segunda-feira, 6 de junho de 2016

Falar de cadeira...

...à falta de cátedra?

cadeira 
ca.dei.ra 
sf (gr káthedra, via lat) 1 Assento para uma só pessoa, comumente portátil, com quatro pernas e espaldar, com ou sem braços. 2 Náut Peça de ferro fixa em uma parede, onde descansam os mancais, em que giram os eixos que transmitem movimentos às máquinas. 3 A função do professor; cátedra. Ciência ou arte que serve de objeto de ensino de um professor ou lente; cátedra. 5 Dignidade eclesiástica. 6 Lugar de membro de uma corporação política, literária ou científica: cadeira de deputado, cadeira de senador, cadeira de acadêmico. sf pl Os quadris. C. austríaca: a que é feita de junco e palhinha. C. de arruar: liteira para transporte de pessoas de distinção nas ruas da cidade; cadeirinha. C. de balanço: cadeira de braços, ou poltrona, fixa a peças ligeiramente arqueadas e que oscila à vontade da pessoa que a ocupa. C. de braços: cadeira a cujo espaldar estão presas duas peças especiais para descanso dos braços. C. de palhinha: a que tem assento de palha de centeio ou de junça entrançada. C. de rodas: cadeira montada sobre rodas e comumente propelida manualmente pelo ocupante, mediante aros nas grandes rodas laterais. C. de São Pedro: a) trono ou sólio pontifício; b) a sede do governo da Igreja Católica Romana. C. elétrica: cadeira ligada a uma corrente elétrica de alta frequência, e destinada à eletrocussão de condenados à morte nos Estados Unidos. C. episcopal: espécie de trono com dossel, junto ao primeiro degrau do altar-mor, do lado da epístola, e destinado a assento do bispo. C. gestatória: cadeira semelhante a um andor em que o papa é conduzido nas solenidades pontificais. C. pontifícia: o mesmo que cadeira de São Pedro. Falar de cadeira: falar com conhecimento de causa, com autoridade.






Fernando Henrique Cardoso
05 Junho 2016 | 03h 05

Passados os dias de ansiedade do processo de impeachment, com forte probabilidade de o Senado reafirmar a decisão da Câmara, o País perceberá que seus problemas continuam à espera de solução.

São muitos, desde os econômicos (para os quais o novo governo, forçosamente, voltará o olhar), passando pelos morais (a Lava Jato é o melhor sinal de que podem ser encaminhados), até os sociais, que são os que mais atazanam o povo, à frente o desemprego e a carestia, frutos da má condução econômica das últimas fases do petismo no poder. Estes problemas, infelizmente, não poderão ser resolvidos da noite para o dia. Como tampouco poderão ser os da saúde, os da educação, da segurança ou os dos transportes.

O povo sente que é assim. Espera sinais de mudança e isso o governo Temer pode e deve dar.

Há outros temas para os quais os primeiros passos podem ser dados. Refiro-me aos entraves políticos em sentido profundo: não foram só um governo e o partido que o sustentava que desmoronaram. Há a implosão de todo um sistema político-eleitoral que aparta o Congresso, os partidos e mesmo o Executivo do sentimento popular. A legislação partidária e eleitoral criada a partir da Constituição de 1988 não corresponde mais aos anseios do povo nem cria as condições de governabilidade que a sociedade requer. Espera-se que o novo governo dê os passos iniciais da reforma política. Estruturas políticas (como as econômicas e as sociais) não mudam de repente nem o fazem em sua totalidade, salvo em momentos historicamente revolucionários, o que claramente não é o nosso caso. Sendo assim, no que consiste a falada reforma política?

A resposta é valorativa: para mim é fundamental aproximar os eleitores dos eleitos e construir pontes para alguma forma de governo que, não sendo ainda parlamentarista (nossa experiência partidária caótica afasta momentaneamente o eleitorado de um governo dos partidos), se encaminhe para um semipresidencialismo. Mesmo isso requer a regeneração dos partidos. Como? O Congresso aprovou e o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou, em 2006, um dos pré-requisitos: uma regra que faça a presença dos partidos no Congresso depender de certa porcentagem de votos no País todo e em diversos Estados, a cláusula de barreira. Ou bem o STF reinterpreta sua decisão ou será preciso aprovar uma emenda à Constituição.

Em 2015, o Senado introduziu, mas a Câmara derrubou, a proibição de coligações proporcionais nas eleições legislativas. Essa medida complementaria a cláusula de barreira evitando a eleição de representantes nas asas do voto dado a deputados de outros partidos. Alguns dos partidos que se formam no Congresso são meros agregados de interesses específicos visando à obtenção dos recursos do Fundo Partidário e de tempo nas TVs para barganhar nas campanhas eleitorais. Pior, são quase gazuas para o acesso a recursos públicos, na infinita negociação com o Executivo. Num Congresso fragmentado, com poucos deputados, pode-se formar um lobby com o nome de partido para obter um posto no Executivo que permita vantagens clientelísticas, corporativas, quando não pecuniárias.

