1 janeiro 2008 Edição Português por PAULO CAVALCANTI (Autor), CEPE (Editor) O primeiro volume da tetralogia O caso eu conto como o caso foi mostra a infância do autor e seus primeiros envolvimentos políticos; retrata a passagem da Coluna Prestes por Pernambuco; “a amarga experiência do Integralismo”; a chegada do Estado Novo; a atuação do autor como promotor, em Goiana; a eleição de Miguel Arraes, primeiro para prefeito do Recife e depois para o governo; até o Golpe de 1964. ----------- _________________________________________________________________________________________________________ Palavras colhidas no ar e espalhadas ao vento. _________________________________________________________________________________________________________ ---------- _________________________________________________________________________________________________________ "Toda interpretação está sujeita a interpretação, e se reproduz - ou pode fazê-lo - como se diz." _________________________________________________________________________________________________________ ----------- A frase “Toda interpretação está sujeita a interpretação, e se reproduz - ou pode fazê-lo - como se diz” sugere um ciclo contínuo e reflexivo no ato de interpretar. Ela enfatiza o caráter subjetivo e dinâmico da interpretação, ao mesmo tempo que reconhece sua capacidade de gerar novas camadas de significado. Vamos explorar essa ideia em profundidade: Aspectos principais da frase: A interpretação é inerentemente aberta: A frase reconhece que qualquer interpretação não é um ponto final, mas um ponto de partida para novas interpretações. Isso destaca o caráter infinito e não conclusivo do ato interpretativo. Reprodução interpretativa: Ao dizer que a interpretação “se reproduz”, há o reconhecimento de que interpretações geram outras interpretações, criando um ciclo. Cada interpretação carrega os traços da anterior, mas também se transforma, dependendo de quem a realiza, do contexto e das circunstâncias. A linguagem como mediadora: O termo “como se diz” remete à linguagem como instrumento central na construção e transmissão de interpretações. A forma como algo é dito influencia diretamente a forma como será interpretado. Aplicações e exemplos: Na literatura: Um romance clássico, como Dom Quixote de Cervantes, já recebeu incontáveis interpretações ao longo dos séculos. Cada leitura depende do leitor, da época e dos paradigmas culturais vigentes. Na comunicação cotidiana: Uma mensagem de texto pode ser interpretada de diferentes maneiras dependendo do contexto emocional, do relacionamento entre as partes ou até mesmo da pontuação usada. Na filosofia: Pensadores como Derrida e Nietzsche exploram o conceito de que toda tentativa de encontrar um "significado último" é vã, pois a interpretação nunca é fixa. Reflexão filosófica: Essa frase dialoga com o campo da hermenêutica e da desconstrução, especialmente com a ideia de que o significado nunca é estático. A interpretação é uma construção ativa, que se molda continuamente. Assim, a frase nos convida a refletir sobre a complexidade dos processos de entendimento e comunicação e a aceitar a multiplicidade de perspectivas como algo inerente à condição humana. _________________________________________________________________________________________________________ ---------
------------ OPERAÇÃO NACIONAL DE COMBATE À SONEGAÇÃO --------- "Sonegação existe em todo o mundo." "Sonegação é de gente miúda." ---------- ----------- Carlinhos de Jesus dançando miudinho com Bira Presidente ----------- "Planejamento tributário não é para quem... para quem dança miudinho." "Sanha tributária." "Quem faz carga tributária é quem faz despesa." "Há ilisão e sonegação." "Questão central: Por que nenhuma despesa é órfã? Toda tem pai e mãe.", segundo Malan, segundo Everardo. "Indenização é qualquer coisa que chamo indenização." "Originalmente, indenização é direito à perda de patrimônio." "E por aí vai..." "Há vinte anos: Emenda parlamentar é um perigo. Tudo virou erro e omissão." "Cada um por si e Deus contra nós." teria afirmado Herzog, segundo Maciel. "Lei 4320, 15 de março de 1964: Muita bem posta por João Goulart, (nos extertores), após 10 anos de tratativas." "Cunha fiscal não conheço." "Carga tributária responde à única despesa que não tem controle. Dívida pública paga o meu neto; agora eu não pago." "Informalidade é para país