quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

De Volta Pro Aconchego

"Quando retornei a meu Instituto Leipzig, no início do trimestre letivo do verão de 1933, a destruição começara a se espalhar." *** "Lançada em janeiro de 1934, a marcha “História do Brasil” é composta por Lamartine Babo (1904-1963) e gravada por Almirante (1908-1980) em 15 de dezembro de 1933, com o coro da gravadora Victor e acompanhamento do conjunto Diabos do Céu. Ocupa o lado B do disco de 78 rpm de Almirante, cujo lado A traz outra marcha de Babo, “Menina Oxigené”, em p..." *** ABERTURA DE CARNAVAL *** *** Antonín Dvořák / Carnival Overture / Young Israel Philharmonic / Conductor: Yi-An Xu *** Jerusalem Music Centre 23 de dez. de 2021 Jerusalem Music Centre The Young Israel Philharmonic Orchestra Yi-An Xu: conductor. Gala Concert of the Young Israel Philharmonic Winter Academy, 12.12.21, Lowy concert hall, Charles Bronfman Auditorium Tel Aviv. **********************************************************
*** quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023 Hélio Schwartsman - A pulverização do poder Folha de S. Paulo Até que ponto autoridades não eleitas podem se contrapor a planos de eleitos? Guardadas as proporções, há semelhança entre o que acontece no Brasil e em Israel. Nos dois países, os governantes entraram em rota de choque com outras esferas de poder do Estado, provocando uma discussão sobre o sistema de freios e contrapesos que caracteriza as democracias. O caso israelense é muito mais grave que o brasileiro. Ali, o premiê Binyamin Netanyahu, que lidera uma coalizão de extrema direita, propôs uma reforma do Judiciário que, se aprovada, reduzirá drasticamente o poder da Suprema Corte. O projeto não só dá ao Parlamento poderes para anular decisões da corte como ainda altera as regras para a nomeação de seus magistrados, ampliando as indicações de políticos. Não à toa, a proposta está sendo vista como um ataque à repartição dos Poderes e, portanto, à democracia. No Brasil, Lula, que foi eleito com a promessa de restaurar a institucionalidade vandalizada por Bolsonaro, vem se indispondo com o presidente do Banco Central e atacando a autonomia legal da autarquia. Ao que tudo indica, é um jogo de pressão política, pois não há plano sério para rever a autonomia. Tanto os partidários de Netanyahu como os de Lula alegam que autoridades não eleitas não podem tornar-se empecilhos aos projetos de dirigentes legitimamente eleitos. Será? Como se sabe desde a Antiguidade, o caminho para evitar a tirania é justamente espalhar obstáculos institucionais que impeçam a concentração excessiva do poder. Aristóteles já falava na necessidade de uma constituição híbrida. Outros teóricos como Locke e, principalmente, Montesquieu desenvolveram mais essa ideia, que ganhou lugar central na Constituição americana. Mais recentemente, agências reguladoras e outras autarquias ampliaram ainda mais essa pulverização do poder. Obstáculos institucionais são frustrantes quando você simpatiza com o governante de turno, mas são a boia de salvação quando o dirigente exibe apetites totalitários. ********************************************************************************** *** História do Brasil (marcha/carnaval) Lamartine Babo ************************************** Aliás, ninguém exprimiu melhor a intimidade entre Brasil e carnaval que Lamartine Babo, na marchinha composta em 1934, significativamente intitulada “História do Brasil”. Nela, ele faz a pergunta crucial: Quem foi que inventou o Brasil?/Foi Seu Cabral… Foi Seu Cabral/No dia 21 de abril…/Dois meses, depois do carnaval! ***
*** quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023 Roberto DaMatta - Que tal falar do carnaval? O Globo O óbvio ululante é procurar vê-lo como um dos fios com os quais construímos o lado mais denso da nossa identidade Falamos infindavelmente de “política”, deixando de lado a festa maior que chega neste fim de semana e continua sendo assunto de difícil entendimento. Sobretudo para nós, brasileiros, para quem a festa de Momo tem uma presença sistemática (lida como positiva ou alienada) nas nossas vidas. Falar do carnaval é ser obrigado a discorrer sobre uma realidade ainda mais complicada: nosso sempre fugaz e indomesticável Brasil. O elo entre o carnaval e o Brasil tem muitas máscaras. Tanto o carnaval pertence ao Brasil — não há como negar um “carnaval brasileiro” com história, gestos, música e outros tantos elementos particulares — quanto o Brasil pertence ao carnaval! Esse carnaval que — com seu maravilhoso espírito antiburguês, com sua atitude contrária à razão utilitária e com seu afeto pelas ambiguidades, pelas transformações míticas e, sobretudo, pela possibilidade de trocar radical e democraticamente de lugar — não tem rival como modelo de um “contrato social” brasileiro. O carnaval é constituído e constitutivo daquilo que chamamos de “Brasil” ou “realidade brasileira”. Pois o que seria o Brasil sem carnaval, sem cachaça, sem futebol, sem macumba, sem jogo do bicho, sem sua ladra politicagem, sem jeitinho, sem “não fazer nada” e sem salvacionismos? Sem esse punhado de instituições órfãs de pedigree político-acadêmico que nossos “caga-regras” conhecem como a palma de suas mãos? Quantos de nós seríamos capazes de caracterizar o Brasil sem falar em carnaval? E, no entanto, quantos pensaram no carnaval — amnesiando a economia política — para tentar desenhar o Brasil? Embora o carnaval seja um hóspede não convidado de nossas historiografia e sociologia oficiais, pois — se a memória não me falha — fui dos poucos a levá-lo a sério, estudando-o de uma perspectiva simbólica e comparativa, sua presença em outros setores da nossa vida social sempre foi flagrante. Aliás, ninguém exprimiu melhor a intimidade entre Brasil e carnaval que Lamartine Babo, na marchinha composta em 1934, significativamente intitulada “História do Brasil”. Nela, ele faz a pergunta crucial: Quem foi que inventou o Brasil?