Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
O CASO DO SR. VALDEMAR
Sinto agora ter chegado a um ponto desta narrativa diante do qual todo leitor passará a
não dar crédito algum. É, contudo minha obrigação simplesmente continuar.
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A VERDADE SOBRE O CASO DO SENHOR VALDEMAR
EDGAR ALLAN POE
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Tim Maia, Telefone - Pedro Mahal Cover
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Marcha Do Remador
Emilinha Borba
Fotos
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Rema, rema, rema, remador
Quero ver depressa o meu amor
Se eu chegar depois do sol raiar
Ela bota outro em meu lugar
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Rema, rema, rema, remador
Quero ver depressa o meu amor
Se eu chegar depois do sol raiar
Ela bota outro em meu lugar
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Rema, rema, rema, remador
Quero ver depressa o meu amor
Se eu chegar depois do sol raiar
Ela bota outro em meu lugar
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
Se a canoa não virar,
Olê olê olê olá
Eu chego lá
vídeo incorreto?
https://www.letrasdemusicas.fm/emilinha-borba/marcha-do-remador
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"Sinto agora ter chegado a um ponto desta narrativa diante do qual todo leitor passará a
não dar crédito algum. É, contudo minha obrigação simplesmente continuar."
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Nas entrelinhas: Ninguém enfrentará os novos desafios sozinho
Publicado em 31/10/2022 - 05:46 Luiz Carlos AzedoPolítica
Os grandes problemas nacionais são objetivos, estão na esfera da realidade, impactada pela globalização, pelas novas tecnologias, pelas novas formas de produção, pelos novos laços sociais
Dono de um inédito terceiro mandato, com 59.563.912 votos (50,83% dos votos válidos), contra 57.675.427 votos (49,17% dos votos válidos) de Jair Bolsonaro (PL), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem diante de si um desafio muito, mas muito maior mesmo, do que aquele que enfrentou ao ser eleito pela primeira vez, em 2002. Naquela época, seu governo sinalizava avanço no combate à pobreza, num ambiente saudável de reorganização da vida institucional e econômica do país, que herdou do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Agora, não. Está diante de uma ruptura com as políticas de governo em curso, protagonizada pelo reacionarismo do atual presidente, que é o primeiro a não se reeleger, desde 1998, quando foi instituída a reeleição.
A vitória de Lula foi muito apertada, obtida às 19h56 de ontem, quando 98,91% das urnas já estavam apuradas e era impossível reverter o resultado, apurados 117.305.567 votos válidos. Foram registrados 1.751.415 votos brancos (1,43%) e 3.889.466 votos nulos (3,16%). A abstenção chegou a 20,90%. Destaca-se a atuação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que matou no peito toda a turbulência do dia da votação, sobretudo a atuação de setores das forças policiais com claro propósito de dificultar o acesso às urnas da população mais propensa à votar no petista. No final do dia, minimizou as ocorrências e proclamou o resultado oficial.
Essa vitória apertada de Lula não tira a envergadura da mudança que significa, porque praticamente retoma o fio da história interrompido com a impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com duas preocupações: a centralidade das políticas de combate à pobreza e a pacificação do país. “Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido, em permanente estado de guerra”, disse.
Embora o silêncio de Bolsonaro seja uma preocupação, o establishment político reagiu de forma muito positiva. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), logo após o resultado, reconheceu a vitória de Lula e defendeu a pacificação do país. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi na mesma linha. Bolsonaro, ao não reconhecer imediatamente a vitória de Lula, sinaliza dificuldades na transição para o novo governo. Entretanto, Lula conta com amplo apoio das instituições e solidariedade internacional muito robusta, simbolizada pelo rápido reconhecimento de sua vitória pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Bolsonaro obteve uma grande vitória eleitoral em São Paulo, com a eleição de Tarcísio de Freitas. Mas não levou o Rio Grande do Sul, com a vitória do tucano Eduardo Leite, o primeiro ex-governador do estado a ser eleito pela segunda vez, que derrotou seu aliado de primeira hora, o ex-ministro Onyx Lorenzoni. Com a grande votação e aliados importantes nos governos dos três maiores estados do Sudeste — São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais —, continua sendo a segunda maior liderança do país. Sua manifestação sobre o resultado das eleições, aguardada para hoje, é muito importante para a normalidade do processo democrático.
Problemas objetivos
A escolha feita pelo povo nas urnas precisa ser respeitada. Isso depende do candidato derrotado, mas sobretudo da força das instituições e da maioria da sociedade, que deseja a volta à normalidade da vida nacional. Teremos um período de transição de dois meses, no qual a cooperação entre o atual governo e a equipe de transição do presidente eleito será fundamental. As sequelas da disputa eleitoral serão duradouras, mas as feridas precisam ter cicatrização acelerada. A sociedade sangra com as disputas entre parentes e amigos, divergências que perdurarão, mas não comportam inimizades e violências.
A democracia tem dois pilares: a alternância de poder e o direito ao dissenso das minorias. É preciso respeitá-los, de um lado pelos que hoje estão no poder, de outro pelos que vão assumi-lo. Diante de uma grande encruzilhada, o país tem um longo caminho a seguir. Não se trata apenas do bem-estar imediato, por todos almejado, mas de construir um futuro melhor para as futuras gerações, diante de um mundo no qual as mudanças ocorrem numa velocidade que muitos não conseguem acompanhar.
Num cenário desses, a reação de muitos, quiçá até da maioria, às vezes é tentar congelar o tempo ou fazê-lo andar para trás. Isso não é possível. As ideias reacionárias vêm de um passado imaginário, no qual os velhos problemas são apagados, como se não fossem os trilhos que nos trouxeram às mazelas atuais. Entretanto, os problemas que estão na esfera do comportamento, dos costumes, da tradição, das religiões são de ordem subjetiva.
Os grandes problemas nacionais são de ordem objetiva, estão na esfera das nossa realidade, impactada pela globalização da economia, pelas novas tecnologias, pelas novas formas de produção, pelos novos laços sociais. Nossa integração à economia mundial perde complexidade em termos de balança comercial. Nossa vocação natural de produtor de commodities de minérios e alimentos na divisão internacional do trabalho é uma vantagem estratégica, porém não basta para assegurar o nosso pleno desenvolvimento.
Temos graves deficiências de infraestrutura e é flagrante a deterioração do nosso padrão de urbanização. As abissais desigualdades sociais são agravadas pela precarização do trabalho e por nosso secular racismo estrutural. Velhas práticas políticas patrimonialistas, clientelísticas e fisiológicas, em contradição com o Estado democrático de direito e suas instituições, enfraquecem o nosso sistema político e corrompem os partidos. Ninguém enfrenta essas tarefas sozinho.
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Bolsonaro foi derrotado, mas bolsonarismo seguirá forte em 2023
Atual presidente, Jair Bolsonaro deve deixar o comando do Planalto em 31 de dezembro. Posse de Lula está marcada para 1º de janeiro de 2023
Mayara Oliveira
31/10/2022 2:00, atualizado 31/10/2022 8:26
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Jair BolsonaroMetrópoles
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Derrotado nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve deixar o comando do Palácio do Planalto em 31 de dezembro e, como prevê o protocolo, passar a faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a posse marcada para 1º de janeiro de 2023.
A vitória de Lula foi confirmada pela Justiça Eleitoral às 19h57 desse domingo (30/10), quando 98,81% das urnas já tinham sido apuradas. Àquela altura, o petista tinha 50,83% dos votos válidos (59.563.912), não podendo mais ser ultrapassado por Bolsonaro, que acumulava 49,17% (57.627.462) dos votos.
Mesmo com o fracasso de não ter conseguido se reeleger, Bolsonaro deve seguir no debate público. E o bolsonarismo deve ter, ainda assim, um papel de protagonismo na oposição a partir do ano que vem, segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles.
No Congresso Nacional, a força política de extrema direita terá um papel importante. O próprio PL, partido do Centrão e pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição, terá a maior bancada do Parlamento, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal.
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Durante a campanha, o agora presidente eleito disse que o bolsonarismo seguiria existindo mesmo sem Bolsonaro na Presidência. Segundo Lula, é necessário derrotar o movimento “no debate político” e na “discussão sadia”.
Frase dita pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na reta final das eleições sintetiza a força política que o bolsonarismo ganhou nos últimos anos: “Se Lula vencer, em quatro anos Bolsonaro volta”.
“Quanto figura política, Bolsonaro vai continuar sendo uma relevante. Obviamente, ele não vai ter a imunidade parlamentar que sempre teve. Então, talvez ele vai ter que cuidar mais da forma como se comunica. Mas ele vai ser o o grande representante dessa direita que surgiu nos últimos anos”, explica Rodolfo Tamanaha, professor de ciências políticas do Ibmec Brasília.
“Considerando, inclusive, que o Congresso tem uma base de parlamentares que são bolsonaristas ou próximos ao Bolsonaro, essa temática vai estar em evidência e vai exercer, sim, um protagonismo”, complementa o docente.
por taboola
Mesmo derrotado para o Planalto, PL de Bolsonaro elege dois governadores
Para Tamanaha, alguns governadores eleitos devem aproveitar o governo petista para se “cacifar” para as próximas eleições presidenciais, em 2026.
“Talvez esse seja exatamente o espaço em que governadores como Romeu Zema, de Minas, ou Ibaneis Rocha, do DF, possam surgir como uma oposição ao governo petista. E até ascender como uma possível alternativa à direita que não seja Bolsonaro. Alguns vão manter essa relação de oposição ao governo lulista para justamente se cacifar como um nome viável para as eleições presidenciais”, pontua o professor de ciências políticas.
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Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga NettoIgo Estrela/Metrópoles
Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022Reprodução/Instagram
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa camiseta clara - Metrópoles
Descendente de italianos e alemães, Bolsonaro recebeu o primeiro nome em homenagem ao jogador Jair Rosa Pinto, do Palmeiras, e o segundo, Messias, atribuído por Olinda Bonturi, mãe do presidente, a Deus, após uma gravidez complicada. Na infância, era chamado de Palmito pelos amigosHugo Barreto/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Ingressou no Exército aos 17 anos, na Escola Preparatória de Cadetes. Em 1973, foi aprovado para integrar a Academia Militar de Agulhas Negras (Aman), formando-se quatro anos depoisRafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Dentro do Exército, Bolsonaro também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista, serviu como aspirante a oficial no 21º e no 9º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), cursou a Escola de Educação Física do Exército, serviu no 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista e, em 1987, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de OficiaisGetty Images
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Em 1986, Jair foi preso por 15 dias, enquanto servia como capitão, por ter escrito um artigo para a revista Veja criticando o salário pago aos cadetes da Aman. Contudo, dois anos após o feito, foi absolvido das acusações pelo Superior Tribunal Militar (STM)Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Em 1987, novamente respondeu perante o STM por passar informação falsa à Veja. Na ocasião, o até então ministro do Exército recebeu da revista um material enviado pelo atual presidente sobre uma operação denominada Beco Sem Saída, que teria como objetivo explodir bombas em áreas do Exército como protesto ao salário que os militares recebiamRafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
A primeira investigação realizada pelo Conselho de Justificação Militar (CJM) concluiu que Bolsonaro e outros capitães mentiram e determinou que eles deveriam ser punidos. O caso foi levado ao Superior Tribunal Militar, que, por outra vez, absolveu os envolvidos. De acordo com uma reportagem da Folha à época, foi constatado pela Polícia Federal que, de fato, a caligrafia da carta enviada à Veja pertencia a JairJP Rodrigues/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele está ao lado da esposa Michelle Bolsonaro - Metrópoles
Em 1988, Bolsonaro foi para a reserva do Exército, ainda com o cargo de capitão, e, no mesmo ano, iniciou a carreira política. Em 1988, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro e, em 1991, eleito deputado federal. Permaneceu como parlamentar até 2018, quando foi eleito presidente da RepúblicaDaniel Ferreira/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Durante a carreira, Bolsonaro se filiou a 10 legendas: Partido Democrata Cristão (PDC), Partido Progressista Reformador (PPR), Partido Progressista Brasileiro (PPB), Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Progressistas (PP), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Democratas (DEM), Partido Social Cristão (PSC), Partido Social Liberal (PSL) e, atualmente, Partido Liberal (PL)Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele está ao lado dos filhos Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro - Metrópoles
É casado com Michelle Bolsonaro, 40 anos, e pai de Laura Bolsonaro, 11, Renan Bolsonaro, 24, Eduardo Bolsonaro, 38, Carlos Bolsonaro, 39, e Flávio Bolsonaro, 41, sendo os três últimos também políticosInstagram/Reprodução
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Em 2018, enquanto fazia campanha eleitoral, Jair foi vítima de uma facada na barriga. Até hoje o atual presidente precisa se submeter a cirurgias por causa do incidenteIgo Estrela/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Eleito com 57.797.847 votos no segundo turno, Bolsonaro coleciona polêmicas em seu governo. Além do entra e sai de ministros, a gestão de Jair é acusada de ter corrupção, favorecimentos, rachadinhas, interferências na polícia, ataques à imprensa e a outros poderes, discurso de ódio, disseminação de notícias faltas, entre outrosAlan Santos/PR
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Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
Programas sociais, como o Vale-gás, Alimenta Brasil, Auxílio Brasil e o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19, foram lançados para tentar ajudar a elevar a popularidade do atual presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro, atual presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022. Ele tem cabelos curtos, pretos e usa terno e gravata - Metrópoles
De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro se filiou ao Partido Liberal (PL). O vice de sua chapa nas eleições deste ano é o general Walter Braga NettoIgo Estrela/Metrópoles
Jair Messias Bolsonaro, nascido em 1955, é um capitão reformado do Exército e político brasileiro. Natural de Glicério, em São Paulo, foi eleito 38º presidente do Brasil para o mandato de 2018 a 2022Reprodução/Instagram
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PL pragmático e Lula
Apesar das estratégias que podem ser usadas para manter o bolsonarismo em evidência, especialistas ouvidos pelo Metrópoles alertam para o pragmatismo do Partido Liberal, que é uma sigla do Centrão. No governo Lula, há chance de que políticos eleitos pela sigla componham uma base para o petista.
