sexta-feira, 30 de junho de 2023

"AZULZINHA"

" - De todo o que sucedeu hoje, saberemos a metade em 65 anos." ----------
---------- "a noite sucede ao dia"
----- "Vamos lá, acabou a moleza, vamos encher esses lindos de dores" ---------- Xandão, após o TSE sofrer a primeira dor do segundo ministro na votação do título eleitoral em 29 de junho de 2023 --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------- ----------- All Star Nando Reis ----------- Estava escrito na estrelinha, no escudo da CBF, em 29 de junho de 1958 ----------
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----------- Bolsonaro inelegível: entenda o que acontece com o ex-presidente após a condenação no TSE Ex-presidente fica impedido de disputar eleições até 2030. Seus advogados ainda podem recorrer ao próprio TSE e ao STF. Por Fernanda Vivas e Márcio Falcão, TV Globo — Brasília 30/06/2023 00h00 Atualizado há 4 horas Julgamento de Bolsonaro no TSE: entenda a diferença entre inelegibilidade e perda de direitos políticos O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu, nesta sexta-feira (30), o julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Com a decisão, a Corte declarou Bolsonaro inelegível por oito anos, até 2030. Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em razão da reunião com embaixadores estrangeiros na qual ele atacou, sem provas, o sistema eleitoral. Então presidente e pré-candidato à reeleição, Bolsonaro fez declarações sem provas que colocavam em dúvida a segurança das urnas e do processo eleitoral. A reunião foi transmitida pelo canal oficial do governo e nas redes sociais de Bolsonaro. A defesa de Bolsonaro disse ao TSE que a reunião com embaixadores não teve caráter eleitoral. Moraes mantém prisão de Mauro Cid, que terá de prestar novo depoimento à Polícia Federal Moraes mantém prisão de Mauro Cid, que terá de prestar novo depoimento à Polícia Federal Saiba mais O que acontece agora Com a decisão, Bolsonaro fica impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028. Em tese, estará apto a concorrer em 2030, por uma diferença de 4 dias. Isso porque a inelegibilidade será contada a partir de 2 de outubro do ano passado. O TSE determinou a execução imediata da decisão, ou seja, a aplicação da inelegibilidade não precisa aguardar a publicação oficial do chamado acórdão, que consolida a decisão colegiada dos ministros. Isso é possível no âmbito eleitoral por entendimento fixado pelo TSE. A Corte entende que, como os prováveis recursos dentro da seara eleitoral não têm efeito suspensivo, é possível já colocar em prática a medida. O efeito suspensivo é um mecanismo que impede a aplicação imediata de uma decisão judicial. Ele pode ser obtido, por exemplo, a pedido da defesa, no Supremo Tribunal Federal (STF). A inelegibilidade é aplicada por meios administrativos – no Cadastro Eleitoral, passará a constar um código, o chamado Código de Atualização de Situação de Eleitor (ASE) – que indica a restrição dos direitos políticos de Bolsonaro. A informação fica gravada no banco de dados da Justiça Eleitoral e, se eventualmente houver uma tentativa de candidatura a cargo político, o eventual registro pode ser contestado por outros candidatos, o Ministério Público Eleitoral (MPE) e partidos. O ex-presidente não será preso, porque essa ação no TSE não é do âmbito penal. Recursos Mesmo sendo condenado no TSE, Bolsonaro pode recorrer ao próprio TSE ou ao Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do ex-presidente já sinalizou que pretende recorrer de uma eventual condenação. Há duas possibilidades de recursos: Embargos de declaração Recurso que seria enviado ao próprio TSE. Nesse instrumento, a defesa aponta obscuridades e contradições, na tentativa de reverter um eventual resultado pela inelegibilidade e preparar terreno para outro recurso ao STF. Recurso extraordinário Esse seria enviado ao STF. O documento precisa apontar que uma eventual decisão do TSE pela inelegibilidade feriu princípios constitucionais. O advogado de Bolsonaro, Tarcísio Vieira, afirmou que já vê elementos para esse recurso, seguindo na linha à restrição do direito de defesa. Os dois recursos têm prazo de três dias. Mas, se for apresentado primeiro o embargo de declaração, o prazo para o recurso extraordinário deixa de contar. Antes de chegar ao STF, o recurso é apresentado ao próprio TSE, onde caberá o presidente Alexandre de Moraes verificar se os requisitos formais foram preenchidos. Uma vez que o caso chegue à Suprema Corte, os ministros que atuaram no julgamento no TSE não participam do sorteio para a relatoria, mas não estão impedidos de votar no caso