domingo, 4 de fevereiro de 2024

DE INTELIJENÇA

"EM SILÊNCIO, OURO. BOQUIRROTO, PRATA." Essa é uma maneira sucinta e poética de expressar a ideia de que às vezes é melhor ficar em silêncio do que falar muito. O silêncio é comparado ao ouro, indicando seu valor e sua virtude, enquanto a fala excessiva é associada à prata, sugerindo que pode ser menos valiosa ou até mesmo prejudicial em comparação. É uma maneira interessante de transmitir a importância da moderação na comunicação. ------------
------------- Política Charge do JCaesar Humor Por JCaesar 2 fev 2024, 08h46 Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/charge-do-jcaesar-712 --------
----------- Como o preço do metal no mercado mundial dobrou na última década, o garimpo ilegal multiplicou-se em toda a Amazônia (Marcos Amend/Greenpeace/Reprodução) -------- _________________________________________________________________________________________________________ O SILÊNCIO Brasília “guarda silêncio” sobre uma tragédia ambiental amazônica: a contaminação do Rio Tapajós pelo mercúrio usado no garimpo ilegal de ouro no sudoeste do Pará. A advertência é da Corte Interameric... Brasil EM SILÊNCIO Governo emudece com as tragédias do garimpo ilegal na Amazônia Por José Casado Atualizado em 3 fev 2024, 22h00 - Publicado em 2 fev 2024, 06h00 BRASÍLIA "guarda silêncio" sobre uma tragédia ambiental amazônica: a contaminação do Rio Tapajós pelo mercúrio usado no garimpo ilegal de ouro no sudoeste do Pará. A advertência é da Corte Interamericana de Direitos Humanos, tribunal autônomo dos países associados à Organização dos Estados Americanos (OEA). (...)
(...) A Corte Interamericana deu prazo de três meses para o governo brasileiro apresentar um plano "com medidas concretas" para resguardar indígenas ameaçados na Amazônia. Lula precisa correr, se não quiser se arriscar a ser protagonista de um fiasco político em Belém, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em novembro do ano que vem. Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/jose-casado/em-silencio-3 ---------- José Casado analisa as investigações em torno da Abin paralela | Os Três Poderes 3 de fev. de 2024 Assista à íntegra: • Carlos Bolsonaro na mira de Xandão e ... Na Última Página, em Os Três Poderes desta sexta-feira, 2, o colunista de VEJA, José Casado analisou as investigações em torno da Abin paralela, que está expondo os subterrâneos do governo Bolsonaro. Casado, no entanto, explicou que a espionagem política é uma prática antiga em Brasília, tendo episódios no segundo governo Lula, entre 2007 e 2008. ————————————————————————— _____________________________________________________________________________________________________________
----------- --------- revista piauí - Na Revista piauí_209 fevereiro_2024 capa A prebenda, de Caio Borges, sobre o quadro de Giotto di Bondone O retorno dos Batista Os donos da JBS voltam ao jogo na maior disputa corporativa do país, por Breno Pires (o vale-tudo, p. 12) é repórter da piauí
----------- Joesley Batista, em Brasília: o empenho da J&F para mudar a legislação sobre a arbitragem, depois que sofreu uma derrota de 3 a 0 para a Paper, se assemelha, nas palavras de um observador, a "tocar fogo no açougue só para assar um bife" ---------- O ambiente estava extremamente tenso e as divergências eram intransponíveis até que se ouviu um brado de guerra: – A gente então vai para a briga. Vamos à Justiça – decretou o empresário Cláudio Cotrim, presidente da Paper Excellence, a companhia que lutava para concluir a compra da Eldorado Brasil, uma das maiores fabricantes de papel e celulose do país. (...)
(...)