Rodolfo Tamanaha lembra que partidos do Centrão, como PL, Republicanos e PSC, integraram a base de outras gestões do petista. “Eu não tenho dúvida que, novamente, o Centrão vai buscar uma composição com o Lula para poder ocupar cargo. Essa é a característica do Centrão desde sempre e eu não vejo razão para que eles deixem de negociar com o governo Lula por conta de uma adesão ideológica do Bolsonaro”, afirma.
Na mesma linha, Eduardo Galvão, analista político e professor de Relações Institucionais do Ibmec Brasília, diz que a negociação de parlamentares do centro com o governo petista será necessária para “construir consensos”.
“O que a gente percebe é que esses partidos, PL, PP, são bastante pragmáticos e até, como outras pessoas dizem, fisiológicos. Então, haverá uma acomodação de interesses, haverá uma negociação. Essa parte mais pragmática da direita vai negociar porque teremos um Brasil para governar e é necessário que as forças políticas componham uma base entre si para construir consensos”, explica Galvão.
Guilherme Casarões, por outro lado, diz que existem políticos pragmáticos, mas que a influência de Bolsonaro para viabilizar a eleição de deputados federais vai fortalecer os laços do bolsonarismo.
“Governadores, por exemplo, podem ser mais pragmáticos ao lidar com certas questões e podem até conciliar com Lula, mas a bancada federal bolsonarista não tem razão nenhuma para compactuar com o governo. Eu acho que a grande resistência ideológica do bolsonarismo vai estar na Câmara dos Deputados”, ressalta o cientista político.
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JAIR BOLSONAROBOLSONARISMOELEIÇÕES 2022
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Letras
… "Alô"
Alô
Quem fala ?
Sou eu, amor, você não se lembra mais da minha voz?
"Mas essa hora da manhã?"
Ah, eu queria tanto te ver
"Às quatro horas da manhã?"
Ah, eu não consigo dormir, eu preciso te ver
… Eu bem que te avisei pra não levar a sério
O nosso caso de amor
Eu sempre fui sincero e você sabe muito bem
Eu bem que te avisei pra não levar a sério
O nosso caso de amor
Eu sempre fui sincero e você sabe muito bem
… Eu não te prometi nada
Não venha me cobrar por esse amor
Pois esse sentimento eu não tenho pra te dar
… Sinto muito em te dizer, vê se tenta esquecer
Os momentos que passamos
Que juntinhos nos amamos
Leve um beijo e adeus
Fonte: LyricFind
Compositores: Roberto Menescal / Ronaldo Boscoli
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EMOÇÕES À FLOR DA PELE!
EMOÇÕES À FLOR DA PELE!: Contos de Terror, de Mistério e de Morte - Edgar Allan Poe
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EDGAR ALLAN POE – FICÇÃO COMPLETA – CONTOS DE TERROR, MISTÉRIO E MORTE
O CASO DO SR. VALDEMAR
Não pretenderei, por certo, considerar como motivo de espanto que o extraordinário caso
do Sr. Valdemar tenha provocado discussão . Milagre seria se tal não acontecesse,
especialmente em tais circunstância. O desejo de todas as partes interessadas em evitar
a publicidade ao caso - pelo menos no presente, ou até que tenhamos ulteriores
oportunidades de investigação - e nossos esforços para realizar isto deram lugar a uma
narrativa truncada ou exagerada que logo se propalou na sociedade, e veio a ser fonte de
muitas notícias falsas e desagradáveis e, bem naturalmente, de grande cópia de
incredulidade.
Torna-se agora necessário que eu exponha os fatos - até onde alcança minha
compreensão dos mesmos. São, em resumo, os seguintes: Nos últimos três anos minha
atenção vinha sendo atraída repetidamente pelos assuntos referentes ao magnetismo e,
há coisa de nove meses atrás, ocorreu-me, bastante inesperadamente, que nas séries de
experiências feitas até então houvera uma lacuna assinalável e inexplicável: ninguém
ainda fora ainda magnetizado in articulo mortis. Restava ver, primeiro, se em tais
condições havia em tal paciente qualquer suscetibilidade à influência; segundo, no caso
de haver alguma, se era atenuada ou aumentada por esta circunstância e, em terceiro
lugar, até que ponto ou por quanto tempo a invasão da morte poderia ser impedida pelo
processo magnético. Haviam outros pontos a serem verificados mas estes excitavam mais
a minha curiosidade; o último de modo especial, pelo caráter imensamente importante de
suas conseqüências.
Procurando em torno de mim algum paciente por cujo intermédio pudesse eu certificarme daquelas particularidades, vim a pensar no meu amigo o Sr. Ernesto Valdemar, o
conhecido compilador da Biblioteca Forense e autor (sob o pseudônimo de Issachar Marx)
das traduções polonesas de Wallenstein e Gargantua. O Sr Valdemar, que residia
geralmente em Harlem, Nova York, desde o ano de 1839, é (ou era) especialmente notável
pela extrema magreza corporal, parecendo-se muito suas pernas com as de John
Randolph, e também pela brancura de suas suíças, em violento contraste com o negro do
cabelo, que, em conseqüência, era geralmente tomado como um chinó. Seu temperamento
era assinaladamente nervoso e tornava-o um bom instrumento para experiências
mesméricas. Em duas ou três ocasiões, eu o fizera dormir com pouco esforço, mas ficara
desapontado quanto aos outros resultados que sua particular constituição me levava a
prever. Em período algum sua vontade ficava inteira ou positivamente submetida a
minha influência e, no que toca á clarividência, nada eu podia realizar com ele que me
servisse de base. Atribuí sempre meu insucesso, nesse ponto, ao seu precário estado de
saúde. Certos meses antes de conhecê-lo, seus médicos o haviam declarado tísico sem
qualquer dúvida. E, na verdade, tinha ele o hábito de falar sobre a aproximação de seu
fim como de uma questão que não devia ser lastimada nem se podia evitar.
Quando me ocorreram, pela primeira vez, as idéias a que aludi foi sem dúvida muito
natural que eu pensasse no Sr. Valdemar . Eu conhecia muito bem sua sólida filosofia
para temer qualquer escrúpulo de sua parte, e ele não tinha parentes na América que
pudessem interferir, plausivelmente. Falei-lhe com franqueza sobre o assunto e, com
surpresa minha, seu interesse pareceu vivamente excitado. Digo com surpresa, pois,
embora ele sempre entregasse livremente sua pessoa para meus experimentos, nunca
antes manifestara qualquer sinal de predileção pelo que eu fazia. Sua enfermidade era de
um tal caráter que admitia exato cálculo da época em que seu desenvolvimento conduzia
à morte. Finalmente, combinamos entre nós que ele me mandaria chamar vinte e quatro
horas antes do prazo marcado pelos médicos como o de seu falecimento.
Faz agora mais ou menos sete meses que recebi, do próprio Sr. Valdemar, o bilhete
seguinte:
Meu caro p…;
Você pode bem vir agora. D… e F… concordam em que não posso durar além da meia
noite de amanhã, e penso que eles acertaram no cálculo com grande aproximação.
VALDEMAR.
Recebi este bilhete meia hora depois que fora escrito, e quinze minutos após estava eu no
quarto do moribundo. Não o via havia dez dias e espantou-me a terrível alteração que lhe
trouxera tão breve intervalo. Sua face tinha uma coloração plúmbea, os olhos
completamente sem brilho e sua magreza era tão extrema que os ossos da face quase
rompiam a pele. Sua expectoração era excessiva, o pulso mal podia ser percebido. Não
obstante, ele conservava, de modo bem digno de nota, toda a lucidez da mente e certo
grau de força física.
Falava distintamente, tomava sem auxilio alheio alguns remédios paliativos, e, quando
entrei no quarto, ocupava-se em escrever notas num caderno de bolso. Estava apoiado na
cama por travesseiros. Cuidavam dele os Drs. D…e F…Depois de apertar a mão de
Valdemar, chamei aqueles senhores de parte e obtive deles relato minucioso das
condições do paciente. O pulmão esquerdo estivera, durante dezoito meses, num estado
semi ósseo ou cartilaginoso e se tornara, sem dúvida, inteiramente inútil a qualquer
função vital. O direito, na sua parte superior, estava também parcialmente, senão de
todo, ossificado, enquanto a região anterior era simplesmente uma massa de tubérculos
purulentos. interpenetrando-se. Havia muitas cavernas extensas e, em um ponto, se
operara uma adesão permanente às costelas. Esses aspectos do lobo direito eram de data
relativamente recente. A ossificação prosseguira com uma rapidez bastante incomum,
nenhum sinal dela fora descoberto um mês antes e a adesão apenas fora observada
durante os três dias antecedentes. Independentemente da tísica, suspeitava-se que o
paciente sofresse de aneurisma da aorta. mas, neste ponto, os sintomas ósseos tornavam
impossível um diagnóstico exato. Era opinião de ambos os médicos que o Sr. Valdemar
morreria mais ou menos à meia-noite do dia seguinte, domingo. Estávamos, então , às
sete horas da noite do sábado.Ao deixar a cabeceira da cama do inválido para travar
conversa comigo, os Drs. D… e F… tinham-lhe dado um definitivo adeus. .não
tencionavam voltar, mas, a pedido meu, concordaram em visitar o doente, mais ou menos
às dez horas da noite seguinte.
