quinta-feira, 9 de abril de 2020

Oh Yes! Nós temos o SUS








DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.





Começando pelo finalmente





Finalmente, uma homenagem póstuma ao sanitarista Sérgio Arouca, grande idealizador do SUS, que liderou milhares de profissionais de saúde que hoje estão na linha de frente do combate à epidemia. Lembro-me de duas conversas com ele: na primeira, me disse que a emergência era o ponto mais fraco do sistema, subestimada pela cultura dos sanitaristas; na segunda, lamentou não ter conseguido levar adiante seu programa de agentes comunitários de saúde no Rio de Janeiro, sem os quais seria impossível erradicar a dengue e conter epidemias mais graves nas comunidades pobres.





quinta-feira, 9 de abril de 2020    
Luiz Carlos Azedo - Uma homenagem póstuma

- Nas entrelinhas | Correio Braziliense

“Bolsonaro enquadrou Mandetta e responsabiliza governadores e prefeitos pelo desemprego, embora tenham a dura tarefa de conter a epidemia na ponta”

Escrevo antes do pronunciamento de Bolsonaro de ontem à noite, em cadeia de tevê. Pela live que compartilhou no Twitter, a conversa que teve com Luiz Henrique Mandetta obrigou o ministro da Saúde a flexibilizar geograficamente a política de distanciamento social, levando em conta a progressão da doença nos estados. É um perigo, mas Mandetta hasteou a bandeira branca e bateu continência para o presidente da República. Na entrevista coletiva que deu à tarde, deixou isso claro: “Quem comanda este time aqui é o presidente Jair Messias Bolsonaro”, disse. “Tivemos nossas dificuldades internas, isso é público, mas estamos prontos, cada um ciente de seu papel nesta história.”

Não sei qual o acordo que fizeram, mas essa é a ordem natural das coisas num sistema de poder no qual o vértice é o presidente da República. A propósito, Norberto Bobbio, após o assassinato do primeiro-ministro Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, escreveu uma série de artigos sobre a crise italiana, reunidos numa coletânea publicada no Brasil, intitulada As ideologias e o poder em crise, em tradução de Marco Aurélio Nogueira. Destaco dois deles: a política não pode absolver o crime, no capítulo sobre Os fins e os meios, e Quem governa?, em O mau governo.

A referência a Bobbio veio ao caso devido a uma passagem da entrevista do ministro Mandetta. Em certo momento, no chamamento que fez à união de todos contra a epidemia, disse que as autoridades médicas precisam da ajuda de todos, inclusive das milícias e dos traficantes. O ministro não é nenhum ingênuo, deve ter algum motivo para ter falado isso, mesmo sabendo que seria duramente criticado por essa referência ao crime organizado. A grande dúvida é se fez um apelo dramático por puro desespero, pois estamos num momento crucial do crescimento exponencial da epidemia, ou se realmente houve um pacto do governo Bolsonaro com as milícias e os traficantes.

Não seria a primeira que vez que isso aconteceria, com consequências desastrosas, porque favorece a expansão do crime organizado na sociedade e sua infiltração na política. Por outro lado, é muito fácil fazê-lo, pela via das relações perigosas nos sistemas de segurança pública e penitenciário. Ministro-chefe da Casa Civil, o general Braga Netto, ex-interventor no Rio de Janeiro, conhece bem essas conexões. Qual é a lógica perversa por trás desse raciocínio? Todos sabemos que a epidemia ainda não chegou ao povão, está na classe média alta, e só agora registra os primeiros casos de mortes nas favelas e periferias das grandes cidades e regiões metropolitanas conurbadas, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus. Na prática, isso significa toque de recolher e dura punição nas favelas e nas periferias, numa hora em que o presidente da República pressiona pela flexibilização da política de isolamento social.

Quem governa?
Governos monolíticos nas democracias não existem, ainda mais num sistema federativo e de equilíbrio entre os poderes. Bolsonaro enquadrou Mandetta e responsabiliza governadores e prefeitos pelo distanciamento social e o desemprego. Mas sabe também que os governadores e prefeitos, que têm a dura tarefa de conter a epidemia na ponta, contam com o apoio do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) para agir com autonomia, na esfera de suas competências. Por mais que queira, não existe correlação de forças para Bolsonaro intervir nos estados. É assim que funciona na democracia.