Há outras questões para dar os passos iniciais de uma verdadeira reforma: é preciso estabelecer o voto distrital (prefiro o misto, a discutir). Em colégios eleitorais com milhões de votantes e centenas ou milhares de candidatos, os verdadeiros eleitores não são os cidadãos, mas as organizações intermediárias que financiam campanhas e/ou coletam votos para os candidatos: uma prefeitura, uma igreja, um sindicato, um clube de futebol, uma empresa. É a estas organizações que o representante se sente ligado e a elas presta serviços. Baseada em associações desse tipo, somada ao acesso a fundos públicos e privados, a “máquina eleitoral” está suficientemente azeitada para produzir o resultado político pretendido pelos que a operam. O cidadão comum está e continuará distante do eleito, cujo nome nem guardará, e seus interesses e sentimentos serão olimpicamente desconhecidos pelo parlamentar. É assim que se faz grande parte de nossa “representação” política.

É difícil de mudar essas regras, mais fácil começar a instaurá-las nas eleições municipais. Nestas, fica evidente que o voto distrital aproxima o eleitor do representante. Havendo a necessária obrigatoriedade de cada partido lançar apenas um candidato por distrito, torna-se também mais nítida a mensagem dos partidos.

A campanha será mais barata se as novas regras vierem junto com a proibição de “marquetagem” nas TVs, reservando o tempo gratuito para debates entre os candidatos e para a apresentação de seus projetos. Reduz-se, assim, a busca incessante de dinheiro (e os desvios de dinheiro público com esse disfarce) e pode-se ter uma norma mais realista de financiamento: cada conglomerado empresarial poderia contribuir com x milhões de reais, dando-os apenas a um dos contendores e entregando-os ao Tribunal Superior Eleitoral, a quem os partidos enviariam a cobrança dos gastos de campanha (além das contribuições, limitadas, de pessoas físicas).

Falta falar sobre o principal: um partido não pode ser apenas uma organização nem um lobby. Precisa defender valores, ter uma mensagem que mostre sua visão do país e da sociedade. Até hoje, como expressão de algo parecido a isso, só o PSDB e o PT, e agora o PMDB, se propuseram a “liderar” o País. Há outros partidos, menores, que se juntaram aos três referidos, como o DEM, o PCdoB, o PPS, os socialistas e outros poucos mais. Estes partidos, a despeito de seus choques atuais, precisam dialogar sobre a reforma. E tomara isolem os que se congregam no chamado “centrão”, expressão que caracteriza os agrupamentos de pessoas e interesses clientelísticos, “fisiológicos” e corporativistas, que, sem terem um projeto político nacional, mantêm a sociedade amarrada ao reacionarismo político e cultural. Matéria que fica para outro artigo.

SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE DA REPÚBLICA








Falar de cadeira?

Dezembro/2011


Berço da palavra

Falar de cadeira

A expressão que designa a fala com autoridade

Por Márcio Cotrim*


 

A origem da expressão é falar ex cathedra, falar com autoridade - popularmente "falar de cadeira". Segundo a Igreja Católica, quando o papa usa a palavra para tratar de assuntos dogmáticos e litúrgicos, é considerado infalível. 

A expressão ex cathedra originalmente se refere à cadeira de São Pedro, ocupada pelo Sumo Pontífice em seu trono. O texto latino completo é ex cathedra Petri, "da cadeira de Pedro", sendo Pedro o apóstolo incumbido por Jesus Cristo para estabelecer as bases de seus 
ensinamentos pelo mundo. 

Assim, mais de 2 mil anos depois de Jesus, eles são o fundamento da instituição mais antiga do planeta, que possui mais de um bilhão de fiéis seguidores e uma formidável estrutura organizacional que tem sobrevivido, ao longo dos séculos, a  heresias e diásporas. 

* Autor, dentre outras obras, dos livros O Pulo do Gato I e II (Geração Editorial). 
www.marciocotrim.com.br






Luz no fim do túnel?


No inFormal?

1. Luz no fim do tunel

Expressão usada para identificar luz ou morte.
Eu estava em desespero pois não via nada, até que derre pende apareceu uma luz no fim do túnel.




Derre?



Derre

Nenhuma Definição encontrada.

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Seja o primeiro a definir derre!





Di Derre: "Syk" (Jo Nesbø) - 22.11.13



De Derre. Sentrum Scene Oslo. Erik Vea


Pende?



Pende

10 Definições encontradas.

Classificação morfossintática

Pende é um Verbo, presente do indicativo 3a pessoa singular de pender;
Pende é um Verbo, imperativo 2a pessoa singular de pender;

1. Pende

Aquilo que se inclina, fica suspenso, se curva
Não ainda pretende naquela parede com desnível, ele sempre vai pender para o lado
    


2. Pendendo

Curvando, inclinando, tendo propensão por.
O quadro estava pendendo para lado, para não cair e quebrar fui lá e arrumei.
    

3. Pendido

Flexão de pender. 
1. Que está suspenso, ou pendurado.
 
2. Que depende.
 
3. Tem propensão.
A quadro estava pendido no prego.

4. Pendeu

Ato de pender, estar suspenso, pendurado.
O varal pendeu e quase caiu no chão.
    