(...) Com oito participantes, a reunião no sábado não avançou. No domingo, os sobrinhos dos Batista sentaram-se com Winjaya, ele também um jovem de 37 anos, que comparecera ao encontro na companhia do seu advogado de confiança, o irlandês Bertie Mehigan, que viera de sua base em Hong Kong. Com a presença apenas dos quatro, a conversa desandou. A certa altura, Aguinaldo Ramos, que assumira o comando da Eldorado apenas em dezembro de 2017, quando a negociação da venda da empresa já havia sido concluída, aceitou adiar o prazo final, exatamente como queria Wijaya, mas apresentou uma condição que espantou seus interlocutores: rever os valores do negócio. (...) Com tudo isso - os casos de Anderson Schreiber e da espionagem abertos, mais a suspensão da multa bilionária e adiamento do julgamento em São Paulo - a J&F começou 2024 podendo sonhar, pela primeira vez, com a possibilidade de encerrar o maior conflito societário do país com uma vitória. Os irmão Batista, definitivamente, estão de volta. _________________________________________________________________________________________________________ ---------
----------- Lula (dir.) e Tarcísio de Freitas (esq.) em evento no porto de Santos, no litoral sul de São Paulo ---------- Tarcísio merece respeito, diz Lula durante evento em SP Governador de São Paulo foi alvo de vaias e gritos de “privatizador”; presidente lembrou que ele trabalhou no governo Dilma. PODER360 2.fev.2024 (sexta-feira) - 13h57 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), trocaram diferentes afagos nesta 6ª feira (2.fev.2024) durante o evento de anúncio da parceria entre governo federal e estadual para a construção de um túnel entre as cidades de Santos e Guarujá. É a maior do novo PAC, orçada em R$ 5,8 bilhões. Tarcísio foi alvo de vaias quando começou a falar e ouviu gritos de “privatizador”. Uma das pessoas gritou para o político “voltar” para o PT, em referência ao período em ele foi diretor do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte), no governo de Dilma Rousseff (PT). Tarcísio derrotou Fernando Haddad (PT) e foi eleito em 2022 com o apoio de Jair Bolsonaro (PL). No evento desta 6ª feira, agradeceu os investimentos do governo federal e minimizou divergências com o presidente Lula: “Não importa ter opiniões diferentes. O que importa é enxergar o verdadeiro interesse público”. Já Lula pediu respeito a Tarcísio, lembrou da passagem do governador pelos mandatos do PT e disse que, embora tenha “estranhado” ver o político como ministro de Infraestrutura do governo de Bolsonaro, a política é mutável. “Eu encontrei com o Tarcísio em Coari, no meio da Amazônia, trabalhando no gasoduto. Depois o Tarcísio trabalhou com a Dilma Rousseff, depois eu estranhei vendo ele trabalhar com o Bolsonaro, mas paciência, é uma opção dele, e depois ele ganhou de nós as eleições. O que eu vou lamentar? Eu tenho que parabenizá-lo e preparar para derrotá-lo nas próximas eleições”, afirmou o petista em tom descontraído. Assista (5min45s): ----------- ------------- Eis os afagos de Tarcísio a Lula: começou se dirigindo a Lula: “Queria iniciar cumprimentando o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, neste dia histórico”. atenuou as discordâncias: “Quando a gente soma todo o investimento que vai ser feito, a gente vai passar fácil, presidente Lula, dos R$ 8 milhões, e nós vamos fazer isso juntos. Não importa ter opiniões diferentes. O que importa é enxergar o verdadeiro interesse público”. agradeceu o investimento: “Interessa que nós vamos deixar o legado trabalhando juntos. Muito obrigado pela parceria, presidente Lula”. Eis os afagos de Tarcísio a Lula: chamou o evento de “ato civilizatório” e disse que é preciso respeitar as diferenças. “Esse ato aqui significa que nós precisamos restaurar esse país à normalidade. E a normalidade significa respeitar o direito às diferenças”. ofereceu apoio incondicional: “Quero te dizer Tarcísio, você terá da Presidência da República tudo aquilo que