O Estado brasileiro é ampliado, cada ministério é um subgoverno que se relaciona com os demais poderes e esferas de poder com relativa autonomia, além de terem imbricações com agências privadas e grandes setores empresariais. Mas é daí que veio a reação para garantir o funcionamento do sistema de saúde, com produção de suprimentos de proteção individual, equipamentos e aparelhos de saúde para ampliar a capacidade de absorção de pacientes pelos hospitais. Existe um grande business na área da saúde, cujas políticas públicas foram capturadas por grande fornecedores, muitos dos quais importadores, e também algumas máfias, que desviaram recursos ao longo dos anos. Agora, chegou a hora de verdade: os profissionais de saúde estão no comando, o governo está sendo obrigado a inventar um novo orçamento da Saúde e a recriar a indústria do setor.

Nesse aspecto, foi patética a constatação de que os hospitais federais do Rio de Janeiro não têm profissionais para atuar contra a epidemia, assim como os hospitais universitários. O governo federal é responsável por 5% da capacidade hospitalar do país, porém, deveria entrar com mais força, principalmente na montagem de hospitais de campanha e na contratação de profissionais para atuar junto às comunidades de periferia e regiões remotas da Amazônia e nos sertões do Nordeste, resgatando o Programa Mais Médicos.

Finalmente, uma homenagem póstuma ao sanitarista Sérgio Arouca, grande idealizador do SUS, que liderou milhares de profissionais de saúde que hoje estão na linha de frente do combate à epidemia. Lembro-me de duas conversas com ele: na primeira, me disse que a emergência era o ponto mais fraco do sistema, subestimada pela cultura dos sanitaristas; na segunda, lamentou não ter conseguido levar adiante seu programa de agentes comunitários de saúde no Rio de Janeiro, sem os quais seria impossível erradicar a dengue e conter epidemias mais graves nas comunidades pobres.











Mandetta relata 'bom clima' com Bolsonaro e vê 'unidade' no governo










Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
08/04/2020 18h50


Após se reunir na manhã de hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o encontro com o presidente transcorreu com um "bom clima" e disse que acreditar que o governo agora caminha para a "unidade".

"[Foi] uma reunião de trabalho, uma reunião boa. Um bom clima, está toda a equipe tranquila, todo mundo trabalhando", disse Mandetta.










Após confirmar receita com cloroquina, Uip pede a Bolsonaro 'respeito'








Felipe Pereira e Karla Torralba
Do UOL, em São Paulo
08/04/2020 13h03Atualizada em 08/04/2020 15h26


Horas depois de confirmar à Rádio Gaúcha que é verdadeira a imagem de uma receita médica em que prescreve cloroquina para si mesmo, David Uip, chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que questionou nas redes sociais se o infectologista da equipe de Joao Doria (PSDB) havia tomado a medicação.


"Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o direito de não revelar meu tratamento. A minha privacidade foi nvadida. Tomarei as providências legais adequadas para a invasão da minha privacidade e dos meus pacientes”.













Pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, em Cadeia de Rádio e Televisão, em 08/04/2020.










- O senhor concorda?




- DESCARADAMENTE




- Saúde pra dar e vender



- Saúde menina tem vitamina




- Saúde engorda e faz crescer




Uma pergunta para uma síntese na resposta de um SISTEMA
09/04/2020
Jornal da Manhã – 09:49 – AO VIVO – ÀS 09:49




Augusto Nunes: - Presidente, em 2008 o então presidente Lula afirmou que o sistema de saúde brasileiro havia chegado perto da perfeição. E, naturalmente atribuiu isso a ... disse que havia resolvido mais um dos problemas embutidos na herança maldita que ele inventou, atribuído ao senhor. O que se viu agora é que não foi a epidemia de Corona vírus que provocou o colapso do sistema de saúde. Ela encontrou o sistema de saúde perto do colapso. Eu acho que a verdadeira herança maldita foi a legada pelo governo do PT. O senhor concorda?


Ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso: - Ouça no Vídeo a seguir a partir 09:49, pelo relógio digital logo acima da cabeça do entrevistado:






#EuFicoEmCasa #JovemPan                   
Jornal da Manhã - 09/04/20 - AO VIVO









Da página Professores UFRJ (por Lucia Alves)

Ontem  o Dr. Nelson Ferrão, um dos médicos dos SUS que está virando dia e  noite para tentar salvar vidas, postou um desabafo num dos poucos  momentos que dispõe para se alimentar e repor as energias física e  emocional (no meu entender, pelo tamanho do texto, não deve ter dado  muito tempo para ele se alimentar e repor minimamente suas energias).