/Foi Seu Cabral… Foi Seu Cabral/No dia 21 de abril…/Dois meses, depois do carnaval! Seria Lamartine Babo uma antecipação do pensamento pós-moderno? Nem tanto, mas sua obra é uma mostra do “óbvio ululante”, em que os intelectuais politicamente corretos e donos da verdade odeiam tocar. Seja porque não sabem como engavetá-lo, seja porque o riso satírico de Momo os embaraça. Afinal, o carnaval não cabe nas categorias que definem weberianamente o racional como elo entre meios e fins. Como explicar essa explosiva alegria quando deveria haver somente tristeza? E, no entanto, o carnaval é o rito de passagem temporal que nos ajuda a transitar do Advento e, largando a carne, aceitamos as penitências de Dona Quaresma. Ele é também o que Alexis de Tocqueville chamava, com Rousseau, de “hábito do coração”, e Nélson Rodrigues denominava “óbvio ululante” — essa coisa tão próxima que não é — ou não pode — ser vista. Quem sabe você que olha sem ler estas linhas não gostaria de ouvir esse óbvio ululante do carnaval, simplesmente um grito para compreender o Brasil? Pois, para parafrasear Jorge Luis Borges, a despeito do sentimento derrotista, algumas pessoas descobriam verdades eternas no Rio de Janeiro e no Brasil... No caso do carnaval, o óbvio ululante não é seu estudo como festa popular de feitio “alienado” e “pré-político”, prestes a ser comido pela indústria de comunicação e pelo discurso ainda mais fantasioso e cretino dos salvadores da pátria. Muito pelo contrário. É procurar vê-lo como um dos fios com que construímos o lado mais denso da nossa identidade. Mas sobre isso eu só falo depois do carnaval... ***************************************************** *** Sidney Miller - Brasil, do Guarani ao Guaraná - 1968 - Elenco *** MPBorghí Para conhecer melhor Sídney Miller 07. Apesar de não ser obra minha, posto esse material para apresentar um pouco mais do grande compositor Sídney Miller, inspirador do espetáculo "Esse Circo Maravilhoso". No vídeo o segundo LP do compositor lançado em 1968 pela Elenco. Faixas: 00:00 - História do Brasil? - Sídney Miller 01:23 - Coqueiro Alto - Sídney Miller 03:52 - Quem Dera - MPB4 06:20 - Maria - Nara Leão 08:07 - Seresta - Jards Macalé 11:04 - Sem Assunto - Sídney Miller 14:57 - Choroso - Paulo Moura e Oberdan Magalhães 17:46 - Maravilhoso - MPB4 20:51 - Filosofia - Paulinho da Viola 23:27 - Ora, Acho Que Vou-me Embora - Gal Costa 25:34 - Valsa - Gracinha Leporace 28:09 - Pois É, Pra Quê? - Sídney Miller 32:31 - bônus: Nós, os Foliões - Sídney Miller 34:21 - Cidade Maravilhosa - Banda do Canecão https://www.blogger.com/blog/post/edit/8761611736633123803/1421260414219795345 https://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra67622/historia-do-brasil *** História do Brasil (marcha/carnaval) Lamartine Babo Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia vinte e um de abril Dois meses depois do carnaval Depois Ceci amou Peri Peri beijou Ceci Ao som... Ao som do Guarani! Do Guarani ao guaraná Surgiu a feijoada E mais tarde o Paraty Depois Ceci virou Iaiá Peri virou Ioiô De lá... Pra cá tudo mudou! Passou-se o tempo da vovó Quem manda é a Severa E o cavalo Mossoró Composição: Lamartine Babo. *** Dvořák: Carnival Overture, Op. 92 *** London Symphony Orchestra Provided to YouTube by Universal Music Group Dvořák: Carnival Overture, Op. 92 · London Symphony Orchestra · Witold Rowicki Dvorak: The Symphonies Released on: 2010-01-01 Producer, Studio Personnel, Balance Engineer: Vittorio Negri Composer: Antonín Dvořák https://www.youtube.com/watch?v=6385x1R6WUg *********************************************** *** Elba Ramalho and Dominguinhos *** Estou de volta pro meu aconchego Trazendo na mala bastante saudade Querendo um sorriso sincero, um abraço, Para aliviar meu cansaço E toda essa minha vontade Que bom, poder tá contigo de novo, Roçando o teu corpo e beijando você, Pra mim tu és a estrela mais linda Seus olhos me prendem, fascinam, A paz que eu gosto de ter. É duro, ficar sem você Vez em quando Parece que falta um pedaço de mim Me alegro na hora de regressar Parece que eu vou mergulhar Na felicidade sem fim compositores: JOSE DOMINGOS DE MORAIS, FERNANDO MANOEL CORREIA *************************
*** "Quando o trem parou em Leipzig, eu tomara a minha decisão: permaneceria na Alemanha, ao menos por algum tempo; continuaria a trabalhar na universidade e, quanto ao mais, faria a minha parte da melhor maneira possível, vendo até onde me levaria esse caminho." 12 REVOLUÇÃO E VIDA UNIVERSITÁRIA 1933 CONTRAPONTO A PARTE E O TODO HEISENBERG **********************************
*** "Embora alguns elementos se percam na memória coletiva ao longo dos anos, a marcha continua a ser gravada e reconhecida por outras gerações. Isso se deve ao seu arranjo marcante, sobretudo, pelos metais na introdução." ***************************************************************************** *** Resolução da prova de FÍSICA - PISM– UFJF 2022 - 2° Dia Módulo I- OBJETIVAS – Questão 15. *** Marcelo bolinhaphysics *** 818 visualizações 7 de fev. de 2022 PISM - 2° Dia Módulo I – UFJF 2022. Um termo relacionado a centro de massa é centro de gravidade. A diferença entre eles é que o centro de massa não depende da ação gravitacional - é uma propriedade inerente do corpo. Se este corpo estiver sujeito a um campo gravitacional homogêneo, o centro de massa coincidirá com o centro de gravidade. Em um futuro distante, um astronauta a caminho de Marte é ligado por um cabo a sua nave espacial, em uma região em que a atração gravitacional de qualquer outro corpo celeste pode ser desprezada. A nave espacial possui massa 30 vezes maior que a massa do astronauta e o cabo possui massa desprezível. Para retornar para dentro da nave, o astronauta começa a puxar o cabo com uma força constante. Sobre o sistema nave/astronauta, durante o tempo em que ele puxa o cabo, é CORRETO afirmar que: a) ao puxar o cabo, o astronauta se move com aceleração 30 vezes menor do que a aceleração da nave espacial, em módulo. b) a força que atua sobre o astronauta é 30 vezes menor que a força que atua sobre a nave espacial, em módulo. c) o centro de massa do sistema se aproxima mais rapidamente do centro de massa da nave espacial, pois este é o corpo mais massivo. d) a nave espacial se move por uma distância 30 vezes menor que a distância percorrida pelo astronauta, em relação ao centro de massa do sistema. e) como a força aplicada é constante, o módulo da velocidade do centro de massa do sistema varia linearmente com o tempo, em relação a Marte. https://www.youtube.com/watch?v=EM0qo6wQSPo Programa de Pós-Graduação em Física - Site Institucional da Universidade Federal de Juiz de Fora ***********************************************
*** Dialogos Sobre La Fisica Atomica Werner Heisenberg Bac *** Capítulo 12 Revolución y vida universitaria (1933) A principios del semestre de verano de 1933, cuando volví a mi Instituto de Leipzig, ya estaba en plena marcha el proceso de destrucción. Varios de los más aplicados alumnos de mi seminario habían abandonado Alemania y otros se disponían a huir. Mi ilustre agregado de cátedra, Félix Bloch, se decidió por la emigración, y entonces tuve yo que preguntarme si mi permanencia en Alemania podía tener todavía algún sentido. De esta época de torturante cavilar sobre lo que era o no era oportuno hacer, se me han quedado grabadas dos conversaciones que después me han servido de mucho; la primera, con un joven estudiante nacionalsocialista que asistía a mis clases; la segunda, con Max Planck. Vivía yo entonces en un pequeño apartamento en el ático de paredes inclinadas que había en el piso superior de mi Instituto. Al amueblarlo me había comprado como objeto principal de la habitación, en la casa comercial Blüthner, de Leipzig, un piano de cola, en el que con frecuencia tocaba por la noche, bien solo, bien en plan de música de cámara con mis amigos. Como accesoriamente tomaba lecciones en la Escuela Superior de Música con el pianista Hans Beltz, tenía que aprovechar muchas veces la pausa del mediodía para ejercitarme. En aquellas semanas me había puesto a estudiar el concierto en la menor de Schumann. Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 247 Preparado por Patricio Barros Un día, después de comer, salía de casa tras una de esas horas de ejercicio para bajar a mi Instituto. Entonces me encontré que en uno de los bancos junto a la ventana de la planta baja estaba sentado un joven estudiante a quien en mis clases, ocasionalmente, había visto con uniforme caqui. Se incorporó algo aturdido, saludó, y le pregunté si deseaba hablarme. Me respondió, un tanto azorado, que no, que solamente escuchaba la música. Pero que, puesto que le hacía yo esa pregunta, me agradecería le permitiera hablar conmigo. Le cité en mi apartamento, y allí me expuso sus preocupaciones. «Voy a sus lecciones, y sé que en ellas puedo aprender mucho. Pero por lo demás no tengo ningún otro contacto con usted. De vez en cuando me he puesto a escucharle cuando estudia música, pues de otra manera sólo raras veces puedo escucharla. Sé también que ha estado usted en el Movimiento de la Juventud, al que yo también he pertenecido. Usted, en cambio, no viene jamás a nuestras reuniones juveniles, ni a las asambleas de los estudiantes nacionalsocialistas de la juventud hitleriana, ni a círculos más amplios. Yo soy jefe en la juventud hitleriana, y sería un placer para mí tenerle algún día en nuestro grupo. Pero usted hace como si perteneciera por completo al círculo cerrado de los profesores antiguos y conservadores, que solamente pueden vivir en el mundo de ayer, y a quienes la nueva Alemania que ahora surge les es totalmente ajena, por no decir odiosa. No puedo, sin embargo, imaginar, sin más, que haya todavía alguien tan joven y que cultiva tan vivamente la música como usted que pase ante esta nuestra juventud, que hoy construye o quiere Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 248 Preparado por Patricio Barros construir una Alemania nueva, con talante de extraño y con incomprensión. Necesitamos hombres que tengan más experiencia que nosotros y que estén dispuestos a colaborar en esta construcción. Tal vez le choque a usted el que ahora sucedan cosas odiosas, el que hombres inocentes sean perseguidos o arrojados fuera de Alemania. Pero créame, yo encuentro esto tan absurdo y tan horrible como usted, y estoy seguro de que ninguno de mis amigos tomaría parte en algo semejante. Creo que en una gran revolución no se puede evitar que durante los primeros momentos de excitación se vaya demasiado lejos y que después de los primeros éxitos se incorporen también hombres de menor valía. Pero cabe pensar que éstos sean eliminados después de un breve periodo de transición. Para esto precisamos nosotros de la debida colaboración de todos aquellos que quieren una recta estructuración, pues inyectarían en el Movimiento mucha más savia de aquellas ideas que ya estaban vivas en el Movimiento de la Juventud. Así, pues, dígame usted por qué no quiere tener nada que ver con nosotros.» «Si se tratase solamente de jóvenes estudiantes, me atrevería, a lo mejor, a contribuir a la causa con mis discursos y mi cooperación para que se impusiese la opinión de aquellos a quienes tengo por los mejores. Pero ahora se han puesto en movimiento grandes masas populares, y apenas importará el parecer de unos cuantos profesores y estudiantes. Por otra parte, los jefes de la revolución se han sabido garantizar el futuro mediante el desprecio hacia los llamados intelectuales, frente al peligro de que el pueblo pueda tomar en serio la exhortación a la razón que tal vez le hagan los Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 249 Preparado por Patricio Barros hombres espiritualmente más destacados. Por eso soy yo ahora el que tengo que hacerle esta pregunta: ¿Cómo sabe usted que se está construyendo una Alemania nueva? Que usted tiene la mejor voluntad, no se lo puedo negar. Pero hasta ahora únicamente estamos seguros de que se está destruyendo la vieja Alemania y de que se cometen muchas injusticias; en cuanto a todo lo demás, eso es hasta ahora puro sueño. Si usted intentara cambiar y mejorar solamente aquellas instituciones dentro de las cuales se han producido irregularidades, estaría de acuerdo. Pero lo que sucede es realmente una cosa completamente distinta. Usted tiene que comprender que yo no puedo cooperar a que Alemania se vea aniquilada; que quede esto claro». «No. Usted es realmente injusto con nosotros. No debe afirmar que todavía se podría lograr algo con pequeñas reformas. Desde la última guerra ha ido empeorando la situación de año en año. Que perdimos la guerra y que los demás han sido más fuertes que nosotros, esto es verdad, y significa que de esto tenemos algo que aprender. Pero ¿qué es lo que ha sucedido desde entonces? Se han multiplicado los clubs nocturnos y los cabarets, y el sarcasmo ha caído sobre todos aquellos que sufrieron, que se esforzaron y sacrificaron. ¿Por qué todo este absurdo? [Divertios, la guerra se perdió, pero existe el alcohol y aquí hay mujeres hermosas! En la economía, la corrupción ha sobrepasado todo los límites imaginables. Cuando el Gobierno ya no tenía un céntimo, porque había que pagar las reparaciones de guerra o porque el pueblo había empobrecido demasiado como para poder pagar grandes Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 250 Preparado por Patricio Barros impuestos, entonces simplemente se dedicaba a hacer funcionar la máquina de hacer billetes. ¿Por qué no? Que con este proceder los viejos y los débiles fueran engañados y perdieran sus últimos ahorros y hubieran de morir de hambre, era cosa que a nadie preocupaba. El Gobierno tenía suficiente dinero, los ricos se hicieron más ricos, y los pobres más pobres. Y usted debe reconocer que, en los peores escándalos de corrupción de los últimos tiempos, siempre estaban metidos los judíos». «¿Y de eso deduce usted el derecho a considerar a los judíos como una clase especial de hombres, a maltratarlos descaradamente y a expulsar de Alemania a una serie de hombres excelentes? ¿Por qué no deja que sean los tribunales los que castiguen a quienes cometieron injusticias, con independencia de su condición religiosa o de su raza?» «Porque eso es justamente lo que no ocurre. La justicia desde hace mucho tiempo se ha convertido en una justicia politizada, que quiere perpetuar los monstruosos estados de cosas de ayer, que protege solamente a la clase