Quando eles se foram, falei francamente com o Sr. Valdemar sobre o assunto de sua
morte vindoura, bem como, mais particularmente sobre a experiência proposta. Ele
mostrou-se ainda completamente de acordo e mesmo ansioso por sua realização, e
insistiu comigo para que a começasse imediatamente. Dois enfermeiros, um homem e
uma mulher, cuidavam dele; mas eu não me sentia totalmente em liberdade de
empreender uma tarefa dessas natureza sem mais testemunhas dignas de confiança do
que aqueles dois que pudessem depor em caso de súbito acidente. Conseqüentemente, adiei as operações até cerca das oito horas da noite seguinte quando a chegada de um
estudante de medicina com quem eu estava um tanto relacionado (o Sr. Teodoro L…)
libertou-me de qualquer embaraço ulterior. Fora minha intenção, a princípio, esperar os
médicos, mas fui levado a agir, primeiro, em virtude dos rogos prementes do Sr. Valdemar
e, em segundo lugar, pela convicção de que não tinha um momento a perder, diante da
evidente aproximação rápida de seu fim.
O Sr. L… teve a bondade de satisfazer meu desejo de tomar notas de tudo quanto
ocorresse, e é dessas suas notas que o que vou agora narrar foi na maior parte
condensado ou copiado verbatim.
Faltavam cerca de cinco minutos para as oito, quando, tomando a mão do paciente, eu
lhe pedi que afirmasse, o mais distintamente possível, ao Sr. L, se ele, (o Sr. Valdemar)
estava inteiramente de acordo em que eu fizesse a experiência de magnetizá-lo em seu
estado presente.
Ele respondeu, com fraca voz, porém completamente audível:
- Sim, desejo ser magnetizado - acrescentando imediatamente depois: - Receio que você
tenha demorado muito.
Enquanto ele assim falava, comecei os passes que eu já descobrira terem mais efeito em
dominá-lo. Ele ficou evidentemente influenciado com o primeiro toque lateral de minha
mão na sua fronte. Mas, embora utilizasse eu todos os meus poderes, nenhum efeito
ulterior perceptível se verificou até alguns minutos depois das dez horas, quando os Drs.
D… e F… chegaram, de acordo com o combinado. Expliquei-lhes, em poucas palavras, o
que pretendia, e como eles não opusessem objeção, dizendo que o paciente já estava em
agonia mortal, continuei, sem hesitação, mudando porém, os passes laterais por outros
descendentes e dirigindo meu olhar inteiramente sobre o olho direito do moribundo.
A este tempo já seu pulso era imperceptível e sua respiração estertorosa, a intervalos de
meio minuto.
Tal estado conservou-se quase inalterado durante um quarto de hora. No expirar esse
período, porém, um suspiro natural, muito profundo, escapou do peito do homem
moribundo e cessou a respiração estertorosa, isto é, seus estertores não mais apareciam;
os intervalos não diminuíram. As extremidades do paciente tinham uma frialdade de gelo.
Aos cinco minutos antes das onze, percebi sinais inequívocos da influência magnética. O
movimento vítreo do olho mudara-se naquela expressão de inquietante exame interior que
só se vê em casos de sonambulismo e diante da qual é completamente impossível haver
engano. Com alguns rápidos passes laterais fiz as pálpebras estremecerem, como em sono
incipiente, e com alguns mais consegui fechá-las de todo. Não estava, porém, satisfeito
com isso e continuei vigorosamente com as manipulações, com o mais completo esforço
de vontade, até paralisar, por completo, os membros do dormente, depois de colocá-los
em posição aparentemente cômoda. As pernas estavam inteiramente espichadas; os
braços, quase a mesma coisa, e repousavam sobre o leito, a uma distância moderada das
nádegas. A cabeça achava-se levemente elevada.
Quando terminei isso era já meia-noite em ponto e pedi aos cavalheiros presentes que
examinassem o estado do Sr. Valdemar. Depois de alguns exames, admitiram eles que se
achava num estado perfeitamente extraordinário de sono mesmérico.
A curiosidade dos médicos achava-se altamente excitada. O Dr. D... resolveu logo ficar ao
lado do paciente a noite inteira. enquanto o Dr. F… partia, com promessa de voltar ao
amanhecer. O Sr. L… e os enfermeiros ficaram. Deixamos o Sr. Valdemar inteiramente tranqüilo até às três horas da madrugada, quando me aproximei dele e vi que se
encontrava, precisamente, no mesmo estado em que o deixara o Dr. F… ao retirar-se; isto
é, jazia na mesma posição e o pulso era imperceptível, a respiração, ligeira (mal
distinguível, a não ser por meio da aplicação de um espelho aos lábios) os olhos
fechavam-se naturalmente e os membros estavam tão rígidos e frios como o mármore.
Contudo, a aparência geral não era certamente a da morte. Quando me aproximei do Sr.
Valdemar fiz uma espécie de leve esforço para influenciar seu braço direito a acompanhar
o meu, que passava levemente, para lá e para cá, por cima de sua pessoa. Em tais
experiências com esse paciente, nunca eu conseguira antes êxito completo e decerto tinha
pouca esperança de ser bem sucedido agora; mas, para espanto meu, seu braço bem
pronta. embora , fracamente, acompanhou todos os movimentos que o meu fazia. Decidi
arriscar algumas palavras de conversa.
- Sr. Valdemar. . . - disse eu - está adormecido?
Ele não deu resposta, mas percebi um tremor em torno dos lábio, e por isso fui levado a
repetir a pergunta várias vezes. À terceira repetição todo seu corpo se agitou em um leve
calafrio: as pestanas abriram-se, permitindo que se visse a faixa branca do olho; os lábios
moveram-se lentamente e dentre eles, num sussurro mal audível, brotaram as palavras:
- Sim… estou adormecido agora. Não me desperte! Deixe-me morrer assim! Apalpei-lhe
então os membros e achei-os tão rijos como dantes: o braço direito obedecia ainda à
direção de minha mão. Interroguei de novo o magnetizado:
- Sente ainda dor no peito, Sr. Valdemar?
A resposta agora foi imediata, mas ainda menos audível do que antes:
- Dor nenhuma. . . Estou morrendo!
Não achei prudente perturbá-lo mais então e nada mais foi dito ou feito até a chegada do
Dr. F…, que veio um pouco antes do amanhecer e demonstrou seu ilimitado espanto ao
encontrar o paciente ainda vivo. Depois de tomar-lhe o pulso e aplicar-lhe um espelho aos
lábios, pediu-me que me dirigisse de novo ao magnetizado. Acedi, perguntando:
- Sr. Valdemar, ainda está dormindo?
Como anteriormente, alguns minutos decorreram até que fosse dada uma resposta e,
durante o intervalo, parecia que o moribundo reunia suas energias para falar. À minha
quarta repetição da pergunta, disse ele, com voz muito fraca, quase imperceptível.
- Sim. . durmo ainda... estou morrendo.
Era agora opinião, ou antes, desejo dos médicos que o Sr. Valdemar deveria ser deixado
tranqüilo, na sua presente situação de aparente repouso, até sobrevir a morte. E isto,
todos concordavam, deveria realizar-se, dentro de poucos minutos. Resolvi, porém, falarlhe uma vez mais e repeti simplesmente minha pergunta anterior.
Enquanto eu falava, ocorreu sensível mudança na fisionomia do magnetizado. Os olhos
se abriram devagar, desaparecendo as pupilas para cima; toda a pele tomou uma cor
cadavérica, assemelhando-se mais ao papel branco que ao pergaminho, e as manchas
circulares héticas, que até então se assinalavam fortemente no centro de cada face,
apagaram-se imediatamente. Uso esta expressão porque a subitaneidade de sua
desaparição trouxe-me a mente nada menos do que a idéia do apagar de uma vela com
um sopro. Ao mesmo tempo o lábio superior retraiu-se, acima dos dentes que até então cobria por completo, enquanto o maxilar inferior caia com movimento audível, deixando a
boca escancarada e mostrando a língua inchada e enegrecida. Suponho que ninguém do
grupo ali presente estava desacostumado aos horrores dos leitos mortuários mas tão
inconcebivelmente horrenda era a aparência do Sr. Valdemar naquele instante que houve
um geral recuo de todos das proximidades da cama.
Sinto agora ter chegado a um ponto desta narrativa diante do qual todo leitor passará a
não dar crédito algum. É, contudo minha obrigação simplesmente continuar.
Já não havia mais o menor sinal de vida no Sr. Valdemar, e comprovando sua morte,
íamos entregá-lo aos cuidados dos enfermeiros, quando um forte movimento vibratório
observou-se- na língua, o qual continuou durante um minuto talvez. Terminando este,
irrompeu dos queixos distendidos e imóveis uma voz, uma voz tal que seria loucura
minha tentar descrever. Há, é certo, dois ou três epítetos que poderiam ser considerados
aplicáveis a ela em parte; podia dizer, por exemplo, que o som era áspero, entrecortado,
cavernoso; mas o horrendo conjunto é indescritível, pela simples razão de que nenhum
som igual jamais vibrou em ouvidos humanos. Havia duas particularidades, não
obstante, que, pensei e ainda penso, podiam francamente ser comprovadas como
características da entonação, bem como adequadas a dar alguma idéia da sua
peculiaridade sobrenatural. Em primeiro lugar, a voz parecia alcançar nossos ouvidos -
pelo menos os meus - de uma vasta distância ou de alguma profunda caverna dentro da
terra.
Em segundo lugar, dava-me a impressão (receio na verdade ser impossível fazer-me
compreender) que as coisas gelatinosas e pegajosas dão no sentido do tato. Falei ao
mesmo tempo, em "som" e "voz". Quero dizer que o som era de uma dicção distinta. . .
maravilhosamente distinta, mesmo e arrepiante. O Sr. Valdemar falava, evidentemente,
respondendo à pergunta que eu lhe havia feito poucos minutos antes. Perguntara-lhe,
como se lembram, se ele estava adormecido. Ele agora respondia:
- Sim... não. . . estava adormecido. . . e agora. . . agora… estou morto.
Nenhuma das pessoas presentes nem mesmo afetou negar ou tentou reprimir o indizível e
calafriante horror que essas poucas palavras assim pronunciadas, bem naturalmente
provocavam. O Sr. L… ( o estudante ) desmaiou. Os enfermeiros abandonaram
imediatamente o quarto e negaram-se a voltar. Não pretenderei tornar ilegível ao leitor as
minhas próprias impressões. Durante quase uma hora ocupamo-nos, calados, sem dizer
uma só palavra, em procurar fazer o Sr. L… voltar a si. E, quando isto se deu, dirigimonos de novo a examinar o estado do Sr. Valdemar.
Continuava, a todos os respeitos, como o descrevera antes, com exceção de que o espelho
não mais revelava respiração. Uma tentativa de tirar sangue do braço fracassou. Devo
mencionar também que esse membro não mais se mostrou obediente à minha vontade.
Tentei em vão fazê-lo acompanhar a direção de minha mão. A única e real demonstração
da influência magnética achava-se, então, no movimento vibratório da língua quando eu
dirigia uma pergunta ao Sr. Valdemar. Ele parecia estar fazendo um esforço para
responder, mas não possuía mais a volição suficiente. Às perguntas que lhe eram feitas
por qualquer outra pessoa além de mim parecia totalmente insensível, embora eu
tentasse colocar cada membro do grupo em relação magnética com ele. Creio que relatei
agora, tudo quanto é necessário para uma compreensão do estado do magnetizado
naquele momento. Foram procurados outros enfermeiros e às dez horas deixei a casa em
companhia dos dois médicos e do Sr. L…
À tarde fomos todos chamados de novo para ver o paciente. Seu estado permanecia
precisamente o mesmo. Tivemos então uma discussão a respeito da oportunidade e possibilidade de despertá-lo, mas pouca dificuldade tivemos em concordar em que não
havia nenhuma utilidade em fazê-lo. Era evidente que, até ali, a morte (ou o que se
chama usualmente morte) tinha sido detida pela ação magnética. Parecia claro a nós
todos que despertar o Sr. Valdemar era simplesmente assegurar sua morte atual ou,
pelos menos, apressar-lhe a decomposição.
