Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
"Entrelaços do Tempo: Reflexões sobre o Passado, Presente e Futuro"
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O artigo de Fernando Gabeira, publicado em O Globo, oferece uma visão ampla sobre as complexidades geopolíticas e climáticas que moldam o início de 2025. Vamos desmembrar os principais temas abordados:
Reflexão Final
O artigo conclui que 2025 começa com uma série de desafios interconectados: políticos, sociais e ambientais. O Brasil, em particular, encontra-se em um ponto de inflexão, com demandas internas e externas que exigem atenção estratégica. O tom crítico e irônico de Gabeira ressalta a complexidade dessas questões e a necessidade de uma abordagem equilibrada e pragmática.
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Quente, o ano começa quente – Fernando Gabeira -
O Globo
Trump quer anexar o Canadá, tomar o Canal do Panamá. Certamente, estará muito ocupado nos primeiros momentos
Maduro no dia 10; Trump, no dia 20. São datas diferentes de posse e eles estão longe um do outro. No entanto é possível esperar dias tensos no Sul.
Trump quer anexar o Canadá, tomar o Canal do Panamá e comprar a Groenlândia. Certamente, estará muito ocupado nos primeiros momentos. Nos discursos de campanha, ele mencionou algumas vezes a Venezuela:
— Estão nos mandando presidiários e delinquentes.
Ao que tudo indica, isentou os venezuelanos da prática de matar e comer gatos e cachorros em Springfield. Essa acusação acabou pesando contra os haitianos.
Depois de se eleger no tapetão, escondendo as atas, Nicolás Maduro vive um certo isolamento. Seu adversário nas eleições, Edmundo González, foi recebido na Argentina, no Uruguai e por Joe Biden, nos Estados Unidos.
Só na semana da posse, Maduro rompeu com o Paraguai, e o Chile retirou o embaixador em Caracas: está cada vez mais só.
Toda a tensão entre Estados Unidos e Venezuela acabará repercutindo no Brasil. No passado, Bolsonaro simplesmente replicava a posição de Trump. Lula sempre se dispôs a mediar. No entanto as relações entre Maduro e Lula esfriaram precisamente porque o venezuelano não teve condições de demonstrar que venceu as eleições. Apesar da boa vontade, não deu para passar pano.
O Brasil não ignorará a nova situação porque a Venezuela está muito perto. Temos mais de 400 mil refugiados venezuelanos em nosso território. Certamente, o número crescerá à medida que o novo mandato de Maduro vá se tornando uma realidade.
Maduro quer anexar Essequibo, região da Guiana rica em petróleo. O Brasil tem condições de evitar que a Venezuela invada a Guiana por terra. Nossas forças em Pacaraima (RR), fronteira com a Venezuela, e Bonfim (RR), com a Guiana, estão prontas para qualquer emergência. Tive a oportunidade de visitar os dois quartéis e observar que, além de seu equipamento, distam minutos de voo de Boa Vista, sede da 1ª Brigada de Infantaria de Selva.
Além dessa questão, há os ianomâmis, que vivem entre Brasil e Venezuela. Temos feito um grande esforço para protegê-los do garimpo ilegal. De que adianta tudo isso, se não há o mesmo empenho do lado de lá? Às vezes, os ianomâmis andam nove dias na floresta para alcançar a área brasileira onde recebem tratamento médico.
Todas essas implicações — sem falar na compra de energia e mesmo no compartilhamento do monumental Monte Roraima —fazem com que o Brasil não possa ignorar o destino da Venezuela.
Sei que não cai bem falar de algo que ainda não aconteceu, num país como o nosso, cheio de problemas urgentes. Mas a posse das duas figuras indica problemas à vista.
O que será mais discutido nas relações Brasil-Estados Unidos, certamente, é o caso das plataformas digitais, que se alinham a Trump. Primeiro foi o X, agora a Meta. Ambos com o discurso de liberdade de expressão absoluta. Já escrevemos demais sobre isso. O Brasil e parte da Europa têm uma concepção diferente da americana. Será preciso respeitar as características nacionais.
O Congresso brasileiro até o momento decidiu não legislar sobre o tema. O Supremo está julgando casos que podem ser decisivos para a posição nacional.
Talvez o momento seja de reabrir uma grande discussão sobre o modelo que o Brasil pretende implantar. O combate às fake news envolve uma série de boas causas, como a proteção de direitos individuais, o cuidado com as crianças, o respeito à democracia.
