Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 17 de abril de 2022
'PLATAFORMIZAÇÃO'
"Ao Paulinho, que deu muito mais sentido a tudo isso."
Luciana Paiva Coronel
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☝🏿"ESSA LINGUAGEM É DE MARINHEIRO, MAS TU NÃO ÉS MARINHEIRO. SE TENHO A LINGUAGEM, É COMO SE O FÔSSE." JOSÉ SARAMAGO: O CONTO DA ILHA DESCONHECIDA.👇🏿
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Anitta tem razão. Não fale o nome dele para não ajudá-lo (por Ricardo Noblat)
metropoles.com
Anitta tem razão. Não fale o nome dele para não ajudá-lo
O jornalismo cobra honestidade, isenção não existe
8:28 AM · 17 de abr de 2022·TweetDeck
https://twitter.com/blogdonoblat/status/1515653297276801028?s=24&t=mEK7CqVXmmtQNuNc2D9irA
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POLÍTICABRASIL
"'Plataformização' do trabalho é uma bomba-relógio política”
Edison Veiga
há 22 horashá 22 horas
A precarização crescente do trabalho por meio de apps está criando um campo fértil para a extrema direita? Essa é a hipótese que a antropóloga brasileira Rosana Pinheiro-Machado pretende investigar com ajuda europeia.
Foram 18 de meses de preparação e um longo processo seletivo, em que a antropóloga, socióloga e cientista política brasileira Rosana Pinheiro-Machado consolidou conhecimentos e abordagens acumuladas ao longo de seus 20 anos de carreira como pesquisadora. Além, é claro, de uma hipótese que há muito a instiga: estariam os trabalhadores informais, estruturados em plataformas tecnológicas, formando uma base de sustentação à ascensão de extremistas de direita pelo mundo?
Ela se refere a motoristas de aplicativos, entregadores, vendedores de produtos on-line, etc. "Sempre me intrigou muito o que fazia com que esse trabalho ‘plataformizado' levasse as pessoas para a direita. [As razões permeiam] toda a natureza do trabalho e como ele se reconfigura sem patrão, trabalhando por si próprio e de forma isolada. Isso favorece a vinculação com ideias neoliberais, amparadas pela crença somente no mérito próprio”, comenta Pinheiro-Machado.
Rosana Pinheiro-Machado Rosana Pinheiro-Machado
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A antropóloga Rosana Pinheiro-MachadoFoto: privat
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Professora e pesquisadora na Universidade de Bath, no Reino Unidos, a brasileira recebeu no mês passado um investimento de 2 milhões de euros, do European Research Council (ERC) para, ao longo de cinco anos, esmiuçar essa questão. No momento, está organizando o trabalho, que deve começar de fato em setembro. Pesquisadores doutorando e de pós-doutorado, nas áreas antropologia e ciência de dados, serão deslocados para pequenos vilarejos nos interiores de Brasil, Índia e Filipinas.
A ideia é que eles vivam uma imersão e realizem entrevistas e pesquisas de campo. No fim, esse material será tabulado e se transformará numa base de dados que pode se tornar uma ferramenta para a compreensão desse fenômeno dos tempos atuais.
Pinheiro-Machado concedeu entrevista para a DW Brasil.
DW Brasil: Por que a ideia de estudar a relação entre trabalhadores informais com políticos de direita?
Pinheiro-Machado: É uma questão que sempre atravessou minhas pesquisas anteriores. Eu estudei camelódromo e empreendedorismo popular por uma década, já mostrava isso há 18, 19 anos atrás. […] Depois, com os motoristas de Uber, isso se torna mais latente, aí já são os bolsonaristas [apoiadores dos discursos do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de extrema-direita]. Sempre me intrigou muito o que fazia com que esse trabalho "plataformizado” levasse as pessoas para a direita.
[As razões permeiam] toda a natureza do trabalho e como ele se reconfigura sem patrão, trabalhando por si próprio e de forma isolada. Isso favorece a vinculação com ideias neoliberais, amparadas pela crença somente no mérito próprio. E quando não dá certo, é culpa dos governos. Não há uma discussão de classe, da precarização do trabalho… Isso sempre foi uma base, uma linha que juntou as minhas pesquisas nos últimos anos.