quando for a plenário. Efeito da divergência nos recursos A divergência aberta no julgamento da ação (os dois votos a favor de Bolsonaro) traz elementos que podem servir de base para recursos da defesa do ex-presidente ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal. Para apresentar o recurso, os advogados vão precisar analisar o chamado acórdão, ou seja, os detalhes da decisão colegiada da Corte Eleitoral. A partir desta análise, para questionar a decisão no próprio TSE, terão que demonstrar, por exemplo, contradições no que foi julgado. Já no recurso ao Supremo, entre os requisitos estão a necessidade de o tema envolver questão constitucional. Para levar o caso ao Supremo, os advogados de Bolsonaro devem alegar que houve cerceamento de defesa. Isso porque dizem que não teriam conseguido se manifestar sobre todas as provas inseridas no processo. No acórdão vão constar as diferentes visões de ministros em relação a pontos centrais da estratégia de defesa do ex-presidente. Entre eles: a discussão sobre se foi regular ou não a inclusão, no processo, da chamada "minuta do golpe"; o debate sobre a gravidade da reunião, ou seja, se a conduta do ex-presidente teve potencial para macular o resultado das eleições; a discussão sobre a ocorrência de abuso de finalidade e desvio de poder no ato de Bolsonaro. JAIR BOLSONARO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL ----------------------------------------------------------------------------------- Camisa de Pelé na final da Copa de 1958 salvou museu em Alagoas ----------- Estocolmo, 1958, final da Copa do Mundo. No estádio Rasunda, o Brasil iria enfrentar a anfitriã Suécia. Em campo um time especial: Garrincha, Didi, Nilton Santos, Zagallo e... Pelé. Em seu primeiro Mundial, com apenas 17 anos, o rei estava na decisão. Veio a partida e Pelé marcou dois gols. Um deles até com direito a chapéu. A vitória por 5 a 2 deu ao Brasil a sua primeira taça na Copa. Pelé se tornou o mais jovem campeão mundial da história do futebol e deu um novo sentido à camisa 10 da Seleção. ----------- ---------- Brasil 5x2 Suécia (29/06/1958) - Final Copa de 1958 (Brasil campeão) --------- Futebol Clássico Seleções Jogo que o Brasil conquistou o mundo pela 1a vez ao golear a Suécia na final da Copa de 58 por 5x2. -----------
---------- "Vamos lá, acabou a moleza, vamos encher esses gringos de gols" Didi, após o Brasil sofrer o primeiro gol da seleção sueca na final https://www.uol.com.br/esporte/futebol/copa58/frases/ ---------
--------- Seleção azulzinha vence a Copa e decreta fim do "complexo de vira-latas" ---------
---------- Nunes Marques vota pela absolvição de Bolsonaro; placar vai a 4×2 Ministro concorda com a tese defensiva que alega que a reunião com embaixadores foi usada para provocar debate público sobre as urnas POR MARINA VERENICZ | 30.06.2023 13H46 https://www.cartacapital.com.br/justica/nunes-marques-vota-pela-absolvicao-de-bolsonaro-placar-vai-a-4x2/ ----------------------------------------------------------------------------------- ------------
---------- Presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes vota pela inelegibilidade de Bolsonaro / Crédito: Alejandro Zambrana/Secom/TSE ---------- ---------- 14h14 – “Não há aqui nada de liberdade de expressão”, diz Alexandre de Moraes ---------- No final, Moraes consolida a inegebilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro com o placar de 5 X 2. Foi o tri 5 X 2 na sequência do 5 X 2 : 24/06/1958 Semifinal Brasil Brasil - Bandeira 5 x 2 França - Bandeira França 29/06/1958 Final Suécia Suécia - Bandeira 2 x 5 Brasil - Bandeira Brasil ----------------------------------------------------------------------------------- ---------- ---------- Brasil 5 x 2 Suécia Final Da Copa 58 Rádio Bandeirantes ----------- FUTNÁTICO Narração - Pedro Luiz e Edson Leite Copa 1958 Final Brasil 5 x 2 Suécia 29/06/58 Gols - Liedholm, Vavá, Vavá, Pelé, Zagalo, Simonsson e Pelé. https://www.youtube.com/watch?v=C7DzjeErJO0 -----------------------------------------------------------------------------------
---------- PASSO A PASSO ---------
----------- Dedo de Prosa: 65 anos do 1º título mundial A Seleção Brasileira de Futebol Masculino é a única do planeta a ter cinco estrelas de cinco títulos mundiais na camisa. Mas a legendária "amarelinha” não tem tido um resultado bom ultimamente. Mas a data de hoje é uma boa oportunidade de relembrar as glórias do passado, pois o 29 de junho marca os 65 anos do primeiro título mundial da seleção brasileira, na Copa de 1958, na Suécia. No bate-papo, Jeziel Carvalho e Adriano Faria comentam os detalhes e as Copas de 1970, 1994 e 2002. Adriano FariaJeziel Carvalho 29/06/2023, 08h36 - ATUALIZADO EM 29/06/2023, 08h36 Duração de áudio: 07:21 https://www12.senado.leg.br/radio/1/conexao-senado/2023/06/29/dedo-de-prosa-65-anos-do-1o-titulo-mundial -----------------------------------------------------------------------------------
