Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 19 de janeiro de 2025
ANUNCIARAM E GARANTIRAM QUE NÃO IA SE ACABAR
"Falsa preguiça
Ira de mentira
Porque guardar pra si
Tanta beleza
Quanta avareza, eeeh!
Quanta avareza..."
Compositores: Lula Queiroga
Letra de Não Faz Mal a Ninguém © Mameluco Producoes E Edicoes Musicais
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Charge do JCaesar: 16 de janeiro
Por
José Casado
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Não Faz Mal a Ninguem
Lenine
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Ponta de inveja
Um dedo de luxúria
Olhada de guloso
Não faz mal a ninguém
Se ela quiser também, Hum!
Se ela quiser também...
Falsa preguiça
Ira de mentira
Porque guardar prá si
Tanta beleza
Quanta avareza
Quanta avareza....
É um pecado não gostar
De alguém assim
É um pecado não gostar
Assim de alguém...(2x)
Ponta de inveja
Um dedo de luxúria
Olhada de guloso
Não faz mal a ninguém
Se ela quiser também
Se ela quiser também...
Falsa preguiça
Ira de mentira
Porque guardar prá si
Tanta beleza
Quanta avareza, eeeh!
Quanta avareza...
É um pecado não gostar
De alguém assim
É um pecado não gostar
Assim de alguém...(2x)
Inveja, Ira, Gula, Vaidade
Luxúria, Preguiça e Avareza
É um pecado não amar
Alguém assim
É um pecado não pecar
Com essa princesa...(2x)
Que beleza!
Quando o pecado
Entra e sai
Da cabeça!...(4x)
Inveja, Ira, Gula, Vaidade
Luxúria, Preguiça e Avareza
É um pecado não amar
Alguém assim
É um pecado não pecar
Com essa princesa...
Compositor: Lula Queiroga E Lenine
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Quando uma palavra tem mais de um significado, diz-se que é polissêmica. Quando uma palavra tem o mesmo som ou a mesma grafia, mas significados diferentes, diz-se que é homônima.
Polissemia
A palavra "polissemia" vem do grego polysemos, que significa "muitos significados".
A polissemia é um fenômeno linguístico.
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Brasil
Éden amazônico
Conto de Natal da Guiana embala fantasias sobre um tesouro brasileiro
Por José Casado
Atualizado em 17 jan 2025, 11h57 - Publicado em 17 jan 2025, 06h00
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/eden-amazonico
A economia cresceu 40%. O novo orçamento será recorde, os gastos públicos devem aumentar 45%. Haverá distribuição de dinheiro diretamente ao povo, com doação de 6 000 reais a cada família, A economia cresceu 40%. O novo orçamento será recorde, os gastos públicos devem aumentar 45%. Haverá distribuição de dinheiro diretamente ao povo, com doação de 6 000 reais a cada família, além da garantia de saúde e escola grátis para todos, universidade incluída. O salário mínimo vai subir 66%, para 3 000 reais, e o poder de compra vai crescer: o governo decidiu cortar pela metade o custo da conta de luz residencial. Haverá mais, muito mais ainda. O caixa está cheio e o ano é de reeleição presidencial.
Lula já viu e ouviu sobre esse Éden político na Amazônia, 3 000 quilômetros ao norte de Brasília. Se acaso tem inveja do que o presidente Mohamed Irfaan Ali está fazendo na Guiana, tudo bem, porque, como diz o compositor Lenine, uma olhada de guloso não faz mal a ninguém.
Irfaan Ali tem 44 anos. É do tempo em que Lula, no ocaso da ditadura, fundava o Partido dos Trabalhadores no Colégio Sion, em São Paulo. Filho de professores indo-guianenses muçulmanos, migrou de uma ilha da região de Essequibo, objeto de delírios militaristas da ditadura da vizinha Venezuela, para a capital, Georgetown. Ganhou a eleição presidencial de 2020, pelo Partido Popular Progressista-Cívico, mas sua vitória só foi reconhecida cinco meses depois da votação, sob pressão diplomática coordenada entre Washington e Brasília.
Ele nem completara dois meses no poder, quando fez o anúncio que mudou a história da Guiana: começara a jorrar petróleo no mar em frente a Georgetown, na plataforma da ExxonMobil que flutuava a 120 quilômetros da costa. Naquela véspera de Natal, os 780 000 habitantes da Guiana ganharam o grande prêmio da loteria geológica. Era um dos países mais pobres do mundo, se tornou dos mais ricos da América do Sul. Irfaan Ali vai tentar a reeleição em novembro (o dia de votação ainda não foi marcado).