for necessário, porque eu não estou beneficiando o governador, eu estou beneficiando o Estado mais importante da federação, com 42 milhões de habitantes”. afirmou que Tarcísio merece respeito. “O governador merece ser tratado com muito respeito nas atividades públicas que nós fazemos”. homenageou o governador pelo diálogo com o governo federal. “Parabéns pela relação democrática entre Brasil e São Paulo”. autores PODER360 https://www.poder360.com.br/governo/tarcisio-merece-respeito-diz-lula-durante-evento-em-sp/ _________________________________________________________________________________________________________ ---------
--------- RESUMIR CRITICAMENTE O ARTIGO ENTRE ASPAS: "Muniz Sodré* - A voz da pós-informação Folha de S. Paulo Já é banal desconstruir a coerência factual pela fragmentação dos acontecimentos Agora que boato, rumor e fake news, cartas viciadas do jogo político, ganharam status oficial de ameaça às eleições, vale reexaminar o estatuto do falso. Ponto de partida é a suspeita de jornalistas americanos de que a investigação aprofundada sobre fake news possa contribuir para fortalecê-las, na medida em que a busca da refutação não vá além da própria internet, seu berço. Resumo da suspeita: como pode a mentira desmentir-se? No século 17, o moralista francês La Bruyère descomplicava a questão: "O contrário das notícias que correm costuma ser a verdade" ("le contraire des bruits qui courent, c´est souvent la vérité"). Tempo depois, a lógica pediu a palavra. O inglês Conan Doyle pôs na boca de seu Sherlock Holmes que "quando se elimina o impossível, o que fica, por mais improvável, é a verdade." Com La Bruyère, notícia era ruído, longe da verossimilhança que a imprensa moderna elevaria a regra profissional. Factoide e boato foram logicamente descartáveis, mas sem abominação moral. A famosa e falsa narrativa radiofônica de invasão alienígena, eticamente condenável, não impediu Orson Welles de despontar para a glória. A questão atual, complexa como digerir um elefante, não se resolve por fact-checking, um mata-formigas. Falsificam-se as próprias checagens. Problema mesmo é a naturalização do fluxo artificial, em que mentiras e deep-fake são linguagem de outra realidade, superposta ao real-histórico. Na rede, a substância do que se diz não pertence à consciência psicológica, mas à potência lógica da máquina, que a ultrapassa. Verdade é de menos, basta a aderência tátil do sujeito. O que vigora na empiria científica, assim como no senso comum ilustrado, é a verdade positivista dos fatos. De certo modo, entretanto, a rede refaz o mundinho de La Bruyère, onde bastaria colocar-se a contrário dos rumores para encontrar um evento moralmente plausível. Hoje, é insuportável a desigual realidade externa, da qual se tenta fugir. Os fatos exaurem a consciência comum, fazendo da mentira droga de escape. Verdade é fumaça offline, cara ao espírito liberal, mas reclame hipócrita na politicagem eleitoral. Desinformação não é mais palavra-chave: o tempo é de pós-informação, o mais puro e obsceno controle social. Não há limites para a inteligência artificial generativa. Já é banal desconstruir a coerência factual pela fragmentação dos acontecimentos, redefinindo notícia como uma fogueira emocional que cada adicto está livre para alimentar na mídia social com seu pedaço de lenha moral. Saber que informação online é o caos do sentido ao menos relativiza o falatório, em favor de contramedidas cívicas. Na real, Moraes cobra a regulamentação das redes, Lula derruba as grades da praça. *Sociólogo, professor emérito da UFRJ, autor, entre outras obras, de “Pensar Nagô” e “Fascismo da Cor” " _________________________________________________________________________________________________________ O artigo de Muniz Sodré aborda a questão da pós-informação, destacando como a disseminação de boatos, rumores e fake news tem sido normalizada e como isso afeta a compreensão dos fatos e a percepção da verdade. Sodré questiona a eficácia do