Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Histórias Sem Data - Machado de Assis
O feminino da palavra "bispo" é "episcopisa".
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Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo. Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil.
Em seguida, ...
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Mundo
Fala de Trump sobre Brasil ‘não é absurda’, mas pode ser tiro no pé, alertam analistas
Para analistas, ao questionar importância do Brasil para a economia americana, novo presidente dos EUA arrisca fortalecer aliança anti-Trump. Dependência financeira e política persiste na América Latina, mas tem caído
Deutsche Welle
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22/01/2025 - 7:58
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Ao dizer numa entrevista após a posse que o Brasil precisaria mais dos Estados Unidos do que o contrário, Donald Trump deu um claro recado à diplomacia não só de Brasília, mas também de outros países da América Latina. A fala do republicano mostra uma tentativa de reafirmar o papel dos EUA como nação mais poderosa do mundo, num momento em potências como a China e blocos econômicos como o Brics assumem cada vez mais protagonismo internacional.
Contudo, mesmo que historicamente a influência dos EUA na relação bilateral com o Brasil seja inegável, os dados atuais mostram que essa assimetria tem sido cada vez menos gritante. Economicamente, por exemplo, a balança comercial entre os dois países manteve um equilíbrio nos últimos anos. Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial brasileiro, ficando atrás apenas da China. Já o Brasil fica em 15º no ranking de relações bilaterais americanas.
Em 2024, as exportações brasileiras para a terra de Donald Trump somaram 40,3 bilhões de dólares (R$ 243 bilhões), de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No movimento contrário, o volume foi bem similar, com as importações americanas no Brasil atingindo 40,5 bilhões bilhões de dólares (R$ 244,2 bilhões).
Ou seja, o saldo é positivo para os Estados Unidos. Mas essa diferença no ano passado foi de 253,3 milhões de dólares (R$ 1,53 bilhão), valor que pode ser considerado um equilíbrio nessa relação, aponta a professora Carolina Pedroso, do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).
“A balança comercial é muito equilibrada, por isso, não se vê tanto mais essa assimetria. Em outros tempos, haveria desbalanceamento – o Brasil importava muitos produtos de valor agregado e exportava os de baixo valor”, diz ela.
“Hoje, exportamos para os EUA produtos primários, sim, como café e petróleo. Mas também celulose, aço e aeronaves. São produtos que têm alto valor agregado e tecnológico”, complementa Pedroso. No ano passado, a indústria brasileira foi responsável por 78% dessas exportações, de acordo com Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil). Por outro lado, o Brasil também compra principalmente produtos de alto valor agregado dos Estados Unidos, com 15% das importações sendo de motores e máquinas não elétricas.
Apesar disso, há uma influência grande dos americanos na América Latina, o que pode ser explicado também pela conjuntura histórica. O fato de ter sido o primeiro país a conquistar a independência no continente, em 1776, proporcionou aos Estados Unidos a vantagem de sair na frente em vários aspectos, inclusive na industrialização, lembra a professora da Unifesp.
Mais tarde, no século 20, o país aumentou a influência cultural e política exercida sobre os vizinhos, principalmente durante a Guerra Fria, com apoios diretos e indiretos às ditaduras de direita que surgiram na América Latina, inclusive no Brasil.
“A América Latina sempre foi um pátio dos Estados Unidos. É claro que a dependência financeira e política ainda é bastante assimétrica, mas já foi maior. O Brasil não é um país pequeno, internacionalmente temos relevância. Historicamente, os EUA já reconheceram o papel da liderança brasileira na América Latina”, acrescenta Pedroso, que vê na declaração do presidente mais um aceno ao eleitorado ressentido pela queda no padrão de vida americano do que uma verdade absoluta.
Uma das promessas de campanha dele, a de taxas de importações, pode até mesmo ser um tiro no pé e causar aumento de preços dentro dos EUA, já que o país também depende de produtos do exterior, como no caso do aço brasileiro.
O papel do Brics
Na mesma entrevista em que subestimou a relação bilateral com o Brasil, Trump teceu críticas ao Brics. O bloco – do qual fazem parte também Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia – terá presidência brasileira em 2025.
Uma das discussões no Brics, cujos países somam 46% da população mundial, é uma alternativa ao dólar para as transações comerciais. Questionado, Trump afirmou que “não há como fazer isso”.
Na prática, o Brics representa um arranjo alternativo à hegemonia que os Estados Unidos construíram principalmente a partir da Segunda Guerra. Com a dianteira tomada pela China, segunda maior economia do mundo, há a ameaça de que a influência americana seja substituída.