Mas trata-se de um desabafo muito lúcido, consistente e coerente:

“Uma coisa é certa, o Coronavirus é muito didático. Ele joga duro, mas é  papo reto, na lata. E dá lições sem falar, só causa e consequência. Eis  algumas delas?

Lição 1) Para o mercado, as crises só servem mesmo  pra ganhar mais dinheiro, especulando. É só olhar o preço do álcool gel.  Quando a coisa aperta, até os planos de saúde e os hospitais privados  mandam os pacientes pro SUS. Ou seja, na hora do pega-pra-capar, só se  pode esperar alguma coisa mesmo é do Estado; logo, se você é um desses  que quer acabar com o Estado, prepare-se para ser presa fácil das aves  de rapina de sempre.

Lição 2) Numa sociedade integrada, nenhuma  bolha é segura. Você pode morar em condomínio fechado, ter vigilância  monitorada, álcool gel em todas as peças da casa e o escambau, mas se os  pobres, que talvez você ache que mereçam ser pobres, não tiverem uma  vida digna -- com acesso à saúde, educação, cultura, direitos  trabalhistas e tudo mais --, eles levarão o vírus até você.

Pode  ficar certo, a empregada que te serve e viaja diariamente naquele ônibus  superlotado, o motoboy do i-Food sem direito à licença saúde que te faz  entregas, ou aquele operário que vai trabalhar mesmo doente porque não  pode ter o salário descontado, pois têm um destes modernos contratos  flexíveis de trabalho sem direitos: eles vão furar a sua bolha e expor a  sua miséria também. E se prestar atenção, talvez você entenda também  que a violência urbana que mata o playboy do asfalto tem origem na mesma  desigualdade social de sempre, que você talvez ache natural.

Ou  seja, estamos todos no mesmo barco, e mesmo que você esteja no andar de  cima, se o barco afundar você vai junto. Só a solidariedade salva: ou  todos estão seguros, ou ninguém está.

Lição 3) Pense melhor em quem  você elege para cargos executivos. Não adianta eleger Presidente, Governador, Prefeito fazendo arminha ou combatendo mamadeira de piroca e  kit gay.

Se os caras eleitos não souberem o que fazer lá onde você  os colocou, periga até eles saírem às ruas em plena quarentena pra se  aglomerar, cumprimentar fãs, tirar selfies e ajudar a espalhar o vírus,  ou então pra dizer para a população que não vai dar nada, que se dermos  uma banana pro vírus ele vai embora. Ou até as duas coisas juntas.

Se eles não tiverem competência nem para identificar uma ameaça real,  que dirá para montar uma operação de guerra, amarrando todas as pontas  necessárias para não deixar isto virar uma tragédia maior, de políticas  sanitárias preventivas, passando por um sistema universal integrado e  seguro de saúde para acolher os doentes, até medidas de proteção às  empresas e trabalhadores que serão afetados pela paralisação de muitas  atividades.

Lição 4) Quer goste ou não deles, você novamente será  salvo por algum cientista. Você pode até achar bonito combater a  ciência, ser negacionista, terraplanista, antivacinista, militarista,  dizer que as instituições públicas de ensino e pesquisa são aparelhos  comunistas, mas na hora da verdade, se tem alguém que pode salvar a sua  vida são os pesquisadores e pesquisadoras de universidades públicas, da  Fiocruz, do Instituto Butantã, de todas aquelas instituições que têm  sido achincalhadas e precarizadas nos últimos anos.

São eles e elas  que estão trabalhando hoje, silenciosamente, ao lado dos principais  centros de pesquisa do mundo, para desenvolver medicamentos e vacinas  contra este e outros vírus que ainda nos ameaçam. Sem eles, talvez nossa  civilização até já tivesse sido dizimada.

Então, pense melhor em para  quem você rende homenagens. Quando uma ameaça de grandes proporções como  essa nos acossar novamente, lembre-se, não são os milicos com fuzis  AR-15 nem os pastores que vendem curas fáceis em troca da senha do seu  cartão de débito que irão nos tirar desta enrascada, mais uma vez. São  os cientistas, e em geral de instituições públicas”.