No entanto a bandeira da liberdade de expressão tem um grande apelo. Não será um caminho fácil. O ano começa quente. E por falar em temperatura, também aí não será um caminho fácil. Às vezes, as mudanças climáticas entram no limbo, e os primeiros eventos extremos as recolocam na agenda. Tantos prefeitos e vereadores novos... Deus queira que se deem conta do mundo mudado.
A ONU tem acentuado que a seca é o novo normal. Nos últimos três anos, mais de 30 países já declararam emergência por causa da seca, inclusive alguns de alta renda, como Estados Unidos, Canadá e Espanha.
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A História De Lily Braun | Edu Lobo (Special Edition)
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Biscoito Fino
17 de ago. de 2021 #Beatriz #SpecialEdition #EduLobo
Faixa "A História De Lily Braun" de Edu Lobo, do álbum "Edu 70 Anos" (Special Edition)
O álbum que celebra os 70 anos de Edu Lobo ganha as plataformas digitais em edição especial com 8 novas canções. Gravado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, "Edu 70 Anos" foi lançado pela primeira vez em 2013 em CD e DVD.
Um dos maiores compositores da MPB recebeu no palco convidados do mesmo quilate: Maria Bethânia, Chico Buarque, Mônica Salmaso e Bena Lobo são os convidados desta grande festa.
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ACONTECIMENTOS QUE MOVIMENTARAM A POLÍTICA EM 2024 I CANAL LIVRE
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Band Jornalismo
Transmissão ao vivo realizada há 11 horas #BandTVAoVivo
O Canal Livre deste domingo (12), vai relembrar os acontecimentos que movimentaram a política no ano de 2024. Os assuntos mais importantes do ano na visão dos protagonistas e de um time de convidados especiais.
O programa vai abordar as principais notícias do cenário político do ano passado, os melhores momentos das entrevistas políticas que marcaram o ano e que vão influenciar o que acaba de começar.
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WW Especial - Trumponomics 2.0: O que esperar? - 12/01/2025
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CNN Brasil
12 de jan. de 2025 #CNNBrasil
Assista ao WW Edição especial deste domingo, 12 de janeiro de 2025. #CNNBrasil
O tema do programa é: Trumponomics 2.0 - O que esperar?
Participam deste programa Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC, Solange Srour, diretora de macroeconomia no UBS GWM e Fabio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA. #cnnbrasil
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Título para o Artigo
"Entrelaços do Tempo: Reflexões sobre o Passado, Presente e Futuro"
Epígrafe
"O tempo não é uma linha, mas uma dimensão, onde o passado, o presente e o futuro coexistem no agora."
— Jorge Luis Borges
Citação Inspiradora
"Não somos prisioneiros do passado, mas artesãos do futuro."
— Antonio Gramsci
Excerto de um Poema
"O passado é lição, o presente é ação,
E o futuro, canção que ainda se escreve."
— Cecília Meireles, adaptado de Canteiros
Trecho de uma Canção
"Quem sabe o passado ainda esteja por vir,
Quem sabe o presente já esteja no fim."
— "O Mundo é um Moinho", Cartola
Epitáfio
"Aqui jaz quem entrelaçou memórias, sonhos e ações,
Criando no tempo um legado que nunca cessa."
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"Na fantasia, o passado, presente e futuro são entrelaçados pelo fio do desejo que os une" é uma frase de Sigmund Freud.
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Freud considerava a fantasia um conceito importante na psicanálise, e acreditava que ela era uma forma de representação mental que se originava dos desejos inconscientes do indivíduo. Para ele, as fantasias eram produzidas pela mente inconsciente como uma forma de lidar com conflitos e traumas emocionais.
Freud acreditava que o desejo surge das pulsões internas, como a sexualidade e a agressividade. Ele também descreveu a existência de desejos conscientes e inconscientes, sendo este último um terreno fértil para o surgimento de conteúdos reprimidos.
Freud qualificou a fantasia de realidade psíquica, pois ela substituía uma satisfação real impossível por uma satisfação fantasiada possível.