pobre de renda baixa." "Pessoa beficiária de bolsa família não vai querer carteira assinada para perder o bolsa família." "Manobras: Ilisão tributária; Sonegação fiscal." "Enorme fantasia querer acabar com a informalidade." "O Erro não é neutro. Pode ser intencional, como manobra diversionista, ou não. Não nasce, no entanto, por geraçãO espontânea." "Sua Excelência, o fato, não mudou o PIX." "Inútil: Fato 1: Comunicação inoportuna: Fato 2: Desvio: Fato 3: Má repercussão Fato 4: Política é com Jamildo. Eu não vou comentar isso." Revista: "Quando a política se mete em tudo, se converte em monstrosidade." Bobio no Expresso, em Roma, segundo Everardo Maciel. A frase “Toda interpretação está sujeita a interpretação, e se reproduz - ou pode fazê-lo - como se diz” sugere um ciclo contínuo e reflexivo no ato de interpretar. Ela enfatiza o caráter subjetivo e dinâmico da interpretação, ao mesmo tempo que reconhece sua capacidade de gerar novas camadas de significado. Vamos explorar essa ideia em profundidade: Aspectos principais da frase: A interpretação é inerentemente aberta: A frase reconhece que qualquer interpretação não é um ponto final, mas um ponto de partida para novas interpretações. Isso destaca o caráter infinito e não conclusivo do ato interpretativo. Reprodução interpretativa: Ao dizer que a interpretação “se reproduz”, há o reconhecimento de que interpretações geram outras interpretações, criando um ciclo. Cada interpretação carrega os traços da anterior, mas também se transforma, dependendo de quem a realiza, do contexto e das circunstâncias. A linguagem como mediadora: O termo “como se diz” remete à linguagem como instrumento central na construção e transmissão de interpretações. A forma como algo é dito influencia diretamente a forma como será interpretado. Aplicações e exemplos: Na literatura: Um romance clássico, como Dom Quixote de Cervantes, já recebeu incontáveis interpretações ao longo dos séculos. Cada leitura depende do leitor, da época e dos paradigmas culturais vigentes. Na comunicação cotidiana: Uma mensagem de texto pode ser interpretada de diferentes maneiras dependendo do contexto emocional, do relacionamento entre as partes ou até mesmo da pontuação usada. Na filosofia: Pensadores como Derrida e Nietzsche exploram o conceito de que toda tentativa de encontrar um "significado último" é vã, pois a interpretação nunca é fixa. Reflexão filosófica: Essa frase dialoga com o campo da hermenêutica e da desconstrução, especialmente com a ideia de que o significado nunca é estático. A interpretação é uma construção ativa, que se molda continuamente. Assim, a frase nos convida a refletir sobre a complexidade dos processos de entendimento e comunicação e a aceitar a multiplicidade de perspectivas como algo inerente à condição humana. ______________________________________________________________________________________________________________ ------------- ------- Falso Patriota Geraldo Pereira Você diz que é patriota, Mas seu charuto preferido é o cubano, Se esquece que na Bahia, Que hipocrisia, Há o charuto baiano, Você diz que é patriota, Sua bebida é de marca escocesa, Não bebe nossa cachaça, E ergue a taça, Com a champanhe francesa. Seu carro é americano, Seu queijo é holandês, Seu azeite vem da Espanha, O seu vinho é português, Dentro do seu palacete só se fala inglês, Dentro do seu palacete só se fala inglês. Não canta nosso samba, Não gosta de pandeiro, Veste um tecido nosso, Diz que é do estrangeiro, Fala mal do que é nosso, diz que é brasileiro, Fala mal do que é nosso, diz que é brasileiro.... Composição: Geraldo Pereira. _________________________________________________________________________________________________________________
-------------- quarta-feira, 15 de janeiro de 2025 Eles continuam aqui - Cristovam Buarque* Correio Braziliense Militares ainda têm sintonia com aqueles que sequestraram Rubens Paiva. Mais ameaçador que isso, a maioria dos parlamentares não parece ter sintonia com os líderes que lutaram contra a ditadura No evento para lembrar o 8 de janeiro, o presidente Lula disse "nós, democratas, ainda estamos aqui", mas depois de 40 anos de democracia, eles, os golpistas, também estão aqui: tanto militares que ameaçam de fora, quanto civis que enfraquecem a democracia por dentro. Apesar de nada ter a ver com os crimes do passado, a atual geração de militares ainda tem