Verdade que faltam máscaras para tantos descarados, ops, sem máscaras






NOITE DOS MASCARADOS - Chico Buarque e Elis Regina - vfb.2011




NOITE DOS MASCARADOS - Chico Buarque e Elis Regina. Vídeo postado por Vanda de Freitas Bezerra, Brasil, Monte Alegre de Minas-MG, em 06/03/2011 NOITE DOS MASCARADOS (Chico Buarque e Elis Regina) Composição: Chico Buarque [Chico] Quem é você? [Elis] Adivinha se gosta de mim [Coro] Hoje os dois mascarados Procuram os seus namorados Perguntando assim [Chico] Quem é você?, diga logo [Elis] Que eu quero saber o seu jogo [Chico] Que eu quero morrer no seu bloco [Elis] Que eu quero me arder no seu fogo [Chico] Eu sou seresteiro, poeta e cantor [Elis] O meu tempo inteiro só zombo do amor [Chico] Eu tenho um pandeiro [Elis] Só quero um violão [Chico] Eu nado em dinheiro [Elis] Não tenho um tostão Fui porta-estandarte, não sei mais dançar [Chico] Eu, modéstia à parte, nasci para sambar [Elis] Eu sou tão menina [Chico] Meu tempo passou [Elis] Eu sou Colombina [Chico] Eu sou Pierrot [Coro] Mas é Carnaval, não me diga mais quem é você Amanhã tudo volta ao normal Deixa a festa acabar Deixa o barco correr Deixa o dia raiar Que hoje eu sou da maneira Que você me quer O que você pedir, eu lhe dou Seja você quem for Seja o que Deus quiser Seja você quem for Seja o que Deus quiser - - - - - - - - - - - - - - - - - - - "SE BEBER, NÃO DIRIJA. SE FOR DIRIGIR, NÃO BEBA." BOM CARNAVAL A TODOS!!! VANDA E KATIA 2011












Marchinha - Yes, nós temos bananas









Dicionário Online de Português
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     descarado
Significado de Descarado
adjetivoQue não possui vergonha; sem escrúpulos; desavergonhado.Que designa atrevimento: era um ladrão descarado.substantivo masculinoAquele que é descarado; quem não tem vergonha; insolente, impudente, cínico.Etimologia (origem da palavra descarado). Part. de descarar.
Sinônimos de Descarado
Antônimos de Descarado
Descarado é o contrário de: castocândidocorreto
Definição de Descarado
Classe gramatical: adjetivo e substantivo masculino
Flexão do verbo descarar no: particípio
Separação silábica: des-ca-ra-do
Plural: descarados
Feminino: descarada
Exemplos com a palavra descarado
O fato da bafejada poética constituir um plágio descarado de uma velha marchinha esquecida de Carnaval é de só menos importância.Folha de S.Paulo, 08/10/2010
Para o partido, houve "uma evidente estratégia de captação de sufrágio fazendo uso da máquina pública, por meio do loteamento descarado dos cargos do Executivo".Folha de S.Paulo, 10/11/2009






OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE A PALAVRA
Possui 9 letras
Possui as vogais: a e o
Possui as consoantes: c d r s
A palavra escrita ao contrário: odaracsed