hasta ahora dirigente, sin preocuparse por el bienestar de todo el pueblo. Vea usted cuán suaves han sido las sentencias en los peores escándalos públicos. Pero es que, además, el clima de decadencia se palpa en muchos otros sectores. En las modernas exposiciones artísticas se ensalza como arte elevado la creación más absurda y la más completa confusión espiritual, y, si a la gente sencilla no le gusta, se le dice: ‘Esto tú no lo entiendes, porque eres demasiado tonto para ello’. ¿Se ha preocupado el Estado de las gentes pobres? A este propósito se Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 251 Preparado por Patricio Barros afirma que existen excelentes instituciones sociales y que se tiene la preocupación de que nadie pase hambre. Pero ¿basta, acaso, con dar al pobre lo justo para que no pase hambre y no preocuparnos ya más de él? Usted debe admitir que nosotros practicamos esto mucho mejor. Nos sentamos al lado de los obreros, nos ejercitamos con ellos en la milicia política de la SA-Sturm, recogemos medios de subsistencia y vestidos para los pobres, marchamos al lado de los trabajadores en las manifestaciones, y tenemos la sensación de que son felices cuando tomamos parte en su vida. Esto es, sin duda, una mejora. Cada cual ha trabajado para su propio bolsillo en los catorce años anteriores. Lo que importaba, ante todo, era llevar mejores vestidos que el vecino, tener mejor arreglada la casa para aparentar más. Los mismos diputados en el Parlamento federal no han tenido otro pensamiento que el de sacar el mayor provecho para su partido. Cada uno reprochaba a los demás el ansia de ganar, para enriquecerse él, a su vez, sin escrúpulos ni límites. No pensaba ya nadie en el bien común. Y, cuando no era posible llegar a un acuerdo, se peleaban o se tiraban los tinteros a la cabeza. A esto se ha puesto fin definitivamente, cosa que no es, ciertamente, una desgracia». «¿No ha pensado usted nunca en lo que significa el que el pueblo alemán desde 1919 haya tenido que aprender a gobernarse a sí mismo y que no era tan fácil el inculcar que se deben respetar voluntariamente los derechos de los demás si, a su vez, el Gobierno no cuida con su autoridad de la justicia conmutativa?» Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 252 Preparado por Patricio Barros «Puede ser. Pero los partidos han tenido tiempo en catorce años de aprenderlo. La realidad es que cada año ha ido empeorando la situación y ésta no ha mejorado en nada. Si dentro de Alemania nos combatimos y engañamos mutuamente, no debe extrañarnos el que en el extranjero el prestigio de Alemania decaiga cada vez más y se burlen de nosotros. En la Sociedad de Naciones se habla del derecho de los pueblos a la autodeterminación; pero, naturalmente, a los tiroleses del Sur no se les pregunta a quién quieren ser anexionados —el Tirol del Sur pertenece a Italia—. Se habla también largamente de seguridad y de desarme, pero esto significa siempre el desarme de los alemanes y la seguridad de los demás. No puede reprocharnos el que nosotros los jóvenes no queramos compartir más este engaño total ni dentro ni fuera. En el fondo, tampoco usted puede desearlo». «¿Y usted cree que su Führer, Adolfo Hitler, es un hombre de bien?» «Comprendo que Hitler le resulte antipático, porque le parece demasiado primitivo. Pero como se dirige al pueblo sencillo, tiene que echar mano del lenguaje de éste. No le puedo demostrar a usted que sea hombre honrado, pero pronto comprobará usted cómo tiene más éxito que nuestros políticos de ahora. Usted va a ser testigo de cómo los enemigos de Alemania en la última guerra van a hacer más concesiones a Hitler que a sus antecesores sencillamente porque desde ahora ellos tendrían que imponerse a sí mismos sacrificios si quisieran mantener en pie la injusticia practicada hasta ahora. En los últimos años esto era mucho más fácil, porque el Gobierno alemán toleraba todas las coacciones de fuera». Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 253 Preparado por Patricio Barros «Aunque usted tuviera razón en esto, yo no sé si una concesión obligada de los demás debería usted considerarla como un éxito auténtico de su movimiento o de Hitler, ya que, en cuanto se produzca cualquier cambio brusco conseguido a contrapelo, Alemania se creará de nuevo más enemigos; y adonde lleva el principio ‘muchos enemigos, mucha honra’, lo podríamos haber aprendido bien desde la última guerra». «¿Usted piensa entonces que Alemania debe seguir tranquilamente siendo la nación despreciada y escarnecida por todos, que tiene que soportarlo todo, que tiene que admitir el ser la única culpable de la última guerra, porque así lo cuentan mentirosamente y sólo porque en realidad perdió la guerra? ¿Encuentra usted todo esto tolerable?» «En este punto nos entendemos mal—traté yo de objetarle—. Debo explicarle con mayor detalle lo que pienso. Ante todo, comprendo el que países como Dinamarca, Suecia o Suiza vivan muy bien, aunque los últimos cien años no hayan ganado ninguna guerra y sean, en el aspecto militar, relativamente débiles. Además, en esta situación de cierta dependencia de las grandes potencias logran mantener perfectamente su carácter propio. ¿Por qué no podemos nosotros aspirar a algo parecido? Puede objetarse que somos un pueblo mucho más grande y económicamente más fuerte que los suecos y los suizos, y que, por lo tanto, nos corresponde un mayor influjo en el acontecer del mundo. Pero yo extiendo mi mirada hacia un futuro más lejano. Los cambios en la estructura del mundo de los que ahora somos testigos tienen cierto parecido con las transformaciones operadas en Europa en el tránsito de la Edad Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 254 Preparado por Patricio Barros Media a la Edad Moderna. Se produjo entonces la ampliación de la técnica, especialmente la del armamento-, lo cual trajo consigo como consecuencia la desaparición de los pequeños núcleos, antes políticamente independientes, como el castillo feudal y la ciudad— desaparecidos, en todo caso, como formas políticamente independientes—, y la sustitución de los mismos por unidades mayores, es decir, por Estados territoriales más o menos grandes. Una vez realizado este paso, no ofreció ventaja alguna considerable para la ciudad el rodearse de costosas murallas y fosos de defensa. Por el contrario, la ciudad pequeña, que había renunciado a las murallas, podía muchas veces expansionarse más fácil y rápidamente que otra más grande, cuyo crecimiento quedaba delimitado por una muralla defensora. En nuestra época, la técnica realiza también enormes progresos; la técnica de los armamentos se ha visto modificada radicalmente con el invento del avión. Hoy existe también la tendencia a formar unidades políticas más grandes, que rebasen las fronteras de la