Mas essa briga também não será fácil para Trump. “Os EUA também têm uma dependência enorme da China, que detém muitos títulos americanos e reservas em dólar”, lembra Carolina Pedroso, da Unifesp.
Aliança anti-trumpista
A retórica do chefe da nação mais poderosa do mundo funciona como um reforço do slogan trumpista de “tornar a América grande de novo”. Nesse contexto, a frase sobre o Brasil é tanto estratégia de marketing pessoal quanto aceno aos apoiadores, lembra Dawisson Belém Lopes, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Dizer essas coisas de forma desassombrada foi um dos traços que o eleitorado americano considerou. Mas, ao externar esse pensamento, Trump, ao mesmo tempo que galvaniza apoio interno, repele parceiros internacionalmente”, lembra Lopes.
Segundo ele, a fala não é um “absurdo”, já que, por se tratar do país mais rico e com maior poderio militar do mundo, é difícil pensar em relações bilaterais simétricas com os Estados Unidos. “Mas isso não quer dizer que o Brasil deva se subordinar e aceitar esse tipo de provocação. Não há indicativo qualquer neste momento que o Brasil possa se favorecer bilateralmente com o governo Trump”, acrescenta.
Por outro lado, o professor da UFMG pontua que a posição do republicano pode ter consequências desfavoráveis aos americanos, já que cria reações de outros governos, que se veem instados a reagir, afastando parceiros potenciais como os latino-americanos e os europeus, por exemplo em temas como o meio ambiente. Uma das primeiras medidas de Trump foi retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. “Ele pode estar criando para si um desafio que consistiria nessa aliança anti-trumpista”, arremata o professor.
“É uma fala que em si não é absurda, já que os EUA tendem a ter vantagem na relação com a América Latina. Mas ela pode trazer mais malefício que benefício. Abdicar de diplomacia sempre é uma aposta arriscada, porque o custo aumenta nas interações e, pelo visto, a julgar pelas primeiras reações de países da América Latina, não vai ser submissão e subordinação o que o Trump vai encontrar pela frente”, afirma Lopes.
Ele lembra que, na América Latina, já houve reações contrárias logo após a posse de Trump. O presidente do Panamá, José Raul Mulino, disse que “nenhum país vai interferir” na administração do Canal do Panamá, cujo controle o americano prometeu retomar para os EUA. Já Claudia Sheinbaum, presidente mexicana, provocou e sugeriu chamar o vizinho de “América Mexicana” após Trump ter externado a intenção de renomear o Golfo do México para “Golfo da América”.
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Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)
Tim Maia
Vou pedir pra você voltar
Vou pedir pra você ficar
Eu te amo
Eu te quero bem
Vou pedir pra você gostar
Vou pedir pra você me amar
Eu te amo, eu te adoro
Meu amor
A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar
Te espero para ver se você vem
Não te troco nesta vida por ninguém
Porque eu te amo
Eu te quero bem
Acontece que, na vida, a gente tem
Que ser feliz por ser amado por alguém
Porque eu te amo, eu te adoro
Meu amor
A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar (só quero amar)
A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
De jeito maneira
Não quero dinheiro
Quero amor sincero
Isto é que eu espero
Grito ao mundo inteiro
Não quero dinheiro
Eu só quero amar (amar, yeah, yeah, yeah, yeah)
A semana inteira
Fiquei esperando
Pra te ver sorrindo
Pra te ver cantando
Quando a gente ama
Não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
Composição: Tim Maia.
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Building a highly accurate digital twin of the Earth
Só Quero Dinheiro (Não Quero Amar)
Versão de Trump para primeiro brasileiro preso, expulso e deportado da América sem direito a permanecer na Terra Grande de Tio Sam
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Tempos
Sombrios
Mas tenho preferido não ver
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Por que devemos chamá-lo de fascista
O Estado de S. Paulo. · 23 jan. 2025 · A5 · Eugênio Bucci JORNALISTA, É PROFESSOR DA ECA-USP
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Donald Trump é fascista? Há quem diga que n ã o d e v e mos qualicá-lo dessa forma. A
cientista política Wendy Brown, por exemplo, acha que o autoritarismo que tem crescido
no nosso tempo é de outra natureza. Em 2022, numa entrevista para o site Nueva Sociedad,
ela apontou distinções entre a ditadura de Benito Mussolini e os regimes atuais de extrema
direita. Segundo ela, as autocracias do século 21 “nascem da racionalidade neoliberal” e se
diferenciam do fascismo clássico por serem “autoritárias no âmbito político e libertárias
nos assuntos da vida civil e pessoal”.
Eu não discordo de Wendy Brown. Existem autocratas na atualidade que não ligam a
mínima para temas como casamento gay. Se alguns são machistas furibundos, e Donald
Trump é um deles, outros não adotam o moralismo misógino do velho Duce. Existem até
líderes de extrema direita que são lésbicas declaradas.