O que a gente viu no fim dos anos 2010 foi que essa lógica não é nova e é muito forte em países emergentes, com toda uma lógica de incentivar o empreendedorismo popular, a fomentação de novas camadas médias. Há uma alinhamento dessas classes que estão acima da linha da pobreza mas são precarizadas, odeiam a identidade de classe trabalhadora e cultivam uma base moral religiosa.
No Brasil você tem os evangélicos, na Índia o conservadorismo hindu, nas Filipinas também o cristianismo. O conservadorismo moral se alinha muito forte ao individualismo e aí há as figuras dos autoritários que pegam essas classes precarizadas, autoexploradas, de pessoas que trabalham 20 horas por dia na esperança de ganhar dinheiro. E essas pessoas passam a cultivar interesses em comum com esses autoritários. E nunca foi feita uma investigação que explique esse nexo de forma clara.
De onde veio a premissa de que haja relação entre trabalhadores informais e políticos de direita?
É uma questão já clássica da sociologia, que já aparece tanto no [filósofo Karl] Marx quanto no [sociólogo] Max Weber: a ideia do lumpemproletariado, que não está sindicalizado, regulado. E, então, acaba se alinhando ao status quo. Isso aparece no processo de individualização e modernização na teoria do Weber.
A religião também leva a isso, pelo processo de individualização, do "você com Deus”, no trabalho segundo a ética protestante, na ideia de trabalhar duro para vencer. […] Mas existem outros fatores que vamos observar junto a isso: primeiro, evidentemente, o próprio isolamento, a não regulamentação e a ideologia de que a ideia de trabalhar "plataformizado” é o "por si próprio”. São trabalhos profundamente isolados em que as pessoas passam muitas horas sozinhas, constantemente postando e lendo [o que é postado nas redes sociais], porque o trabalho é no ambiente digital, dominado por populistas. […]
Tem também a questão dos influenciadores digitais e o alinhamento político a eles. Não estão vendendo só produtos, estão prometendo um estilo de vida, e isso é altamente político. Por fim, o aspecto da desinformação, que é potencializado sobre pessoas trabalham sozinhas e expostas ao ambiente digital o dia todo. […] Conforme a pessoa vai se "plataformizando', crescendo e empreendendo, mais ela segue políticos de extrema direita. Ou ao contrário. O que vem primeiro: o ovo ou a galinha? Provavelmente os dois, porque o mundo é complexo. Queremos mostrar todos esses caminhos.
Nos últimos anos, nove pesquisadores apoiados pelo ERC foram laureados com o Prêmio Nobel. Isso serve como um endosso inicial à sua pesquisa?
Dá um peso de fato maior. O Nobel é resultado de pesquisa de ponta e reconhece os melhores de cada área. Não estou dizendo que sou genial, muito pelo contrário. Mas houve um processo de preparação: foi um objetivo de vida meu conseguir esse financiamento porque isso redimensiona a minha vida em muitos aspectos.
O Nobel é algo tangível que mostra as possibilidades após ter um financiamento individual dessa grandeza. […] O ERC, a gente brinca, é o Nobel da academia, é aquilo que os pesquisadores europeus querem e respeitam muito. […] É um processo tão rigoroso [para ser contemplado com o financiamento] que o resultado vai ser pesquisa de excelência. Não quer dizer que eu seja excelência, mas sim que o processo me ajudou a entender o que é excelência.
Nesse sentido, o financiamento, além de viabilizar o projeto em si, também abre portas para o futuro da sua carreira?
Sim. Esse financiamento é um divisor de águas na minha vida justamente pela importância que ele tem. […] E espero que consigamos ajudar a revelar quais são as potencialidades políticas desse processo de "plataformização”. Se nossa hipótese estiver certa, trata-se de uma bomba-relógio, uma máquina política. E precisamos entender como funciona essa máquina.
Edison VeigaEdison Veiga
Edison Veiga Repórter
@edisonveiga
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https://www.dw.com/pt-br/plataformiza%C3%A7%C3%A3o-do-trabalho-%C3%A9-uma-bomba-rel%C3%B3gio-uma-m%C3%A1quina-pol%C3%ADtica/a-61478392
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O QUE É PLATAFORMIZAÇÃO?
janeiro 25, 2021Projetos 2020
Resenha do Artigo “Plataformização” de Thomas Poell, David Nieborg e José van Dijck
Por Maria de Fátima Morina
O artigo “Plataformização” foi publicado em 2020 na Revista Fronteiras – Estudos Midiáticos, mas, originalmente, na Internet Policy Review por Thomas Poell, David Nieborg e José van Dijck. Os autores articulam, de modo extremamente relevante, as partes das quais se constitui a complexidade do fenômeno da plataformização, que começou no universo web e hoje envolve as micros e macros instituições, assim como a cultura, o mercado e a economia globais e suas mudanças contínuas invisíveis para a maioria, porém inexoravelmente impactantes para essa mesma maioria.