fact-checking diante da manipulação e falsificação das próprias verificações. Ele argumenta que a desigual realidade externa torna a mentira uma forma de escape, especialmente em um contexto político eleitoral. Além disso, discute a influência das redes sociais na fragmentação dos acontecimentos e na redefinição da notícia como uma fogueira emocional alimentada pelos usuários. Sodré sugere que o reconhecimento do caos da informação online pode levar a contramedidas cívicas, enquanto observa que figuras políticas como Moraes e Lula estão agindo de maneiras distintas em relação à regulação das redes sociais. _________________________________________________________________________________________________________ ---------
------------ RESUMIR CRITICAMENTE O ARTIGO ENTRE ASPAS: Lourival Sant’Anna - O risco do isolacionismo americano O Estado de S. Paulo A eleição de Trump deixaria a Europa sozinha na defesa da Ucrânia e na contenção da Rússia A pior forma de gerir recursos escassos é aplicálos pela metade em um projeto. É melhor não fazer nada quando não se está disposto a ir até o fim. Essa é a trágica lição da ajuda ocidental à Ucrânia: a relutância em fornecer ao país atacado tudo o que ele precisava para derrotar a Rússia resultou em perdas humanas e materiais incalculáveis. Enquanto os EUA estão submersos em um impasse político, nas incertezas da eleição deste ano e na brutal campanha de Israel contra os palestinos, a Europa se mobiliza para finalmente fazer frente à ameaça russa de forma mais consistente, na intensidade e no tempo requeridos. A União Europeia superou, na quinta-feira, as resistências da Hungria e aprovou um pacote de ajuda de US$ 54 bilhões à Ucrânia nos próximos quatro anos. O valor se aproxima do que a UE destinou nesses dois anos de guerra: US$ 47 bilhões. Todos sabem que é insuficiente, principalmente se a Ucrânia não puder mais contar com os EUA. Mas na reunião de cúpula europeia ficou clara a disposição dos países – uns mais, outros menos – de continuarem contribuindo individualmente, para além dessa ajuda em bloco. O mais interessante é essa nova forma de pensar no longo prazo: a aceitação da triste realidade de que não há um fim dessa guerra no horizonte, e de que vencerá quem tiver mais capacidade de aguentar. Os exércitos ucraniano e russo estão dimensionados segundo a doutrina soviética, de uso intenso de artilharia. Os estoques de munição são um dado crítico. Em meados do ano passado, os ucranianos disparavam 8 mil balas por dia; hoje, esse número caiu para 2 mil, enquanto os russos disparam 6 mil. Os europeus haviam prometido entregar 1 milhão de balas à Ucrânia até março. Na cúpula, reconheceram que só atingirão metade desse objetivo, mas prometeram entregar 1,1 milhão até o fim do ano. A Otan segue uma doutrina diferente, baseada na superioridade aérea, naval, de equipamento, de tropa, tática e operacional. Os inventários de Europa e EUA não estavam preparados para uma guerra intensiva em artilharia. Incrementar a capacidade de fabricação de munição, em economias avançadas cujo setor bélico é privado, requer contratos de longo prazo, que incentivem os acionistas das empresas a investir na ampliação de seus parques industriais. A relutância dos EUA e, até aqui, da Europa, em assumir – não só no discurso – compromissos de longo prazo com a defesa da Ucrânia prejudicou essa capacitação. Em contraste, o complexo industrial-militar russo é estatal ou controlado pela cleptocracia comandada por Vladimir Putin. A Rússia se converteu rapidamente em uma “economia de guerra”, termo aplicado à Alemanha nazista. Neste ano, 40% do orçamento público russo é destinado à guerra. A maioria republicana na Câmara dos Deputados está bloqueando o pedido do presidente, Joe Biden, de US$ 60 bilhões para a Ucrânia. Mais precisamente, uma minoria trumpista, que capturou o controle da bancada. Nesses dois anos, os EUA destinaram US$ 75 bilhões. Donald Trump adotou, durante seu governo, uma atitude de