---------- sexta-feira, 30 de junho de 2023 Ruy Castro - O bandido perderá no fim ----------
----------- Folha de S. Paulo Mas, se os Poderes tivessem feito seu papel, Bolsonaro custaria muito menos dinheiro ao Brasil O julgamento da inelegibilidade de Bolsonaro é só a primeira das séries a que vamos assistir, não pela Netflix, mas pela TV Justiça. Em todas, o bandido perde no fim e, em algumas, puxará cadeia, com direito, por deferência do carcereiro, a ração diária de pão com leite condensado. O que isso nos custará aos cofres é irrelevante e não se compara ao que poderia ter sido poupado se os Poderes tivessem cumprido seu papel quando solicitados. Exemplos? Durante seu império de quatro anos, Bolsonaro foi alvo de 158 pedidos de impeachment —o referente à reunião com os embaixadores foi apenas o 145°—, 66 dos quais sob Rodrigo Maia na presidência da Câmara e 92 sob Arthur Lira. Todos foram arquivados, desconsiderados ou postos em "análise", a qual nunca foi feita e agora é desnecessária. Já o relatório da CPI da Covid, que custou seis meses de audiências e acusou Bolsonaro de crimes contra a administração pública, a paz pública e a saúde pública foi dirigido ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem competia avaliar as acusações. Mas Aras o mandou para uma gaveta na PGR reservada ao parto de ratos. Diz-se que Bolsonaro tem 600 processos contra ele, além de 16 acusações tão graves quanto esta em curso. E sabe-se agora que o Judiciário o advertiu 31 vezes por seus ataques ao sistema eleitoral. Não seria mais econômico tê-lo barrado na quinta, 12ª ou 21ª advertência? Imagine o quanto as ações contra Bolsonaro já nos custaram em clipes, papel timbrado, carga de impressora, leitura de atas, busca em compêndios, serões nos tribunais, horas extras remuneradas e lavagem de togas. Só porque o deixaram ir longe demais. E não vai parar. Condenado nas várias instâncias, Bolsonaro recorrerá em cada uma ao Supremo. Perderá em todas, mas continuará a dar baita despesa e a ocupar o tempo que o Brasil deveria estar destinando a consertar seu estrago. ----------------------------------------------------------------------------------- -----------
----------- "- De todo o que sucedeu hoxe, saberemos a metade en 50 anos". A SEMANA EM CHIOS, INTERNACIONAL A semana em chios: crise na Rússia galizalivre.com, 3 dias ago https://www.galizalivre.com/2023/06/27/a-semana-em-chios-crise-na-russia/ ----------------------------------------------------------------------------------- ----------
----------- A SEMANA EM CHIOS, INTERNACIONAL A semana em chios: crise na Rússia galizalivre.com, 3 dias ago 2 min read ----------
----------- ENSAIO Gramsci, os intelectuais e as suas funçons científico-filosófica, educativo-cultural e política Eduardo Fellix, 3 anos ago ---------- ----------------------------------------------------------------------------------- A conclusão apresentada destaca a importância da concepção gramsciana de intelectual e sua relação com a teoria marxiana. A leitura gramsciana dos intelectuais expande a compreensão além da dicotomia entre "trabalho manual" e "trabalho intelectual", enfatizando a importância das relações sociais e das classes na definição dos intelectuais. Gramsci argumenta que todos os seres humanos são intelectuais, mas nem todos têm a função social de intelectuais. Ele reconhece que as ideias da classe dominante são as ideias dominantes na sociedade capitalista. A conclusão destaca a convergência entre as visões de Marx e Gramsci, ambos sendo intelectuais orgânicos às classes subalternas. Ambos compreendem a necessidade de forças sociais e culturais autônomas no processo revolucionário, além de reconhecerem a importância das classes sociais na dinâmica da sociedade capitalista. Embora Marx não tenha discutido o conceito de intelectual de maneira sistemática, Gramsci contribui com reflexões interessantes sobre o papel dos intelectuais, superando as limitações de sua época mesmo enquanto estava na prisão. Gramsci argumenta que todos os homens são intelectuais, mas nem todos têm a função social de intelectuais. Ele destaca a impossibilidade de separar o trabalho intelectual do trabalho manual, afirmando que toda atividade humana envolve intervenção intelectual. A conclusão ressalta a importância de reinterpretar os textos de