Desde aquele dia até o fim da última semana - intervalo de quase sete meses
continuamos a fazer visitas diárias à casa do Sr. Valdemar, acompanhados de vez em
quando por médicos e outros amigos. Durante este tempo, o magnetizado permanecia
exatamente como já deixei descrito. Os cuidados dos enfermeiros eram contínuos.
Foi na sexta-feira passada que resolvemos, finalmente, fazer a experiência de despertá-lo,
ou de tentar despertá-lo; e foi talvez o infeliz resultado desta última experiência que deu
origem a tantas discussões em círculos privados e a muito daquilo que não posso deixar
de julgar uma credulidade popular injustificável.
Com o fim de libertar o Sr. Valdemar da ação magnética, fiz uso dos passes habituais.
Durante algum tempo foram eles ineficazes. A primeira indicação de revivescência foi
revelada por uma descida parcial da íris. Observou-se, como especialmente notável que
este abaixamento da pupila era acompanhado pela profusa ejaculação de um licor
amarelento (de sob as pálpebras), com um odor acre e altamente repugnante.
Sugeriu-se então que eu deveria tentar influenciar o braço do paciente, como fizera antes.
Tentei, mas inutilmente. O Dr. F… expressou então o desejo de que eu fizesse uma
pergunta. Assim fiz, como segue:
- Sr. Valdemar. . . pode explicar-me quais são seus sentimentos ou desejos agora?
Houve imediata volta dos círculos héticos sobre as faces; a língua vibrou, ou antes, rolou
violentamente na boca (embora os maxilares e os lábios permanecessem rijos como antes)
e por fim a mesma voz horrenda que eu já descrevi ejaculou:
- Pelo amor de Deus!. . . Depressa. - . depressa! .. faça-me dormir. . . ou então, depressa.
Acorde-me. . . depressa!... Afirmo que estou morto!
Eu estava completamente enervado e por um instante fiquei indeciso sobre o que fazer. A
princípio fiz uma tentativa de acalmar o paciente; mas fracassando, pela total suspensão
da vontade, fiz o contrário e lutei energicamente para despertá-lo.
Nessa tentativa vi logo que teria êxito, ou, pelo menos, logo imaginei que meu êxito seria
completo. E estou certo de que todos no quarto se achavam preparados para ver o
paciente despertar.Para o que realmente ocorreu, porém, é completamente impossível que
qualquer ser humano pudesse estar preparado.
Enquanto eu fazia rapidamente os passes magnéticos, entre ejaculações de "Morto!",
"Morto!", irrompendo inteiramente da língua e não dos lábios do paciente, todo seu
corpo, de pronto, no espaço de um único minuto, ou mesmo menos, contraiu-se...
desintegrou-se, absolutamente podre, sob minhas mãos. Sobre a cama, diante de toda
aquela gente, jazia uma quase líquida massa de nojenta e detestável putrescência.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4947786/mod_resource/content/1/Edgar-Allan-Poe-o-Caso-Do-Sr-Valdemar.pdf
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VOLTA
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Versão de Beth Carvalho
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Volta por Cima – Paulo Vanzolini
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Luiz Inácio Lula da Silva faz primeiro discurso após ser eleito presidente
Jornalismo TV Cultura
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Luiz Inácio Lula da Silva fala pela primeira vez após apurações indicarem que é o novo presidente eleito do Brasil.
Em seu discurso, Lula afirmou saber que a divisão do país e a situação social do Brasil serão grandes desafios, mas que está pronto para enfrentá-los mais uma vez.
https://www.youtube.com/watch?v=pMZL6VM88XE
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Eleito, Lula diz que é hora de 'restabelecer a paz entre os divergentes' e que vai governar para todos os brasileiros: 'Não existem dois Brasis'
Presidente eleito afirmou também que o ódio foi propagado de forma criminosa no país. Lula disse ainda que combater a fome e a miséria será 'prioridade número 1', vai estabelecer meta de desmatamento zero para a Amazônia e dar ao Brasil posição de destaque no mundo.
Por g1 — Brasília
30/10/2022 20h50 Atualizado há um minuto
Eleito no segundo turno, Lula fez discurso da vitória em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1
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Eleito no segundo turno, Lula fez discurso da vitória em São Paulo — Foto: Fábio Tito/g1
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O agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o discurso da vitória em São Paulo na noite deste domingo (30). Ele afirmou que o momento é de "restabelecer a paz entre os divergentes". Lula disse que vai governar para todos os brasileiros, e não só para os que votaram nele. Para o presidente eleito, "não existem dois Brasis".
A vitória de Lula foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando havia 98% das urnas apuradas, às 19h57. Àquela altura, ele tinha 50,83% dos votos válidos e não poderia mais ser alcançado por Jair Bolsonaro (PL), que contabilizava 49,17%.
No discurso, ele estava ao lado de aliados, como o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e a senadora e terceira colocada no primeiro turno, Simone Tebet (MDB).
Senadora e terceira colocada no primeiro turno, Simone Tebet (MDB) estava ao lado de Lula no discurso da vitória do presidente eleito — Foto: Fábio Tito/g1
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Senadora e terceira colocada no primeiro turno, Simone Tebet (MDB) estava ao lado de Lula no discurso da vitória do presidente eleito — Foto: Fábio Tito/g1
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"Meus amigos e minhas amigas. A partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação", afirmou Lula.
Lula defendeu a paz e a convivência harmônica no país.
"Estou aqui para governar esse país numa situação muito difícil. Mas tenho fé que com a ajuda do povo, nós vamos encontrar uma saída para que esse país volte a viver democraticamente, harmonicamente. E a gente possa inclusive restabelecer a paz entre as famílias, os divergentes, para que a gente possa construir o mundo que nós precisamos, e o Brasil", completou.
Ele disse que não interessa a ninguém viver em um país em eterno estado de guerra. Lula disse ainda que o ódio foi propagado de forma criminosa no Brasil.
"Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido, em permanente estado de guerra", argumentou.
Lula acena para apoiadores em discurso após a vitória no segundo turno — Foto: Fábio Tito/g1
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Lula acena para apoiadores em discurso após a vitória no segundo turno — Foto: Fábio Tito/g1
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Combate à miséria
No discurso, Lula afirmou que o combate à fome e à miséria é o "compromisso número 1" do governo eleito.
"Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam menos calorias e proteínas do que o necessário", disse Lula.
"Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da manhã, almoçar e jantar todos os dias", prosseguiu o petista.
"Este será, novamente, o compromisso número 1 do nosso governo."
Lula também repetiu a promessa, já anunciada durante a campanha, de retomar o Minha Casa, Minha Vida. Durante o governo Jair Bolsonaro, a iniciativa foi substituída pelo programa Casa Verde Amarela, com formato diferente.
"Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam obrigadas a dormir nas ruas, expostas ao frio, à chuva e à violência. Por isso, vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, com prioridade para as famílias de baixa renda, e trazer de volta os programas de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza."
Relação com o mundo político
No discurso da vitória, Lula disse que a história reservou a ele uma missão de "magnitude" e que, para cumpri-la, precisará de "todos os partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, governadores, prefeitos e gente de todas as religiões".
"O Brasil tem jeito, todos juntos seremos capazes de consertar este país e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos, com oportunidade para transformar em realidade", afirmou.
"Vamos também restabelecer o diálogo entre governo, empresários, trabalhadores e sociedade civil organizada, com a volta do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social", completou.
Lula também agradeceu ao antigo rival Geraldo Alckmin, eleito próximo vice-presidente do Brasil, que, segundo o petista, deu uma "contribuição extraordinária" à campanha.
Amazônia
Outro tema que Lula destacou em seu discurso foi a proteção da Amazônia. Ele afirmou que o novo governo terá meta de desmatamento zero.
"Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global.Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia", afirmou o presidente eleito.
Segundo ele, uma árvore em preservada vale mais que toneladas de madeira ilegal.
"O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra", continuou Lula.
Brasil no mundo
Lula também falou que, no cargo, pretende "reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a estabilidade do país, para que os investidores – nacionais e estrangeiros – retomem a confiança no Brasil".
Segundo o presidente eleito, "o mundo sente saudade do Brasil".
"Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres", disse.
"Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do mundo", continuou.
Lula disse que pretende:
atuar por um comércio internacional mais justo;
retomar parcerias com os Estados Unidos e com a União Europeia;
reindustrializar o Brasil;
investir na economia verde e digital;
apoiar a criatividade dos empresários e empreendedores e exportar conhecimento.
"Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao eterno papel de exportador de commodities e matéria prima", disse Lula.
"Vamos lutar novamente por uma nova governança global, com a inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e com o fim do direito a veto, que prejudica o equilíbrio entre as nações", declarou.
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EXTRA: Lula é eleito presidente
g1 eleições
LULA
PT
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/noticia/2022/10/30/lula-discurso-vitoria.ghtml
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Mundo Educação - UOL
Presidentes do Brasil: lista com todos eles - Mundo Educação
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12
Escolha de governantes
Até nas ditaduras, os governantes não são eternos. Há sempre,
portanto, um processo de escolha de governantes, mesmo que esta escolha
seja imposta ao povo. Alguns governantes, como sabemos, são escolhidos
por hereditariedade, através do estabelecimento de uma linha sucessória
que pode variar de contexto para contexto. Esse processo, como também
sabemos, tem diminuído consideravelmente de importância nos dias de
hoje, não só porque é típico das monarquias e há poucas monarquias
atualmente, como porque os monarcas do nosso tempo atuam, em geral,
em regimes parlamentaristas, o que significa que o verdadeiro pólo decisório
é o Parlamento, do qual são membros o primeiro-ministro (ou premier) e
seu gabinete (o conjunto dos outros ministros). Há ainda, mas quase como
uma relíquia, assembléias escolhidas por hereditariedade, como é o caso
da Câmara dos Lordes, na Inglaterra, cuja importância também vem
diminuindo a cada dia e cuja extinção é abertamente contemplada por boa
parte da opinião pública.
Em Estados onde a religião não é separada da órbita política, existem
processos de escolha mais ou menos autocráticos, em que a seleção se faz
através da qualificação religiosa de alguns governantes, como é, em parte, o
caso do Irã atual. Existem, enfim, os casos em que os governantes são
escolhidos pela força, ou seja, são impostos. Isto acontece, em
primeiro lugar, nos Estados conquistados militarmente ou nos que
permanecem como colônias, pois se, nesta última hipótese a força
não é empregada de modo rotineiro, ela está na raiz do processo e da
manutenção do sistema.
Pela força, igualmente, é a escolha dos governantes operada
através do que se costuma chamar de golpe de Estado. Nos golpes
de Estado, o processo institucionalizado é interrompido violentamente, seja durante a escolha do sucessor do governante
que está ocupando o cargo, seja depois que a escolha já está feita.
Não é necessário, evidentemente, que o golpe de Estado seja dado por
alguém que não o próprio governante, pois pode muito bem ocorrer
(como ocorreu no Brasil, por ocasião da ditadura de Getúlio Vargas)
que o governante decida romper os limites estabelecidos pelas
instituições e prolongar sua permanência no cargo, ou perpetuá-la,
para isso concentrando em si a maior fatia possível de poder.
Contudo, o mais comum é que o golpe seja dado por facções
descontentes com a situação e com as possibilidades institucionais de
que ela se venha a modificar como estas facções desejam.
O golpe de Estado é, portanto, a tomada violenta do poder por
elementos internos ao país. Esta violência pode assumir diversos
graus, chegando com freqüência à execução ou banimento dos
governantes depostos. Há Estados de grande instabilidade política,
onde a ocorrência de golpes é praticamente rotineira, como tem
acontecido em muitos países da América Latina. Tecnicamente, há um
golpe toda vez que o processo institucional é quebrado de maneira
violenta, mesmo que a intenção dos golpistas seja preservar esse
processo (é o chamado “golpe preventivo”, que aconteceu em 1955 no
Brasil, antes da posse do presidente Juscelino Kubitschek, quando
os golpistas tinham razões para crer que havia um esquema
montado para impedir a posse do eleito e tomaram o poder
temporariamente, a fim de garantir a posse — o que de fato se deu).