Ao longo do artigo, eles apontam convergências e divergências nas estruturas internas das grandes plataformas, das alianças mercadológicas e consequentes sucumbências, bem como as formas como isso é gerido, incluindo ações regionais e internacionais. Além disso, os pesquisadores ponderam e alertam que, diante da diversidade de padrões políticos e culturais no mundo, é necessária a integração de plataformas na sociedade sem prejudicar a cidadania e sem aumentar os abismos socioeconômicas.
Nessa direção, o conceito de plataforma precede o Google e o Facebook, quando nos anos 2000 Microsoft, Intel e Cisco eram os líderes do mercado de plataformas e exemplificaram para estudiosos que se tratava, na verdade, de um mercado de dois lados, em que operadores agregam compradores e vendedores ou editores simultaneamente, basta visualizar um console de videogames para visualizar esse fluxo.
Isso tocou conceitos de administração, gestão estratégica e tecnologia de informação, mas não só. Os conceitos de comunicação também foram abalados pelo fenômeno da plataforma no que toca na economia da informação e nos usuários enquanto usuários e produtores de cultura. Nesse momento, surgiu o conceito de Web 2.0 de que a internet se tornara um ambiente de desenvolvimento para instituições e indivíduos, que se mostrou como a ampla aplicação do conceito de rede a serviço dos sites que eram donos delas.
A exemplo disso, o que é o Twitter ou o Instagram senão a convergência de vários sistemas, protocolos e redes, mas a representação social que se tem de plataformas é que elas dão espaço para a ação, a conexão e a fala com eficácia e poder. Tal espaço é acima de tudo produtivo e econômico, pois induz as pessoas usuárias a organizarem suas vidas e manifestações em função dessas plataformas, cuja missão e visão consolidada é gerar lucro aos proprietários.
Os autores definem plataformas como “infraestruturas digitais (re)programáveis que facilitam e moldam interações personalizadas entre usuários finais e complementadores, organizadas por
meio de coleta sistemática, processamento algorítmico, monetização e circulação de dados”; e plataformização como “a penetração de infraestruturas, processos econômicos e estruturas governamentais de plataformas em diferentes setores econômicos e esferas da vida. E, a partir da tradição dos estudos culturais, concebemos esse processo como a reorganização de práticas e imaginações culturais em torno de plataformas”.
Os autores propõem três dimensões de estudo institucionais da plataformização com sua variedade de atores e relações de poder desiguais e o fazem usando a loja de aplicativos para exemplificar a operacionalização dessas dimensões. A primeira é a criação de infraestruturas de dados; a segunda é a mudança de paradigma econômico com os mercadores multilaterais; a terceira é a governança com a orientação das transações econômicas e a orientação das interações dos usuários. Apenas uma das situações explanadas é o caso da Play Store do Google, que muda seus algoritmos para privilegiar sinais de dados e prejudicar outros a fim de garantir aplicativos que sejam mais convenientes para ela em termos comerciais.
Portanto, a plataformização está inevitavelmente no escopo da educomunicação, por isso, este artigo é imperdível para quem se atreve a tentar compreender e a fazer intervenções nos processos da comunicação e da educação hoje.
REFERÊNCIA
POELL, Thomas; NIEBORG, David; VAN DIJCK, José. Plataformização (Platformisation, 2019 – tradução: Rafael Grohmann). Revista Fronteiras – estudos midiáticos 22(1):2-10 janeiro/abril 2020. Unisinos – DOI: 10.4013/fem.2020.221.01.