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Futuro Passado Capa comum – 5 fevereiro 2007
Edição Português por Reinhart Koselleck (Autor)
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Faleceu em fevereiro de 2006, aos 82 anos de idade, reinhart koselleck, um dos mais eruditos historiadores contemporâneos, principal construtor da história dos conceitos [begriffsgeschichte]. A contraponto já havia editado "crítica e crise", sua tese de doutoramento. Agora, junto com a editora da puc-rj, apresenta a primeira edição em língua portuguesa dessa coletânea de obras-primas que formam, em conjunto, uma notável reflexão sobre o tempo histórico. Koselleck rastreia principalmente o surgimento do conceito moderno de história, para ele a mais importante inovação conceitual da modernidade. Até meados do século xviii, o termo história (em alemão, historie) era sempre usado no plural para designar narrativas particulares, descosidas entre si: a história da guerra do peloponeso, a história de florença, a história da igreja. A função dessas narrativas era prover exemplos de vida a serem seguidos pelos contemporâneos. O iluminismo altera essa relação do homem com o tempo. No lugar da historie, entra a geschichte, termo da língua alemã que designa uma sequência unificada de eventos que, vistos como um todo, constituem a marcha da humanidade. Toda a humanidade inclui-se agora em um único processo temporal, que contém em si a sua própria narrativa. Assim, a história torna-se o seu próprio objeto. Abre-se o caminho para a criação da filosofia da história, que pretende apreender o passado, o presente e o futuro como uma totalidade dotada de sentido. é da construção de um futuro planejado que agora se trata. Nas sociedades modernas do ocidente, o espaço de experiências do passado e o horizonte de expectativas de futuro se dissociam, e o conceito de progresso faz sua entrada triunfal na cultura dominante. Como diz marcelo jasmin na apresentação desta edição: "se as histórias (no plural) guardavam a sabedoria acumulada pelos exemplos do passado para servir de guia à conduta presente, evitando a repetição dos erros e estimulando a reprodução do sucesso, a história (como um singular coletivo) tornou-se uma dimensão inescapável do próprio devir, obrigando toda ação social a assumir horizontes de expectativa futura (.). Não se trata tão-somente de uma alteração nos significados tradicionais, mas de uma verdadeira revolução nas maneiras de se conceber a vida em geral, de imaginar o que nela é possível ou não, assim como o que dela se deve esperar. é este um dos sentidos em que a história conceitual de reinhart koselleck vai além da pesquisa etimológica ou filológica do conceito. Ela é uma pesquisa da consciência humana no seu enfrentamento com as condições de possibilidade da existência, daquilo que se é e daquilo que se pode vir a ser." é da gênese e dos limites da modernidade que estamos tratando neste livro fundamental. Renhart koselleck nasceu em gorlitz, alemanha, em 23 de abril de 1923. Terminou seu doutoramento em 1954, apresentando a tese "crítica e crise", lançada no brasil pela contraponto. Sua obra dedicou-se, antes de tudo, a investigar a teoria da história e os principais aspectos da história moderna e contemporânea. Foi professor nas universidades de bochum, heidelberg e bielefeld. Foi coautor do monumental geschichtliche grundbegriffe. Historisches lexikon der politisch-sozialen sprache in deutschland, um dicionário histórico dos conceitos político-sociais fundamentais da língua alemã, em nove volumes, publicados entre 1972 e 1997, que teve como principal objetivo conhecer a dissolução do mundo antigo e o surgimento do moderno por meio de sua apreensão conceitual. César benjamin.
https://www.amazon.com.br/FUTURO-PASSADO-Reinhart-Koselleck/dp/8585910836
chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ppghs.fflch.usp.br/sites/ppghs.fflch.usp.br/files/KOSELLECK%2C%20Reinhart.%20Futuro%20passado.pdf
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A História de Lily Braun
Monica Salmaso
Letra
Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri feliz
E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então ficando flou
Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues
Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê
Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
Composição:
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Bom Tempo
Monica Salmaso
Letra
Um marinheiro me contou
Que a boa brisa lhe soprou
Que vem aí bom tempo
O pescador me confirmou
Que o passarinho lhe cantou
Que vem aí bom tempo
Dou duro toda a semana
Senão pergunte à Joana
Que não me deixa mentir
Mas, finalmente é domingo
Naturalmente, me vingo
Eu vou me espalhar por aí
No compasso do samba
Eu disfarço o cansaço
Joana debaixo do braço
Carregadinha de amor
Vou que vou
Pela estrada que dá numa praia dourada
Que dá num tal de fazer nada
Como a natureza mandou
Vou
Satisfeito, alegria batendo no peito
O radinho contando direito
A vitória do meu tricolor
Vou que vou
Lá no alto
O sol quente me leva num salto
Pro lado contrário do asfalto
Pro lado contrário da dor
Um marinheiro me contou
Que a boa brisa lhe soprou
Que vem aí bom tempo
O pescador me confirmou
Que o passarinho lhe cantou
Que vem aí bom tempo
Ando cansado da lida
Preocupada, corrida, surrada, batida
Dos dias meus
Mas uma vez na vida
Eu vou viver a vida que eu pedi a Deus
Composição: Chico Buarque.