Foi-se o tempo de misérias em noites “sem lua, sem nome”, como escreveu o poeta León-Gontran Damas (1912-1978) sobre o período da opressão colonial europeia numa sociedade construída no sincretismo das culturas indígena, africana e indiana. Agora, sonhos de prosperidade e riqueza moldam o horizonte de um novo petroestado sul-americano.
A Guiana tem reservas equivalentes a 10 250 barris de petróleo por habitante, calcula o Banco Mundial. É mais do que possuem os Emirados Árabes Unidos (10 100 barris per capita), a Arábia Saudita (8 100) e a Venezuela (9 500). A confirmação da extensão dos depósitos de óleo à costa do Suriname, que pretende iniciar a exploração no próximo ano, tem provocado no governo brasileiro intenso debate sobre a conveniência de anunciar operações da Petrobras no litoral do Amapá antes ou depois da COP30, a conferência da ONU sobre meio ambiente, em novembro.
Petróleo passou a ser o principal produto brasileiro de exportação. Liderou as vendas externas no ano passado (13,3% do total, à frente da soja, com 12,7% do valor somado no período). A Petrobras não tem certeza da existência de óleo no litoral norte, no trecho que chama de Margem Equatorial, mas insiste na aposta. Esgrime com o argumento do declínio das reservas no pré-sal do Sudeste nos próximos quatro anos. E apresenta um cenário ruim para qualquer governo, no qual o país poderia voltar à condição de importador a partir de 2032. A realidade pode ser pior, porque o país não possui um plano B para conversão da sua maior empresa, dedicada ao petróleo há 71 anos, numa grande companhia de energia.
Lula deseja ver a Petrobras explorando a costa do Amapá. As sondagens no pré-sal do Sudeste começaram antes da sua chegada ao Planalto, em 2002, mas foi ele quem se beneficiou das grandes descobertas na faixa litorânea entre São Paulo, Rio e Espírito Santo, às vésperas da temporada de reeleição. O governo quer aproveitar as fontes de receita do petróleo enquanto for politicamente possível e diplomaticamente aceitável, mas Lula receia a reação interna e externa às incertezas e riscos sobre a abertura de uma frente exploratória da Petrobras no litoral do Amapá, onde as condições ambientais são muito complexas.
A Amazônia estará na vitrine mundial na COP30 da primavera em Belém. Quando acabar, prevê-se no Planalto, Lula terá duas decisões a tomar: quando a Petrobras começará a operar na costa do Amapá e se vai, ou não, disputar a reeleição em 2026. O conto de Natal da Guiana embala fantasias políticas sobre um tesouro oculto na Amazônia brasileira.
Os textos dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de VEJA
Publicado em VEJA de 17 de janeiro de 2025, edição nº 2927
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/eden-amazonico
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Bacia Amazônica
A Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo e está situada nos territórios do Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela.
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“Lembre-se de que esses contos se
originaram nos territórios que formam a Bacia Amazônica e de que a Amazônia
banha as únicas terras do mundo ainda inexploradas”9
(DAMAS, 1972, p. 11,
tradução minha).
file:///C:/Users/User/Downloads/cadernosdetraducao,+08+Cad.+de+Lit.+Trad.+25.pdf
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SERGIO RAMÍREZ
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LA DICTADURA DE MADURO.
Sergio Ramírez.
12 ENE 2025
Con la toma de posesión de Nicolás Maduro como presidente fraudulento se remachan los clavos de otra dictadura en Venezuela, como las tantas que ese país ha sufrido en su historia moderna, de Juan Vicente Gómez a Marcos Pérez Jiménez a Hugo Chávez, todos respaldados en su hora por una casta militar corrupta, una oligarquía complaciente de viejos o nuevos ricos y validos de los instrumentos clásicos de las autocracias latinoamericanas, el fraude electoral, la represión violenta, el desprecio a la institucionalidad, y el Estado tomado como botín para afianzar lealtades y complicidades políticas.