nación. Esto no se puede desconocer. Por ello, podríamos atender mejor a la seguridad de nuestro país renunciando abiertamente al rearme, para en su lugar procurar, mediante esfuerzos económicos, entablar relaciones de buena vecindad con las naciones que nos rodean. El incremento del rearme tal vez sólo intensificaría las fuerzas de represalia en las demás potencias, y provocaría, como último efecto, por consiguiente, una sensible merma de la seguridad. Pertenecer a una comunidad política mayor podría ser una defensa mucho mayor. Con todo esto sólo pretendo decir que es siempre muy difícil emitir Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 255 Preparado por Patricio Barros juicios acerca del valor de los objetivos políticos cuya consecución queda muy lejos todavía. Creo, por tanto, que no es correcto valorar un movimiento político sobre la base de las metas que proclama públicamente, y que acaso también anhela realmente, sino sólo por los medios que emplea para su realización. Estos medios, por desgracia, son igualmente malos en el partido nacionalsocialista y en el partido comunista, y vienen a demostrar que tampoco sus defensores creen en la fuerza de convicción de sus ideas. Por consiguiente, no me sirve ninguno de los dos movimientos, y estoy convencido, bien a pesar mío, de que uno y otro sólo podrán traer la desdicha a Alemania». «Pero usted debe admitir al menos que con medios buenos no se ha conseguido nada. El Movimiento de la Juventud no ha organizado mítines, ni ha roto cristales, ni ha aporreado a los contrincantes. Con su ejemplo, ha intentado únicamente implantar nuevos y más correctos módulos de valores. ¿Pero ha mejorado algo con ello?» «En la vida puramente política, tal vez no. Pero, en el sector de. la actividad cultural de la juventud, los resultados han sido muy fecundos. Piense usted en la enseñanza primaria, en la artesanía, en la nueva arquitectura del Bauhaus, en Dessau; en el cultivo de la música antigua, en los grupos corales y en los teatros de aficionados. ¿No es esto un logro?» «Quizá, sí. No trato de negarlo e incluso me alegro de ello. Pero Alemania debe liberarse, también en el aspecto político, del estado de descomposición interior y tutela exterior, y está claro que esto no ha sido posible sólo con medios buenos. La consecuencia no puede Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 256 Preparado por Patricio Barros ser que ahora siga todo como antes. Usted nos critica porque seguimos a un hombre que se le hace demasiado primitivo y cuyos medios usted desaprueba. Su antisemitismo también a mí me parece el lado mas desfavorable de nuestro Movimiento, pero tengo la esperanza de que pronto cesará. Ahora bien, alguno de los representantes de la época anterior, alguno de los viejos profesores que ahora se lamentan de la revolución, ¿intento en su día mostrarnos a nosotros los jóvenes un camino que fuera mejor, que nos hubiera llevado a la meta con medios mejores? No hubo nadie que nos dijera cómo podíamos salir de la miseria de otra manera. Usted tampoco. ¿Qué podíamos hacer entonces?» «Y por eso ha participado usted en la aplicación de la violencia y en la revolución, con la absurda ilusión de que de la destrucción podría surgir alguna cosa buena. Ya conoce usted lo que ha escrito Jacob Burckhardt sobre el resultado último de las revoluciones en la política exterior: ‘Ya es una dicha grande el que una revolución no convierta en señor al enemigo ancestral’. ¿Por qué nosotros los alemanes habíamos de tener tan extraña dicha? Si nosotros los viejos—tengo ya que contarme entre ellos—no hemos dado ningún consejo, es por la sencilla razón de que no sabíamos dar otro que ese tan trivial de que se debe hacer el trabajo concienzuda y ordenadamente, y esperar así a que cunda el buen ejemplo». «Usted quiere, por tanto, volver otra vez a lo viejo, a lo pasado, a lo de ayer. En su opinión, todo intento de cambio es malo. Pues bien, con estas ideas es justamente con las que no se puede ya convencer a la juventud. Así nunca habría nada nuevo en el mundo. ¿Con qué Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 257 Preparado por Patricio Barros derecho entonces defiende usted en su ciencia ideas nuevas revolucionarias? Lo cierto es que también se ha roto radicalmente con todo lo anterior en la teoría de la relatividad y en la teoría cuántica». «Cuando hablamos de revoluciones en la ciencia es importante que se tenga una idea muy clara de estas revoluciones. Pensemos, por ejemplo, en la teoría cuántica de Planck. Usted seguramente sabe que Planck fue desde un principio un espíritu abiertamente conservador, que nunca tuvo el deseo de cambiar seriamente la física antigua. Pero se había propuesto solucionar un problema rigurosamente delimitado, quería entender el espectro de la radiación del calor. Naturalmente, lo intentó manteniendo todas las leyes físicas anteriores, y necesitó muchos años para convencerse de que esto no era posible. Sólo entonces propuso una hipótesis que no encajaba dentro de la física anterior. Aun después de esto, pretendió llenar de nuevo con hipótesis adicionales la brecha que había abierto en los muros de la física antigua. Esta pretensión se demostró como algo decididamente imposible, y el desarrollo ulterior de la hipótesis planckiana hizo necesaria una reestructuración de la física entera. Pues bien, incluso después de la reestructuración, no se ha cambiado absolutamente nada en aquellos sectores de la física que pueden ser entendidos totalmente con los conceptos de la física clásica. »Dicho de otra manera: en el seno de la ciencia solamente puede operarse una correcta y fructífera revolución cuando se hacen esfuerzos por cambiar lo menos posible, cuando uno se limita, ante Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 258 Preparado por Patricio Barros todo, a la solución de un problema muy concreto y rigurosamente definido. El intento de dar de lado a todo lo anterior y de cambiar a capricho lleva a resultados absurdos. Este tipo de destrucción de todo lo existente sólo lo intentan, en el campo de las ciencias naturales, los fanáticos sin sentido crítico, los seres que están medio locos, como, por ejemplo, esas gentes que afirman poder dar con un perpetuum mobile. Naturalmente, de tales ensayos no se saca nada. Confieso que no sé si las revoluciones en la ciencia pueden parangonarse con las que tienen lugar en la convivencia humana. Pero, ello no obstante, podría afirmar—aunque se tratara de una pura ilusión—que también en la historia las revoluciones de mayor alcance son aquellas en las que se intenta solucionar solamente problemas rigurosamente delimitados cambiando lo menos posible. Piense usted en aquella gran revolución de hace dos mil años, cuyo autor—Cristo—dijo: ‘No he venido a suprimir la ley, sino a