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"O presente entrelaça o passado que permanece com o futuro que acontece."
A frase "O presente entrelaça o passado que permanece com o futuro que acontece" pode dialogar com diferentes correntes filosóficas, científicas ou espirituais, dependendo do enfoque. A seguir, apresento algumas interpretações fundamentadas:
1. Corrente Filosófica: Fenomenologia e Existencialismo
Fundamentação: A fenomenologia, especialmente nas ideias de Martin Heidegger, e o existencialismo, abordado por filósofos como Jean-Paul Sartre, exploram o conceito do tempo como um fenômeno vivido. Para Heidegger, o "ser" está sempre em relação ao tempo: o passado (como fato vivido), o presente (como ação) e o futuro (como projeção) são inseparáveis na construção do ser.
Justificativa: A frase reflete a ideia de que o presente não é um momento isolado, mas sim um "entrelaçamento" contínuo entre o que já foi (passado que ainda ressoa) e o que está por vir (futuro que está se formando no agora). Isso está em sintonia com a ideia do tempo como um fluxo, em oposição a um conjunto de momentos distintos.
2. Corrente Científica: Física e Teoria da Relatividade
Fundamentação: Na física moderna, especialmente na Teoria da Relatividade de Albert Einstein, o tempo não é linear e absoluto. O passado, presente e futuro são vistos como parte de um "continuum espaço-tempo". Nesse sentido, eventos que ocorreram (passado) continuam a influenciar o presente, que, por sua vez, afeta o futuro.
Justificativa: A frase pode ser interpretada como uma metáfora para a interconexão espaço-temporal, sugerindo que o presente "entrelaça" essas dimensões temporais de forma indissociável, como ocorre no tecido do espaço-tempo.
3. Corrente Espiritual: Filosofias Orientais e Espiritualidade Contemporânea
Fundamentação: Nas tradições espirituais orientais, como o hinduísmo e o budismo, o tempo é percebido como cíclico e interdependente. O presente carrega os "resíduos" (samskaras) do passado e contém as sementes (karmas) do futuro. Essa visão é também comum na espiritualidade contemporânea, que valoriza a presença consciente e a integração do fluxo do tempo.
Justificativa: A frase dialoga com a ideia de que o passado está vivo no presente, enquanto o futuro está sendo continuamente criado. Isso ressoa com a noção de que todos os momentos estão interconectados em um processo dinâmico e integral.
Conexões e Reflexões
A frase é rica e dialoga com múltiplas visões, mas um ponto comum entre todas essas abordagens é a rejeição do tempo como algo fragmentado. Seja na filosofia, na ciência ou na espiritualidade, há um consenso crescente de que passado, presente e futuro são interdependentes, e essa relação é essencial para compreender nossa existência.
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A frase "O presente entrelaça o passado que permanece com o futuro que acontece" pode ser analisada e criticada por visões aristotélica, platônica e moderna gramsciana a partir dos fundamentos dessas correntes de pensamento. Vamos explorar como cada uma dessas abordagens criticaria e reinterpretaria o enunciado:
1. Visão Aristotélica
Crítica:
Aristóteles, em sua obra sobre o tempo (principalmente em "Física"), concebe o tempo como uma medida do movimento em relação ao "antes" e ao "depois". Para ele, o tempo é inseparável do movimento e depende da percepção humana. Portanto, a frase poderia ser criticada por sua ambiguidade, pois não especifica como ocorre o "entrelaçamento" do passado, presente e futuro. Aristóteles poderia apontar que o passado é irreversível, o futuro é potencial e o presente é o único ponto de atualidade.
Reinterpretação Aristotélica:
"O presente atualiza as potências do passado e abre espaço para as possibilidades do futuro."
Essa formulação estaria mais alinhada à visão de Aristóteles, enfatizando a dinâmica entre ato (presente) e potência (futuro) e reconhecendo o passado como uma realidade imutável que serve como fundamento.