Gramsci sobre os intelectuais, considerando sua função na transformação ou conservação da sociedade capitalista. Também destaca a relevância dos escritos gramscianos para aqueles comprometidos com a transformação das relações sociais e a construção de uma nova realidade societária, especialmente aqueles que trabalham com a educação em uma perspectiva classista. Em suma, a conclusão reafirma a importância da concepção gramsciana de intelectual, ressalta suas semelhanças com a teoria marxiana e encoraja uma releitura dos escritos gramscianos para obter interpretações adicionais e orientações para a ação política. ----------------------------------------------------------------------------------- ------------ ---------- A opinião de Antonio Gramsci sobre intelectuais e não intelectuais refere-se à distinção entre as diferentes funções sociais desempenhadas pelos indivíduos. Ele argumenta que, na realidade, apenas se faz referência à função imediata dos intelectuais, ou seja, se a atividade profissional se concentra mais na elaboração intelectual ou no esforço muscular-nervoso. No entanto, Gramsci afirma que não existem "não-intelectuais" porque toda atividade humana envolve algum grau de intervenção intelectual. Gramsci argumenta que cada indivíduo, além de sua profissão, desenvolve alguma forma de atividade intelectual, seja como filósofo, artista, apreciador de arte ou participante de uma concepção do mundo. Ele acredita que todos os homens contribuem para manter ou modificar uma concepção do mundo e, assim, suscitam novas maneiras de pensar. No contexto da luta pela hegemonia entre as classes na sociedade capitalista, Gramsci destaca a importância dos intelectuais. Ele discute suas funções científico-filosóficas, educativo-culturais e políticas nessa disputa pela direção das relações sociais. Para Gramsci, os intelectuais desempenham um papel crucial na disseminação de ideias, na formação de consensos e na construção da hegemonia de determinada classe. O texto menciona que o engajamento político dos intelectuais é fundamental para entender sua função na sociedade. O conceito de "intelectual" é complexo e pode ser abordado de várias maneiras, incluindo a produção e socialização do conhecimento, a produção cultural e a distinção entre trabalho concreto e trabalho abstrato, relacionada à categoria de classe social. Em resumo, a concepção de Gramsci sobre os intelectuais destaca sua importância na disputa pela hegemonia e na transformação das relações sociais. Ele argumenta que todos os indivíduos têm algum envolvimento intelectual em suas atividades e que os intelectuais desempenham papéis fundamentais na produção e disseminação de ideias, na educação e na formação de consensos. O engajamento político dos intelectuais é considerado um aspecto crucial para entender seu papel na sociedade. --------------------------------------------------------------------------------------------------------- ---------- sexta-feira, 30 de junho de 2023 Opinião do dia – Antonio Gramsci* (Intelectuais e não intelectuais) -------------
----------- “Quando se distingue entre intelectuais e não-intelectuais, faz-se referência, na realidade, somente à imediata função social da categoria profissional dos intelectuais, isto é, leva-se em conta a direção sobre a qual incide o peso maior da atividade profissional específica, se na elaboração intelectual ou se no esforço muscular-nervoso. Isto significa que, se se pode falar de intelectuais, é impossível falar de não-intelectuais, porque não existem não-intelectuais. Mas a própria relação entre o esforço de elaboração intelectual-cerebral e o esforço muscular-nervoso não é sempre igual; por isso, existem graus diversos de atividade especificamente intelectual. Não há atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. Em suma, todo homem, fora de sua profissão, desenvolve uma atividade intelectual qualquer, ou seja, é um “filósofo”, um artista, um homem de gosto, participa de uma concepção do mundo, possui uma linha consciente de conduta moral, contribui assim para manter ou para modificar uma concepção do mundo, isto é, para suscitar novas maneiras de pensar.” *Antonio Gramsci (1891-1937). Cadernos do Cárcere, v.2. p.52-3. Civilização Brasileira, 2006. ------------------------------------------------------------------------------------ --------------