complacência em relação a Putin. A campanha de desinformação contra a candidatura de Hillary Clinton, assim como as investigações do FBI e da CIA, condenações e prisões de assessores de Trump por contatos ilegais com o embaixador da Rússia em Washington, Serguei Kisliak, e outras pessoas ligadas a Putin, reforçaram os interesses em comum. Esses interesses foram motivados por investimentos da Organização Trump na Rússia e por admiração pessoal do americano pelo homem forte russo, com sua imagem de “virilidade” e “autoridade”. Após reunião com Putin, em 2018, Trump demonstrou acreditar mais no ditador russo do que na inteligência americana: “Dan Coats (diretor de Inteligência Nacional) e outros vieram até mim e disseram que acham que foi a Rússia”, disse ele, referindo-se à interferência nas eleições, em seu favor. “Estou com Putin, ele disse que não é a Rússia. Não vejo nenhuma razão para ter sido.” Trump colocou em dúvida o compromisso dos EUA de defender a Europa, razão de existência da Otan. Diante de tudo isso, uma eventual eleição de Trump, atualmente à frente nas pesquisas, deixaria a Europa sozinha na defesa da Ucrânia e na contenção da Rússia. O presidente francês, Emmanuel Macron, relançou sua proposta apresentada em 2017, primeiro ano do governo Trump, de que a Europa precisa ter um sistema de defesa robusto e independente. Essa é uma condição para dissuadir a Rússia de seu expansionismo. Nesse sentido, mais força militar significa menor risco de uma guerra mais ampla." _________________________________________________________________________________________________________ O artigo de Lourival Sant’Anna discute o risco do isolacionismo americano em relação à Ucrânia e à Rússia. Ele destaca a hesitação dos Estados Unidos em fornecer apoio total à Ucrânia, resultando em perdas humanas e materiais significativas. Sant’Anna observa a mobilização da Europa para enfrentar a ameaça russa, ressaltando a importância de uma resposta consistente e de longo prazo. Ele discute a disparidade entre os arsenais ucraniano e russo e destaca a necessidade de um compromisso contínuo com a defesa da Ucrânia. O autor também aborda o papel de Donald Trump na relação com a Rússia e o potencial impacto de sua eventual reeleição na segurança da Europa e na contenção da Rússia. Em conclusão, Sant’Anna destaca a proposta de Emmanuel Macron de fortalecer a defesa europeia como uma medida crucial para dissuadir o expansionismo russo e evitar um conflito mais amplo. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- RESUMIR CRITICAMENTE O ARTIGO ENRE ASPAS A SEGUIR: Luiz Carlos Azedo - Política de São Paulo não é para principiantes Correio Braziliense A ligação submarina entre Santos e Guarujá simboliza outra política, em que a disputa eleitoral e a cooperação administrativa entre Lula e Tarcísio convivem em razão bem comum Peço licença ao nosso maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, o Tom Jobim, para intitular a coluna parafraseando uma de suas tiradas mais famosas: “O Brasil não é para principiantes”. O compositor de Águas de Março e Garota de Ipanema usava a expressão sempre que ocorria algo fora do senso comum ou para dizer que as coisas no Brasil são mais complexas, em todos os sentidos. Ou seja, não podem ser rotuladas de forma simplista, binária. Assim é a nossa política, desde o Império, que manteve a nossa integridade territorial – e a escravidão – ao trocar as lutas fratricidas nas províncias pela política de conciliação. No Período Regencial, após a abdicação de Pedro I, em 1831, ocorreram a Cabanagem, no Grão-Pará entre 1835 e 1840, em razão da insatisfação popular; a Balaiada, no Maranhão entre 1838 e 1841, resultado de disputas políticas locais; a Sabinada, de 1837 a 1838, que desejava implantar uma república na Bahia; a Revolta dos Malês, uma rebelião de escravizados em Salvador, em 1835; e a Guerra dos Farrapos, revolta motivada por insatisfações da elite local com o governo, por questões políticas e