2. Visão Platônica
Crítica:
Platão, em sua visão metafísica, valorizava o mundo das ideias como eterno e perfeito, em oposição ao mundo sensível, que é transitório e ilusório. A frase, ao se concentrar na interconexão temporal (uma característica do mundo sensível), poderia ser criticada por sua falta de referência ao eterno ou ao imutável. Ele poderia argumentar que o entrelaçamento do tempo, conforme descrito, não aborda o verdadeiro conhecimento, que está na esfera das ideias atemporais.
Reinterpretação Platônica:
"O presente reflete as sombras das ideias eternas que moldam tanto o passado quanto o futuro."
Essa formulação desloca a ênfase do fluxo temporal para uma concepção metafísica, onde o tempo é subordinado à realidade eterna e ideal.
3. Visão Moderna Gramsciana
Crítica:
Antonio Gramsci, em sua análise histórica e materialista, poderia criticar a frase por sua falta de atenção às estruturas de poder e às relações materiais que moldam o tempo histórico. Ele poderia argumentar que o passado, o presente e o futuro não se entrelaçam de forma neutra, mas sim em um processo de luta de classes e hegemonia cultural. A frase, assim, seria criticada por não reconhecer a agência humana na transformação do tempo.
Reinterpretação Gramsciana:
"O presente é o campo de luta onde o passado, condicionado pelas estruturas, é reinterpretado, e o futuro, moldado pela práxis, é construído."
Essa visão incorpora a noção de que o tempo é produto da ação humana em contextos históricos e sociais específicos, enfatizando a transformação social.
Comparação Geral
Aristóteles: Destaca o tempo como um fenômeno objetivo, ligado ao movimento e à atualidade, criticando ambiguidades no conceito de "entrelaçamento".
Platão: Rejeita o tempo como algo essencial, deslocando a discussão para o plano eterno e ideal.
Gramsci: Insiste na historicidade e materialidade do tempo, salientando o papel humano e social na construção do passado, presente e futuro.
Cada perspectiva reflete sua própria visão do mundo, trazendo críticas e reformulações que revelam a profundidade do enunciado ao interagir com diferentes contextos filosóficos e históricos.
A frase "O presente entrelaça o passado que permanece com o futuro que acontece" aproxima-se mais da perspectiva de Gramsci do que das visões de Aristóteles ou Platão. A seguir, apresento uma fundamentação para essa conclusão:
1. Relação com Aristóteles
Aristóteles entende o tempo como uma medida objetiva de movimento, definido pelo "antes" e "depois". Embora a frase toque em aspectos do tempo, ela não explicita a dinâmica entre ato e potência, fundamental na visão aristotélica. Além disso, o conceito de "entrelaçamento" soa impreciso sob a lógica analítica de Aristóteles, que privilegia classificações e distinções claras.
Justificativa: A frase enfatiza a continuidade e a interdependência do tempo, o que contrasta com a abordagem mais técnica e segmentada de Aristóteles sobre o tempo.
2. Relação com Platão
Para Platão, o tempo pertence ao mundo sensível, sendo apenas uma sombra do mundo ideal e eterno. A frase, ao lidar com a interconexão temporal entre passado, presente e futuro, assume uma perspectiva prática e imanente, o que está distante da centralidade platônica nos conceitos eternos e atemporais.
Justificativa: A frase valoriza o movimento e o fluxo temporal, algo que Platão consideraria subordinado à realidade das ideias eternas.
3. Relação com Gramsci
Gramsci, com sua visão histórica e materialista, compreende o tempo como um processo dinâmico, moldado pela práxis e pela interação entre as forças sociais e históricas. A ideia de "entrelaçamento" do passado, presente e futuro reflete bem o conceito gramsciano de que o tempo é simultaneamente uma herança de estruturas históricas (passado que "permanece"), um campo de ação (presente) e um espaço de construção e transformação (futuro).
Justificativa: A frase ressoa com a visão gramsciana de que o tempo é construído e condicionado por ações humanas e contextos históricos, destacando a interdependência entre as dimensões temporais.
Síntese e Conclusão Final
A frase "O presente entrelaça o passado que permanece com o futuro que acontece" aproxima-se mais da visão gramsciana. Isso ocorre porque ela reconhece a continuidade e a transformação entre as dimensões temporais, características fundamentais do pensamento histórico e materialista. Em contraste, a visão aristotélica se revela distante devido à sua abordagem mais técnica, enquanto Platão se afasta por priorizar o atemporal e eterno sobre o temporal e dinâmico.
Portanto, a frase encontra em Gramsci uma ressonância maior, pois reflete a imanência do tempo como algo vivido, construído e transformado pela práxis humana.
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