Dictaduras de distinta duración, pero con rasgos comunes. Juan Vicente Gómez llegó al poder con el golpe de Estado que dio a su compadre Cipriano Castro, y mandó con puño férreo durante 27 años, de 1908 a 1935, sobre un país que pasaba del atraso rural a la explotación de los pozos petroleros. Se valió de ardides y argucias legales para aparentar legitimidad, sin dejar nunca de manipular la Constitución, hasta que pudo morir en su cama, de cáncer en la próstata, noticia que se mantuvo oculta hasta el 17 de diciembre de 1935, aniversario de la muerte de Simón Bolívar, para que pasara a la inmortalidad en sacra compañía. Parecerse a Bolívar hasta en la muerte ha sido una obsesión constante de los tiranos de Venezuela.
El general Marcos Evangelista Pérez Jiménez subió a la silla presidencial en 1952 por medio de otro golpe de Estado, y sólo se pudo quedar hasta 1958, seis años de rapiña y cuantiosas obras públicas, otra vez el maná del petróleo, que le rindieron a él y a sus paniguados jugosas coimas.
De golpe de Estado en golpe de Estado, como el que intentó dar el comandante Hugo Chávez en 1992 al presidente constitucional Carlos Andrés Pérez, fallido pero suficiente para crearle prestigio como líder del descontento popular frente al sistema de alternabilidad bipartidista nacido del Pacto de Punto Fijo que había durado desde la caída de Pérez Jiménez, pero comenzaba a hacer agua.
Antes de que Chávez asumiera la presidencia tras ganar las elecciones en 1998, García Márquez le hizo una larga entrevista durante un vuelo de La Habana a Caracas, y el texto concluía: “Mientras se alejaba entre sus escoltas de militares condecorados y amigos de la primera hora, me estremeció la inspiración de que había viajado y conversado a gusto con dos hombres opuestos. Uno a quien la suerte empedernida le ofrecía la oportunidad de salvar a su país. Y el otro, un ilusionista, que podía pasar a la historia como un déspota más”.
De esta doble profecía fue cierta la segunda, con lo que quedaba demostrado que nada bueno ha resultado nunca de un golpe de Estado. Chávez se convirtió en un dictador arbitrario, con carisma y con respaldo popular, capaz de vender el agua de colores de una revolución bolivariana, otra vez Simón Bolívar reencarnado de por medio. A su muerte pudo escoger un heredero, Nicolás Maduro, que lejos de los encantos histriónicos de su valedor, ha usado para sostenerse la maquinaria de poder chavista, partido-petróleo-ejército-fuerzas de seguridad-colectivos represores, y ya por último recurriendo al truco más antiguo y descarado de la vieja república bananera, el del robo de las elecciones a la vista pública.
Las dictaduras de Juan Vicente Gómez y de Pérez Jiménez fueron de derecha pura y dura. Esa vieja derecha latinoamericana de los generales entorchados que se beneficiaba del anticomunismo y protegía los intereses tradicionales de las oligarquías criollas, y llegada la hora respondía a los patrones de la Guerra Fría.
Chávez, en cambio, reivindicaba a la izquierda desde una rara mescolanza de populismo que promete y reparte, a lo Juan Domingo Perón, y de un socialismo del siglo XXI, creación suya, que hizo nacer una nueva casta oligárquica y familiar de Rolex de oro en la muñeca y cuentas bancarias cifradas en Andorra y otros paraísos bancarios, una casta socialista que no se ha cansado de saquear la compañía estatal Petróleos de Venezuela, hasta dejarla exhausta.
El dictador Maduro se pone sobre la frente la etiqueta de izquierda, pero eso da igual, porque lo que hace no la diferencia de las viejas dictaduras de derecha que encarcelaban, exiliaban, reprimían y clausuraban y confiscaban manu militari los medios de prensa, y se iban por el camino del fraude electoral descarado. Como ahora mismo que Maduro hace que le coloquen una banda presidencial que no es sino espuria.
El presidente de Chile, Gabriel Boric, con valentía ética que les falta a otros que colocan la ideología por delante de la defensa de los valores democráticos, afirma: “Yo soy una persona de izquierda y desde la izquierda política les digo que el gobierno de Nicolás Maduro es una dictadura y tenemos que hacer todos los esfuerzos internacionales para que se restablezca la ley, la democracia, todos los esfuerzos para que el pueblo de Venezuela tenga el derecho a decidir su propio destino”.
Lo demás es disimulo, ceguera complaciente, o complicidad.
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Sergio Ramírez.
EL PAÍS.
12 ENE 2025 - 05:00 CET
Sergio Ramírez es escritor y premio Cervantes. Fue vicepresidente de Nicaragua entre 1985 y 1990. Su último libro es El caballo dorado (Alfaguara).
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