econômicas, entre 1835 a 1845. As crises e revoltas desestabilizaram a Regência, uma espécie de regime parlamentarista, o que provocou o Golpe da Maioridade, em 1940, quando P. Pedro II assumiu o governo com apenas 15 anos de idade. No começo de seu governo, Dom Pedro II poderia escolher seus ministros, porém, para se colocar acima das disputas, adotou um sistema peculiar: indicava o presidente do Conselho dos Ministros, encarregando-o de formar o governo e conciliar os interesses da situação e oposição. Em 1853, essa aproximação levou à formação do “Ministério da Conciliação”, sob a liderança de Honório Carneiro Leão, o Marquês de Paraná, com a presença simultânea de liberais e conservadores. Num discurso antológico, intitulado “A ponte de ouro”, o conselheiro Nabuco de Araújo, derrotado pelos liberais em Pernambuco, anunciou que permaneceria na oposição em sua província, mas apoiaria e participaria do gabinete de maioria liberal de Paraná, por lealdade ao Imperador. Quem melhor retrata a política dessa época é Joaquim Nabuco, um monarquista abolicionista. Dedicada a seu pai, “Um estadista no Império” viria a ser uma espécie de livro de cabeceira do então presidente Fernando Henrique Cardoso, cuja leitura recomendava aos seus ministros ao administrar os conflitos de sua base política. O PSDB era minoritário no Congresso, em relação ao antigo PFL, seu aliado principal, e ao MDB, ainda que dividido. Historicamente, a política de conciliação no Brasil renasce das cinzas. Quando a radicalização política parece irreversível, busca-se uma saída por essa via, como na redemocratização do país, com a eleição de Tancredo Neves, em 1985. Pululam na política brasileira os leonardos, personagem de Manuel Antônio de Almeida, autor de memórias de um sargento de milícias, e macunaímas, de Mario de Andrade, personagens sínteses da nossa complexidade cultural. Ambos são arquétipos da sociedade brasileira que podem ser identificados com facilidade no nosso Congresso. A abordagem antropológica ajuda a compreensão de nossa realidade política na interpretação das estatísticas eleitorais, às vezes até explica melhor certos fenômenos, como a captura de grande parcela da população pela narrativa evangélica e o discurso da ordem. Placas tectônicas O que houve na sexta-feira, em São Paulo, tem muito a ver com o que se referia Tom Jobim. Entre sorrisos e tapinhas nas costas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PR), o mais poderoso aliado do presidente Jair Bolsonaro, dividiram o palanque de lançamento do projeto de construção do túnel submerso de ligação entre Santos e Guarujá, uma parceria entre os governos federal e estadual e a iniciativa privada. Quando quer, Lula é um político pragmático e sedutor; gestor público competente, Tarcísio revelou-se um grande estrategista político. No mesmo dia, Lula foi ao ato de refiliação de Marta Suplicy ao PT, uma articulação em favor da candidatura do deputado Guilherme Boulos (PSOL), de quem a ex-prefeita será vice. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o candidato de Tarcísio de Freitas, aliou-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro para tentar se reeleger, embora o MDB participe do governo Lula. No mesmo palanque da Baixada Santista, estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Márcio França, ambos ex-governadores de São Paulo, que apoiam a deputada Tabata Amaral (PSB) nas eleições da capital, uma espécie de terceira via na disputa entre Boulos e Nunes. Lula afaga Tabata com elogios de quem aposta numa aliança no segundo turno. A jovem deputada, nascida e criada na periferia de São Paulo, campeoníssima em torneios juvenis de matemática, é uma astrofísica formada em Harvard. Muito sagaz, torna-se imprevisível nos debates. Tem um sorriso cativante, mas morde quando preciso. Tabata é namorada do prefeito do Recife, João Campos, bisneto de Miguel Arraes e principal aliado de Lula em Pernambuco. Num país polarizado entre petistas e bolsonaristas, as