É comum que muitos golpes de Estado se intitulem, a si
mesmos, de “revolução”. A linha demarcatória entre a revolução e o
golpe de Estado pode não ser muito clara, mas, de modo geral, o que
caracteriza as revoluções são alterações muito mais profundas do que
as criadas por um golpe. O golpe limita-se a algumas mudanças de
composição do quadro de governantes e à interferência no
funcionamento normal das instituições violentadas. Não existem, com
ele, alterações sociais profundas.
A Revolução Russa de 1917, por exemplo, foi realmente uma revolução, porque modificou profundamente a sociedade e a
economia onde ocorreu. Da mesma forma, pode-se falar de uma
Revolução Americana e de uma Revolução Francesa — ambos casos
historicamente conhecidos e definidos. Não há, entretanto, conceitos
rígidos, e é comum que simples golpes de Estado, simples mexidas
mais ou menos turbulentas dentro do mesmo esquema dominante,
apresentem-se insistentemente como verdadeiras revoluções, cabendo
ao observador julgar se terá havido de fato alguma mudança
fundamental.
Cabe também apontar a especificidade de outros processos de
escolha, que podemos chamar de seleção interna. Acontece essa
seleção interna, por exemplo, no Vaticano, pois o papa não é só um
líder religioso, mas também um chefe de Estado, um governante. Sua
sucessão é realizada através de mecanismos internos da Igreja Católica,
de uma forma razoavelmente conhecida por todos nós. Claro que o tipo
de escolha de governantes do Vaticano não esgota as possibilidades da
seleção interna, que existe, muitas vezes disfarçada, em outros
contextos.
De certa maneira, o México vem escolhendo seus presidentes
através desse processo. Há eleições gerais, mas tem sido tal a
dominância de um partido político (Partido Revolucionário Institucional
— PRI) que a escolha de seu candidato equivale, para todos os efeitos,
à escolha daquele que será, inevitavelmente, eleito. Recentemente, o
México vem dando mostras de que deseja alterar a situação, com a
oposição conseguindo alguns avanços. Mas ainda é muito cedo para
se afirmar que a escolha de seus presidentes passará a ser por uma
eleição realmente democrática, com igualdade de oportunidades para
todos os candidatos.
Obviamente, certos tipos de ditadura também realizam sua
sucessão pelo processo de seleção interna, quando o ditador e seu
círculo de influência preparam seus sucessores. Com diferenças entre
si mais ou menos importantes — e processos diversos para emprestar o
que se alega ser legitimidade aos mecanismos empregados — foi esse o caso do Haiti, com a morte do ditador Papa Doc e a sucessão por seu
filho, o caso dos presidentes brasileiros nas duas décadas que se
seguiram a 1964, dos dirigentes soviéticos, dos presidentes argentinos
antes da redemocratização e assim por diante.
Deixando de mencionar processos como sorteio (que já teve
grande importância, por exemplo, em certos Estados da Grécia antiga)
e outros de relevância marginal, chegamos enfim ao sufrágio, ou seja,
para simplificar, ao modo de escolha através do voto. Muitas pessoas
identificam as eleições com democracia e com o predomínio da
vontade da maioria, mas isto não é bem assim, como já tivemos idéia
anteriormente e como vamos ver agora em detalhe.
De fato, é muito difícil, hoje, haver democracia sem eleições,
pois as democracias contemporâneas de modo geral são
representativas, e essa representatividade se expressa através da
indicação da vontade dos cidadãos qualificados para votar (os
eleitores). Mas muita coisa depende da maneira pela qual essas
eleições são equacionadas e organizadas, a começar pela própria
qualificação de candidatos e eleitores e a terminar pela maneira através
da qual os votos são dados, apurados e levados em conta para a
escolha dos governantes (grosso modo, o que se chama sistema
eleitoral). É até perfeitamente possível que, mesmo num sistema em
que os votos sejam dados livremente e apurados sem fraudes e sem
distorções mais evidentes, a maioria se veja derrotada nas eleições, ou
seja, acabe por eleger um número de representantes mais reduzido do
que o da minoria. Trata-se de um capítulo extremamente intrincado
da Política, cuja análise exaustiva requereria uma verdadeira biblioteca
especializada. Mas isto, é claro, não impede que possamos ter uma
idéia geral dos principais problemas envolvidos.
A primeira questão, preliminar ao problema do sistema eleitoral,
é a da qualificação dos candidatos. Intuitivamente, seria de concluir-se
que todo aquele que tem o direito de votar tem o direito de eleger-se.
Isto, contudo, não costuma ocorrer. A depender do Estado onde se
realizem as eleições, o número de pessoas que podem candidatar-se é sempre menor, de uma forma ou de outra, do que o número das que
podem votar. As razões para isto são inúmeras e as hipóteses possíveis
quase sem limites. Uma maneira simples de entender isto é lembrar os
limites mínimos de idade para a ocupação de certos cargos de
governantes, como no Brasil, senadores e presidentes da República,
cuja idade mínima é de 35 anos. Como a idade mínima para votar é de
18 anos (aos 16 anos o exercício do direito de voto já é facultativo), é
claro que o número de pessoas que podem candidatar-se a esses cargos
é de pronto inferior ao número das que podem votar.
Mas a idade não é o único fator limitativo. As limitações à
candidatura, que somente às vezes se identificam com as limitações à
capacidade legal de votar, podem ser derivadas de raça (nos Estados
em que há uma raça dominante, às vezes minoritária), de sexo, de
religião, de convicção ideológica, de condição econômica, de ocupação
e assim por diante. Por conseguinte, o “espelhamento” da realidade que
seria oferecido pela realização de eleições tem que começar a ser
analisado a partir das limitações à candidatura.
Algumas vezes, essas limitações podem ser superadas pela
vontade do pretendente a candidato (ato que, entre nós, é
habitualmente chamado de desincompatibilização). Assim, em país
que proíba a candidatura de militares da ativa, os militares que
desejem exercer cargos eletivos podem reformar-se ou demitir-se. Em
outros contextos, os ocupantes de certos cargos de governante não
podem candidatar-se a certos outros, ou candidatar-se à própria
sucessão.
Em muitos Estados, algumas desincompatibilizações não são
possíveis, seja por motivos jurídicos, seja por motivos, digamos, sociais.
Não é possível, para um negro cidadão de um Estado racista, deixar
de ser negro e candidatar-se, quer o impedimento à candidatura esteja
contido em lei, quer seja do consenso do grupo étnico dominante.
Assim como não é possível, em caso análogo, que uma mulher deixe
de ser mulher para candidatar-se. É possível, por outro lado, que um
comunista impedido de candidatar-se renuncie publicamente a suas convicções, mas também não é improvável que ele, mesmo assim,
enfrente problemas ou impedimentos.
Enfim, o que se depreende de tudo isto é que a vontade popular
não é inteiramente livre para a escolha dos governantes, dadas essas
limitações, todas as quais, aliás, podem ser, como são, defendidas por
argumentos de ordem diversa, que cabe examinar quando
apresentados.
Quanto aos eleitores, as limitações ou restrições são também
importantes. Os Estados organizados de modo democrático costumam
adotar o sufrágio universal. Isto quer dizer que o direito de voto se
estende universalmente a todos os cidadãos. Contudo, esta
universalidade sofre limitações. Distingue-se habitualmente entre o
sufrágio restrito (aquele não estendido arbitrariamente a certas
categorias de cidadãos, como os negros do exemplo acima) e o sufrágio
universal limitado, cuja conceituação é um pouco mais complicada,
porque o que alguns consideram meras limitações, outros consideram
restrições.
Certas limitações, embora haja quem as discuta (como tudo
neste mundo), são mais ou menos pacíficas, como a que se dá por
idade. Já que a idade limita a capacidade do cidadão (ou seja, um
jovem de 15 anos ainda não é um cidadão completo, pois que
depende da autoridade paterna), é compreensível que ele não seja
qualificado para votar também, o que só se dará quando ele atingir a
plena capacidade, embora esta regra não seja universal, inclusive no
Brasil.
Mas há casos bem mais discutíveis. Muitos países que
nominalmente praticavam o sufrágio universal só recentemente
permitiram o direito de voto às mulheres, como a França, por
exemplo, É claro que a negação do direito de voto às mulheres é uma
grave restrição ao sufrágio, mas era considerada apenas uma
limitação à extensão do sufrágio universal. No Brasil, ao contrário da
Índia, o sufrágio só há pouco voltou a ser estendido aos analfabetos,
como o era, já vimos aqui, antes da proclamação da República. Isto era, no ver de muitos, também uma séria restrição.
Como se vê, é necessário que, no exame dos processos de
escolha de governantes, também se examine com cuidado a existência
dessas e outras limitações, bem como de outros aspectos, quase tão
variados quanto permite a imaginação humana. Já praticamente não se
adotam, nas democracias de hoje, instituições como o voto censitário
(privilégio, como já vimos, dos que fossem capazes de provar certas
condições econômicas — podendo até mesmo haver um “imposto de
urna”, como havia, até pouco tempo, em alguns estados do sul dos
Estados Unidos), o sufrágio qualificado e o ponderado (que não são,
rigorosamente, a mesma coisa, mas que, em última análise,
atribuíam um peso especial aos votos de determinadas categorias de
pessoas “mais bem qualificadas”, por uma razão ou outra), o sufrágio
múltiplo e o sufrágio plural (em que algumas pessoas podiam ter seu
voto “multiplicado” ou votar, na mesma eleição, em várias
circunscrições eleitorais) e assim por diante, embora possam
encontrar-se disfarçados, debaixo de certas instituições.
Finalmente, devem ser lembradas algumas condições en
volvendo o exercício do sufrágio, que afetam a liberdade na
escolha dos governantes através de eleições. Por exemplo, para
garantir a liberdade de cada eleitor, no momento em que ele
faz sua escolha, instituiu-se a prática do voto secreto. Se o voto não
fosse secreto — e isto não acontece universalmente — o eleitor estaria
sujeito a pressões às quais talvez não tivesse condições de resistir.
Há também outra limitação a votar-se em quem se quiser, pois
em quase todas as democracias do mundo, mesmo se descontadas as
limitações ou restrições à candidatura vistas atrás, só os partidos
políticos podem apresentar candidatos, o que significa que, quando os
partidos são controlados por minorias e quando é difícil formar novos
partidos, muitos cidadãos não conseguem ter acesso concreto à
candidatura, embora legalmente qualificados em todos os outros
aspectos.
Assinale-se ainda que as eleições podem não ser diretas, ou seja, pode dar-se o caso em que a lei determine que os eleitores só
podem votar em representantes, os quais, por sua vez, escolhem os
governantes. Há vários subsistemas possíveis neste caso, inclusive
os que combinam eleições diretas para certos cargos com indiretas
para outros. É mais do que claro que as eleições indiretas afetam a
representatividade da seleção, já que a escolha de representantes
envolve uma espécie de transferência ou delegação de soberania. A
soberania popular é delegada ao corpo de representantes, que pode
ser fiel à vontade dela ou não, a depender das circunstâncias ou do
tipo de instituições existentes.
Este problema de certa forma existe no sistema norteamericano, em que o presidente da República não é escolhido
diretamente pelo sufrágio popular, mas por um corpo de delegados a
cujo cargo fica a eleição real. Na esmagadora maioria dos casos, os
delegados votam de acordo com a vontade popular, mas não são
obrigados legalmente a isto, e já aconteceram dois ou três episódios
em que, de fato, o candidato vitorioso pelo voto popular foi derrotado
na eleição realizada pelos delegados, no colégio eleitoral. Esta
hipótese, contudo, torna-se cada vez mais remota na realidade
política atual dos Estados Unidos, embora seja ainda perfeitamente
legal. Atualmente, tramita no Congresso americano uma emenda
constitucional acabando com o colégio eleitoral e transformando a
eleição do presidente americano numa eleição realmente direta.