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https://sites.usp.br/tecnologiaseducom/o-que-e-plataformizacao/
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Nas entrelinhas: Autoritarismo e corrupção são naturalizados no pleito
Publicado em 17/04/2022 - 08:01 Luiz Carlos AzedoComunicação, Cultura, Desemprego, Economia, Eleições, Ética, Governo, Justiça, Lava-Jato, Memória, Militares, Partidos, Política
Falta uma candidatura robusta que possa cumprir o papel de pautar o futuro no debate eleitoral e oferecer uma alternativa nova para o país
Por suas convicções, declarações e atitudes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerado pela oposição uma ameaça à democracia no Brasil. Sua visão de mundo, a compreensão sobre o papel do Estado na vida nacional, seus métodos de atuação, tudo corrobora o seu perfil político autoritário. Em decorrência disso, e da postura negacionista e da falta de empatia com as vítimas da pandemia de covid-19, disseminou-se uma grande rejeição na opinião pública à sua reeleição, que se reflete nas pesquisas.
Em contrapartida, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparecia como franco favorito nas pesquisas eleitorais, gerando grande expectativa de poder, uma vez que já não estava preso e suas condenações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Diante de um cenário de 660 mil mortos, 11 milhões de desempregados, alta da inflação e estagnação econômica, a volta de Lula ao poder parecia apenas uma questão de tempo e não, como seria necessário ser, de uma estratégia bem-sucedida para consolidar o isolamento de Bolsonaro.
O presidente parecia fadado a ser enxotado do poder pelo eleitor. Com fim da pandemia, a situação mudou completamente. A principal preocupação da população já não é com a saúde. Passou a ser com a economia, cujos problemas relatados acima estão sendo mitigados pelo governo. O programa de transferência de renda Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família, uma herança do governo Lula. Outras medidas estão sendo adotadas, como mudanças na tabela do imposto de renda, subsídios para o gás de cozinha, adiantamento de 13º salário, liberação do fundo de garantia etc.
O governo opera de forma aberta em favor da reeleição. Bolsonaro exibe a competitividade que parecia perdida e reduz a distância em relação a Lula nas pesquisas. Como são muito conhecidos, esses votos estão sendo consolidados antes da campanha eleitoral de rádio e tevê. Isso ocorre em meio a um choque de narrativas, em quatro chaves: 1) as condições de vida da população durante os governos Lula e Bolsonaro; 2) a disjuntiva democracia x corrupção; 3) a mudança dos costumes, ou seja, as chamadas pautas identitárias; e 4) o tema do desenvolvimento, tendo como eixo a globalização e a questão ambiental.
Voto útil
A primeira chave tem uma base muito objetiva. Para o cidadão comum, as perguntas são: está empregado ou não, consegue serviço ou não, recebe ajuda do governo ou não, dá para pagar as contas, comprar a comida e chegar ao fim do mês com a dinheiro da passagem? O que ameaça Bolsonaro e favorece Lula nesse quesito é a inflação, que está fora do controle. O peso da economia nas eleições costuma ser fundamental, embora possa ser decidida em razão de outros fatores.
Do ponto de vista institucional, porém, a segunda chave é mais preocupante. Não é somente a corrupção na política que está sendo naturalizada com a liquidação da Lava-Jato e anulação de processos e condenações, entre os quais os de Lula. Diga-se de passagem, a aliança de Bolsonaro com o Centrão está tendo um papel determinante para isso, inclusive para livrar o governo de investigações sobre seus escândalos.
Também está havendo, em contrapartida, a naturalização do autoritarismo de Bolsonaro, cujo projeto de reeleição embute propósitos já bastante conhecidos, como subjugar o Judiciário, verticalizar o poder do Executivo e transformar a democracia brasileira num regime “iliberal”. Setores que haviam se afastado do governo, com a desistência de Sergio Moro e a crise instalada na chamada terceira via, na qual os partidos se digladiam internamente — a começar pelo PSDB —, estão começando a tratar o autoritarismo de Bolsonaro como um mal menor, diante da volta de Lula ao poder.
O debate sobre a agenda dos costumes, a terceira chave, consolida a polarização esquerda x direita, num ambiente social em que o conservadorismo vem levando a melhor. O tema do desenvolvimento, no eixo da globalização e da questão ambiental, que seria o verdadeiro debate sobre o futuro do país, está sendo tratado de forma subalterna, quando Lula e Bolsonaro se reverenciam nas ações e realizações de seus respectivos governos, que já fazem parte do passado.
Falta uma candidatura robusta que possa cumprir esse papel de pautar o futuro no debate eleitoral e, assim, oferecer uma alternativa nova para o país. Essa possibilidade está cada vez mais difícil, a ideia de uma candidatura única dos partidos de centro corre contra o tempo. As pesquisas estão dando sinais de que o “voto útil” no primeiro turno pode abduzir a candidatura da terceira via.