As dessemelhanças não param aí. O fascismo de cem anos atrás era mais estatizante que o
autoritarismo ultraliberal que aí está. Era mais “trabalhista” também. Mussolini posava de
defensor do operariado e, na Alemanha, o partido de Adolf Hitler até tinha “socialista” no
nome: Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães. Bem sabemos que ambos
dizimaram os sindicalistas de todos os tipos, mas, ao menos no início, ngiam representar
os pobres. Não por acaso, Getúlio Vargas, vulgo “pai dos pobres”, foi buscar na Carta del
Lavoro da Itália fascista a inspiração para a sua Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Ora, Trump não quer nada com os sindicatos, promove unicamente a causa capitalista e
convence as massas: hoje, os serviçais mais espoliados se denem como “empreendedores”, não mais como trabalhadores. Aparentemente, portanto, não teria nada em comum
com Hitler ou Mussolini.
Se formos além das aparências, porém, veremos que Trump tem um pé, ou mesmo dois, no
fascismo mais descarado. Sua estratégia é desmantelar a democracia para destroçar os
direitos sociais, abandonar os mais frágeis no deserto, perseguir os estrangeiros, insuar o
nacionalismo e autorizar toda forma de acumulação de capital em seus territórios. Como
Hitler e Mussolini.
Em 1995, o pensador italiano Umberto Eco escreveu para a revista The New York Review of
Books um ensaio intitulado Ur
Estratégia de Trump é desmantelar a democracia, perseguir os estrangeiros, insuar o
nacionalismo. Como Hitler e Mussolini
Fascism. Eco não tinha em mente o fascismo histórico, mas um regime totalitário que seria
atemporal, o “fascismo eterno”, que ele descreveu em 14 traços característicos.
O primeiro desses traços é o elogio de um passado glorioso da pátria, um passado inventado. Trump, com seu Make America Great Again, ou, simplesmente, Maga, cumpre o gurino. O segundo traço é a recusa da modernidade e do iluminismo, com forte repúdio ao
intelectualismo. Vêm em seguida o irracionalismo, abastecido pelas teorias da conspiração,
o discurso do “nós” contra “eles”, o racismo (ou o ódio aos imigrantes), o apelo aos ressentimentos das classes médias frustradas, o nacionalismo exacerbado, a exploração do sentimento de humilhação e a construção de um clima de guerra permanente. O décimo
traço do “fascismo eterno” consiste no desprezo pelos mais fracos, seguido pela educação
para o heroísmo: todo mundo deve querer morrer pelo regime. A xação em objetos fálicos,
como armas, é outra característica, bem própria do “machismo” (esse é o vocábulo usado
por Umberto Eco). Depois, temos o populismo exacerbado. O traço de número 14 é o discurso tosco, primário, que repele raciocínios complexos e a razão crítica.
Deu para reconhecer o trumpismo? Ou você quer mais? Outro estudioso que pode ajudar é
Jason Stanley. No livro Como Funciona o Fascismo, ele enumera características essenciais
(algumas coincidem com as de Umberto Eco): o passado mítico, a propaganda como fonte
da verdade, o anti-intelectualismo, o senso de irrealidade, a predileção por soluções hierarquizantes, a cultura de vitimização (sobretudo do líder), o apelo constante à lei e à
ordem, a ansiedade sexual (desejos reprimidos à or das mucosas), a obsessão pela pátria
(“America rst”,
“Brasil acima de tudo” ou “Deutschland über alles”) e a desarticulação da união e do bemestar público. Os fascistas geram instabilidade, produzem tumultos e arruaças (como o 6 de
janeiro de 2021 nos Estados Unidos e o 8 de janeiro de 2023 no Brasil), enquanto prometem
disciplinar a sociedade por meio da autoridade violenta.
Num artigo de 1951 ( A teoria freudiana e o padrão da propaganda fascista), o lósofo Theodor Adorno mostrou que a comunicação do fascismo “tem de mobilizar processos irracionais, inconscientes e regressivos ”. É oque otrump ismo fez e faz com as big techs.
Sim,éprecisoch amar Trump de fascista. Ele restaura e impulsiona o fascismo. Numa das
solenidades de sua posse, na segunda-feira, Elon Musk subiu ao palco e fez uma saudação
nazista. Duas vezes. Foi um “Heil, Trump”
aloprado. Na véspera, num comício informal em Washington, Steve Bannon fez o mesmo
gesto para cumprimentar os representantes da AfD alemã. Duas vezes. Valei-nos, democracia. •
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