------------ ARTIGOS Marcos Francisco Martins Professor adjunto da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - campus Sorocaba, SP, Brasil. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). marcosfranciscomartins@gmail.com RESUMO À luz da concepção gramsciana de intelectual, vista sob o prisma do engajamento político, o texto apresenta uma leitura de suas funções científico-filosófica, educativo-cultural e política, na disputa pela hegemonia que se trava entre as classes na realidade capitalista. Destaca-se a dificuldade de conceituar o termo "intelectual", pois ele suscita significados variados e é utilizado de diferentes formas para identificar indivíduos e/ou grupos sociais na ação sociopolítica e educativa; e apresenta-se a concepção gramsciana de intelectual, orientada pela marxiana categoria de classe. Palavras-chave: Antônio Gramsci; educação; engajamento; hegemonia; intelectuais. ABSTRACT Based on the Gramscian concept of intellectuals, seen through the political engagement perspective, the text presents a reflection on their scientific-philosophical, educational-cultural and political roles in the struggle for hegemony among the classes in a capitalist environment. It is here highlighted the difficulty in conceptualizing "intellectual", because the term generates various meanings and is used in different ways to identify individuals and/or social groups in social-political and educational actions, and we present the Gramscian conception of intellectual, driven by the Marxian class category. Key words: Antonio Gramsci, education, engagement, hegemony, intellectuals. Introdução O objetivo deste texto é apresentar a concepção de Gramsci sobre os intelectuais e refletir sobre o papel que eles podem desempenhar na disputa pela hegemonia, quando engajados organicamente às classes sociais fundamentais: o científico-filosófico, o educativo-cultural e o político. Em especial, é discutida a função educativo-cultural dos intelectuais na disputa entre as classes pela dominação e direção das relações sociais. Todavia, não é objetivo do presente texto esmiuçar o conceito de educação formulado por Gramsci, mas identificá-lo ao ponto de ter clareza em relação ao papel educativo-cultural que este autor atribuiu aos intelectuais, o qual deve ser desenvolvido de forma articulada com as funções científico-filosófica e política. Dada a amplitude das abordagens existentes sobre os intelectuais e seu papel, adota-se como fio condutor da exposição a relação entre intelectual e engajamento político, perspectiva consoante ao paradigma teórico-metodológico gramsciano, que a ela acrescenta a categoria marxiana de classe social. O engajamento político dos intelectuais como fio condutor da exposição "Intelectual" é palavra amplamente utilizada no ambiente acadêmico-científico e na seara sociocultural das sociedades atuais. A amplitude de seu uso resulta em enorme dificuldade aos que pretendem investigá-lo e conceituá-lo, pois o termo "intelectual" pode ser abordado por diferentes enfoques, sustentados em variadas referências heurísticas. Dentre as formas de tomar os intelectuais com vista à conceituação, destacam-se três: a) o enfoque da produção e da socialização do conhecimento por um grupo social especializado; b) o enfoque da produção cultural, que pode resultar na clássica distinção entre "cultura erudita" e "cultura popular"; c) e o enfoque da diferença entre "trabalho concreto" (produtor de valor-de-uso) e "trabalho abstrato" (produtor de valor-de-troca), como faz Marx (1999), por exemplo, a partir da referência à categoria de classe social. Desses possíveis enfoques, resultam diferentes sentidos ao uso do termo "intelectual", mas principalmente dois: Ao substantivo Intelectuais podem ser atribuídos dois sentidos principais, aparentemente semelhantes mas substancialmente diferentes. Em primeiro lugar, ele designa uma categoria ou classe social particular, que se distingue pela instrução e competência, científica, técnica ou administrativa, superior à média, e que compreende aqueles que exercem atividades ou profissões especializadas [...] uma segunda acepção, mais vulgar na publicidade de atualidade literária e política, para a qual Intelectuais são os escritores "engajados". Por extensão, o termo se aplica também a artistas, estudiosos, cientistas e, em geral, a quem tem adquirido, com o exercício da cultura, uma autoridade e uma influência nos debates públicos. (Bobbio; Matteucci; Pasquino, 1992, p. 637) https://www.scielo.br/j/pp/a/FKsBMn3N4njmwQvYW6C3Z5k/?lang=pt ----------------------------------------------------------------------------------- ----------