cumplirla’. Una vez más: lo que interesa es circunscribirse al objetivo principal y cambiar lo menos posible. Lo poco que entonces deba modificarse puede en adelante gozar de tal fuerza transformadora, que sea capaz de cambiar por sí mismo casi todas las restantes formas de la vida». «Pero ¿por qué se aferra usted tanto a las viejas formas? Con frecuencia ocurrirá que esas viejas formas no se ajustarán a los nuevos tiempos, y el mantenerlas en pie obedecería sólo a una especie de pereza. ¿Por qué no eliminarlas en el acto? Encuentro absurdo, por ejemplo, que los profesores se presenten todavía en las Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 259 Preparado por Patricio Barros ceremonias de la Universidad con sus trajes talares medievales. Son, indudablemente, antiguallas de las que hay que prescindir». «Naturalmente que me tienen sin cuidado las formas antiguas; pero, en cambio, me interesan los contenidos que pueden estar representados por ellas. Quisiera esclarecer este punto con una comparación tomada de la física. Las fórmulas de la física clásica representan un saber derivado de antiguas experiencias, que no fue sólo correcto entonces, sino que será válido también en el futuro y en todos los tiempos. La teoría cuántica da sólo formalmente a este tesoro de la experiencia una configuración distinta. Pero por lo que se refiere al contenido no puede cambiarse nada de la física en lo referente al movimiento del péndulo, a las leyes de la palanca, a los movimientos de los planetas, ya que tampoco en estos procesos varía el mundo. Volviendo a los trajes talares: este viejo formulismo se remonta a la época de la división del pueblo en estamentos sociales, y le corresponde como contenido la experiencia mucho más antigua de que el grupo de hombres que han estudiado mucho y cuyo pensamiento se ha formado en la escuela y con el contacto de muchos otros grandes y profundos pensadores es algo singularmente importante para la comunidad humana, ya que sus consejos están mejor fundamentados que los de los demás. El traje talar debe expresar esta posición especial y proteger a su portador de los rudos ataques de la masa, aun cuando él en su vida particular no haga suficientemente honor a su estado. Seguramente, esta experiencia tiene en nuestro mundo tanta o mayor vigencia que hace cientos de años; pero de hecho carece en Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 260 Preparado por Patricio Barros absoluto de importancia el que exteriormente se exprese por medio del traje talar o, tal vez mejor, en formas modernas. En todo caso, tengo la sospecha de que muchos críticos de los trajes talares quieren suprimir también el propio contenido por ellos expresado. Pero esto es una pura tontería, ya que, ciertamente, no podemos cambiar los hechos reales». «Sí, usted pone ahora de nuevo en juego los datos de la experiencia contra el dinamismo de la juventud, como hacen y han hecho siempre los viejos. Contra esto no podemos decir nada más, y de nuevo nos encontramos solos». Mi visitante dio media vuelta para irse, pero yo le pregunté si no quería que ejecutase otra vez para él la última frase del concierto de Schumann todo lo bien que se puede hacer sin orquesta. Se alegró, y luego, al despedirse, tuve la impresión de que me seguía considerando como amigo. En las semanas siguientes, los ataques a la Universidad fueron cada vez más terribles. Uno de nuestros colegas de la Facultad, el matemático Levy, que, según la ley, no debía temer nada, dado que en la primera guerra mundial había alcanzado muchas altas condecoraciones, fue súbitamente destituido de su cátedra. La indignación entre los miembros jóvenes de la Facultad—pienso aquí especialmente en Friedrich Hund, Carl Friedrich Bonhoeffer y el matemático Van der Waerden— fue tan grande, que estuvimos pensando si debíamos dimitir de nuestro puesto en la Universidad e inducir, en lo posible, a muchos otros colegas a dar el mismo paso. Pero antes quise cambiar impresiones otra vez con una persona Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 261 Preparado por Patricio Barros mayor de toda nuestra confianza. Por eso pedí una entrevista con Max Planck, y le visité en su casa de la Wangenheimstrasse, en Berlín-Grünewald. Planck me recibió en su salón, no muy iluminado, pero instalado acogedoramente a la antigua, en cuyo centro colgaba todavía sobre la mesa, no en función real de servicio, sino como elemento decorativo, la antigua lámpara de petróleo. Me pareció que Planck había envejecido mucho desde nuestro último encuentro. Su fino y delgado rostro tenía profundas arrugas; al saludar mostraba una sonrisa dolorida y daba la impresión de estar infinitamente cansado. «Viene usted en busca de asesoramiento en cuestiones políticas— comenzó él—, pero me temo no poderle ya dar ningún consejo. No tengo ya esperanza alguna de que pueda detenerse la catástrofe de Alemania, y con ella la de las universidades alemanas. Antes de que usted me refiera las ruinas de Leipzig, que seguramente son iguales a las de Berlín, deseo informarle primero sobre una conversación que he mantenido hace unos días con Hitler. Había confiado yo en que podría ponerle en claro los enormes daños que a las universidades alemanas, y en particular a la investigación física en nuestro país, podría causar la expulsión de los colegas judíos; que tal manera de proceder no tendría sentido y sería profundamente inmoral, ya que la mayor parte de ellos son ciertamente hombres que se sienten totalmente alemanes y que en la última guerra expusieron, como todos, su vida por Alemania. Pero no he encontrado comprensión alguna por parte de Hitler, o, lo que es peor, no hay lenguaje con el que pueda uno entenderse con Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 262 Preparado por Patricio Barros semejante hombre. Hitler ha perdido, a mi parecer, todo contacto real con el mundo exterior. Lo que otro le dice, lo recibe, en el mejor de los casos, como un estorbo molesto, que inmediatamente domina con su voz, declamando machaconamente las mismas frases sobre la decadencia espiritual de los últimos catorce años, sobre la necesidad de poner dique a este desmoronamiento en el último minuto, etc. Con esto se tiene la impresión fatal de que está convencido personalmente de semejante locura, y se le procura a su alrededor la posibilidad de esta fe mediante la exclusión violenta de todas las influencias externas; al estar poseído por un cuadro de ideas fijas, se hace inasequible a toda propuesta razonable y llevará a Alemania a una espantosa catástrofe». Le relaté entonces los sucesos de Leipzig y le informé sobre nuestro plan, discutido entre los profesores jóvenes de nuestra Facultad, de dimitir colectivamente de nuestras cátedras, y expresar con esto de modo claro y decidido el «Hasta aquí