5. Pendida

Suspensa, pendurada.
A cadeira está pendida na mesa.
    

6. Pendiam

Flexão de pender. 
1. Estavam suspensos.
 
2. Davam preferência.
Os torcedores pendiam para o time ganhador.
    

7. Penderá

Flexão de pender. Que estará suspenso, ou pendurado.
O quadro penderá para seu lado.
    

8. Penda

Flexão de pender. 
1. Que esteja pendurado ou suspenso.
2. Incline.
3. Dependa.
4. Dê preferência.
Ex1. Espero que o relógio não penda.
Ex2. Espero que ele não penda para o lado errado.
    

9. Pender

Significado de Pender Por Rafael (CE) em 04-05-2008
Estar suspendido ou inclinado.
Uma âncora de que pendia numa longa corda.
    

10. Pendem

Caiem.
Os ramos pendem das árvores.





06 Junho 2016 | 03h 00
Uma pesquisa interna do PT, obtida pelo Estado, mostra uma perspectiva desastrosa para o partido nas eleições municipais de outubro. A avaliação indica que os petistas conseguirão se reeleger em apenas 7% das prefeituras que a legenda conquistou no Sul e no Sudeste no pleito de 2012. Já no Nordeste, que se tornou o principal reduto eleitoral do PT graças a seu populismo rasteiro, há chances de vitória em somente 8%. É esse horizonte sombrio que norteia a estratégia petista de jogar todas as suas fichas na histeria do “golpe”, transformando-a em mote de sua campanha eleitoral, pois foi somente isso o que restou ao partido, rejeitado em todo o País pelo imenso dissabor que causou em sua desastrosa passagem pela Presidência. Não há o que defender num legado de roubalheira, irresponsabilidade e mentiras.

Se tivesse um mínimo de apreço pela democracia e pelas instituições, o PT já teria reconhecido seus inúmeros erros e oferecido alguma forma de compromisso com as demais forças políticas para que o País pudesse sair o mais breve possível da barafunda em que a presidente afastada Dilma Rousseff o meteu. Mas o espírito autoritário do partido, que se julga portador da verdade histórica, torna legítimo, aos olhos dos petistas, o falseamento da realidade e o insulto à inteligência na expectativa de criar confusão moral e, assim, tentar salvar a todo custo seu projeto de poder.

Foi esse espírito que presidiu a mais recente resolução da Comissão Executiva Nacional do PT. Com base nas conversas gravadas do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o partido diz ter ficado claro que “a deposição da presidente Dilma tem entre seus objetivos o estancamento das investigações no âmbito da Operação Lava Jato relacionadas aos partidos que engendraram o golpe”.

Não custa refrescar a memória da tigrada. Em primeiro lugar, o PT parece ter-se esquecido de suas ferozes críticas ao vazamento de gravações quando estas comprometiam correligionários. “Eu não respeito delator”, Dilma chegou a dizer. Mas agora parece que os vazamentos se tornaram úteis para denunciar o tal “golpe”. Em relação à tentativa de “estancar” a Lava Jato, também é bom lembrar que, por pressão do comando petista, Dilma foi obrigada a demitir da Justiça seu fiel escudeiro, José Eduardo Cardozo, acusado de não “controlar” a Polícia Federal, que não parava de investigar petistas. Além disso, pululam depoimentos que indicam que a própria Dilma pode ter agido para tentar livrar empreiteiros enrolados na Lava Jato e para obstruir a Justiça, sem falar na tentativa de blindar Lula, seu encalacrado padrinho, nomeando-o para a Casa Civil.

A resolução petista procura também desqualificar o atual Ministério pelo fato de ser “composto por inúmeros investigados por corrupção, com perfil conservador e de baixa qualidade técnica”. A tentativa soa como piada, quando se têm em mente os ministros que Dilma nomeou ao longo de seu governo, muitos deles demitidos em sucessivas “faxinas”, e principalmente às vésperas de seu afastamento, na agonia da compra de votos contra o impeachment.

Seria ingenuidade esperar coerência de um partido que cresceu com o discurso da pureza, mas que, uma vez no poder, adotou a corrupção e a desfaçatez como métodos de governo. O PT imagina estar numa luta pela sobrevivência, razão pela qual nenhuma estratégia, por mais suja que pareça, será descartada. Nesse vale-tudo, até o desemprego de 11,2% registrado no trimestre terminado em abril – quando Dilma estava na Presidência – foi atribuído pelos petistas ao governo de Temer. “Mas não era só tirar a Dilma que acabava a crise?”, perguntou, com a maior caradura, o senador petista Lindbergh Farias em seu Facebook.

Assim, os petistas, a título de salvar o partido, parecem na verdade empenhados em assegurar-lhe um fim melancólico. Em discurso recente, a propósito das dificuldades eleitorais do PT, o presidente da legenda, Rui Falcão, disse: “Acabou a era da militância paga. Nós teremos que fazer uma campanha com muitos voluntários e voluntárias e, para isso, é fundamental que a gente tenha ideias a oferecer”. Pelo jeito, a única “ideia” que o PT tem hoje para oferecer é a de que, para o partido, só a derrota é imoral.



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