Cabe também lembrar que a existência de uma linha sucessória,
mesmo onde haja mecanismos para garantir a representação da
vontade popular expressa por meio do sufrágio, pode vir a mudar os
governantes de forma não prevista pelos eleitores. Por exemplo, em
muitos sistemas elege-se um presidente da República e um vicepresidente, o segundo muitas vezes como uma mera conseqüência de
alianças políticas feitas pelo primeiro, pois ninguém espera que o
vice venha a assumir o cargo. E a linha sucessória, além disso, não
pára aí. No caso de morrerem num desastre tanto o presidente como
o vice-presidente, é claro que a escolha dos governantes a sucederem-nos não será feita, rigorosamente, por escolha popular,
mas por força da linha sucessória institucionalizada. No Brasil, caso
semelhante aconteceu com a morte inesperada de Tancredo Neves
(que já não tinha sido eleito pelo povo) e a assunção ao poder de José
Sarney, pois entre nós a linha sucessória é a seguinte: presidente,
vice-presidente, presidente da Câmara dos Deputados, presidente do
Senado Federal e presidente do Supremo Tribunal Federal.
Mas o aspecto mais especializado da escolha dos governantes é
a questão dos sistemas eleitorais, que vamos ver no próximo
capítulo.
*
1 O movimento de 1964, no Brasil, foi, na sua opinião, uma
revolução?
2 Um Estado desenvolvido enfrenta sérios problemas políticos,
com uma verdadeira guerra entre duas facções rivais. Depois
de algum tempo, uma grande potência invade o país, elimina os
extremistas e, estabelecendo um governo provisório, explica à
população: “Agora vocês elejam, dentro desse sistema que
estamos ensinando aqui a vocês, os governantes que quiserem,
que nós lhes daremos posse e garantiremos o governo com
nossas forças armadas.” Você acha que a escolha de
governantes daí decorrente é por conquista, ou não? Se você
conhece os casos recentes de El Salvador e do Afeganistão,
talvez seja interessante aplicar a pergunta a eles.
3 Uma ditadura militar é derrubada por um golpe de Estado,
dado por outros militares. Ao assumir o poder, o novo governo
declara que fez uma revolução, porque não se permitirá mais
que militares da ativa sejam governantes. “Tanto assim é”,
acrescenta ele, “que de agora em diante todo militar que
quiser assumir o poder terá que deixar a farda.” Fez-se mesmo
uma revolução?
4 Um governo que tem como pontos básicos a reforma agrária,
a socialização dos bancos e a extinção gradual da livre iniciativa nas
indústrias perde as eleições sucessórias para uma facção que não
admite nenhum dos pontos básicos acima. Antes do dia da posse
dos novos governantes, o governo ainda no poder anula tudo o que
aconteceu. “Golpe!”, diz a facção que ganhou as eleições. “Mentira!
Quem queria dar o golpe eram eles, mudando tudo o que já estava
estabelecido!” É golpe ou não é golpe?
5 O presidente João Figueiredo foi escolhido por seleção interna ou
por algum sistema eleitoral especial? E o presidente Fernando
Henrique Cardoso?
6 O Vaticano é uma democracia?
7 “Aqui a eleição é absolutamente livre. Os candidatos é que têm de
passar por um exame prévio, para que se verifique se têm condições,
de acordo com os melhores interesses do país.” Comente.
8 E se, em vez de “candidatos”, estivesse escrito, na pergunta
acima, “eleitores”?
9 Um Estado resolve multiplicar o valor do voto de cada cidadão
pelo número de filhos que ele tem. Comente.
10 “O voto secreto é uma maneira de o sujeito escapar de sua
responsabilidade social e até vender seu voto a vários candidatos
diferentes.” Comente.
11 Morre o presidente, assume o vice-presidente. No dia seguinte,
um general dá um golpe e diz que vai marcar novas eleições
oportunamente, no interesse público, porque o povo não escolheu
aquele presidente. Comente.
https://mpassosbr.files.wordpress.com/2013/03/joc3a3o-ubaldo-ribeiro-polc3adtica-quem-manda-porque-manda-como-manda.pdf
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Arthur Lira felicita Lula e diz que resultado deve ser respeitado
Durante a campanha, o presidente da Câmara apoiou Bolsonaro e criticou as empresas de pesquisas eleitorais
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Reprodução/Youtube - 30.out.2022 O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), fala a jornalistas depois de encontro com Jair Bolsonaro (PL)
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CAROLINA NOGUEIRA
30.out.2022 (domingo) - 20h22
O presidente da Câmara, Arthur Lira, reconheceu o resultado das urnas eletrônicas neste domingo (30.out.2022), que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao longo da campanha eleitoral, o político esteve ao lado de Jair Bolsonaro (PL) e criticou as pesquisas que mostravam a desvantagem do chefe do Executivo na disputa ao Planalto.
“O Brasil deu mais uma demonstração da vitalidade da sua democracia, da força das suas instituições e de nosso povo. A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades“, disse. Antes do discurso, Lira ligou para Lula e Bolsonaro.
Lira teve dupla derrota, pois o candidato apoiado por ele ao governo de Alagoas, Rodrigo Cunha (União Brasil), também perdeu a eleição para Paulo Dantas (MDB), que foi reeleito para o cargo com 52,33% dos votos válido.
O político disse que as urnas mostraram que os eleitores querem um Brasil “das reformas, do Estado menor e mais eficiente“.
“Esse recado foi dado e deverá ser levado a sério. Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência. É preciso ouvir a voz de todos, mesmo divergentes, e trabalhar para atender as aspirações mais amplas“, afirmou Lira.
O deputado também reafirmou a “lisura, a estabilidade e a confirmação da vontade popular“e disse que não é possível “aceitar revanchismos ou perseguições, seja de que lado for“.
O pronunciamento do presidente da Câmara foi realizado em sua residência oficial, em Brasília. Lira recusou o convite do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, para acompanhar a apuração na sede da Corte.
Ao lado dele estavam os líderes do governo, Ricardo Barros (PP-PR) e do PP na Câmara, André Fufuca, que acompanham a apuração na residência oficial da presidência da Câmara. Os deputados Hugo Leal (PSD-RJ), Felipe Carreras (PSB-PE), Celso Sabino (União Brasil-PA) e Danilo Forte (União Brasil-CE) também estavam no local.
A agora vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF) passou pela casa, mas foi embora antes do pronunciamento.
Depois do pronunciamento, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, chegou à residência de Lira.
Assista ao pronunciamento (3min5s):
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Lula terá grandes desafios pela frente no Legislativo. Com o resultado do 1º turno, o PL passará a 99 congressistas e será a maior bancada da Câmara, o que representa um crescimento de 23%.
Na sequência aparece a Federação PT, PCdoB e PV, que elegeu 79 deputados e o União Brasil com 59 congressistas.
Em encontro com Bolsonaro e os novos deputados eleitos, Lira disse que o Brasil elegeu um Congresso Nacional de centro-direita, conservador e para “a continuidade do governo Bolsonaro”.
Lira já tinha dito que o resultado das urnas eletrônicas no 2º turno seria respeitado.
Leia a íntegra do pronunciamento de Arthur Lira:
“O Brasil deu mais uma demonstração da vitalidade da sua democracia, da força das suas instituições e de nosso povo. A vontade da maioria manifestada nas urnas jamais deverá ser contestada e seguiremos em frente na construção de um País soberano, justo e com menos desigualdades”
“As urnas já haviam falado em 2 de outubro passado, quando apontou que quer um Brasil no caminho das reformas, de um Estado menor e mais eficiente. Esse recado foi dado e deverá ser levado a sério. Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência. É preciso ouvir a voz dos todos, mesmo divergentes, e trabalhar para atender as aspirações mais amplas”
“É hora de desarmar os espíritos, estender a mão aos adversários, debater, construir pontos, propostas e práticas que tragam mais desenvolvimento, empregos, saúde, educação e marcos regulatórios eficientes. Tudo que for feito daqui para frente tem que ter um único princípio: pacificar o País e dar melhor qualidade de vida ao povo brasileiro”
“Da mesma forma que reafirmamos a lisura, a estabilidade e a confirmação da vontade popular, não podemos aceitar revanchismos ou perseguições, seja de que lado for. Agora é olhar adiante, debater nas instâncias legítimas e democráticas, restabelecer o respeito e autonomia dos Poderes, e avançar para melhorar a vida de todos, principalmente dos mais vulneráveis”
“A Câmara dos Deputados estará sempre cumprindo o seu papel crucial de Casa do Povo Brasileiro para que possamos discutir e definir as questões importantes para o País”
“Viva a democracia. Viva o Brasil!“
autores
Carolina Nogueira
redatora
https://www.poder360.com.br/eleicoes/arthur-lira-felicita-lula-e-diz-que-resultado-deve-ser-respeitado/
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Obra que influenciou Machado de Assis volta em nova edição brasileira
Por Cristiano Monteiro Martinez 22 de julho de 2022 em Estampado
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Obra-prima de Laurence Sterne com tradução de José Paulo Paes, “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy” (768 páginas) volta às livrarias brasileiras dia 25 de julho em nova edição (impresso: R$ 99,90 / e-book: R$ 39,90) pelo selo Penguin-Companhia, do Grupo Companhia das Letras.
Estruturada como uma sequência de conversas alimentadas por um anti-herói sempre disposto a mais dois dedos de prosa, ela é comparada a “Dom Quixote” de Cervantes e “Tom Jones” de Fielding.
Esta “autobiografia”, publicada em nove volumes a partir de 1759, é povoada por alguns dos personagens mais espirituosos da ficção inglesa. Parte romance, parte digressão, ela envolve o leitor em um labirinto criativo que antecipa tendências até mesmo do pós-modernismo.
Link da pré-venda: https://bit.ly/3RSf4Pf
Machado
Grande influência em autores do mundo todo, entre eles Machado de Assis e seu “Memórias póstumas de Brás Cubas”, o livro “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy” é considerado um dos pilares do romance moderno por ter distanciado em definitivo este gênero da poesia e do teatro.
Autor
Laurence Sterne nasceu em 1713 em Clonmel, Irlanda. Autor de inúmeros sermões, deu início à carreira literária com o panfleto “A Political Romance”, em 1759, mesmo ano em que começou a redigir sua obra-prima em nove volumes, “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristram Shandy”, que o tornaria uma celebridade na capital inglesa. De saúde extremamente debilitada, Sterne foi forçado a diversas viagens terapêuticas durante a vida. Faleceu em Londres, aos 54 anos.
Filme
Audi e Netflix realizaram uma parceria no filme “Agente Oculto”, que tem estreia global nesta sexta-feira, dia 22 de julho, por meio da plataforma de streaming. Com participações de Ryan Gosling e do brasileiro Wagner Moura, o longa exibirá quatro veículos da montadora: Audi RS e-tron GT, Audi Q4 Sportback e-tron, Audi RS 7 Sportback e Audi R8 Coupé.
Filme 2
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, “Agente Oculto” é o longa-metragem com maior orçamento na história da Netflix. Foram US$ 200 milhões – ou mais de R$ 1 bilhão – para garantir que prédios inteiros explodissem, carros dessem giros no ar e até que um bondinho descarrilhado fizesse ruir fachada atrás de fachada no centro de uma cidade pitoresca da Europa. Em resumo, trata-se de um thriller de ação e espionagem.
Surpresa
O projeto “Convite ao Cinema” terá uma sessão surpresa em Maringá. A proposta é uma parceria com o 10º Ciclo de Estudos em Arquitetura e Urbanismo da UEM. Neste ano, o evento traz como tema “Arte e Arquitetura”. Como a arquitetura pode ser pacificadora e como ela pode ser opressora? Como a arte, de um modo geral, pode ajudar a apurar o nosso olhar para aquilo que, em princípio, pouco nos atentamos?
