sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

TRINTA E CINCO ANOS DEPOIS

O PEÃO E AS PEÇAS ------------
------------ O peão (♙, ♟) é uma peça menor do xadrez ocidental. No início de uma partida, cada jogador tem oito peças que são dispostas nas fileiras 2 para as brancas e 7 para as pretas. O peão move-se verticalmente na coluna que encontra-se, sendo incapaz de recuar. -----------
------------- Peão de xadrez e peças em um fundo de tabuleiro, -------------- NAS ENTRELINHAS Análise: preservar as Forças Armadas faz bem à democracia Se tem uma coisa que sempre perturbou a vida democrática do país é a anarquia nas Forças Armadas, com recorrentes indisciplina e quebra de hierarquia nas crises políticas Luiz Carlos Azedo + postado em 16/02/2024 03:55 / atualizado em 16/02/2024 07:52 -----------
------------- Recebi uma ligação de meu amigo Tibério Canuto, também jornalista, preocupado com a conjuntura. "Azedo, você não vai escrever sobre essa questão dos militares? O radicalismo dos que querem punição para os generais que supostamente se omitiram é um grave equívoco." Estava mesmo refletindo sob o tema, porque a famosa gravação da reunião de Bolsonaro com seus ministros, em julho de 2022, foi divulgada quando iniciava minha folga de carnaval e, na edição desta quinta-feira, resolvi tratar do enredo da Viradouro. Devia aos leitores do Correio Braziliense e do Estado de Minas uma coluna sobre aquela reunião, que continua repercutindo. Ex-cabo conscrito do Exército, preso na década de 1970 como dirigente da antiga Ação Popular Marxista-Leninista (APML), escaldado nos anos em que cumpriu pena como subversivo na Ala F da Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador, Tibério fez autocrítica do seu esquerdismo e se tornou um reformista moderado, à la Partidão. Vou resumir suas ponderações: "É preciso valorizar a postura dos militares que não aderiram ao golpe. Especialmente a resistência do então comandante do Exército, general Gomes Freire, e o brigadeiro Batista Jr, comandante da Aeronáutica. O posicionamento do general Gomes Freire estava respaldado pela cadeia de comando. Mais importante: quem tinha poder para pôr tropa na rua não aderiu. Não há golpe possível sem o apoio do Exército. Sem sua adesão, qualquer tentativa golpista está fadada ao fracasso. Ou a ser abortada antes de sua execução. Esse foi um forte fator para o fracasso do putsch bolsonarista do 8 de janeiro. Pouco importa para uma justa apreciação dos militares que mantiveram uma postura legalista se foi ditada pela pressão dos Estados Unidos ou por convicção. O fato objetivo é que não aderiram. Ora, se Braga Netto soltou seus cachorros para cima do general Gomes Freire, acusando-o de ser o responsável pela não adesão das Forças Armadas ao golpe e de ser um "cagão", é óbvio que o então comandante do Exército foi uma pedra no caminho da intentona bolsonarista. O mesmo vale para a apreciação do comandante da Aeronáutica, xingado de traidor pelo principal braço executor da tentativa de golpe, Braga Neto. A equação é simples. Se os golpistas xingam os generais legalistas de "melancia" — verde por fora e vermelho por dentro —, compete aos democratas defender a postura dos militares com postos de comando que se mantiveram nos marcos da legalidade. E, sobretudo, preservar as Forças Armadas, como instituição." Erradicar o golpismo Tibério lembra que, no excelente documentário A democracia resiste, de Júlia Dualib, disponível no Globo Play, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, e seu secretário executivo e interventor do governo Lula nas Forças de Segurança de Brasília, Ricardo Cappelli, foram taxativos: "O golpe fracassou porque o Alto Comando das Forças Armadas foi legalista". Concordo em gênero, número e grau com Tibério. Há investigações da Polícia Federal em curso, o inquérito corre no âmbito da Justiça civil, o que é uma inédita mudança de paradigma, se considerarmos que os investigados são oficiais de alta patente, alguns na ativa ainda. No período em que governou o país, Jair Bolsonaro aproveitou-se da condição de "comandante Supremo" para dividir as Forças Armadas e seduzir seu alto comando, principalmente o do Exército. Prevaleceram os militares que não querem ver a instituição