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Anitta bloqueia Jair Bolsonaro no Twitter após mensagens sobre cores da bandeira do Brasil
Cantora defendeu que cores da bandeira 'pertencem aos brasileiros'. Anitta viu deboche em resposta do presidente e disse querer evitar que ele use suas 'redes sociais para gerar buzz (repercussão)'.
Por g1
16/04/2022 22h11 Atualizado há 15 horas
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Anitta no Coachela — Foto: Valerie Macon / AFP
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Anitta no Coachela — Foto: Valerie Macon / AFP
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Anitta bloqueou Jair Bolsonaro no Twitter neste sábado (16) após mensagens postadas pelos dois sobre as cores da bandeira do Brasil.
Após usar uma roupa azul, verde e amarela em um festival nos EUA no sábado (15), ela escreveu que as cores "pertencem a todos os brasileiros". O presidente respondeu de forma que ela considerou debochada, e que tentava usar as redes dela "para gerar buzz (repercussão)".
Veja, passo a passo, o que aconteceu:
A cantora usou uma roupa com as cores azul, verde e amarela em um show no sábado (15), no festival Coachella, nos EUA.
Anitta fez um post explicando a escolha das cores da bandeira do Brasil, que "pertencem aos brasileiros", não só a um grupo político, e que "ninguém pode se apropriar do significado" delas.
A conta do presidente no Twitter compartilhou o post de Anitta e escreveu: "Concordo com Anita (sic)", ao lado de várias imagens da bandeira do Brasil.
A cantora respondeu ao presidente: "Ai, garoto, vai catar o que fazer, vai".
Depois, ela bloqueou Bolsonaro e escreveu: "Meti logo um block pra esses adms (administradores) dele não ficarem usando minhas redes sociais pra ganhar buzz (repercussão) na internet".
Em seguida, Anitta escreveu várias mensagens justificando o bloqueio e dizendo que evita citar o nome do presidente: "Nesse momento, qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser revertida em forma de deboche pelas mídias sociais dele."
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Anitta
@Anitta
Meti logo um block pra esses adms dele não ficarem usando minhas redes sociais pra ganhar buzz na internet
7:08 PM · 16 de abr de 2022·Twitter for Android
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https://twitter.com/Anitta/status/1515452011269214208?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1515452011269214208%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fd-15436167871201631866.ampproject.net%2F2203172113000%2Fframe.html
https://congressoemfoco.uol.com.br/projeto-bula/reportagem/anitta-bloqueia-bolsonaro-e-manda-presidente-catar-o-que-fazer/
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Jair Bolsonaro não voltou a comentar o tema no Twitter até a publicação desta reportagem.
Anitta publicou outras mensagens sobre o caso. "A estratégia deles agora mudou. Eles estão com uma equipe de redes sociais mais jovem e descolada pra justamente passar essa imagem dele. Fazer o público esquecer as merdas com piadas e memes da Internet que faça o jovem achar que ele é um cara maneirão, boa praça", ela disse.
"Já usei essa estratégia algumas vezes, por isso sei bem o que tá rolando. Comecei a perceber quando eles começaram a usar as músicas dos artistas que odeiam ele no fundo dos seus stories sobre o governo. Agora, a estratégia do lado oposto precisa ser citar o nome dele o menos possível", escreveu Anitta.
Post de Anitta sobre as cores da bandeira do Brasil respondido por Jair Bolsonaro. Depois disso, a cantora bloqueou o presidente na rede social — Foto: Reprodução
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Post de Anitta sobre as cores da bandeira do Brasil respondido por Jair Bolsonaro. Depois disso, a cantora bloqueou o presidente na rede social — Foto: Reprodução
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Jair Bolsonaro usa as cores da bandeira do Brasil como símbolo do seu governo, em contraposição ao vermelho do Partido dos Trabalhadores, dos governos anteriores de Lula e Dilma Rousseff.
No dia 31 de maio, o ex-presidente Lula participou de evento na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), onde afirmou, se referindo a Bolsonaro: "Ele pegou a bandeira brasileira e a camisa da seleção para dizer 'esse é o meu partido'. Mas vamos dizer para ele que a bandeira brasileira e as cores verde e amarelo não são desse fascista. Elas pertencem a 213 milhões de brasileiros".