----------- À GUISA DE CONCLUSÃO: MARX E GRAMSCI COMO INTELECTUAIS ORGÂNICOS ÀS CLASSES SUBALTERNAS Considerando o posicionamento gramsciano sobre a questão dos intelectuais, pode-se afirmar que ele é interessante sob três aspectos: primeiro porque dá seqüência aos esforços da teoria marxiana para entender qual foi o papel desempenhado pelos intelectuais ao longo da história, seguindo as pistas deixadas por Marx principalmente em sua famosa XI Tese sobre Feuerbach26; segundo porque o ponto de vista gramsciano projeta a discussão sobre os intelectuais para além da relação entre “trabalho manual” e “trabalho intelectual”, mas sem desconsiderá-la, até mesmo porque esse é um debate clássico no interior do marxismo; terceiro porque ajuda a compreender melhor a relação entre os intelectuais e a dinâmica da vida social em uma formação econômica e social específica, como a presente realidade brasileira. Além disso, deve-se dizer, ainda, que a presente leitura da concepção gramsciana de intelectual instiga a aproximá-la da marxiana, com a qual mantém muito mais proximidades do que distanciamentos, mesmo que Marx tenha prioritariamente se dedicado a perscrutar a dinâmica concreta de funcionamento do modo de produção capitalista no século XIX e Gramsci, por sua vez, as formas objetivas e subjetivas de sua efetivação pelos indivíduos, grupos e classes sociais ao longo da primeira metade do século XX. E isso porque ambos adotam o mesmo referencial ontológico, epistemológico e axiológico, qual seja a categoria de classe, e compartilham do objetivo de superar a sociedade capitalista por meio da revolução socialista. Assim, no que concerne ao conceito de intelectual, é possível observar que há muitas semelhanças entre Marx e Gramsci porque, indiscutivelmente, ambos foram intelectuais orgânicos às classes subalternas – na acepção gramsciana aqui enunciada do termo “intelectual orgânico” -, compreenderam a necessidade de o proletariado contar com forças sócio-culturais que mantêm relativa autonomia em relação a eles no processo de desencadeamento e efetivação da revolução social almejada, além do que entenderam que as idéias da classe dominante são as idéias dominantes na formação econômica e social capitalista. Contudo, deve-se considerar que Marx não discutiu de forma sistemática e aprofundada o conceito de intelectual e o seu papel no processo revolucionário, do que podem resultar conclusões equivocadas sustentando que a concepção marxiana advoga a separação cabal entre “trabalho manual” e “trabalho intelectual”. Por sua vez, Gramsci produziu, com todas as limitações do cárcere, interessantes contribuições ao conceito de intelectual, que para ele não se define pela pelas diferentes posições que os indivíduos ocupam no mundo produtivo, esteja ele desempenhando um “trabalho manual” ou outro “não-manual”. A propósito disso, diz ele que O erro metodológico mais difundido, ao que me parece, é ter buscado este critério de distinção no que é intrínseco às atividades intelectuais, em vez de buscá-lo no conjunto do sistema de relações no qual estas atividades (e, portanto, os grupos que as personificam) se encontram, no conjunto geral das relações sociais. Na verdade, o operário ou proletário, por exemplo, não se caracteriza especificamente pelo trabalho manual ou instrumental, mas por este trabalho em determinadas condições e em determinadas relações sociais […] E já se observou que o empresário, pela sua própria função, deve possuir em certa medida algumas qualificações de caráter intelectual, embora sua figura social seja determinada não por elas, mas pelas relações sociais gerais que caracterizam efetivamente a posição do empresário na indústria. (GRAMSCI, 2000, p. 18) Na verdade, para Gramsci, “[…] todos os homens são intelectuais, mas nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais” (GRAMSCI, 2000, p. 7) e Quando se distingue entre intelectuais e não-intelectuais, faz-se referência, na realidade, tão-somente à imediata função social da categoria profissional dos intelectuais, isto é, leva-se em conta a direção sobre a qual incide o peso maior da atividade profissional específica, se na elaboração intelectual ou se no esforço muscular-nervoso. Isso significa que, se se pode falar de intelectuais, é impossível falar de não-intelectuais, porque não existem não intelectuais. […] Não existe atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. (GRAMSCI, 2000, p. 52 e 53) Eis porque é válido adotar como eixo de interpretação dos textos gramscianos sobre os intelectuais a função que desempenharam e desempenham no complexo processo de transformação ou de conservação do modo pelo qual se desdobra a totalidade da vida social capitalista, fundada na contradição de classe. Partindo desse pressuposto marxiano fundamental, a contradição de classe, Gramsci pôde dar mais clareza ao conceito de intelectual e identificar as