Surpresa 2
Já a “sessão surpresa” será neste sábado, dia 23 de julho, às 20h, no auditório Hélio Moreira (anexo à Prefeitura de Maringá). Entrada gratuita.
Curta
Falando em cinema, o curta-metragem “O dia que eu esqueci de você” será exibido gratuitamente em cinco sessões no dia 28 de julho, a partir de 18h30, sala Joubert de Carvalho, no Centro de Ação Cultural (CAC), que fica na avenida Getúlio Vargas, esquina com a avenida XV de Novembro, no Centro de Maringá. Trata-se de uma animação com roteiro e produção executiva de Miguel Fernando. Aliás, ele e Felipe Cosmos comandarão um bate-papo, após cada exibição, sobre “Memória e o processo de produção”. Depois desse evento, “O dia que eu esqueci de você” será disponibilizado no canal do YouTube do Maringá Histórica.
Curta 2
O projeto “O dia que eu esqueci de você” foi proposto pela Cosmos Filmes e contemplado na última edição do Prêmio Aniceto Matti, edital de fomento da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura Municipal de Maringá. O enredo conta com a história de um garoto aficionado por jogos de guerra. O tempo passa sem que o protagonista perceba o valor das pessoas que estão à sua volta. Quando se dá conta, parece ser tarde demais. Resta buscar informações somente a partir de documentos e memórias de terceiros.
Resultado
A Secretaria de Cultura de Maringá anunciou o resultado do edital de credenciamento de avaliadores e pareceristas do setor cultural. “O edital selecionou por meio de um credenciamento diversos profissionais das seguintes áreas: arte cênica, arte popular, arte urbana, arte visual, artesanato, audiovisual, literatura e leitura, música, patrimônio cultura, gastronomia, cultura afro-brasileira, gestão e produção cultural e pesquisa cultural”, diz a pasta, por meio de suas redes sociais.
Resultado 2
O objetivo é de renovar a composição de um banco cadastral de avaliadores e pareceristas a fim de atuar em futuras Comissões de seleção de projetos culturais habilitados em editais a serem publicados pela Prefeitura Municipal de Maringá por meio da Secretaria Municipal de Cultura.
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Volta por Cima – Paulo Vanzolini
Confira as informações e a letra da música Volta por Cima, de Paulo Vanzolini.
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Volta por Cima
O cantor Noite Ilustrada em apresentação intimista
Informações Gerais
Ano de Lançamento:
1963.
Gênero:
Samba.
Compositores:
Paulo Vanzolini (1924-2013).
Gravações Representativas:
Noite Ilustrada; Jair Rodrigues e Elis Regina; Maria Bethânia; Beth Carvalho; Paulo Vanzolini; Elza Soares.
Destaque Histórico:
Paulo Vanzolini mostrou a música para a cantora Inezita Barroso, em 1962. Mas a cantora, que conhecia o compositor há muitos anos, e que inclusive foi a primeira a gravar o clássico “Ronda”, achou a canção pouco comercial.
No ano seguinte, entretanto, o cantor Noite Ilustrada acreditou no potencial da música e decidiu gravá-la pela Philips. Foi um grande sucesso, tanto nas rádios quanto na vendagem de discos.
Contam que, foi a partir de então, que a expressão “dar a volta por cima” passou a ser utilizada como sinônimo de superar algo.
Em 1969 a música integrou a trilha do filme “O dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha.
Letra de Volta por Cima.
Chorei, não procurei esconder
Todos viram, fingiram
Pena de mim, não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava.
Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima.
Para Ouvir:
Versão de Noite Ilustrada.
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Versão de Beth Carvalho
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domingo, 30 de outubro de 2022
SOBRE URNAS, DEMOCRACIA E MEDITAÇÃO
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"A democracia é a menina dos olhos da Constituição."
Ministro Ayres Britto Ex-Presidente do STF: “A Constituição é a identidade jurídica do país.”
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Hino de Duran
Chico Buarque
Ouça Hino de Duran
Se tu falas muitas palavras sutis
Se gostas de senhas, sussurros, ardis
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar
Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raios X
Se vives nas sombras, frequentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de doberman
E se definitivamente a sociedade
Só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo
És um estorvo, és um tumor
A lei fecha o livro, te pregam na cruz
Depois chamam os urubus
E se pensas que burlas as normas penais
Insuflas, agitas e gritas demais
A lei logo vai te abraçar infrator
Com seus braços de estivador
Se pensas que pensas
Estás redondamente enganado
E como já disse, o Dr. Eiras
Que vem chegando aí
Junto com o delegado
Pra te levar
Ouça Hino de Duran
Composição: Chico Buarque.
"🌞 Bom domingo!!! Americanos votam, paraguaios votam. Argentinos, portugueses, franceses e italianos também !!! Vamos votar!!! Os brasileiros amam a democracia. Coluna publicada hoje no Correio Braziliense e no Estado de Minas: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-na-escolha-de-destino-o-povo-fara-a-sua-parte/"
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Nas entrelinhas: Na escolha de destino, o povo fará a sua parte
Publicado em 30/10/2022 - 06:26 Luiz Carlos Azedo
Ao fazer suas escolhas, entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro, os eleitores estão cumprindo o seu dever. O por fazer depende das instituições e de quem for eleito
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Everything changes when your board touches the water.
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Ministro Ayres Britto Ex-Presidente do STF: “A Constituição é a identidade jurídica do país.”
Marco Antonio Villa
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#7 - CARLOS AYRES BRITTO FALA SOBRE URNAS, DEMOCRACIA E MEDITAÇÃO
Correio Braziliense
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181 visualizações 1 de set. de 2022
O Podcast do Correio recebe Carlos Ayres Britto, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), professor, escritor, jurista, advogado e poeta brasileiro. Em conversa Denise Rothenburg e Ana Maria Campos, colunistas do Correio Braziliense, ele lamentou o clima de acirramento político no país. "Período de eleição deveria ser de celebração, de festa, uma dança da democracia. Em eleição, nós exercitamos nossa cidadania, para no dia do voto saber em quem votar com mais consciência", disse. Confira o bate papo!
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Há algo que lembra os contos fantásticos de Edgar Allan Poe. O carro de um caixeiro viajante suíço quebra perto de um vilarejo, cujos hotéis estão sem vagas.
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Globo Esporte
Brasileiro surfa onda gigante em Nazaré e pode ter recorde histórico: "Maior da minha vida" | surfe | ge
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Era um compromisso, um estorvo, uma obrigação; e, posto que o benefício ...
Que misterioso Próspero transformava assim uma ilha banal em mascarada sublime? "Vai, Ariel, traze aqui os teus companheiros, para que eu mostre a este jovem casal alguns feitiços da minha feitiçaria."
E o espírito de Rubião pairava sobre o abismo.
https://machadodeassis.net/texto/quincas-borba/8340/chapter_id/9698
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sábado, 29 de outubro de 2022
Conviver Com Viver
Conviver sem viver
É viver sem viver
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Conviver com rejeição
É viver com o medo sem medo
A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!
- Mário Quintana
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O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas - aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação.
- Ayrton Senna
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A arte de viver é simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!Mario Quintana
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Felipe Nunes
@felipnunes
1/ A última pesquisa Genial/Quaest para a eleição presidencial mostra, em votos totais, Lula com 46% e Bolsonaro com 43%, empatados na margem de erro. Ainda há 5% de indecisos. É a primeira vez que a série histórica da Quaest capta um empate técnico entre os candidatos.
6:00 PM · 29 de out de 2022
·Twitter Web App
https://twitter.com/felipnunes/status/1586462947601428481?s=48&t=lC7CTsItWFkDG63xiqBIVg
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sábado, 29 de outubro de 2022
José de Souza Martins* - Na antemanhã do que seremos
Eu & Fim de Semana / Valor Econômico
O que está em jogo neste domingo é o marco civilizatório que regulará nosso destino como nação
Qualquer que seja o resultado da eleição de 30 de outubro, o Brasil da manhã de segunda-feira já não será o mesmo da véspera. Se vencer Bolsonaro, o país amanhecerá com um desafio de, nas sombras de seu obscurantismo, se reconstruir, no marco das tradições inconformistas e poéticas do povo brasileiro. O de reencontrar-se como nação da esperança a partir dos valores e possibilidades da Constituição de 1988.
Se vencer Lula, ele, o PT e os grupos também democráticos não petistas terão que compreender os complexos desafios de superar o autoritarismo residual da ditadura de 1964. E viabilizar o diálogo entre a sociedade civil e as Forças Armadas, para que se convençam de que sua missão histórica não é a de tutelar a sociedade nem tratá-la como inimiga do Estado.
O Brasil não é um quartel, não é uma confraria religiosa, não é um curral político, não é um cercadinho de bajuladores de porta de palácio. A imensa maioria do povo brasileiro é constituída de gente que trabalha e pensa, para a qual o verde e amarelo não é o da cueca e da veste carnavalesca, mas o do coração.
Para que nos reencontremos na consciência de que a sociedade é a unidade do diverso e da retidão e não a desunião do único e da linha reta.
Se as Forças Armadas não compreenderem que a modernidade democrática é a da sociedade pluralista, diversificada, diferençada e não a de direita e menos ainda de extrema direita, nos bloquearão no meio do caminho. O Brasil não é isso, não é renúncia aos grandes ideais que deram vida à pátria.
A liberdade de crer só tem sentido se assegurada a liberdade de não crer. A liberdade de legitimar só tem sentido na liberdade de discordar e de contestar. Democracia só vale na possibilidade da alternância de poder. Quem sucede não é uma pessoa, mas um projeto de nação. Sucede para superar e não para aniquilar o diferente e o adversário.
Pesquisa do Datafolha de 20 de outubro constata que 79% dos eleitores preferem o regime democrático. No Brasil, democracia é palavra relativamente vaga. Desvinculada das relações sociais de alteridade, não expressa legítima consciência social e política.
Temos dois candidatos em confronto: um de uma frente democrática, liderada por Lula, e outro de uma frente autoritária, liderada por Bolsonaro. A pesquisa do Datafolha de 19 de outubro indicou que Lula tem 49% das opções e Bolsonaro tem 45%. Eis aí um dos enigmas desta eleição.
Supondo que as pesquisas sejam comparáveis, ao menos indicativamente, o candidato autoritário leva 28% das opções democráticas, acima das opções pelo autoritarismo. Já o candidato democrático não tem 30% dos que preferem a democracia.
Muitos dos que se supõem democratas entendem que democracia é o direito de expressar e impor à sociedade sua vontade pessoal. Como tem ocorrido nos casos de recusa da vacinação contra a covid-19, mesmo que a ciência já tenha provado que o não vacinado pode se tornar portador do vírus e contaminador potencial de outras pessoas, se não morrer antes.
Isto é, acham que a sociedade não existe como um ser coletivo que pode ser posto em risco por qualquer deslize derivado de vontades pessoais. Bolsonaro tem optado por essa concepção antidemocrática de democracia.
Esse equívoco é uma das matrizes de um imaginário brasileiro que ficou exposto com o advento do bolsonarismo e suas concepções de um senso comum desvinculado dos grandes valores da civilização.
Com razão, o erudito pastor batista Ed René Kivitz, reconhecidamente competente teólogo e exegeta, tem insistido em que o que está em jogo nesta eleição não é corrupção. O que está em jogo neste próximo domingo é o marco civilizatório que regulará nosso destino como nação.
Nesse sentido, estará em jogo o destino de nossos filhos e netos, o legado de nossos antepassados, incluído o grande legado dos escravos indígenas e negros que ergueram as bases de nossa nação, os excluídos, as mulheres tratadas como seres de somenos, que só tardiamente tiveram o direito de voto, os trabalhadores da roça, os operários, as crianças cujo corpo já abriga um operário adulto, os intelectuais, os professores, os cientistas, os artistas, os empresários lúcidos e criativos, os soldados que servem à pátria em vez de servirem-se da pátria.