RIMAS COM DESCARADO


ANAGRAMAS DE DESCARADO
escardado











Há 10 anos




08/10/2010 - 07h56
Poesia & Poder
IVAN LESSA
COLUNISTA DA BBC BRASIL, EM LONDRES
"As mulheres grandes
São as grandes mulheres.
São elas que os homens preferem.
O tipo médio, meu amigo,
Ainda passa,
Mulher pequena eu não quero nem de graça.
Maria tem um metro e setenta.
Teresa tem um metro e oitenta.
Porém a mulher que me tenta
É a que tem mais de um metro e noventa."
Pronto. Aí está. Matei dois coelhos de uma só cajadada. Para ser mais preciso, matei dois coelhos de uma só cajadada. O Sr. Coelhinho e a Sra. Coelhinha. O fato da bafejada poética constituir um plágio descarado de uma velha marchinha esquecida de Carnaval é de só menos importância.
Minha musa ("Dona" Arlete), por certo vinha de tomar umas e outras --coitada, ela caneia--, e assim soprou estes versos em meus ouvidos sensíveis A poesia é maior que todos nós e só nela encontramos todas as verdades do mundo. Na cachaça, não, ouviu, "Dona" Arlete! Com a poesia, não tem segundo turno. É 100% no primeiro turno, sim senhor, e estamos conversados!
Voltemos, no entanto, ao Sr. e à Sra. Coelhinha, que há tanto tempo não passavam pelo meu caminho. Por que abati-os com uma só cajadada? Ora, força de expressão, meus caros! Esforços poéticos de minha parte. É que na quinta-feira, aqui no Reino Unido, teve lugar o Dia Nacional da Poesia. O que se rimou por aí, minha gente, não está no gibi.
No metrô, um cavalheiro (aliás bem apessoado) sentou-se ao meu lado e, em voz grave e insinuante, sussurrou-me no ouvido coisas personalíssimas. Posso estar enganado, mas acho que no meio ele comparava meus olhos a "violetas banhadas na champanhe".
Confesso que, pego assim de surpresa, fiquei algo nervoso e não captei todas as palavras que o indivíduo em questão (e que bigodes tinha!) dirigiu-me no particular. Percebi, no entanto, que suas palavras rimavam. Quase jurava que eram metrificadas também, como a Teresa e a Maria dos versos que, sem vergonha, roubei.
Felizmente, o jornal que eu levava aberto no colo, como que por coincidência poética (a ocasião era propícia) mencionava que o 7 de outubro é o Dia Nacional da Poesia por aqui. Fiquei mais descansado. Poesia, afinal, nunca matou ninguém. A não ser Hamlet, Romeu, Julieta, Shelley, Keats, e, no Brasil, Gonçalves Dias e o Fernandão "Sete Dedos" Beltrão, com quem joguei muita sinuca no salão que ficava em cima de um mercadinho na rua Siqueira Campos, em Copacabana, lá pelos anos 50, e que morreu atropelado quando, bêbado, procurava uma rima para, justamente, as palavras "bêbado" e "lâmpada".
Águas passadas não movem moinhos, nem mesmo para Dom Quixote, volta a me sentenciar com seu bafo pesado "Dona" Arlete, que, do jeito que vai, terminará internada em asilo para incompetentes e incontinentes verbais e otherwise.
Falta agora a segunda vítima de meu poderoso cajado. Sim, ela. Sempre ela. A Sra. Coelhinha. Seguinte: a revista Forbes, essa favorita da classe C brasileira, em sua versão mulher, também um sucessão entre domésticas e donas de casa, acaba de divulgar o ranking anual das cem mulheres mais poderosas do mundo.
Moira Forbes, vice-presidente e publisher (conforme se diz no Amapá) da revista em questão, disse que as 100 mulheres citadas na lista "estão moldando muitas das conversas dos formadores de opinião hoje em dia." Minha conversa no metrô, com aquele cara da poesia, não foi moldada em nada.
Simplesmente brotou de uma ocasião. Como uma flor. Uma violeta. Além do mais, não sou, nem o cavalheiro das rimas e bigodes o é, formadores de opinião. Voltemos a quem sabe das coisas, a Forbes Woman.
Liderando o rol das Top Ten, como se diz em Sergipe, está Michelle Obama, logo adiante de Irene Rosenfeld, executiva da Kraft Foods, e da empresária e comunicadora Oprah Winfrey. Entre as Top Ten ainda, a presidente alemã Angela Merkel, Hillary Clinton (que dispensa apresentações) mais as cantoras Beyoncé Knowles e Lady Gaga, com Ellen Degeneres fechando a lista.
As únicas brasileiras a moldar (opiniões, lembremos) foram Gisele Bundchen (72º lugar) e Dilma Rousseff (95º). Tem nada, não. A gente ainda chega lá. O segundo turno vem aí.
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Referências




http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
https://gilvanmelo.blogspot.com/2020/04/luiz-carlos-azedo-uma-homenagem-postuma.html
https://youtu.be/yJoeksVBkT8
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/04/08/david-uip-nao-revela-se-tomou-cloroquina-e-pede-respeito-a-bolsonaro.htm
https://youtu.be/x04OKkxT2Tc
https://www.youtube.com/watch?v=x04OKkxT2Tc
https://youtu.be/9XxohEeoutE
https://youtu.be/52Yy56ofPPo
https://www.youtube.com/watch?v=9XxohEeoutE&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=9XxohEeoutE&feature=youtu.be
https://youtu.be/nzu5k8uA7Rs
https://www.youtube.com/watch?v=nzu5k8uA7Rs
https://youtu.be/oLXsaFNeqRU
https://www.youtube.com/watch?v=oLXsaFNeqRU
https://s.dicio.com.br/descarado.jpg
https://www.dicio.com.br/descarado/
https://www1.folha.uol.com.br/bbc/811727-poesia--poder.shtml

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