articuladas funções científico-filosóficas, educativo-culturais e políticas que os intelectuais exerceram ao longo da história e as que devem exercer hodiernamente os que organicamente se vincularem às classes subalternas. Resta, pois, aos que se interessam pela temática presente reler os textos gramscianos para lhes tirar outras interpretações, já que são escritos abertos. Àqueles que estão comprometidos com a transformação das relações sociais globais e, particularmente, com a construção de outra realidade societária no Brasil, também é importante retomar os escritos gramscianos, pois neles se encontram interessantes apontamentos que servem de guia para a ação política, sobretudo os que trabalham com a educação em uma perspectiva classista. ----------------------------------------------------------------------------------- -----------
----------------------------------------------------------------------------------- "À GUISA DE CONCLUSÃO: MARX E GRAMSCI COMO INTELECTUAIS ORGÂNICOS ÀS CLASSES SUBALTERNAS Considerando o posicionamento gramsciano sobre a questão dos intelectuais, pode-se afirmar que ele é interessante sob três aspectos: primeiro porque dá seqüência aos esforços da teoria marxiana para entender qual foi o papel desempenhado pelos intelectuais ao longo da história, seguindo as pistas deixadas por Marx principalmente em sua famosa XI Tese sobre Feuerbach26; segundo porque o ponto de vista gramsciano projeta a discussão sobre os intelectuais para além da relação entre “trabalho manual” e “trabalho intelectual”, mas sem desconsiderá-la, até mesmo porque esse é um debate clássico no interior do marxismo; terceiro porque ajuda a compreender melhor a relação entre os intelectuais e a dinâmica da vida social em uma formação econômica e social específica, como a presente realidade brasileira. Além disso, deve-se dizer, ainda, que a presente leitura da concepção gramsciana de intelectual instiga a aproximá-la da marxiana, com a qual mantém muito mais proximidades do que distanciamentos, mesmo que Marx tenha prioritariamente se dedicado a perscrutar a dinâmica concreta de funcionamento do modo de produção capitalista no século XIX e Gramsci, por sua vez, as formas objetivas e subjetivas de sua efetivação pelos indivíduos, grupos e classes sociais ao longo da primeira metade do século XX. E isso porque ambos adotam o mesmo referencial ontológico, epistemológico e axiológico, qual seja a categoria de classe, e compartilham do objetivo de superar a sociedade capitalista por meio da revolução socialista. Assim, no que concerne ao conceito de intelectual, é possível observar que há muitas semelhanças entre Marx e Gramsci porque, indiscutivelmente, ambos foram intelectuais orgânicos às classes subalternas – na acepção gramsciana aqui enunciada do termo “intelectual orgânico” -, compreenderam a necessidade de o proletariado contar com forças sócio-culturais que mantêm relativa autonomia em relação a eles no processo de desencadeamento e efetivação da revolução social almejada, além do que entenderam que as idéias da classe dominante são as idéias dominantes na formação econômica e social capitalista. Contudo, deve-se considerar que Marx não discutiu de forma sistemática e aprofundada o conceito de intelectual e o seu papel no processo revolucionário, do que podem resultar conclusões equivocadas sustentando que a concepção marxiana advoga a separação cabal entre “trabalho manual” e “trabalho intelectual”. Por sua vez, Gramsci produziu, com todas as limitações do cárcere, interessantes contribuições ao conceito de intelectual, que para ele não se define pela pelas diferentes posições que os indivíduos ocupam no mundo produtivo, esteja ele desempenhando um “trabalho manual” ou outro “não-manual”. A propósito disso, diz ele que O erro metodológico mais difundido, ao que me parece, é ter buscado este critério de distinção no que é intrínseco às atividades intelectuais, em vez de buscá-lo no conjunto do sistema de relações no qual estas atividades (e, portanto, os grupos que as personificam) se encontram, no conjunto geral das relações sociais. Na verdade, o operário ou proletário, por exemplo, não se caracteriza especificamente pelo trabalho manual ou instrumental, mas por este trabalho em determinadas condições e em determinadas relações sociais […] E já se observou que o empresário, pela sua própria função, deve possuir em certa medida algumas qualificações de caráter intelectual, embora sua figura social seja determinada não por elas, mas pelas relações sociais gerais que caracterizam efetivamente a posição do empresário na indústria. (GRAMSCI, 2000, p. 