eleições da capital paulista são uma demonstração da complexidade da nossa política. A ligação submarina entre Santos e Guarujá simboliza um outro tipo de política, em que a disputa eleitoral e a cooperação administrativa entre Lula e Tarcísio convivem em razão bem comum, mas pode ser também um movimento de placas tectônicas. Personagem oculto desse processo, o presidente do PSD, o ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, tem um pé em cada margem desse canal. Secretário de Governo e Relações Institucionais de Tarcísio, é o grande artífice dessa parceria." _________________________________________________________________________________________________________ O artigo de Luiz Carlos Azedo discute a complexidade da política brasileira, destacando a história de conciliação e pragmatismo que caracteriza o país desde o Império. Azedo explora o tema através de referências literárias e históricas, traçando paralelos entre a política atual e períodos passados de transição e negociação. Ele analisa eventos recentes em São Paulo, como o lançamento do projeto do túnel submarino entre Santos e Guarujá, como exemplos da dinâmica política brasileira, onde alianças improváveis e estratégias pragmáticas coexistem em busca de interesses comuns. O autor destaca a figura de Lula e o governador Tarcísio de Freitas como protagonistas dessa política de cooperação, enquanto observa as alianças e rivalidades que permeiam o cenário político paulista. Em suma, Azedo ilustra como a política em São Paulo reflete as complexidades e contradições do cenário político nacional. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- _________________________________________________________________________________________________________ FAZER UMA EXEGESE COMPLETA DA FRASE DO ARTIGO DE LUIZ CARLOS AZEDO A SEGUIR: "Quando quer, Lula é um político pragmático e sedutor;" _________________________________________________________________________________________________________ ---------- Essa frase do artigo de Luiz Carlos Azedo ressalta a habilidade política de Luiz Inácio Lula da Silva ao sugerir que ele tem a capacidade de se adaptar conforme a necessidade do momento. Vamos analisar cada parte: "Quando quer": Esta parte da frase sugere que Lula tem o poder de escolher quando e como agir politicamente. Isso implica que ele não é apenas reativo às circunstâncias, mas pode ser proativo e estratégico em suas ações políticas. "Lula é um político pragmático": Aqui, o termo "pragmático" indica que Lula é capaz de tomar decisões políticas com base na praticidade e eficácia, em vez de se apegar rigidamente a ideologias ou princípios inflexíveis. Isso sugere que ele está disposto a fazer alianças e concessões se isso o ajudar a alcançar seus objetivos políticos. "e sedutor": Esta parte da frase destaca a capacidade de Lula de cativar e influenciar as pessoas ao seu redor. Ele é descrito como "sedutor", sugerindo que possui carisma e habilidade para conquistar apoio e simpatia. No geral, a frase sugere que Lula possui um conjunto de habilidades políticas que o tornam um líder influente e eficaz, capaz de adaptar sua abordagem conforme necessário para alcançar seus objetivos políticos. Ele é retratado como alguém que pode ser tanto estratégico e prático quanto carismático e persuasivo, dependendo do contexto político em que se encontra. _________________________________________________________________________________________________________ ---------- -------------- AO VIVO: WW - Edição de domingo | Quem está ganhando a guerra geopolítica? - 04/02/2024 CNN Brasil Transmissão iniciada há 44 minutos #CNNBrasil Assista AO VIVO ao WW deste domingo, 4 de fevereiro de 2024. #CNNBrasil O tema deste programa é: Quem está ganhando a guerra geopolítica? https://www.youtube.com/watch?v=VnL0L39Wcfo _________________________________________________________________________________________________________

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