Gente que, em pouco mais de cem anos, transformou um país escravista num país moderno, baseado no trabalho livre, na lenta edificação de um sistema de direitos sociais. Um país da esperança, em busca da liberdade.
É muito para ser jogado no lixo da história por decisões levianas, desinformadas ou irresponsáveis na hora de digitar os números na urna eletrônica, sob inspiração de mentirosos profissionais, sedentos de poder.
*José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "As duas mortes de Francisca Júlia A Semana de Arte Moderna antes da semana" (Editora Unesp, 2022).
Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 10:00:00
4 comentários:
Anônimo disse...
do New York Times
Bolsonaro x Lula: o Brasil enfrenta uma escolha difícil com grandes apostas
Os brasileiros vão às urnas no domingo em uma eleição entre dois pesos-pesados políticos que pode ter repercussões globais.
https://www-nytimes-com.translate.goog/2022/10/29/world/americas/brazil-bolsonaro-lula-presidential-election.html?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
do The Economist, via bigindynews
Eleição de alto risco do Brasil vai para o fio (da navalha)
https://bigindynews-com.translate.goog/business/brazils-high-stakes-election-goes-down-to-the-wire/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
29/10/22 10:15
Anônimo disse...
Desculpem...*acima)
Eleição de alto risco do Brasil vai para o fio (da navalha)
é do Financial Times
do Economist
Eleições no Brasil estão apertadas antes do segundo turno em 30 de outubro
https://www-economist-com.translate.goog/the-americas/2022/10/27/brazils-election-is-tight-ahead-of-a-run-off-on-october-30th?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
29/10/22 11:18
Anônimo disse...
da BBC, via serviço russo
Eleições no Brasil: fakes, guerras culturais e um desfecho imprevisível
https://www-bbc-com.translate.goog/russian/features-63413942?_x_tr_sl=ru&_x_tr_tl=es&_x_tr_hl=es
29/10/22 12:07
Anônimo disse...
Presidente do Brasil transforma Argentina em bicho-papão de campanha
https://apnews-com.translate.goog/article/jair-bolsonaro-inflation-caribbean-business-31e6fd5d255a1755f99a9be9e7307261?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt
29/10/22 16:02
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https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/10/jose-de-souza-martins-na-antemanha-do.html
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“…a senha revelada…” Sincericídio Único Liberticida (SUL)! O Globo 🌎 de ponta cabeça. Se Sulente Rapaz🎶
https://twitter.com/blogdonoblat/status/1586189636090601472?s=48&t=dCUeun_nVA-Fe8H6LuzQJQ
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"Muito obrigado, meu Deus. Se essa for a sua vontade, estarei pronto para cumprir com mais um mandato de deputado federal. Presidente da República". (Bolsonaro, em um formidável ato falho)
11:54 PM · 28 de out de 2022
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https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/frases-do-dia/frase-do-dia-541
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Bolsonaro sobre eleição: 'Quem tiver mais voto leva'. Presidente afirma que 'isso é democracia' e que irá respeitar votação do segundo turno; declaração foi feita logo após o debate da Globo (Estadão)
7:40 AM · 29 de out de 2022
·Twitter Web App
https://twitter.com/blogdonoblat/status/1586189636090601472?s=48&t=dCUeun_nVA-Fe8H6LuzQJQ
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OMS: “Vamos continuar a conviver com a Covid-19 num futuro próximo”
José Mateus Moreno, 17:27 - 24/01/22
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, previu que a covid-19 não vai desaparecer tão cedo e que o mundo continuará a viver com ela, mas disse que "aprender a viver com esta doença não significa dar-lhe liberdade total".
"Vamos conviver com a covid-19 num futuro próximo, e precisamos de aprender a geri-la com sistemas sustentáveis e integrados para o controlo de doenças respiratórias agudas", disse Tedros na abertura do Comité Executivo da OMS, que realiza esta semana a sua 150ª sessão, segundo noticia a Agência Efe.
Entretanto, de acordo com o diretor da OMS, "aprender a conviver com a covid não significa dar-lhe liberdade total, não pode significar aceitar as atuais 50 mil mortes por semana por uma doença que é previsível e tratável".
Tedros também pediu para que "não sejam ignoradas as consequências da 'covid longa', que ainda não são totalmente compreendidas", referindo-se às muitas pessoas que, mesmo após recuperarem da doença, manifestam múltiplos problemas de saúde.
O chefe da OMS, de acordo com a Agência Efe, advertiu que existem diferentes cenários para o término da fase aguda da pandemia, mas que "é perigoso assumir que a variante Ómicron é a última ou que já estamos no fim".
"Por outro lado, as condições são ótimas para que surjam novas variantes", devido ao número recorde de infeções, que a 20 de janeiro foram as mais altas em mais de dois anos da pandemia, com quase 4 milhões de casos globais num único dia.
Tedros lembrou também que o próximo dia 30 de janeiro marca dois anos desde que a OMS declarou uma emergência internacional para o coronavírus (naquela época a doença ainda não tinha sido denominada covid-19), quando fora da China havia menos de uma centena de casos e nenhuma morte.
"Dois anos depois foram relatados quase 350 milhões de casos e mais de 5,5 milhões de mortes, números que sabemos serem conservadores", enfatizou, além de advertir que atualmente são confirmados 100 casos em todo o mundo a cada três segundos e cinco mortes a cada minuto.
"Entendemos que todos estão cansados da pandemia, que as pessoas estão exaustas das restrições de movimento, que as economias e as empresas estão a sofrer e que muitos governos estão na corda bamba a tentar equilibrar o que é eficaz e o que é aceitável para a população", concluiu.
LEIA MAIS:COVID-19OMSPANDEMIAPORTUGAL
https://regiao-sul.pt/saude/oms-vamos-continuar-a-conviver-com-a-covid-19-num-futuro-proximo/566901
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Vídeo mostra momento em que Bolsonaro abandona entrevista coletiva após debate da Globo
UOL
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1.365.440 visualizações 29 de out. de 2022
Veja o momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se irritou e abandonou entrevista coletiva após o debate na Globo, quando questionado por repórter o motivo de ele continuar assistindo em relacionar Lula (PT) com o tráfico no Complexo do Alemão.
https://www.youtube.com/watch?v=eKDE_xqGcFk
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BOLSONARO MENTE TANTO QUE ATÉ BONNER TEVE DIREITO DE RESPOSTA#shorts
https://www.youtube.com/watch?v=1t9SL3_muog
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🌞 Bom sabadão: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/analise-com-troca-de-acusacoes-e-poucas-propostas-debate-da-globo-foi-uma-chatice/
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Sequência
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Conversa
Dora Kramer
@DoraKramer
Ouvi agora mesmo de Michel Temer sobre o fato de Lula tê-lo chamado de “golpista” no debate: “Uma deselegância incompatível com as necessidades do país”
9:37 AM · 29 de out de 2022
·Twitter for iPad
https://twitter.com/dorakramer/status/1586336362965655552?s=48&t=dCUeun_nVA-Fe8H6LuzQJQ
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“…Mestre dos sete mares…”
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O Mestre Sala Dos Mares
João Bosco
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“…Mestre dos sete mares…”
https://twitter.com/jairmearrependi/status/1586314158668218371?s=48&t=dCUeun_nVA-Fe8H6LuzQJQ
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Há muito tempo nas águas
Da guanabara
O dragão no mar reapareceu
Na figura de um bravo
Feiticeiro
A quem a história
Não esqueceu
Conhecido como
Navegante negro
Tinha a dignidade de um
Mestre-sala
E ao acenar pelo mar
Na alegria das regatas
Foi saudado no porto
Pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por
Batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam
Das costas
Dos santos entre cantos
E chibatas
Inundando o coração,
Do pessoal do porão
Que a exemplo do feiticeiro
Gritava então
Glória aos piratas, às
Mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça,
Às baleias
Glórias a todas as lutas
Inglórias
Que através da
Nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais.
compositores: JOAO BOSCO DE FREITAS MUCCI, ALDIR BLANC MENDES
Série Gold: João Bosco 100ª Apresentação (1998) - João Bosco
Gravadora:
Ano: 1998
Faixa: 3
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conviver
Significado de Conviver
verbo transitivo indireto e intransitivo
Possuir convivência; ter uma vida em comum; ser próximo de alguém: o professor convivia com seus alunos; os familiares convivem numa só casa.
Ter uma boa relação com alguém: na empresa, convive com os funcionários; os vizinhos convivem harmoniosamente.
Coexistir; partilhar um mesmo local, ambiente ou recinto: os cães convivem bem com os gatos; a riqueza e a pobreza não convivem bem.
verbo transitivo indireto
Adaptar-se; ficar acostumado com situações ou condições exteriores: não convivia com o terrorismo.
Etimologia (origem da palavra conviver). Do latim convivere.
Sinônimos de Conviver
Conviver é sinônimo de: frequentar, privar, versar, tratar, coexistir
Definição de Conviver
Classe gramatical: verbo intransitivo e verbo transitivo indireto
Tipo do verbo conviver: regular
Separação silábica: con-vi-ver
Frases com o verbo conviver
Fonte: Pensador
A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!
- Mário Quintana
O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas - aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação.
- Ayrton Senna
Exemplos com o verbete conviver
Os consumidores brasileiros tiveram de conviver em 2012 com um recorde incômodo: o de cortes de luz.
Folha de S.Paulo, 19/01/2013
Para ele, o método adotado na escolha do procurador mostra que "as instituições brasileiras estão aprendendo a conviver bem com a democracia".
Folha de S.Paulo, 30/06/2009
O casal estava junto há nove meses e por causa da turnê do CD da novela, terá que continuar a conviver.
Folha de S.Paulo, 13/09/2011
conviver
Outras informações sobre o verbete
Possui 8 letras
Possui as vogais: e i o
Possui as consoantes: c n r v
O verbo escrito ao contrário: revivnoc
Conjugação do verbo conviver
Tipo do Verbo: regular
Infinitivo: conviver
Gerúndio: convivendo
Particípio Passado: convivido
INDICATIVO
Presente do Indicativo
eu convivo
tu convives
ele convive
nós convivemos
vós conviveis
eles convivem
Pretérito Imperfeito do Indicativo
eu convivia
tu convivias
ele convivia
nós convivíamos
vós convivíeis
eles conviviam
Pretérito Perfeito do Indicativo
eu convivi
tu conviveste
ele conviveu
nós convivemos
vós convivestes
eles conviveram
Mais-que-perfeito do Indicativo
eu convivera
tu conviveras
ele convivera
nós convivêramos
vós convivêreis
eles conviveram
Futuro do Pretérito do Indicativo
eu conviveria
tu conviverias
ele conviveria
nós conviveríamos
vós conviveríeis
eles conviveriam
Futuro do Presente do Indicativo
eu conviverei
tu conviverás
ele conviverá
nós conviveremos
vós convivereis
eles conviverão
SUBJUNTIVO
Presente do Subjuntivo
eu conviva
tu convivas
ele conviva
nós convivamos
vós convivais
eles convivam
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
eu convivesse
tu convivesses
ele convivesse
nós convivêssemos
vós convivêsseis
eles convivessem
Futuro do Subjuntivo
eu conviver
tu conviveres
ele conviver
nós convivermos
vós conviverdes
eles conviverem
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo
tu convive
ele conviva
nós convivamos
vós convivei
eles convivam
Imperativo Negativo
não convivas tu
não conviva ele
não convivamos nós
não convivais vós
não convivam eles
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
eu conviver
tu conviveres
ele conviver
nós convivermos
vós conviverdes
eles conviverem
Rimas com conviver
cederesbaterresolverescolherrefazerromperpermanecersaberapreendermorderproveracenderestabelecerdescervencerreconhecersucederretercomparecercompreenderdesconhecerconcederesvaecermeter
https://www.dicio.com.br/conviver/
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