transformada em mais uma milícia. Se tem uma coisa que sempre perturbou a vida democrática do país é a anarquia nas Forças Armadas, com recorrentes indisciplina e quebra de hierarquia nas crises políticas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva será sábio ao não se pronunciar sobre o que acontece no âmbito da caserna. Devem prevalecer o devido processo legal e o princípio da presunção da inocência, mesmo para o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujas intenções golpistas foram escancaradas na reunião ministerial. Para preservar a hierarquia e o respeito à Constituição, há o regimento disciplinar e o "almanaque" de promoções por antiguidade e merecimento. Uma das causas do golpe militar de 1964 foi a quebra de hierarquia nas Forças Armadas, com a tentativa de articulação de um "dispositivo militar" que perpassava a cadeia de comando. Deu errado para o presidente João Goulart, Leonel Brizola e Luís Carlos Prestes. Mas também deu errado para Juscelino Kubitscheck (PSD) e Carlos Lacerda (UDN), entre outros políticos, que apoiaram o golpe, ao apostar na destituição do presidente da República. Como disse o senador Ernâni do Amaral Peixoto, que era almirante, na sua autobiografia, o golpe de 1964 foi "a morte da política". Esquerda e direita no Brasil precisam fazer uma autocrítica definitiva em relação ao golpismo. É um tremendo equívoco defender um ajuste de contas com os militares que supostamente se omitiram, o silêncio deles valeu muito mais do que os palavrões de Bolsonaro e os comentários de Braga Netto, que fugiram aos padrões de camaradagem e lealdade que devem prevalecer nas casernas. O golpismo no Brasil, historicamente, não é monopólio de ninguém. É uma praga que precisa ser erradicada da política. O meio de fazê-lo é fortalecer as instituições do Estado Democrático brasileiro e apartar as Forças Armadas das disputas pelo poder político. Quem quiser fazer política, que deixe o serviço ativo, definitivamente. Isso deveria valer também para policiais militares e civis. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------ Sob a presidência de Lira Tavares, também participaram da reunião do Alto Comando do Exército Siseno Sarmento, Antônio Carlos Murici, José Calderaro, Jurandir Bizarria Mamede, Souto Malan e Emílio Garrastazu Medici, que voltarão a reunir-se amanhã pela manhã ---------- Seis uomes para uma eventual sueessão Os nomes mais falados à sucessão cio Presidente Costa c Silva, uma vez confirmado o seu impedimento definitivo, são os Generais Garrastazu Mediei, Orlando Geisel, Bizarria Mamede, Siseno Sarmcnto, Antônio Carlos da Silva Murici c José Canavarro Pereira'. QUEM SAO Garrastazu Mediei — Comandante aluai do III Exército, o General Emilio Garrastazu Mediei dirigiu o Serviço Nacional dc Informações no início do Govêrno Costa c Silva. Gaúcho de Bagé, com Ii3 anos, tomou posse no III Exército a 18 dc abril último. Comanda 46 mil homens, distribuídos no Kio Grande do Sul, Santa Catarina c Paraná. Bizarria Mamede — Um dos tenentes da Revolução dc 30, o General Jurandir Bizarria Mamede tornou-se nacionalmcnte conhecido cm 1955, quando, como coronel, fez o elogio fúnebre do General Canrobert Pereira da Costa, num discur- so considerado e punido como indiscipliZhUÍO DA BAH!A S.A. Fundado em 1858 Tem a safisfação cle comunicar a abertura de sua agência Leia editorial "Grandes Expectativas1" Rua Vinte e Dois n.° 688 Estado de Minas Gerais n-.i pelo então Ministro da Guerra, Henrique Lott. Afastado para unia Circunscrição dc Recrutamento Militar, cm cidadc do interior, voltaria a um posto importante em 1961, como comandante da VIII Região Militar, na Amazônia. Comandou depois a Vila Militar c o II Exército. Chefia atualmente o Departamento dc Produção c Obras do Exercito. É cearense c nasceu cm 27 dc setembro dc lllOli. Antônio Murici — O General Antônio Carlos da Silva Murici comandou as tropas que, procedentes dc Minas Gerais, marcharam para a Guanabara, ao ser deflagrado o movimento dc 31 dc mar- ço de 196.. Em seguida, comandou, durante dois anos e meio, a 7." Região Militar, com sede em Recife. Em abril dêsíeanotomou -posse na chefia do EstadoMaior do Exército, fi paranaense, de Curitiba, tendo nascido a 8 dc junho dc 1906. Orlando Geisel — Chefe do Estadodo-Maior das Forças Armadas desde 5 de abril de 1968, foi um dos primeiros gelibrais a filiar-se ã Arena. Gaúcho de Estrela, 64 anos, foi chefe dc gabinete do Marechal Odílio Denis, no comando do I Exercito e no Ministério do Exército. Canavarro Pereira — Comandante do II Exército (tomou posse a 2 dc maio úllimo), o General Josc Canavarro Pereira é carioca c tem 62 anos. Ocupou a subchefia do Gabinete Militar da Presidência da República nos Governos Café Filho e Carlos Luz (1954-1955), tendo participado cia viagem do cruzador Tamandaré. Diz sempre que seu propósito c "produzir tranqüilidade c paz." Siseno Sarmento — Comandante do I Exército, que assumiu a 21 de maio da 1968. comandou o II Batalhão do Kcgimenlo Sampaio, na campanha da Itália e foi Secretário de Segurança no Govêr- no Carlos Lacerda. Amazonense, 62 anos, chefiou o gabinete do Ministro Costa a Silva, na Pasta do Exercito. Um dos signatários do "memorial dos coronéis", viu- https://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1969_00138.pdf _________________________________________________________________________________________________________ -------------
------------ Preservar as Forças Armadas faz bem à democracia - Política ----------- Dois textos do Tibério Canuto sobre a questão militar hoje 👇 -------------- O inimigo do meu inimigo é meu amigo - Reflexões do cabo conscrito Portela, 417. É preciso valorizar a postura dos militares que não aderiram ao golpe. Especialmente a resistência do então comandante do Exército, general Gomes Freire e o brigadeiro Batista Jr, comandante da Aeronáutica. Vamos ser claro: o posicionamento do general Gomes Freire estava respaldado pela cadeia de comando. Segundo o bem informado e competente jornalista Marcelo Godoy dos 16 membros generais do Alto Comando do Exército onze eram contrários ao golpe de quatro a cinco eram favoráveis, sendo que dois não agiram para a concretização do golpe. Mais importante: quem tinha poder para por tropa na rua não aderiu. Não há golpe possível sem o apoio do Exército. Sem sua adesão, qualquer tentativa golpista está fadada a fracasso. Ou a ser abortada antes de sua execução. Esse foi um forte fator para o fracasso do putsch bolsonarista do oito de janeiro. Pouco importa para uma justa apreciação dos militares que mantiveram uma postura legalista se ela foi ditada pela pressão dos Estados Unidos ou por convicção. O fato objetivo é que não aderiram. Há um provérbio, que vem do Século IV Antes de Cristo, segundo o qual o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Ora, se Braga Neto soltou seus cachorros para cima do general Gomes Freire, acusando-o de ser o responsável pela não adesão das Forças Armadas ao golpe e de ser um “cagão”, é óbvio que o então comandante do Exército foi uma pedra no caminho da intentona bolsonarista. O mesmo vale para a apreciação do comandante da Aeronáutica, xingado de traidor pelo principal braço executor da tentativa de golpe, o ex-ministro da Defesa de Bolsonaro. A postura de Batista Jr contrariou tanto os golpistas que Braga Neto deu a ordem à sua horda para infernizar a vida do brigadeiro Batista Júnior e de sua família. A equação é simples. Se os golpistas xingam os generais legalistas de “melancia” – verde por fora e vermelho por dentro - competem aos democratas defender a postura dos militares com postos de comando que se mantiveram nos marcos da legalidade. E sobretudo preservar as Forças Armadas, como instituição. Para quem dúvidas aconselho assistir o documentário A democracia resiste, de Júlia Dualib, disponível no Globo Play. Aborda os bastidores da intentona bolsonarista. Os depoimentos do então ministro da Justiça, Flávio Dino, e do seu secretário – executivo e interventor do governo Lula nas Forças de Segurança de Brasília, Ricardo Capelli. Ambos foram taxativos: “o golpe fracassou porque o Alto Comando das Forças Armadas foi legalista”. No seu livro clássico A Arte da Guerra, Sun Tzu aconselha conhecer o inimigo como conhece a ti mesmo. Quem tem esse dom não precisa temer cem batalhas. Assim, é fundamental conhecer a estratégia de Bolsonaro, especialmente para os militares. Nos quatro anos em que governou o país, diuturnamente se empenhou em dividir as Forças Armadas