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WhatsApp, IR e Putin: veja os principais pontos da entrevista exclusiva de Bolsonaro à CNN
Em visita ao litoral de SP, presidente deu entrevista exclusiva à CNN, em que falou sobre mudanças no WhatsApp, TSE, mudança na tabela do Imposto de Renda e guerra na Ucrânia
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Renan FiuzaVinícius Tadeuda CNN
16/04/2022 às 16:59 | Atualizado 16/04/2022 às 19:53
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Na manhã deste sábado (16), o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve na cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo, onde andou de moto e conversou com apoiadores. Ainda no litoral paulista, Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva ao repórter da CNN Renan Fiuza (assista à íntegra no vídeo acima).
Durante a conversa, o presidente tratou da disputa eleitoral deste ano e comentou sobre outros assuntos importantes do governo, como novas medidas econômicas e relações diplomáticas com outros países, incluindo a Rússia.
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Veja os principais pontos da entrevista exclusiva à CNN:
Reunião com WhatsApp
Na entrevista exclusiva que concedeu à CNN, Bolsonaro afirmou que o governo deve marcar uma reunião com um representante do WhatsApp para discutir esse acordo do aplicativo com TSE. O governo deve questionar o motivo da nova funcionalidade que agrega mais usuários somente entrar em vigor no país após as eleições presidenciais.
“Vou buscar o CEO do WhatsApp essa semana e quero ver que acordo é esse. Se é para o mundo todo, não posso fazer nada, agora, só para o Brasil, e volta a ser para o mundo todo depois das eleições, quer prova mais clara de interferência como essa na liberdade de expressão?”, declarou.
Para Bolsonaro, “no Brasil, ou o produto está aberto para todo mundo ou tem restrição para todo mundo”, referindo-se ao WhatsApp. “Agora, [por que] apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições? ‘Ah, depois das eleições não vai ter mais fake news?’”, questionou o presidente.
“Se ele [WhatsApp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?”, disse Bolsonaro.
A CNN procurou o WhatsApp para confirmar a reunião e aguarda resposta.
Urnas eletrônicas e TSE
Bolsonaro afirmou à CNN que “todas as medidas adotadas pelo TSE são para prejudicar a mim e beneficiar o lado de lá”, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente disse que irá apresentar ao tribunal sugestões de medidas para serem implementadas nas eleições deste ano.
O presidente questionou a existência de uma “sala secreta que totaliza os votos em Brasília”, e sugeriu que o mesmo cabo que abasteça o computador da sala secreta também envie informações para um equipamento de uma empresa contratada. “Por que é uma sala secreta? A contagem não tem que ser pública dos votos?”, disse.
Bolsonaro reforçou que defende o “voto transparente e auditável”, e considerou que as eleições “não interessa a quem ganhe, vai ficar marcada com o manto da desconfiança”. De acordo com o presidente, o TSE se tornou o “TSE Futebol Clube, o que se fala é lei”.
“Acabamos de ver o primeiro turno na França. Tem uma urna lá de acrílico e o voto é de papel. Por que o Brasil quer empurrar goela abaixo isso aí?”, questionou.
Bolsonaro ainda criticou o ministro Alexandre de Moraes que, segundo o presidente, “falou que quem desconfiar do processo eleitoral vai ter o registro cassado e preso”. “Alexandre, eu estou desconfiado. Vai me cassar? Vai me prender? Que democracia é essa?”, afirmou.
De acordo com Bolsonaro, o ministro Luís Roberto Barroso convidou as Forças Armadas para participar do processo eleitoral, e uma reunião sobre o assunto será realizada no final deste mês.
“Foi marcada uma reunião há poucos dias entre o pessoal técnico do TSE e os técnicos do Exército […] pelo que eu sei, as Forças Armadas não estão apresentando nenhuma proposta de voto impresso. É questão técnica”, disse.
A CNN procurou o TSE e o STF; as assessorias de imprensa dos tribunais informaram que os ministros não se manifestarão sobre as declarações de Bolsonaro.
Eleições presidenciais e alianças
Durante a entrevista, Bolsonaro admitiu que há grande possibilidade do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto concorrer à vice-Presidência da República. No entanto, o presidente não confirmou qual será a composição de sua chapa na disputa presidencial.