18) Na verdade, para Gramsci, “[…] todos os homens são intelectuais, mas nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais” (GRAMSCI, 2000, p. 7) e Quando se distingue entre intelectuais e não-intelectuais, faz-se referência, na realidade, tão-somente à imediata função social da categoria profissional dos intelectuais, isto é, leva-se em conta a direção sobre a qual incide o peso maior da atividade profissional específica, se na elaboração intelectual ou se no esforço muscular-nervoso. Isso significa que, se se pode falar de intelectuais, é impossível falar de não-intelectuais, porque não existem não intelectuais. […] Não existe atividade humana da qual se possa excluir toda intervenção intelectual, não se pode separar o homo faber do homo sapiens. (GRAMSCI, 2000, p. 52 e 53) Eis porque é válido adotar como eixo de interpretação dos textos gramscianos sobre os intelectuais a função que desempenharam e desempenham no complexo processo de transformação ou de conservação do modo pelo qual se desdobra a totalidade da vida social capitalista, fundada na contradição de classe. Partindo desse pressuposto marxiano fundamental, a contradição de classe, Gramsci pôde dar mais clareza ao conceito de intelectual e identificar as articuladas funções científico-filosóficas, educativo-culturais e políticas que os intelectuais exerceram ao longo da história e as que devem exercer hodiernamente os que organicamente se vincularem às classes subalternas. Resta, pois, aos que se interessam pela temática presente reler os textos gramscianos para lhes tirar outras interpretações, já que são escritos abertos. Àqueles que estão comprometidos com a transformação das relações sociais globais e, particularmente, com a construção de outra realidade societária no Brasil, também é importante retomar os escritos gramscianos, pois neles se encontram interessantes apontamentos que servem de guia para a ação política, sobretudo os que trabalham com a educação em uma perspectiva classista." -----------------------------------------------------------------------------------
------------ Ciro Gomes e Carlos Lupi, do PDT, comemoram inelegibilidade de Bolsonaro Líderes do partido que acionou TSE contra o ex-presidente se manifestaram sobre a decisão da Justiça Eleitoral Por Ramiro Brites Atualizado em 30 jun 2023, 15h17 - Publicado em 30 jun 2023, 13h51 Lideranças do PDT, partido que pediu a inelegibilidade de Jair Bolsonaro na Justiça Eleitoral, se manifestaram nesta sexta-feira após o TSE formar maioria para considerar o ex-presidente inelegível.  Candidato da sigla nas últimas eleições presidenciais, Ciro Gomes disse que a Justiça foi feita e que a medida do TSE deve extinguir o “oportunismo” do governo petista, que usa a possibilidade de volta de Bolsonaro ao poder como argumento contra críticas.  “Quando nós do PDT pedimos providências ao TSE , queríamos proteger a democracia e punir o abuso de poder político praticado por Bolsonaro”, disse Ciro Gomes.  “O que espero é que, de hoje em diante, tenhamos os brasileiros direito de cobrar de nosso governo mudanças profundas na vida política e econômica do Brasil , sem o oportunismo de a tudo termos que engolir porque senão…’Bolsonaro voltaria’”, seguiu Gomes.   Já o presidente do PDT e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que o pedido pela inelegibilidade é decorrente do “descaso com a democracia”, “desrespeito com a ciência” e “abuso de poder” que, segundo ele, o ex-presidente cometeu nos quatro anos que chefiou o Planalto.    “Milhares de pessoas morreram por causa da pandemia e ele negou a ciência o tempo todo. Senhor ex, a Terra não é quadrada. Senhor ex, a vacina cura. Senhor ex, a ciência ajuda. Senhor ex, agora ex durante muitos e muitos anos. Justiça foi feita, o PDT tem orgulho de trabalhar ao lado da Justiça brasileira”, disse Lupi.  O TSE julgou a inelegibilidade por causa de uma reunião com ex durante muitos e muitos anos. Justiça foi feita, o PDT tem orgulho de trabalhar ao lado da Justiça brasileira”, disse Lupi.  O TSE julgou a inelegibilidade por causa de uma reunião com embaixadores, transmitida pela TV Brasil, no qual o então presidente Bolsonaro questionava o sistema eleitoral. Nesta semana, após o voto do relator Benedito Gonçalves, Bolsonaro sugeriu falta de coerência do pedetista e publicou um vídeo em que Lupi relembra uma sugestão do fundador do PDT, Leonel Brizola, para evitar fraudes eleitorais. ----------- ----------- Giro VEJA - sexta, 30 de junho A bala de prata de Bolsonaro e os possíveis candidatos ao Planalto em 2026 ----------

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