sí, pero ni un paso más». Max Planck estaba de antemano convencido de la inutilidad de tal plan. «Me alegra el que usted, como joven, sea todavía optimista y crea poder atajar el mal con tales pasos. Pero, por desgracia, sobreestima usted demasiado el influjo de las universidades y de los hombres espiritualmente cultivados. Prácticamente, no tendría publicidad alguna el paso que usted diera. La prensa o callaría por completo o hablaría de la dimisión de usted en un tono tal de escarnio, que nadie llegaría a sacar de ello consecuencias serias. Usted sabe que no es posible influir en el curso de un alud cuando éste se ha puesto en movimiento. Los destrozos que causará, las vidas Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 263 Preparado por Patricio Barros humanas que aniquilará, son hechos que están determinados y decididos por las leyes de la naturaleza, aunque no los conozcamos de antemano. En realidad, tampoco Hitler puede decidir el curso de los acontecimientos, porque él es, en gran medida, más un ser arrastrado por su locura que un impulsor. No puede saber si las fuerzas que ha desencadenado le engrandecerán definitivamente o le aniquilarán miserablemente. »Por tanto, el gesto de usted tendría, hasta que termine la catástrofe, repercusiones solamente para usted mismo—tal vez esté usted dispuesto a aguantar mucho en este aspecto—; pero para la vida en nuestro país, todo lo que usted haga será efectivo, en el mejor de los casos, sólo después del final. Hacia éste hemos, pues, de dirigir nuestra atención. Si usted se retira, lo único que le quedará por hacer, en el caso más favorable, será buscar una colocación en el extranjero. Lo que le ocurriría, en casos menos afortunados, prefiero no describirlo. Tendría usted que sumarse en el extranjero a la gran masa de los que emigran y tienen que buscar un puesto, y, lo que es probable, quitándoselo indirectamente a otro más necesitado que usted. Podría, probablemente, trabajar con tranquilidad en el extranjero, viviría sin peligro, y después del final de la catástrofe podría, si lo desea, volver a Alemania con la buena conciencia de no haber contraído compromisos con los destructores de Alemania. Pero hasta entonces, probablemente, transcurrirán muchos años, usted será otro y los hombres en Alemania habrán cambiado, y es muy dudoso lo que usted podría hacer en ese mundo transformado. Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 264 Preparado por Patricio Barros »Si no presenta la dimisión y permanece aquí, tiene usted ante sí un quehacer muy distinto. No podrá detener la catástrofe y para poder sobrevivir tendrá que contraer una y otra vez compromisos. Pero puede usted intentar formar, junto con otros, islotes de resistencia. Puede reunir jóvenes en torno a usted, puede mostrarles cómo se realiza una buena ciencia y enseñarles a mantener una conciencia fiel a la antigua y correcta escala de valores. Claro que nadie sabe cuántos de esos islotes de resistencia podrán sobrevivir al final de la catástrofe. Yo, sin embargo, estoy convencido de que incluso pequeños grupos de jóvenes bien dotados a quienes ayudemos a atravesar con tal espíritu estos tiempos de horror, significarán mucho en la restauración al terminar esta etapa, ya que tales grupos pueden representar gérmenes de cristalización de los que brote la nueva sociedad. Lo que digo valdrá primeramente sólo para reestructurar la investigación científica en Alemania. Pero nadie sabe qué papel desempeñarán la ciencia y la técnica en el futuro; puede ser que tal papel resulte trascendental incluso para ámbitos mayores. Mi opinión es que todos aquellos que pueden significar algo y que no se vean obligados—por ejemplo, a causa de su raza—a emigrar, deberían esforzarse por quedarse aquí para preparar un futuro más lejano. Esto será ciertamente muy difícil y no carecerá de riesgos, ya que los compromisos que habrá que aceptar podrán acarrear más tarde responsabilidades e incluso sufrimientos. Pero quizá haya que hacerlo a pesar de todo. Naturalmente, yo no puedo criticar a nadie porque tome una decisión diferente; como la de emigrar, porque la vida en Alemania se le hace insoportable o Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 265 Preparado por Patricio Barros porque no puede ver ni tampoco impedir las injusticias que están ocurriendo. Pero, en una situación tan horrenda como la que atravesamos ahora en Alemania, no se puede ya actuar correctamente. En toda decisión personal presente, aparece un cierto margen de complicidad con la injusticia. Por eso, en definitiva, cada cual está emplazado a solas con su propia conciencia. No tiene sentido alguno el dar o recibir consejos. Por eso, sólo puedo decirle que no se forje ilusión alguna de poder impedir el mal con lo que usted haga hasta el final de la catástrofe. Pero, en orden a la decisión que haya de tomar, piense usted en la época que vendrá después». Nuestra conversación se limitó a estas advertencias. De vuelta a casa y ya en el tren camino de Leipzig, daban vueltas sin cesar en mi cabeza estos pensamientos, mientras yo me torturaba con la pregunta de si debía emigrar o debía quedarme. Casi envidiaba a los amigos a quienes les había sido arrebatada por la fuerza su base de vida en Alemania, y sabían, por tanto, que tenían que abandonar nuestro país. Se les había hecho una amarga injusticia y tenían que enfrentarse con grandes dificultades materiales, pero, al menos, se les había ahorrado la elección. Probé a plantearme el problema, una y otra vez, de nuevas maneras, a fin de ver mejor la solución acertada. Cuando en nuestra casa alguien de la familia enferma de muerte a causa de una infección, ¿qué es lo más procedente? ¿Abandonar la casa para que no se extienda la infección? ¿O cuidar al enfermo, aun cuando no exista ninguna esperanza? ¿Pero tenía sentido el comparar una revolución con una enfermedad? ¿No era Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 266 Preparado por Patricio Barros éste un método barato de zafarse de las normas morales? Y entonces, ¿cuáles eran los compromisos de los que había hablado Planck? Al empezar las clases se debía alzar la mano para cumplir con las normas exigidas por el partido nacionalsocialista. ¡Cuántas veces había yo saludado antes mientras levantaba la mano y hacía señas a los alumnos! ¿Era ésta, por tanto, una confesión deshonrosa? Se debían firmar los oficios con un « ¡Viva Hitler! » Esto era, sin duda, mucho más desagradable, pero afortunadamente sólo raras veces tendría yo que firmar tales documentos, y, por tanto, este saludo tenía aproximadamente el retintín del «nada tengo que ver contigo». Había que tomar parte en ceremonias y desfiles. Pero con frecuencia podría esquivarse el cumplimiento de tales obligaciones. Cada uno de estos pasos, aisladamente, era quizá