Bolsonaro considerou que ter Braga Netto como vice-presidente “daria uma tranquilidade muito grande”, e elogiou os cargos que o ex-ministro já ocupou. “É uma pessoa que tem vivência – 40 e poucos anos de serviço – foi interventor no Rio de Janeiro, foi chefe da Casa Civil, esteve à frente da defesa em um momento difícil também e é um exemplo para nós do governo federal”, disse.
Sobre a composição de alianças para o pleito, o presidente disse contar com o apoio do PP, Republicanos, PL, PTB e até mesmo de “partido de esquerda que já quer vir para o nosso lado”. Bolsonaro preferiu não citar o nome do suposto partido de oposição que estaria pensando em integrar a base de apoio governista.
Questionado sobre as pesquisas de intenção de voto, em que aparece atrás do ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro afirmou que não acredita nos resultados divulgados, e disse que “as pesquisas sempre foram manipuladas”.
Mudança na tabela do Imposto de Renda
O presidente afirmou que mantém contatos frequentes com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que ambos estão “perseguindo desde o começo o Imposto de Renda, a tabela que não é registrada”.
Bolsonaro confirmou a intenção do governo de corrigir a tabela do tributo, e disse que Guedes deve anunciar, para o ano que vem, um percentual “bastante elevado” de desconto no Imposto de Renda (IR).
O reajuste, segundo o presidente, deve fazer com que o desconto passe “de R$ 2 mil para perto de R$ 3 mil”. Assim como foi feito com o percentual de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), Bolsonaro afirmou que o ministro da Economia acredita “que não precisa buscar uma fonte alternativa para isso”.
O presidente considerou que a correção da tabelo do tributo e o aumento do desconto do IR deve ser feito de forma linear.
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Encontro com Putin
Bolsonaro afirmou durante a entrevista à CNN que teve uma conversa de quase “três horas” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas não precisou a data em que isso ocorreu.
“Teve conversa estratégica. Quem sabe da conversa é apenas eu, o intérprete e, depois, o Braga Netto, que não podem morrer as informações comigo. Tem coisas que foram tratadas lá que não podem virar de conhecimento público, porque são estratégicas. É para o bem dos nossos povos. Vários assuntos que não vou dar dica. Foram quase três horas de conversa. Teve momento de descontração também. Aí você vê o interesse dele [Putin] com o Brasil”, disse.
Segundo o mandatário brasileiro, quando encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro deste ano, a principal intenção do governo federal era “garantir o nosso recebimento de fertilizantes”.
O presidente considerou que, embora a agricultura brasileira mantenha altos níveis de produção e exportação, a falta de fertilizantes prejudica a produtividade. “Aí você ameaça a segurança alimentar, não apenas a nossa, mas de parte do mundo. A cada cinco pratos de comida lá fora, um é produzido aqui no Brasil”, disse Bolsonaro.
De acordo com o presidente, a preocupação com os fertilizantes já é uma pauta do governo desde antes do início da guerra na Ucrânia, e que o país vem planejando um “grande plano de fertilizantes” que vem sendo trabalhado desde o início de 2021.
Sobre o posicionamento do Brasil na guerra da Ucrânia, Bolsonaro considerou que o país “optou pelo equilíbrio”. “Nós não podemos trazer um problema lá de fora para o nosso país. Sei do tamanho do Brasil, do seu potencial militar […] nós somos pela paz, se depender de mim, farei qualquer coisa pela paz”, disse o presidente.
“Você não pode tomar partido, como alguns queiram que eu tomasse. O Brasil todo perderia.”
Bolsonaro ainda disse que, em sua avaliação, a Otan estaria planejando colocar “seu porte nuclear a poucos minutos de Moscou, assim como na Baía dos Porcos, nos anos 1960”.
O presidente concluiu: “Peço a Deus que coloque um ponto final nela o mais rápido possível”.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por todas as plataformas digitais.
Tópicos
Bolsonaro
Eleições 2022
Eleições Presidenciais
Guerra na Ucrânia
Imposto de Renda
Imposto de Renda (IR)
Impostos
Jair Bolsonaro
Motocicleta
Presidência da República
Putin
Receita
Receita Federal
TSE
TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
Vladimir Putin
WhatsApp
https://www.cnnbrasil.com.br/politica/whatsapp-ir-e-putin-veja-os-principais-pontos-da-entrevista-exclusiva-de-bolsonaro-a-cnn/
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