com o objetivo de corroer sua coesão e aparelhá-la. Para tal , atacou alicerces fundantes das instituições militares de qualquer país do Planeta, como a hierarquia e a disciplina. Quando a política adentra no mundo castrense tais valores saem pelas portas do fundo. Instala-se a anarquia, a baderna. Foi o que assistimos nos anos Bolsonaro. A deslealdade, a traição, a covardia, a ruptura de laços de camaradagem, foram inoculados nas Forças Armadas pelo bolsonarismo. As baixarias de Braga Neto contra os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica são a mais cristalina expressão dessa política. Recomenda o bom senso que os democratas tenham uma estratégia oposta de Bolsonaro, pautada em fortalecer a coesão das Forças Armadas, restabelecer na sua plenitude a hierarquia e a disciplina, promover sua descontaminação política para poderem se dedicar, exclusivamente, às suas funções constitucionais e profissionais. Faz parte da cultura militar a lealdade e a camaradagem. Em si, esses sentimentos são positivos e devem ser incentivados. Creio que centralmente Lula tem acertado nas sua política de apaziguamento em relação às Forças Armadas. Essa é uma das raras concordâncias que tenho com seu governo. Parte do realismo de que só é possível promover o segundo recuo dos militares para os quarteis – portanto para suas missões profissionais e constitucionais – com os militares e não contra os militares, para parodiar uma frase excelente de José Sarney. Concretamente, com o Alto Comando das Forças Armadas e não contra as Forças Armadas. Lula entende a delicadeza do momento, pois há ainda muitas minas a serem desativadas. O momento exige cautela e muito caldo de galinha. Por isso, sensatamente, tem empurrado com a barriga a instalação da Comissão dos Mortos e Desaparecidos, bem como não está disposto a mexer no vespeiro das pensões de filhas de militares. Claro, isso desagrada nefelibatas do seu partido e de setores da esquerda, ávidos por esticar a corda. Esse acerto de Lula começou com a escolha de José Múcio para ministro de Defesa, não cedendo a pressões para entregar a cabeça de Múcio, reclamada por setores mais à esquerda do PT. Essa estratégia possibilitou uma relação de confiança entre a cadeia de comando e o presidente, fundamental para a estabilidade democrática do país e, assim possibilitar que o Brasil continue vivendo o maior período de sua história republicana sem quarteladas ou intervenção militar. Com todas as letras temos de dizer: o apaziguamento e a conciliação são o centro dessa política. Isso não significa impunidade de civis e militares envolvidos na intentona golpista. Muito menos anistia para quem conspirou contra o Estado Democrático de Direito. ------------
----------- Após oito anos de serviço Cabo deixa recado para os conscritos Lealdade, companheirismo, disciplina e resiliência são alguns dos principais atributos que desenvolvi e levarei para a vida ------------ Reflexões de cabo conscrito Portela - Parte II Há uma linha fina separando a necessidade da punição aos golpistas e irresponsabilidade nas investigações por parte da Polícia Federal. Creio que a PF desvia do foco ao decidir se houve crime de omissão por parte do então comandante do Exército general Gomes Freire e do ex- comandante da Aeronáutica Batista Júnior. Concretamente, coloca no mesmo cesto generais legalista que, de uma forma ou de outra, não aderiram à intentona golpista e concretamente, com sua resistência, impediram que as Forças Armadas aderissem, com sua cadeia de comando ao golpe. Estou vendo o Estúdio I da Globo News. É um mar de insensatez. Comentaristas nefelibatas tecem comentários alegando que os dois ex-comandantes cometeram crime de prevaricação, pois deveriam prender Bolsonaro ao tomar conhecimento que Bolsonaro queria arrastar as Forças Armadas para a aventura golpistas. Imaginem às vésperas da eleição, com o incumbente disputado a reeleição o tamanho da crise institucional o presidente ser preso, portanto afastado do poder. Isso só seria possível com um golpe preventivo a exemplo do que fez o marechal Lott na novembrada de 1955. Seria a volta da intervenção militar na política, prática que, no passado, fez tanto mal ao Brasil. Outra hipótese seria os comandantes militares