defendible, pero habría que dar todavía muchos pasos más. ¿Y serían éstos, asimismo, justificables? ¿Había actuado bien Guillermo Tell cuando negó el saludo al sombrero de Gessler, y con ello puso en máximo peligro la vida de su hijo? ¿No debía haber transigido entonces? Y si la respuesta aquí era «no», ¿cómo era posible que se transigiera ahora en Alemania? Si, por el contrario, la decisión era emigrar, ¿cómo se compaginaba esta decisión con el imperativo categórico kantiano de que se debe obrar de tal manera que el propio obrar pueda valer también como máxima universal? Ciertamente, no todos podían emigrar. En este globo, ¿se podía ir rodando incansablemente de un país a otro para escapar de las catástrofes sociales que fueran a surgir a cada paso? Los demás países no iban a quedar indemnes a largo plazo de tales Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 267 Preparado por Patricio Barros o parecidas catástrofes. En última instancia, se pertenecía, además, a un determinado país por nacimiento, lengua y educación. Y emigrar, ¿no significaba entregar nuestro país sin luchar a un grupo de posesos psicológicamente desequilibrados, que en su locura llevarían a Alemania a una desgracia imprevisible? Planck había hablado de que existen decisiones en las que no es posible esquivar del todo la injusticia. ¿Eran tales situaciones absolutamente posibles? Como físico intenté plantearme experimentos teóricos, es decir, idear, dentro del presente caso, situaciones de necesidad que, aunque no se den en la realidad, sean, sin embargo, suficientemente parecidas a las situaciones reales y al mismo tiempo tan extremas, que se pueda entrever inmediatamente la imposibilidad de una solución humanamente justificable. Al final llegue al siguiente y pavoroso ejemplo: un Gobierno dictatorial ha encarcelado a diez de sus enemigos y está decidido a matar al más importante de ellos, y quizá también a los diez. Pero al Gobierno le interesa mucho hacer aparecer este asesinato como medida justa ante el extranjero. Entonces coge a otro de sus enemigos que, gracias a su gran renombre internacional, aún estaba en libertad—podría ser, v. gr., un reconocido jurista—, y le brinda el acuerdo siguiente: Si usted como jurista está dispuesto a cubrir la rectitud del asesinato del más importante de los enemigos bajo su firma y con el correspondiente informe, entonces serán puestos en libertad los otros nueve encarcelados y se les ofrecen garantías para que salgan del país. Si se niega usted a la firma, los diez prisioneros serán ejecutados. El Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 268 Preparado por Patricio Barros jurista sabe con certeza que el dictador cumplirá la amenaza. ¿Qué debe hacer? ¿Es su «chaleco blanco», como se decía entonces cínicamente, de más valor que la vida de los nueve amigos? Ni siquiera la muerte voluntaria del jurista sería solución, ya que impediría, sin duda, la salvación de los presos inocentes. Me vino entonces al pensamiento una conversación con Niels que había versado sobre la complementariedad de los conceptos justicia y amor. En realidad, ambos, justicia y amor, son componentes esenciales de nuestro comportamiento en la convivencia con los demás hombres; pero, en último término, se excluyen mutuamente. La justicia manda al jurista denegar su firma. Además, las consecuencias políticas de la firma precipitarían en la desgracia, tal vez, a más hombres que a aquellos nueve amigos. Pero ¿debe el amor cerrarse al grito de auxilio que los familiares de los amigos, desesperados, dirigen al jurista? Me pareció entonces algo infantil entretenerme con tales juegos absurdos del pensamiento. Se trataba, sin embargo, de decidir aquí y ahora si quería emigrar o si quería quedarme en Alemania. Había que pensar en la época posterior a la catástrofe. Esto es lo que había dicho Planck, y me convenció. Por consiguiente, ésta fue la conclusión: formar islotes de resistencia, reunir a jóvenes y hacer lo posible por qué cruzaran indemnes a través de la catástrofe, y después que aquello acabara reconstruir de nuevo. Esta era la tarea a la que Planck se había referido. Esto implicaba, inevitablemente, el aceptar compromisos y, más adelante, el sufrir castigo por ellos y tal vez algo peor. Pero era, Diálogos sobre la física atómica www.librosmaravillosos.com Werner Heisenberg Gentileza Alfredo Pombo 269 Preparado por Patricio Barros al menos, un deber claramente planteado. En el extranjero estaría uno de sobra. Allí sólo había tareas que podían ser realizadas mejor por otros muchos. Al llegar a Leipzig, mi decisión estaba tomada: permanecer, al menos provisionalmente, en Alemania y en la Universidad de Leipzig y ver hacia dónde me iba a llevar más tarde este camino. http://www.librosmaravillosos.com/dialogossobrelafisicaatomica/pdf/Dialogos_sobre_la_f%C3%ADsica%20atomica_-_Werner_Heisenberg.pdf ******************************************************* *** Carnaval (Brasil) Fantasma da Ópera TODOS Carnaval, mascarado festival Carnaval, sob o véu cada qual é sempre o outro Carnaval, quantas faces no plural Carnaval, todo certo é igual a todo torto Cada um, cada qual Outro mais, outro igual Verde aqui, lá marrom Coração, eis um clown Rostos, um por um Vão entrar num alegre vagão No insano carrossel Rato e rei, cobra e cão Frade e frei, todos vão Colibri, jacaré, rouxinol, chimpanzé Rostos, bebe um, bebem dois Cai no chão, cai do trem, perde a mão CHRISTINE/RAOUL Mas tu atrás do véu TODOS Carnaval, quanta carne em procissão Carnaval, bebe mais, deixa entrar o show é lindo Carnaval, e os olhares quantos são Carnaval, olha bem tem alguém ali sorrindo Carnaval, entre as sombras quem será? Carnaval, cada um sabe bem a quem engana Carnaval, Toda farsa valerá Carnaval, mas no fim tem alguém que te atazana GIRY: Noite assim MEG: Multidão ANDRE: Bem feliz FIRMIN: Que emoção! Todo o creme de lá creme CARLOTTA: Vem pra ver, todos vêm MEG/GIRY: E o nosso medo já passou ANDRE: Seis meses PIANGI: Mês de paz CARLOTTA: De prazer ANDRE: A mais calma estação MEG/GIRY: E o peito se acalmou! CARLOTTA: Sem bilhetes PIANGI: Sem fantasma GIRY: Tudo bem ANDRE: Só brindar, ano bom que já vem FIRMIN: Novo lustre também CARLOTTA/PIANGI: E que esse brilho não se vá FIRMIN: 6 meses GIRY: Que emoção MEG: Já passou ANDRE/FIRMIN: Mas que noite feliz ANDRE: Que grande carnaval CHRISTINE: Pensa em nós Noivado secreto, olha bem pra mim! E pensa em nós RAOUL: Por que o segredo? Por que fazer assim? CHRISTINE: Você jurou RAOUL: Você jurou CHRISTINE: Vão todos perceber RAOUL: Pois que percebam, não é crime o nosso amor Diz pra mim do que tens medo CHRISTINE: Não briguemos RAOUL: Não briguemos CHRISTINE: Eu prometo, hás de compreender, amor RAOUL: Eu espero poder compreender, amor

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