sintonia com aqueles que sequestraram Rubens Paiva. Mais ameaçador que isso, a maioria dos parlamentares não parece ter sintonia com os líderes que lutaram contra a ditadura desejando construir um futuro democrático para o país, os parlamentares de hoje apodrecem a democracia. Ao assistir a Fernanda Torres recebendo o prêmio de melhor atriz do ano no Golden Globe, vi Eunice e milhares de outras mulheres que passaram pelo que ela sofreu: maridos, filhos, irmãos e amigos desaparecidos. Lembrei de Dilma Rousseff e Miriam Leitão e de centenas de mulheres que sofreram elas próprias prisão e tortura. Vi milhares de homens e mulheres que sofreram durante a brutalidade ditatorial. Lembrei também dos milhões que não perderam a vida, nem foram presos, mas atravessaram 21 anos da história sem participação democrática, sem ver o país caminhar na direção do desenvolvimento rico, justo, sustentável, distribuído, livre. Mas também lembrei que já temos duas vezes mais tempo de democracia do que tivemos de ditadura e ainda não enfrentamos as questões fundamentais para a construção do Brasil que queremos e nosso potencial permite. Não enfrentamos a questão militar: nossos soldados ainda aprendem que nada daquilo ocorreu, ou o que ocorreu teria sido necessário para salvar o país e que é sua obrigação patriótica, se necessário, recusar resultados das urnas de eleitores equivocados ao escolherem líderes políticos incompatíveis ou corruptos. Foi esse aprendizado que fez com que, por pouco, não tivéssemos tido em 2023 outro golpe, repetindo 1964. Mas a questão militar não é a única nem a mais forte ameaça à democracia: nossos políticos civis e partidos não estão sendo instrumento de consolidação da democracia. Imaginei o que Rubens Paiva e todos os outros milhares de lutadores que deram a vida pensariam se assistissem como funciona hoje o democrático Congresso Nacional, sem tutela militar, mas usando dezenas de bilhões de reais do dinheiro público para atender a volúpia por voto ou mesmo por aumento da fortuna pessoal. O que pensariam ao ter dado a vida por uma democracia que, no lugar de eliminar, ampliou privilégios, mordomias, vantagens; aumentou a extensão, o tamanho e a tolerância com a corrupção, ao ponto de a honestidade passar a ser motivo de galhofa. Foi importante acabar com a censura que impedia escrever e publicar livremente, mas, depois de quase meio século, a democracia não eliminou a mais absoluta forma de censura que pesa sobre os 10 milhões de brasileiros adultos analfabetos, incapazes até de reconhecer a própria bandeira; aumentamos o número de universitários, mas pouco fizemos para universalizar a educação de base, não construímos um sistema nacional de educação de base com a qualidade e equidade necessárias ao progresso econômico e à justiça social. Foi fundamental abrir as cadeias, mas, para justificar a democracia, é preciso também derrubar os muros dos condomínios. A partir de 1990, reduzimos a penúria com transferências de renda mínima e com o SUS, mas até hoje não definimos uma estratégia para quebrar a obscena concentração de renda e abolir a vergonha do quadro de pobreza. Em 1994, conseguimos construir uma moeda estável, mas até hoje não conseguimos equilibrar nossas contas públicas devido ao corporativismo, ao imediatismo, à demagogia, à irresponsabilidade e à falta de espírito patriótico. Fernanda Torres e Walter Salles nos despertam para o que sofremos simbolizado no Rubens, o quanto lutamos simbolizado na Eunice e o quanto ainda estamos devendo a eles e a todos os outros que lutaram pela democracia. Eles nos fazem gritar que "ainda estamos aqui", mas não estamos dizendo "para que estamos aqui": porque, para consolidar a democracia política, é preciso consolidar a democracia social. Fernanda nos deslumbra e orgulha, mas também nos alerta e provoca. O presidente Lula deveria convidar os comandantes e cadetes das Forças Armadas para assistirem ao filme Ainda estou aqui no cinema do Palácio do Planalto para superarmos os traumas do passado, mas também convidar aos parlamentares para assistirem a filmes que mostram o Brasil que estamos construindo: sugiro Grande Sertão, de Guel Arraes. *Professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) __________________________________________________________________________________________________________________

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