denunciarem Bolsonaro à Justiça. Aí eles teriam de renunciar a seus ´postos, passando automaticamente para a reserva, pois do contrário estariam quebrando a hierarquia, pois o presidente é o chefe supremo das Forças Armadas. E a Justiça, mandaria prender o presidente em pleno processo eleitoral? No lo creo. Se o fizesse, estaria instalada uma crise institucional imensa, no limite com intensidade que poderia levar ao adiamento das eleições. Em vez de um presidente legitimamente eleito conforme o calendário, como felizmente temos hoje, teríamos um enorme buraco negro à nossa frente. Um segundo delírio é propor o enquadramento dos ex-comandantes das Forças Armadas por não mandarem desativar os acampamentos golpistas à frente dos quarteis. Aqui mais uma vez fala mais alto a sua subordinação hierárquica ao seu chefe supremo, o presidente, que longe de dar essa ordem insuflava a baderna em frente aos quarteis. Para além do dilema da quebra da hierarquia, estariam entregando sua cabeça em uma bandeja para Bolsonaro destituí-lo e substitui-los por generais de quatro estrelas alinhados com o golpismo. Não é difícil identificar quem Bolsonaro indicaria para ser o novo comandante do Exército. Seria o general Teophilo Cals, também de quatro estrelas, que já conspirava para viabilizar o golpe. Quem vivem com a cabeça nas nuvens é sempre eivado de boas intenções, mas o inferno está cheio de nefelibatas. Quem tem os pés na terra, faz como Lula fez. Ao escolher os novos comandantes das Forças Armadas seguiu rigorosamente o critério da antiguidade, de acordo com o almanaque das três forças. Assim, fortaleceu o princípio basilar da hierarquia, mesmo sabendo o novo comandante do exército sendo o general Júlio Arruda. Só o demitiu quando o general quebrou a hierarquia ao não acatar a determinação do seu chefe-supremo de não nomear o tenente-coronel Cid, ex- ajudante de ordem de Bolsonaro, para o comando do batalhão de forças especiais situado em Goiânia. Como Lula agiu conforme o figurino e nomeou o novo comandante, general Tomás Paiva, respeitando também o critério da antiguidade, não houve a menor resistência no interior do exército à destituição do general Júlio Arruda. Sei que a Polícia Federal tem autonomia nas suas investigações e que nem o presidente nem o ministro da Justiça deve interferir em seus rumos. Mas se a embriaguez do sucesso subir à cabeça dos delegados que estão comandando as investigações a ponto de alargar o foco, estará contratando acirramento dos ânimos no interior do estamento militar. Da parte de Lula, tenho certeza de que não se desviará de sua estratégia de apaziguamento e conciliação. Pode-se criticar Lula por muita coisa. Menos de não ser pragmático e não ter senso da realidade. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ WW - 14/02/2024 CNN Brasil Transmitido ao vivo em 14 de fev. de 2024 #CNNBrasil Assista ao WW desta quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
----------- Queda do Muro de Berlim A queda do Muro de Berlim foi um acontecimento marcante que ocorreu em novembro de 1989, deu início à reunificação da Alemanha e evidenciou o fracasso do bloco comunista. ----------- "VINTE ANOS DEPOIS A história demonstrou que «não há interesse central alemão que possa ser alcançado sem a cooperação com outros estados», como ficou demonstrado pelo caminho que levou à unificação alemã57. As negociações diplomáticas servem de exemplo de uma diplomacia internacional dinâmica e liderança política com visão onde as questões críticas foram quase todas clarificadas por contactos pessoais antes que os governos tomassem as decisões. O que é de sublinhar é como a liderança soviética acabou por aceitar a unificação através de um processo rápido, dentro das alianças existentes e sem receber muito em troca já que da perspectiva da elite política uma Alemanha unificada no seio da nato representava uma mudança significativa na balança de poder europeia e transatlântica, em detrimento da posição soviética. Por outro lado, a posição norte- -americana foi crucial. Como afirmou recentemente Robert Hutchings, O fim da Guerra Fria e a unificação alemã Patrícia Daehnhardt 049 «tendo em conta o que poderia ter corrido mal, parece evidente que os Estados Unidos estavam certos em atribuir tamanha prioridade ao seu papel de líder, certos em dar o seu apoio total à unificação, certos em opor-se às tentativas britânicas, francesas e soviéticas de descarrilar ou atrasar o processo, e certos em insistir que a Alemanha fosse soberana desde o momento da unificação, com as suas relações de aliança intactas e sem novas restrições.» E os alemães estavam certos, continua Hutchings, «não apenas em forçar uma unificação rápida internamente, mas também em acelerar o projecto europeu para que o seu país recém-unificado encontrasse um lugar seguro no seio de uma Europa mais unida e uma comunidade transatlântica continuamente forte»58. Ao contrário do que se passou na primeira metade do século xx e de forma menos acentuada durante a Guerra Fria, uma Alemanha unificada no Centro da Europa já não é hoje vista como ameaça à estabilidade do espaço euro-atlântico. A unificação da Alemanha a 3 de Outubro de 1990 e o colapso da União Soviética a 25 de Dezembro de 1991 marcaram o fim da Guerra Fria e a transição para uma nova arquitectura de segurança na Europa e na ordem euro-atlântica. Como foi afirmado no início do artigo, o processo de negociação internacional que marcou a unificação alemã foi crucial na construção da futura ordem de segurança pós-Guerra Fria na Europa. Para o espaço euro-atlântico representou a consolidação da ordem liberal constitucional; para a Europa, reflectiu o compromisso franco-alemão renovado para com a unificação europeia; para a Rússia pós-soviética iniciou o processo de redefinição do seu estatuto de poder. Durante a década de 1990, marcada pela transição assim como pela continuidade, a Rússia pós-soviética entrou num período de desorientação na sua política externa, a Alemanha afirmou a sua nova posição como potência central europeia e os Estados Unidos entraram numa nova era de política pós-atlântica. A Alemanha afirmou-se como grande potência europeia através da continuidade das suas políticas multilateralistas nas instituições europeias e transatlânticas de que faz parte, e do seu poder normativo59. Vinte anos depois, contudo, a Alemanha, a Rússia e os Estados Unidos permanecem as três principais potências da área euro-atlântica e a Alemanha o actor que mais teria a perder com uma mudança deste quadro de segurança institucionalizado em 1990. " https://ipri.unl.pt/images/publicacoes/revista_ri/pdf/ri23/n23a03.pdf _________________________________________________________________________________________________________ -------------- -------------- WW - 15/02/2024 CNN Brasil Compartilhar 17.079 visualizações 16 de fev. de 2024 Assista ao WW desta quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- -------------- Daniel Buarque: "O mundo não dá importância ao Brasil" | Crusoé Entrevistas O Antagonista 15 de fev. de 2024 Para o pesquisador que entrevistou 94 pessoas dos cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, ambição brasileira de querer ser visto como uma potência mundial entra em contradição com a pouca importância que o resto do mundo dá ao país. Daniel Buarque acaba de lançar o livro Brazil's International Status and Recognition as an Emerging Power, com os resultados que encontrou em seu estudo. _________________________________________________________________________________________________________ -------------- --------------- Jornal da Cultura | 15/02/2024 Jornalismo TV Cultura Transmissão ao vivo realizada há 22 horas #JornaldaCultura #JC No Jornal da Cultura desta quinta-feira (15), você vai ver: Novas medidas de segurança são tomadas após presos fugirem de prisão federal de segurança máxima; Empresários bolsonaristas teriam defendido posição mais “radical” em relação às eleições; PGR recorre de decisão que suspendeu pagamentos bilionários da Odebrecht; No Egito, Lula critica Israel por não cumprir decisões da ONU; Nicolás Maduro expulsa da Venezuela equipe da ONU que monitora direitos humanos. Para comentar essas e outras notícias, Karyn Bravo recebe o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares José Vicente e o economista Gesner Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas. _________________________________________________________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário