quinta-feira, 17 de outubro de 2024

IMAGEM NA MEMÓRIA

------------ Memória Carlos Drummond de Andrade -------------- Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. Composição: Carlos Drummond de Andrade. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
----------- Boulos chama Ricardo Nunes de “tio Paulo do Tarcísio” Deputado critica prefeito de São Paulo por deixar de ir a debate sob a justificativa de ter uma reunião com o governador ------------ Na imagem acima, Boulos durante entrevista para "Folha", "RedeTV!" e "UOL" ------------ PODER360 17.out.2024 (quinta-feira) - 11h26 O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) declarou nesta 5ª feira (17.out.2024) que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) “não tem vontade própria”. Ele chamou o adversário de “tio Paulo do Tarcísio [de Freitas]“. Ele deu a declaração durante entrevista a um pool de jornalistas de Folha de S.Paulo, RedeTV! e UOL. “A população de São Paulo não aceita covarde. E o Ricardo Nunes, ao não vir aqui para debater, se mostrou um covarde, mostrou que não tem vontade própria, ele é o tio Paulo do Tarcísio, é isso que ele é”, afirmou o psolista. Ao falar do “tio Paulo”, o deputado fez referência a um caso ocorrido no Rio, em que uma mulher levou o cadáver do tio ao banco para tentar sacar um empréstimo. A previsão era a de que fosse um debate entre Boulos e Nunes, mas o atual prefeito da capital paulista informou já no início da madrugada desta 5ª feira (17.out) que não participaria do encontro promovido por Folha de S.Paulo, RedeTV! e UOL. Alegou que teria uma “reunião extraordinária” com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no horário. A organização transformou o debate em uma entrevista com o deputado. Há mais 2 debates marcados para prefeito de São Paulo: 19.out.2024 | 21h – TV Record; 25.out.2024 | 22h – TV Globo. QUEM APOIA QUEM NO 2º TURNO Pablo Marçal (PRTB), 3º colocado com 28,14% dos votos válidos – declarou que apoiaria Nunes se ele pedisse desculpas (não há sinais de que isso deve ocorrer) e disse acreditar que Boulos vencerá a disputa. Viajou para Portugal com a família –não está claro se voltará para votar no 2º turno; Tabata Amaral (PSB), 4ª colocada com 9,91% dos votos válidos – declarou voto em Boulos; José Luiz Datena (PSDB), 5º colocado com 1,84% dos votos válidos – declarou voto em Boulos. O QUE DIZEM AS PESQUISAS Datafolha – Nunes 53% X 33% Boulos: o levantamento ouviu 1.204 pessoas em São Paulo (SP) de 8 a 9 de outubro de 2024. A margem de erro é de 3 p.p., para mais ou para menos, e o intervalo de confiança, de 95%. Está registrado no TSE sob o número SP-04306/2024; Paraná Pesquisas – Nunes 52,3% X 39,2% Boulos: o levantamento ouviu 1.500 pessoas em São Paulo (SP) de 12 a 14 de outubro de 2024. A margem de erro é de 3,7 p.p., para mais ou para menos, e o intervalo de confiança, de 95%. Está registrado no TSE sob o número SP-06311/2024; Real Time Big Data – Nunes 53% X 39% Boulos: o levantamento ouviu 1.200 pessoas de 11 a 12 de outubro de 2024. A margem de erro é de 3 p.p., para mais ou para menos, e o intervalo de confiança, de 95%. Está registrado no TSE sob o número SP-00357/2024; Quaest – Nunes 45% X 33% Boulos: o levantamento ouviu 1.204 pessoas de 13 a 15 de outubro de 2024. A margem de erro é de 3 p.p., para mais ou para menos, e o intervalo de confiança, de 95%. Está registrado no TSE sob o número SP-05735/2024; COMO FOI O 1º TURNO EM SÃO PAULO A campanha para prefeito de São Paulo tem sido marcada por xingamentos entre candidatos, momentos controversos e até de agressão física. Três foram mais relevantes: 15.set.2024 – no debate da TV Cultura, Datena perdeu o controle e agrediu Marçal com uma cadeira. Ele teve que ser contido por seguranças. O episódio fez a RedeTV! parafusar no chão as cadeiras usadas no encontro seguinte, de 17 de setembro; 24.set.2024 – o debate do Flow Podcast já estava no final quando Nahuel Medina, da equipe de Marçal, deu um soco na cara de Duda Lima, marqueteiro de Nunes. Medina alegou que havia sido agredido primeiro, mas as imagens disponíveis não indicaram isso; 4.out.2024 – na antevéspera do 1º turno. Marçal compartilhou em seus perfis nas redes sociais a imagem do que seria um laudo médico indicando que Boulos havia dado entrada em uma clínica com um quadro de surto psicótico e que um exame teria indicado o uso de cocaína. Era uma falsificação grosseira. A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar a veracidade do documento postado por Marçal e logo concluiu que se tratava de uma montagem. A Meta derrubou a publicação do perfil do ex-coach. -----------
------------------- Consulte aqui o quadro completo da apuração em São Paulo (SP). autores PODER360 https://www.poder360.com.br/poder-eleicoes/boulos-chama-ricardo-nunes-de-tio-paulo-do-tarcisio/ _________________________________________________________________________________________________________ ------------
-------------- Com base nos artigos 12 e 20 do Código Civil Brasileiro, a família de uma pessoa falecida, como no caso mencionado do "Tio Paulo", tem o direito de buscar a cessação de ofensas e pleitear reparação por danos morais caso considerem que a honra, imagem ou memória do falecido foram ofendidas durante a entrevista. Explicação detalhada: Artigo 12 do Código Civil permite que a família de uma pessoa falecida exija que cessem quaisquer ofensas à personalidade e à memória do falecido, além de possibilitar o pedido de indenização por danos morais. Isso se aplica se as declarações ou replicações feitas durante a entrevista do candidato Guilherme Boulos, ao vivo, forem interpretadas como ofensivas à honra de "Tio Paulo". Artigo 20 do Código Civil também assegura que a imagem e a honra do falecido sejam protegidas. Se a memória de "Tio Paulo" foi atingida pela divulgação de informações ou pela forma como Boulos o mencionou na mídia, a família pode exigir que tais menções sejam interrompidas e que haja uma compensação por eventuais danos causados. Reparação e Dignidade: Essa proteção reforça o princípio de que a dignidade de uma pessoa deve ser respeitada mesmo após a morte, assegurando que a memória de "Tio Paulo" seja preservada de qualquer ataque ou ofensa indevida. Portanto, a família pode legalmente buscar que se interrompam as falas ofensivas e pleitear reparação por danos morais com base nesses dispositivos legais. Passos possíveis: A família deve reunir provas do ocorrido (registro da entrevista, publicações etc.). Pode ingressar com uma ação judicial visando tanto a cessação do ato ofensivo quanto a reparação por danos morais, com base na legislação citada. A legislação brasileira oferece a proteção necessária para que a honra e a memória de "Tio Paulo" sejam resguardadas. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
-------------- quinta-feira, 17 de outubro de 2024 Luiz Carlos Azedo - O peso das alianças nas eleições de SP e BH Correio Braziliense Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem 45% de intenções de votos; em Belo Horizonte, o prefeito Fuad Noman (PSD) assumiu a liderança, com 46% É muito cedo para concluir que estejam definidas as eleições em São Paulo e Belo Horizonte, as duas mais importantes capitais onde se realizam segundo turno. As pesquisas Quaest divulgadas nesta quarta-feira, pela TV Globo, porém, mostram que as políticas de alianças e a máquina administrativa das duas prefeituras vêm tendo peso decisivo nas disputas. Na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) confirma as simulações do primeiro turno, com 45% de intenções de votos, enquanto Guilherme Boulos (PSol) tem 33%, uma diferença de 12 pontos percentuais. Na capital mineira, o prefeito Fuad Noman (PSD) assumiu a liderança, com 46%, e ultrapassou Bruno Engler (PL), que liderava a disputa e, agora, está com 37%. São nove pontos percentuais de diferença. Chama a atenção o caráter das alianças de cada candidato. Em São Paulo, Boulos encabeça uma frente de esquerda e busca ampliar as alianças ao centro, com certa dificuldade, embora tenha recebido apoio de Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB). O candidato do PSol, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo com a intensa participação de sua vice na campanha, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), não consegue superar a imagem de radical perante uma parcela do eleitorado decisiva para o pleito. Ao contrário, Nunes, que tem o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguiu evitar que sua imagem de político tradicional, de centro-direita, fosse identificada com a extrema-direita, em grande parte devido à candidatura de Pablo Marçal (PRTB), assumidamente extremista. A pesquisa mostra que 74% dos eleitores de Marçal ficam com Nunes; Boulos, com 54% dos votos de Tabata. Um aspecto importante da disputa é a exploração do medo: 45% dos eleitores disseram que dá mais medo eleger Boulos, enquanto 32% têm esse sentimento em relação a Nunes. Do ponto de vista das narrativas, a trajetória ideológica de Boulos, cuja liderança teve origem no movimento dos sem-teto, tornou-se um passivo eleitoral difícil de ser administrado. Ele precisa explicar como pretende resolver o problema da moradia popular sem ocupação. Historicamente, a formação de cortiços absorvia a população mais pobre nas zonas centrais; agora, com a especulação imobiliária e a verticalização da cidade, não mais. Morar na rua é a alternativa para quem vive de "bicos" no centro de São Paulo, não apenas para mendigos e dependentes químicos. A alternativa de Boulos fora ocupar prédios abandonados, principalmente públicos. O apagão que fez São Paulo entrar em colapso trouxe para o centro do debate eleitoral a gestão da cidade, o que deu oportunidade a Boulos de impor uma agenda capaz de deslocar o eixo da disputa da questão ideológica para a administrativa. Entretanto, os desdobramentos da crise mostraram um problema mais complexo, com envolvimento das diversas esferas de poder, amortecendo o desgaste do prefeito. Embora não tenha nenhuma pergunta sobre o apagão, a pesquisa foi realizada entre 13 e 15 de outubro, ou seja, após o colapso da distribuição de energia, o que mostra que Nunes conseguiu gerenciar essa crise de imagem. Ainda há 20% de eleitores indecisos. Virada à mineira Em Belo Horizonte, segundo a pesquisa Quaest, o prefeito Fuad Noman virou a eleição do primeiro para o segundo turno e está na liderança, com 46%, enquanto Bruno Engler aparece em segundo lugar, com 37%. Há 33 % de eleitores indecisos. O deslocamento dos eleitores dos demais candidatos explica essa virada mineira. Entre os eleitores de Mauro Tramonte (Republicanos), Fuad tem 52%, e Engler, 28%; entre os de Gabriel (MDB), Fuad tem 63%, e Engler, 29%. No caso de Duda Salabert (PDT), Fuad fatura 87%, e Engler, 5%. O que explica isso? Primeiro, Fuad não fez uma administração desastrosa para Belo Horizonte, faz uma campanha sem radicalismo e focada na gestão da cidade, até porque seu principal ativo eleitoral são as realizações administrativas; segundo, neste segundo turno, o prefeito ampliou suas alianças à esquerda, sem abandonar a ancoragem de candidato centrista, reforçada pelo apoio de Tramonte, do Republicanos, partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Bruno Engler fez uma campanha ideológica, porém sem a agressividade de Marçal. Fundador do movimento Direita Minas, foi o deputado estadual mais votado em 2022, com uma agenda focada na segurança, na defesa da família e no combate à ideologia de gênero. Entretanto, não conseguiu ampliar suas alianças, mantendo-se como um candidato de extrema-direita, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro. A aliança de Gilberto Kassab, presidente do PSD, com o governador Tarcísio de Freitas bloqueou um eventual apoio de Tramonte ao candidato de Bolsonaro. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------- "O dilema de Boulos e Lula O Estado de S. Paulo Adotado no ninho petista por conveniência, psolista não atrai eleitores do presidente Os obstáculos no caminho do candidato a prefeito de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, parecem gigantescos nesta reta final da campanha municipal. Esperança do presidente Lula da Silva neste ano, mais em razão da incapacidade do PT de oferecer um quadro competitivo e palatável aos eleitores do que por seus méritos políticos, o psolista enfrenta o dilema de atrair o apoio de quem há não muito tempo votou no petista, enquanto cisca no eleitorado da direita que se mostra unido em torno de Ricardo Nunes (MDB). A missão do candidato linha auxiliar do lulopetismo em São Paulo parece inglória. Ao que tudo indica, enganou-se redondamente Lula por um dia acreditar que teria força política suficiente para transferir por osmose seu apoio a Boulos na capital paulista simplesmente por ter triunfado sobre Jair Bolsonaro há dois anos. Uma recente pesquisa Datafolha mostrou que boa parte daqueles eleitores de Lula de outrora não parece convencida dos atributos de Boulos para administrar a metrópole. De acordo com o levantamento, o preposto de Lula mostrou-se incapaz até aqui de conquistar as intenções de voto de nada menos do que quase um terço dos paulistanos que optou pelo petista na eleição presidencial passada. A pesquisa apontou que, enquanto 63% dos que votaram em Lula em 2022 poderão dar agora um voto de confiança a Boulos, nada menos que 31% disseram preferir Nunes. Isso significa que esses eleitores, em que pese terem repudiado Bolsonaro há dois anos, rejeitam o comando de Lula e repelem o baderneiro convertido a político moderado. Recebido com desconfiança no ninho petista e integrante de um partido, o PSOL, que se sustenta na base das pautas identitárias, já que não tem mais nada a oferecer, Boulos ainda perdeu cerca de 48 mil votos no primeiro turno porque esse tanto de eleitores digitou 13, o número do PT, e não 50, o número do PSOL. Ou seja, são eleitores que simpatizam com o PT e que, na hipótese benevolente, votaram no PT por descuido, imaginando que Boulos fosse candidato do partido de Lula, ou então, na hipótese realista, votaram no PT porque não gostam do PSOL. Não se pode culpá-los. Se Boulos não consegue convencer a esquerda, que dirá a direita. Tanto é assim que a pesquisa de segundo turno enfatiza a coesão dessa parcela da população que rejeita a esquerda. Dos eleitores de Bolsonaro, 85% disseram que vão votar em Nunes, e apenas 4% afirmaram que poderão optar pelo psolista. Nada garante, portanto, que a insistência de Boulos na polarização, uma eventual maior participação de Lula na campanha, as piscadelas aos eleitores de Tabata Amaral (PSB) ou Pablo Marçal (PRTB) – com a adesão a propostas voltadas ao empreendedorismo – e os ataques pessoais a Nunes serão capazes de impulsionar o esquerdista. Os números que retratam o ânimo do eleitorado nesta fase inicial do segundo turno são um claro sinal mais de repulsa a Boulos do que de aprovação ao incumbente. Tanto é assim que Nunes, embora tenha obtido menos de um terço dos votos válidos no primeiro turno, abre vantagem maior sobre Boulos do que o então prefeito Bruno Covas abriu sobre o psolista na eleição de quatro anos atrás, vencida pelo tucano." _________________________________________________________________________________________________________ ---------- ----------- Urubu É Meu Lôro ------------- _________________________________________________________________________________________________________ "No ninho lulopetista, papagaio de pirata está chamando urubu de 'meu louro'." _________________________________________________________________________________________________________ ----------- Marku Ribas Letra Tradução Significado Pego seco na viola Brigo pra dizer Troco a noite pelo dia Cisco pra comer Aqui no terreiro o galo Que canta primeiro sou eu Iê, iê, iê, iê brigo na rua Iê, iê, iê, iê tá a luta acabar E é por isso que digo Por isso que eu digo que vi Eu juro que vi O gringo tirando Mais medidas do nosso quintal O leigo pedindo: Ô Marku, toque rock que é legal, moreno Com o rei na barriga Eu vi o papa cear Na terra do nunca chorando ou sorrindo Você vai chamar Urubu de meu lôro Você vai chamar Urubu de meu lôro Do jeito que tá Colher-de-pau serve também Pra fazer bolo meu amor Iê, iê, iê Composição: Marku Ribas / Reinaldo Amaral. _________________________________________________________________________________________________________

EITO

Sem grande reflexão (ex.: juntou tudo a eito, para despachar). -------------
------------ Waack: New York Times pergunta se STF salva ou ameaça a democracia Segundo o jornal americano, a esquerda acha que o Supremo salva e a direita, que ele é uma ameaça à democracia William Waack 16/10/2024 às 22:06 | Atualizado 16/10/2024 às 22:06 Sessão plenária do STF Sessão plenária do STF • 02/10/2024 - Gustavo Moreno/STF Facebook Twitter Linkedin WhatsApp Copiar link Ouvir notícia 0:00 O STF está salvando a democracia? Ou está ameaçando a democracia? A pergunta foi feita hoje em manchete do respeitado jornal americano The New York Times, que publicou uma extensa reportagem sobre a Corte Suprema brasileira, que, segundo o jornal, se tornou a instituição mais poderosa no Brasil. O NY Times afirma, com base em um especialista da Universidade de Chicago, que o STF é uma das cortes supremas mais poderosas do mundo. “Muita gente acha que esse poder extrapolou e está tendo um efeito inibidor sobre a liberdade de expressão no país”, prossegue o mesmo especialista, o professor Tom Ginsburg, que estuda direito constitucional comparado. Leia Mais Mais de 180 brasileiros pediram refúgio na Argentina, que ainda não bate martelo sobre foragidos Mais de 180 brasileiros pediram refúgio na Argentina, que ainda não bate martelo sobre foragidos Ex diz à PF que Oswaldo Eustáquio "preferiu defender Bolsonaro do que o casamento" Ex diz à PF que Oswaldo Eustáquio "preferiu defender Bolsonaro do que o casamento" Mendonça interrompe julgamento sobre Google fornecer lista de quem pesquisou por Marielle Mendonça interrompe julgamento sobre Google fornecer lista de quem pesquisou por Marielle Com a ajuda de Elon Musk, continua o New York Times, a agressividade do STF ganhou atenção global. Boa parte da atenção que o NY Times — um jornal longe de ser direitista — dedicou ao STF é sob a perspectiva do preço que está sendo cobrado pela autodenominada cruzada de “salvação da democracia”. “Alguém tem de ter o direito de cometer o último erro”, declarou ao jornal o presidente do Judiciário e do STF, Luís Roberto Barroso. O jornal destacou o que considerou ações do Supremo contra órgãos de imprensa, mas também contra quem, segundo o New York Times, criticava instituições como o próprio STF. E tentou, no próprio texto da reportagem, responder à pergunta se o Supremo está salvando ou ameaçando a democracia. A esquerda acha que o Supremo salva, diz o New York Times. A direita acha que o Supremo é, ele mesmo, uma ameaça à democracia. Provavelmente os dois têm razão, concluiu. Tópicos Democracia Luís Roberto Barroso STF (Supremo Tribunal Federal) The New York Times Waack William Waack _________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------ O anel que tu me deste ----------- ------------- O anel que tu me deste, no Domingo da Trindade; era-me largo no dedo, apertado na amizade. Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! O anel que tu me deste, era de vidro, quebrou; tanto dure a tua vida, como o anel me durou. Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! musica-portuguesa ________________________________________________________________________________________________________ ------------ O Supremo Tribunal Federal brasileiro foi iluminado com as cores da bandeira nacional em Brasília, a capital do país, no mês passado.Credit...Dado Galdieri for The New York Times ---------- O anel que tu me deste ------------ By Jack Nicas Jack Nicas conversou com ministros do Supremo Tribunal Federal, com procuradores da justiça federal, juízes federais e juristas durante a apuração desta matéria. Ele reporta de Brasília. Oct. 16, 2024 Read in EnglishLeer en español Daniel Silveira, o policial que se tornou congressista da extrema-direita Brasileira, estava furioso. Ele acreditava que o Supremo Tribunal Federal brasileiro estava perseguindo conservadores e silenciando-os nas redes sociais, e quis tomar uma atitude a respeito. Silveira sentou no seu sofá e começou a gravar: “Quantas vezes eu imaginei você na rua levando uma surra”, disse no seu discurso virulento contra os ministros do Supremo, os músculos se avolumando através de sua camiseta. Silveira postou o vídeo no YouTube em Fevereiro de 2021, completando, “e eu falo por aqui o que eu quiser”. Um ministro do Supremo emitiu imediatamente a ordem de prisão contra ele. Um ano depois, 10 dos 11 juízes o condenaram e sentenciaram a quase nove anos de prisão por ameaçá-los. Jair Bolsonaro, então presidente do Brasil, perdoou Silveira, mas o Supremo anulou o perdão. Hoje, Silveira ainda cumpre a sua sentença. Não há margem para recursos além do Supremo. Advertisement SKIP ADVERTISEMENT O caso de Silveira é peça integrante de uma crise institucional que avança silenciosamente no país. Nos últimos cinco anos, o Supremo tem expandido seus poderes para realizar uma campanha abrangente na defesa de instituições brasileiras de ataques, muitos destes online. Para a esquerda, a ofensiva ajudou a salvar a democracia brasileira. Já para a direita, tem feito do Tribunal uma ameaça à própria democracia. Ambos os lados podem estar certos. ImageDaniel Silveira wearing a white T-shirt stands talking to journalists. Daniel Silveira, um deputado brasileiro, foi condenado a quase nove anos de prisão por ameaças ao Supremo Tribunal Federal depois de publicar um vídeo no qual dizia imaginar os ministros sendo agredidos.Credit...Victor Moriyama for The New York Times Image A large group of people wearing the yellow and green colors of Brazil. Apoiadores de Jair Bolsonaro, ex-presidente de direita, durante um protesto realizado em setembro contra a Suprema Corte do país.Credit...Dado Galdieri for The New York Times O Supremo começou sua campanha logo após Bolsonaro se tornar presidente em 2019, com um ato extremamente incomum: Se concedeu a autoridade para abrir uma investigação criminal dos ataques contra a Corte, chamada de Inquérito Fake News. Esse ato levou a uma série de investigações sob a liderança de um único juiz, o ministro Alexandre de Moraes. As investigações miraram operadores da extrema direita que clamavam por um golpe militar depois que o ex-presidente Bolsonaro perdeu a presidência em 2022, ajudando a garantir a transferência de poder. O ministro Alexandre de Moraes também assumiu novos poderes para ordenar operações policiais contra pessoas que apenas criticaram o Tribunal online; forçar veículos de imprensa a retirar publicações e ordenou oficiais da receita a parar de investigar um outro ministro do Supremo e a esposa. O Tribunal também nomeou-o uma espécie de Xerife da internet brasileira. O ministro fez as empresas de tecnologia silenciarem centenas de pessoas nas redes sociais e bloqueou o X de Elon Musk por desobedecer a justiça. A maioria dos outros 10 ministros têm formalmente apoiado suas decisões. Agora, dois anos depois do tumulto da última eleição e cinco anos desde que o Tribunal se concedeu os novos poderes, a Corte tem se mostrado relutante em abrir mão deles. Editors’ Picks Will Leopard Print Ever Go Out of Style? Scared of the Dentist? Here’s How to Cope. Is Bone Broth Really Brimming With Health Benefits? Advertisement SKIP ADVERTISEMENT “Se não fosse esse inquérito, a democracia no Brasil tinha ruído,” disse o ministro Dias Toffoli, 56, que criou o Inquérito Fake News e nomeou o ministro Alexandre de Moraes como relator. Leia a entrevista com o presidente do Supremo Presidente do Supremo Tribunal do Brasil: Estamos Salvando a Democracia Oct. 16, 2024 O presidente do Supremo, o ministro Luís Roberto Barroso, 66, disse que impor os padrões de outros países no Brasil seria injusto. Enquanto a constituição Estadunidense protege até mesmo o discurso de ódio sob amparo da Primeira Emenda, por exemplo, o Brasil não oferece essa proteção. “Os países têm circunstâncias diferentes” disse o ministro Barroso, “E uma democracia jovem como a brasileira precisa se proteger de riscos reais.” Ele afirmou que acredita que “já há um término à vista” das investigações. Image A row of buildings beneath clouds and blue sky. Os arquitetos de Brasília organizaram os prédios principais do Executivo, do Legislativo e do Judiciário de maneira equidistante para representar o equilíbrio entre os poderes. Em 2023, apoiadores de Bolsonaro invadiram os prédios.Credit...Dado Galdieri for The New York Times Image Luís Roberto Barroso sits in a chair in a glass-walled room. Luís Roberto Barroso, o presidente do Supremo Tribunal Federal, em seu escritório no mês passado. “Uma democracia jovem como a brasileira precisa se proteger de riscos reais“, ele disse.Credit...Dado Galdieri for The New York Times Imbuída de novos poderes, a Suprema Corte brasileira se tornou uma das altas cortes mais poderosas do planeta, segundo Tom Ginsburg, que monitora cortes ao redor do mundo e é professor de lei constitucional comparada na Universidade de Chicago. “Mesmo que algumas de suas decisões possam ser boas e algumas possam fazer sentido, muitos veem esse alcance como realmente excessivo e que tem inibido a livre expressão no Brasil”, disse. “Em uma democracia, você precisa poder criticar todas as instituições de governo.” A agressividade da Corte agora está atraindo atenção do mundo todo com a ajuda de Elon Musk. Sob ordens do ministro Alexandre de Moraes, ao menos 340 contas de redes sociais foram bloqueadas por provedores desde 2020, acarretando a retirada de centenas de milhares de postagens de acordo com uma análise do New York Times de uma pequena parte de suas decisões que chegaram a público. Em alguns casos, o Ministro disse que ele bloqueou as contas porque elas disseminavam discursos de ódio, ou ameaçavam instituições, e providenciou exemplos. Mas, para mais da metade das contas, o ministro disse que os motivos da remoção estão sob sigilo. O Supremo informou que as empresas de tecnologia podem solicitar esclarecimentos.. Essas determinações enfureceram a direita brasileira, e, recentemente, a Elon Musk. O bilionário se recusou a acatar as ordens. Em seguida, o Ministro Moraes bloqueou o X. A disputa pelo poder terminou com uma vitória clara: Musk voltou atrás e cumpriu as ordens. O Ministro Alexandre de Moraes suspendeu o bloqueio ao X semana passada. Image Justice Moraes, wearing a dark jacket and red tie, looking down at a mobile phone. Alexandre de Moraes, um juiz do Supremo Tribunal Federal, é o relator de investigações sobre o que a Corte considera um ataque às instituições brasileiras.Credit...Dado Galdieri for The New York Times Image A view inside an office showing a personal computer and a television monitor. Um escritório na sede modernista do Supremo Tribunal Federal, onde juízes, advogados e assessores lidam com mais de 100 mil casos por ano.Credit...Dado Galdieri for The New York Times Em entrevistas com o New York Times, quatro altos membros da Procuradoria Geral da República descreveram as ações do Tribunal como uma abrangente tomada de poder, disseram que o Tribunal carece de uma instância para a prestação de contas por seu atos, e criticaram o fato que as investigações tem se arrastado por anos sem chegar a resoluções. “Salvamos a democracia, não tem dúvida, acho que o Supremo teve um papel real nessa questão,” disse Ubiratan Cazetta, Procurador e presidente da Associação Nacional de Promotores de Justiça, “Mas o custo disso é que me preocupa”. O caso de Daniel Silveira demonstra o cerne da crítica às ações mais recentes do Supremo: há momentos em que a Corte tem sido a vítima, investigador e juíz, tudo ao mesmo tempo. Os Ministros discordam, disseram que a vítima no caso é a democracia, e não eles, os ministros. O advogado de Silveira não respondeu a um pedido de comentário. Alguns juristas disseram que o Supremo respondeu de forma adequada ao movimento Bolsonarista porque a Promotoria Geral da República deixou de agir. Mas eles se preocupam diante da continuidade das ações do Tribunal uma vez que as ameaças se atenuaram. “Tempos excepcionais exigem medidas excepcionais”, disse Thiago Amparo, respeitado advogado de direitos humanos que tem apoiado o Supremo. “Mas quando não há mais tempos excepcionais, não há mais necessidade de medidas excepcionais.” Os brasileiros estão divididos. Em uma pesquisa de opinião da Pew Research Center desse ano, 47 por cento dos brasileiros respondeu que o sistema judiciário é uma influência ruim no país, e 45 por cento que é uma boa influência. Diferentemente da Suprema Corte Estadunidense, que decide 100 a 150 questões de constitucionalidade por ano, o Tribunal é praticamente o seu próprio sistema judiciário. É uma corte constitucional, uma corte de recursos, e, por causa das novas investigações, cada vez mais uma corte criminal. Sua sede modernista está lotada de juízes assistentes, advogados e assessores tramitando aproximadamente 100.000 casos por ano. Acima deles, televisões mostram seus chefes em deliberações transmitidas ao vivo, o que ajudou a fazer dos ministros celebridades nacionais que a maioria vê como intocáveis. Nomeados pelo presidente da república, eles terminam seus mandatos aos 75 anos. Image A group of men in black robes standing near a wall and the Brazilian flag. Assessores do Supremo Tribunal Federal esperam o início de uma sessão com a presença dos 11 ministros da Corte.Credit...Dado Galdieri for The New York Times Image A banner in support of a campaign to fight misinformation. Uma mulher caminha diante de uma propaganda do WhatsApp no Aeroporto de Brasília pedindo às pessoas para “verificarem os fatos”. O Supremo Tribunal Federal tem procurado combater agressivamente a desinformação online.Credit...Dado Galdieri for The New York Times No começo de 2019, reportagens na imprensa sugeriram que a enorme operação anticorrupção Lava Jato estava começando a investigar alguns ministros, inclusive o presidente do Supremo na época, o ministro Dias Toffoli. Ele repudiou veementemente matérias que alegavam que o Supremo estava tentando sufocar a investigação. “Atacar a cada um de nós já é um ataque a todos” o ministro disse a seus colegas na Corte em 2019. “A calúnia, a difamação, a injúria não serão admitidos” No dia seguinte, o Ministro Toffoli abriu o Inquérito Fake News. (Ele usou o termo em inglês, já popularizado por Donald J. Trump.) Na sua decisão de uma página, afirmou que o Tribunal iria investigar “notícias fraudulentas (fake news), falsas comunicações de crimes, denunciações caluniosas, ameaças e demais infrações” que “atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares.” Na sua justificativa legal, o ministro Toffoli usou uma frase do regimento interno que dizia que era permitido investigar crimes cometidos contra ministros “na sede ou dependência do Tribunal”. “Hoje o mundo é digital,” ele disse em uma entrevista recente. “Qualquer ataque, em qualquer lugar, à instituição é um ataque ao Supremo Tribunal Federal.” De repente, o Supremo Tribunal Federal tinha poder para investigar praticamente qualquer crítica a si próprio, em qualquer lugar. Em uma de suas primeiras ações à frente do inquérito, o ministro Moraes ordenou que a revista Crusoé retirasse do ar um artigo online que ligava o ministro Toffoli a um esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato. O ministro Moraes chamou isso de “fake news”. Quando a revista mais tarde produziu evidências mostrando que a reportagem era precisa, ele permitiu que fosse republicada. Na mesma época, o ministro Moraes ordenou operações de busca e apreensão contra sete pessoas que criticaram o Tribunal em postagens online. Algumas chamaram o Tribunal de corrupto e exigiram a destituição dos ministros. A polícia entrou nas casas dos investigados, confiscando telefones e laptops. Anos depois, nenhuma denúncia foi apresentada, mas bens apreendidos não foram devolvidos, segundo uma das pessoas alvo das buscas. Nos anos seguintes, o escopo do Inquérito Fake News se ampliou e passou a focar em qualquer ataque às instituições. O ministro Moraes usou sua posição de relator para assumir o controle de pelo menos outros oito inquéritos similares, a maioria focada nas ações de Bolsonaro e seus apoiadores. Isso fez do Tribunal o principal alvo do bolsonarismo. Apoiadores furiosos de Bolsonaro ameaçaram os ministros online, gritaram com eles em público e rastrearam seus movimentos em particular. Em um momento, em uma aparente tentativa de intimidação, Bolsonaro ordenou que jatos militares sobrevoassem a sede do Supremo Tribunal Federal tão baixo que quebrariam as janelas do prédio. Os militares se recusaram a atendê-lo. Image People wearing yellow shirts hand out posters, including on bearing an image of Elon Musk. Uma mulher distribui cartazes em apoio a Elon Musk, cuja plataforma X foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal depois que a empresa se recusou a cumprir com ordens da Corte.Credit...Dado Galdieri for The New York Times Image Soldiers in uniform walking amid an abandoned encampment. Membros das Forças Armadas em janeiro de 2023 removendo as sobras de um acampamento onde apoiadores de Bolsonaro pediam um golpe militar.Credit...Victor Moriyama for The New York Times O Tribunal endureceu sua postura. Na corrida para a eleição de 2022, o ministro Moraes, que também atuava como chefe das eleições no país, ordenou que empresas de tecnologia retirassem contas ou postagens que, segundo ele, ameaçavam a integridade da votação, incluindo algumas de Bolsonaro. Após a derrota de Bolsonaro, seus apoiadores bloquearam rodovias e acamparam em frente a bases do Exército, alegando fraude e exigindo que os militares anulassem os resultados da eleição. O momento preocupou muitos em uma nação que sofreu sob uma ditadura militar de 1964 a 1985. O ministro Moraes ordenou a remoção de mais contas que contestavam a votação ou apoiavam os protestos. Há acusações de que ele foi atrás de uma organização de notícias que cobriu as alegações de fraude eleitoral. Em meio aos protestos eleitorais, um dos auxiliares do ministro Moraes ordenou que outro assessor do Tribunal encontrasse justificativa para tomar medidas contra a Oeste, um veículo de notícias conservador, e “todas essas revistas golpistas”, segundo mensagens de texto vazadas publicadas pela Folha de São Paulo, um dos principais jornais do Brasil. O assessor do Tribunal respondeu que só conseguiu encontrar “publicações jornalísticas” que “não diziam nada” no site da Oeste, mostraram as mensagens. O auxiliar de Moraes respondeu: “Use sua criatividade, rs”. O assessor disse que “daria um jeito”. Semanas depois, o YouTube bloqueou temporariamente a Oeste de exibir anúncios em seus vídeos, alegando que havia publicado “conteúdo prejudicial”, disse a Oeste. A revista depois afirmou que processou o YouTube e encontrou, durante o processo, uma ordem do ministro Moraes para bloquear a monetização da Oeste no YouTube. Uma porta-voz do STF negou que Moraes tenha emitido a ordem. O YouTube reverteu a ação desde então. Uma semana após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023, centenas de apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos poderes em Brasília, incluindo o Supremo Tribunal Federal, exigindo um golpe. Eles fracassaram, e o ministro Moraes relatou mais de 225 condenações desde então, algumas delas a 17 anos de prisão. Image Yellow police tape amid broken glass. Danos à sede do Supremo Tribunal Federal causados por Bolsonaristas quando eles invadiram o edifício em janeiro de 2023.Credit...Victor Moriyama for The New York Times Ele também enfraqueceu Bolsonaro. O Tribunal Superior Eleitoral, liderado pelo ministro Moraes, decidiu que o ex-presidente não poderia concorrer nas próximas eleições porque tentou minar o voto de 2022. O ministro Moraes também autorizou operações policiais contra Bolsonaro e muitos de seus assessores em três investigações separadas, incluindo acusações de que eles planejaram um golpe. A polícia confiscou o telefone e o passaporte de Bolsonaro. Bolsonaro chamou as investigações de perseguição política. Milhares de apoiadores de Bolsonaro protestaram contra o Tribunal nos últimos meses, pedindo o impeachment do ministro Moraes. Na semana passada, uma comissão do Congresso brasileiro votou para limitar os poderes do Tribunal. O projeto dificilmente se tornará lei. Nas entrevistas, os ministros disseram que a democracia do Brasil continua sob séria ameaça, e criticá-los é um ataque aos seus esforços para protegê-la. “Nós estamos lidando com gente perigosa”, disse o ministro Barroso, presidente do Tribunal. “E é preciso não esquecer isso.” Mas o que acontece se o Tribunal errar? “Alguém deve ter o direito de errar por último”, disse ele. “Eu acho que nós não erramos, mas a última palavra é a do Supremo.” Paulo Motoryn e Lis Moriconi contribuiram para a reportagem. Flávia Milhorance e Ana Ionova contribuiram para a pesquisa. Jack Nicas is the Brazil bureau chief for The Times, based in Rio de Janeiro, where he leads coverage of much of South America. More about Jack Nicas _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------- Papo Antagonista: Retaliação desmascarada - 16/10 ------------ O Antagonista Transmissão ao vivo realizada há 14 horas #oantagonista #papoantagonista O Papo Antagonista desta quarta-feira, 16, comenta a manifestação da PGR pelo arquivamento da apuração que mira a Transparência Internacional. O programa também fala sobre “tristeza” alegada por Toffoli em anulações da Lava Jato. _________________________________________________________________________________________________________ -------------
------------ tonalidade: Fá M Karaoke: 235.kar ----------- O anel que tu me deste, no Domingo da Trindade; era-me largo no dedo, apertado na amizade. Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! O anel que tu me deste, era de vidro, quebrou; tanto dure a tua vida, como o anel me durou. Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! Casa-te ó prima, tira a certidão. Ó rica prima, do meu coração! _________________________________________________________________________________________________________ Ciranda Cirandinha Cantigas Populares Letra ----------- ------------- Ciranda Cirandinha Cantigas Populares ------------- Tradução Significado Ciranda, cirandinha Vamos todos cirandar! Vamos dar a meia volta Volta e meia vamos dar O anel que tu me destes Era vidro e se quebrou O amor que tu me tinhas Era pouco e se acabou Por isso, dona Rosa Entre dentro desta roda Diga um verso bem bonito Diga adeus e vá se embora _________________________________________________________________________________________________________ ------------ ----------- A injustiça do PGR de Maduro com o aliado Lula ----------- _________________________________________________________________________________________________________ "A partir de 2:08 no vídeo: 'Pinta o cabelo, aplica botox, tatua o pulso, faz cavadinha na cabeleira e atua no desfrute do tempo da economia da distração.'" _________________________________________________________________________________________________________ ------------ O Antagonista 14 de out. de 2024 O procurador-geral do regime de Nicolás Maduro, Tarek Saab, acusou Lula e o presidente do Chile, Gabriel Boric, de serem “agentes da CIA”. O PGR criticou as reações dos dois chefes de Estado à fraude eleitoral venezuelana. Ele afirmou que o petista “não é o mesmo libertado da prisão, por tudo pelo que foi acusado, não é o mesmo em nada”. Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam: https://www.youtube.com/watch?v=jPEcfNi7K0c _________________________________________________________________________________________________________

terça-feira, 15 de outubro de 2024

PARA QUE NÃO MUDE

"EU TÔ LEGAL AINDA NÃO TÔ LEGAL MAS VOU FICAR LEGAL" WASHINGTON OLIVETTO ----------
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-------------- segunda-feira, 14 de outubro de 2024 Bruno Carazza - O PT não envelheceu, mas perdeu vitalidade Valor Econômico Por que mesmo com controle do governo federal, a segunda bancada no Congresso e uma das maiores fatias do fundão o PT foi tão mal nas eleições? Muito já se discutiu, nos últimos dias, a respeito do resultado insatisfatório do Partido dos Trabalhadores nas eleições de domingo passado. O fato de o principal partido de esquerda, que também é o partido do presidente da República, que vem a ser um dos políticos mais populares da história, ter feito apenas 248 prefeituras no país despertou muita conversa sobre a perda de competitividade de Lula, do PT e da esquerda. Os dados são desanimadores para os afiliados ao partido. O PT foi apenas a nona legenda em número de municípios conquistados, assim como os 3.128 futuros vereadores petistas colocam o partido no longínquo oitavo lugar no ranking. Em ambos os casos, o PT perde para o PSB, desde 2016 a maior força em bases locais entre os partidos que ocupam o espectro de diversos tons de vermelho que representam a esquerda brasileira. É bem verdade que o PT melhorou o desempenho em relação ao fundo de poço observado em 2020, quando fez apenas 185 prefeitos e 2.673 vereadores. Mas mesmo essa boa notícia se esvai ao se perceber que a sigla de Lula, neste ano, trocou de posições com o PSDB no ranking geral - os tucanos ficaram em oitavo em quantidade de prefeitos e nono em número de vereadores. Afinal, há muito o PSDB é aquele partido do qual se diz que morreu, e só se esqueceram de enterrar. Nas eleições em que as emendas orçamentárias foram apontadas como a mais poderosa arma para eleger prefeitos Brasil afora, o PT, mesmo com o controle do governo federal e mais uma bancada de 68 deputados e 9 senadores, não conseguiu tirar proveito do seu controle nem sobre o orçamento impositivo do Congresso, nem tampouco o discricionário, comandado por Lula. Tampouco os R$ 619,9 milhões recebidos pelo PT do fundão eleitoral, a segunda maior fatia do bolo de tamanho recorde distribuído neste ano, serviram de muita coisa. Em termos de taxa de aproveitamento (número de candidatos eleitos em relação ao total de candidatos lançados), o PT conseguiu eleger apenas 18,1% dos seus postulantes a prefeito (16º geral segundo esse indicador) e 11,9% dos aspirantes a vereador (11º lugar). No quesito produtividade, o partido comandado por Gleisi Hoffmann se saiu pior do que o PDT ou o PC do B, siglas de muito menores expressão e dinheiro no caixa. “O PT é um partido que envelheceu e não soube renovar os seus quadros” foi um diagnóstico muito utilizado na semana passada. Não é isso o que dizem os números. Entre os dez maiores partidos brasileiros, a agremiação fundada por Lula e seus companheiros em 1980 é aquela que proporcionalmente mais elegeu candidatos novatos na política neste ano. De todos os prefeitos e vereadores eleitos pelo partido, 18,5% disputaram sua primeira eleição neste ano, taxa só igualada pelo PSB - todos os demais tiveram proporcionalmente menos estreantes eleitos. O problema, portanto, não está na idade dos candidatos e nem na atratividade que a legenda exerce sobre os jovens políticos alinhados à esquerda. Para tentar entender o que aconteceu com o PT, resolvi voltar a 2012, o ano em que o partido teve o melhor desempenho da sua história nas eleições municipais. Antes das jornadas de junho de 2013, da Lava Jato, do impeachment de Dilma e da prisão de Lula, os petistas conquistaram 651 prefeituras e elegeram 5.181 vereadores - ficando atrás apenas do PMDB e do PSDB no cômputo geral daquele ano. Em busca de explicações para a perda de competitividade do PT, mergulhei nos dados do Tribunal Superior Eleitoral para identificar o que aconteceu com aqueles 651 prefeitos eleitos pelo partido de Lula e Dilma na sua mais proveitosa eleição municipal. O resultado diz muito sobre as transformações vividas pelo PT nestes 12 anos em que a maré do partido virou algumas vezes. Quase um terço dos prefeitos eleitos pela sigla em 2012 deixou o partido (210, para ser mais exato) em pelo menos uma das seis eleições seguintes. Engana-se, porém, quem acredita que eles migraram para os outros partidos de esquerda (Psol, PC do B, PV, Rede, PDT ou PSB). A maioria dos prefeitos petistas de 2012 trocou o partido por alguma sigla de centro ou de direita, o que mostra que a sigla deixou de oferecer uma perspectiva de carreira política de sucesso para esses políticos. E mais: dos 273 prefeitos de 2012 que permaneceram fiéis ao PT, apenas 41,7% vieram a ganhar alguma eleição posteriormente, contra uma taxa de sucesso de 54,1% de quem trocou o PT por uma sigla de centro ou de direita. O dado mais chocante, porém, é que do total de 651 prefeitos petistas naquele ano, os dados do TSE indicam que 168 nunca mais disputaram uma eleição. Trata-se de um resultado a ser pesquisado: o que fez um quarto dos governantes municipais do partido simplesmente abandonar a carreira político-eleitoral a partir de 2016? Esses dados indicam que talvez o problema do PT não esteja na idade dos seus quadros, mas sim na sua perda de vitalidade enquanto partido - seja em relação aos políticos e, principalmente, o eleitorado. Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 08:30:00 Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar com o Pinterest Um comentário: Mais um amador disse... Excelente análise ! 14/10/24 13:53 _________________________________________________________________________________________________________ ---------- Axis of Influence
----------- domingo, 13 de outubro de 2024 Luiz Carlos Azedo - Luzias, saquaremas e camaleões na política brasileira Correio Braziliense No Brasil, hoje, não existe um projeto de modernização capaz de forjar um novo consenso político nacional e incorporar a grande massa da população Um bom programa para um fim de semana com cara de poucos amigos é assistir ao clássico do cinema italiano O Leopardo (Il Gattopardo, 1963), estrelado por Burt Lancaster, Claudia Cardinale e Alain Delon, do diretor italiano Luchino Visconti (1906-1976). Com base na obra do siciliano Giuseppe Tomasi di Lampedusa (1896-1957), o filme retrata a decadência da aristocracia agrária da Sicília, no contexto da Segunda Guerra da Independência e Unificação da Itália (1859-1860), e está disponível na Netflix. Ao resgatar memórias pessoais e seu idealizado e nostálgico passado aristocrático, Lampedusa expressa um ponto de vista conservador sobre o Risorgimento. Em 1860, Garibaldi luta no movimento de unificação da Itália. D. Fabrizio (Burt Lancaster) é um aristocrata que tenta manter o antigo modo de vida, apesar dos tempos de mudança. Para ele, a ascensão da burguesia é uma ameaça. Contudo, numa manobra astuta, combina o casamento do seu sobrinho Tancredi (Alain Delon) com Angélica (Claudia Cardinale), filha de um rico e influente administrador de propriedades. Fiel a seus valores, D. Fabrizio afirma: "A não ser que nos salvemos, dando-nos as mãos agora, eles nos submeterão à República. Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude". Certas coisas no Brasil também mudam para continuar como estão. "Não há mais nada parecido com um saquarema do que um luzia no poder", carimbou o político pernambucano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti de Albuquerque ao definir a política partidária da elite brasileira no Segundo Reinado. Referia-se à atuação dos partidos Liberal (luzias) e Conservador (saquaremas) durante o Segundo Reinado. Saquarema é o nome do município fluminense onde o Visconde de Itaboraí tinha uma fazenda. Ali o grupo conservador se reunia com frequência. Luzia era uma referência à pequena cidade mineira de Santa Luzia, onde ocorreu a maior derrota dos liberais nas revoltas de 1842. Saquaremas e luzias tinham a mesma origem social e muitos interesses comuns. Após o Golpe da Maioridade (1940), Dom Pedro II resolveu mediar as disputas entre ambos e exercer seu poder moderador. Em 1853, essa política atingiu seu auge, com a formação do "Ministério da Conciliação", liderado por Honório Carneiro Leão, o Marquês de Paraná, que contou com a participação de conservadores e liberais, ainda que se digladiassem nas províncias. Esse ministério deu estabilidade política ao país e possibilitou avanços institucionais que seriam impossíveis num ambiente de ferrenha disputa pelo poder, mas também serviu para prolongar no tempo o regime de trabalho escravo. Os saquaremas defendiam a centralização do poder; os luzias pregavam a monarquia federativa, opondo-se ao Poder Moderador e ao Senado vitalício, dominado pelos conservadores. Saquaremas dominaram o Segundo Reinado; luzias, a República Velha. Seus líderes pensaram o Brasil, em debates parlamentares, artigos de jornal, livros, brochuras, panfletos: Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Campos Salles, Alberto Torres, para citar alguns. O centro do debate era o papel do Estado no desenvolvimento e sua relação com a sociedade. Metamorfose Na história das nossas ideias políticas, centralização do poder (autoritarismo) e descentralização (liberalismo) são um tema central: idealistas orgânicos e idealistas utópicos; tradição ibérica/estamento burocrático versus liberalismo irrealizado; autoritarismo instrumental ou liberalismo doutrinário; iberistas e americanistas; idealistas orgânicos e idealistas constitucionais. E os camaleões? São répteis da família Chamaeleonidae e incluem cerca de 195 espécies. Algumas são tão pequenas que medem apenas um centímetro, enquanto outras podem medir até 60cm. Cada espécie de camaleão tem suas cores e padrões. A mudança de cor é um meio de comunicação e não apenas de camuflagem. Gostam de viver em cima de árvores e ficam parados esperando suas presas, com sua grande língua protrátil e pegajosa, que pode atingir um metro de distância. Seus olhos movem-se de maneira independente, num ângulo de até 180 graus. Qualquer semelhança com os políticos transformistas do nosso Congresso, de todos os matizes, é mera coincidência. No Brasil, hoje, não existe um projeto de modernização capaz de forjar um novo consenso político nacional e incorporar a grande massa da população. Estamos entre os modelos ultrapassados do neoliberalismo e do nacional desenvolvimentismo, a dicotomia que dramatizou a história recente da Argentina. A massa crítica intelectual e empresarial para formular essa alternativa foi alijada da política. A maioria dos parlamentares dedica-se à "transa" política, já não se orienta pelo bem comum, mas pelos negócios. Tem narrativas voltadas para suas bolhas nas redes sociais. Mas, como sempre, nem tudo está perdido. As instituições democráticas são robustas. As eleições são livres e respeitadas. Nas disputas municipais, a polarização extremada foi derrotada. Os partidos de centro, pragmáticos, saíram fortalecidos. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, supostamente enfraquecido, também já disse que é uma "metamorfose ambulante". O Centrão também tem seu valor para a sociedade. A velha "política de conciliação" manda um abraço. Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 09:10:00 Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no Twitter Compartilhar no Facebook Compartilhar com o Pinterest Um comentário: ADEMAR AMANCIO disse... Começa com Cinema e termina com o Centrão,rs. _________________________________________________________________________________________________________ "Não ser É ser Sem ser E ser" -------------- ------------ Tudo sobre Parmênides ------------- Esse pequeno poema reflete um jogo conceitual com a noção de "ser" e "não-ser", que lembra o tipo de paradoxo presente nas discussões filosóficas iniciadas por Parmênides e desenvolvidas por outros pensadores ao longo da história da filosofia. O poema parece brincar com os limites da linguagem e das definições filosóficas, sugerindo que até o "não-ser" acaba sendo uma forma de ser, um conceito que desafia o pensamento linear. Esse tipo de reflexão é típico de debates metafísicos profundos, que abordam a relação entre o que é e o que não é, entre existência e ausência. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ ----------- Descrição Governo quer taxar milionários para isentar quem ganha até R$ 5 mil; Lula diz: ‘Salário não é renda ------------ Reflexão Geral: A fala do presidente traz uma visão correta ao considerar que o salário é apenas um dos componentes da renda, mas a discussão completa sobre o crescimento da renda das famílias, como mencionada pelo ministro, exige um exame mais minucioso dos diferentes componentes dessa renda. Ao não explicitar quais fontes de renda contribuíram para o crescimento, pode-se perder de vista a complexidade da realidade socioeconômica do país. O que está implícito aqui é a necessidade de um discurso mais preciso e detalhado, especialmente quando se trata de questões econômicas, para que as declarações públicas possam refletir a realidade vivida por diferentes segmentos da população. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- -------------- Padilha pede prioridade do Congresso na reforma tributária ----------- Tomando Padilha como os russos da anedota, faltou ao brasileiro presidente combinar com o seu ministro das Relações Institucionais sobre falas e desejos no que tange á rendas e salários. "Fez-se uma comparação interessante ao utilizar-se a anedota dos russos, que alude à famosa frase de Garrincha: 'Faltou combinar com os russos'. Essa frase foi dita em um contexto de futebol, quando o craque sugeriu que uma estratégia bem pensada não funcionaria sem levar em consideração a reação do adversário. Aplicar isso ao contexto político faz todo sentido aqui." Ao sugerir que "faltou ao brasileiro presidente combinar com o seu ministro das Relações Institucionais", a ideia é que, assim como no futebol, um plano ou discurso político precisa ser alinhado e coeso entre os diversos membros do governo para evitar contradições ou desentendimentos públicos. Neste caso, parece que há uma discrepância entre o discurso do presidente, que subestima o papel do salário como componente da renda total, e a fala de Padilha, que celebra o crescimento da renda das famílias brasileiras sem esclarecer as variações entre os seus diferentes componentes. Se o presidente faz uma distinção clara entre salário e renda, e o ministro aponta um crescimento da renda sem detalhar quais componentes contribuíram para isso, o público pode ser levado a pensar que há uma falta de comunicação ou alinhamento entre as duas figuras de destaque. Assim, a comparação com "os russos" sugere que as falas públicas deveriam estar mais coordenadas. Para transmitir uma mensagem clara e evitar mal-entendidos, seria necessário que o presidente e seu ministro se comunicassem previamente sobre como abordar questões tão sensíveis e complexas como a renda e o salário da população. Isso reflete a importância da harmonia entre os discursos dentro de um governo, especialmente quando se trata de temas econômicos que afetam diretamente a vida das pessoas. Texto revisado: "Para o presidente da República, 'salário não é renda'. Assumindo que o salário seja apenas um dos componentes da renda de uma família brasileira, o raciocínio do mandatário máximo da República estaria aparentemente correto. Já para seu ministro das Relações Institucionais, há de se mencionar que a renda das famílias brasileiras cresceu. Faltou apenas que Padilha acrescentasse ou detalhasse como foram as variações de todos os componentes da renda das famílias brasileiras." Texto 2: "Tomando Padilha como os russos da anedota, faltou ao brasileiro presidente combinar com o seu ministro das Relações Institucionais sobre falas e desejos no que tange á rendas e salários." Correções: Gramática: Texto revisado: "Tomando Padilha como os russos da anedota, faltou ao presidente brasileiro combinar com o seu ministro das Relações Institucionais sobre falas e desejos no que tange a rendas e salários." Conclusão: Os textos apresentam apenas pequenas correções de gramática, pontuação e concordância. Factualmente, ambos estão coerentes e precisos dentro do contexto de discussão política. O léxico utilizado está adequado ao tipo de discurso, formal e crítico, e as ideias estão bem articuladas. As dores e delícias de ser ministro de um prolixo boquirroto: O drama de Padilha e a renda misteriosa O cenário político brasileiro nunca decepciona em termos de entretenimento público. Dessa vez, o espetáculo envolve o presidente da República e seu ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, protagonizando um curioso episódio de desencontro discursivo. Entre uma declaração bombástica aqui e outra um tanto vaga ali, surge a dúvida: estariam esses dois no mesmo time, ou faltou a clássica "conversa no vestiário" antes de entrar em campo? Acompanhemos o drama. Texto 1: O dilema do presidente e sua relação turbulenta com o conceito de renda "Para o presidente da República, 'salário não é renda'. Assumindo que o salário seja apenas um dos componentes da renda de uma família brasileira, o raciocínio do mandatário máximo da República estaria aparentemente correto. Já para seu ministro das Relações Institucionais, há de se mencionar que a renda das famílias brasileiras cresceu. Faltou apenas que Padilha acrescentasse ou detalhasse como foram as variações de todos os componentes da renda das famílias brasileiras." Análise crítica e factualidade: De fato, o presidente não parece estar completamente errado ao declarar que "salário não é renda". Para quem conhece minimamente os conceitos de economia familiar, é verdade que o salário representa apenas uma parte da equação — a renda inclui uma série de outras fontes, como benefícios sociais, rendimentos de investimentos, aluguel de imóveis, entre outros. O ponto positivo da fala presidencial é a tentativa de sofisticar o debate, saindo da simplificação comum. O negativo? Bem... a entrega foi de um prolixo quase filosófico, que deixou muita gente sem saber onde ele queria chegar. Do outro lado do ringue discursivo, Padilha pareceu querer tranquilizar a população com a notícia de que "a renda das famílias cresceu". Cresceu mesmo? O problema aqui não é a assertividade do ministro, mas o que ele esqueceu de explicar: como essa renda cresceu. Se foi devido ao aumento de benefícios sociais, ou se os salários realmente subiram, ninguém sabe. E assim, Padilha deixa escapar uma chance de detalhar algo que poderia ser muito bom — ou não. Texto 2: A velha história de "combinar com os russos" "Tomando Padilha como os russos da anedota, faltou ao presidente brasileiro combinar com o seu ministro das Relações Institucionais sobre falas e desejos no que tange a rendas e salários." Análise crítica e factualidade: Aqui reside a ironia do nosso drama político. O presidente lança uma tese intrigante, talvez inovadora, sobre a não equivalência entre salário e renda. Já Padilha, em um outro plano da realidade (ou na mesma reunião, mas sem ouvir direito), anuncia o aumento de algo que aparentemente está no limbo. Ou seja, quem escutou o presidente poderia sair pensando que o salário é quase irrelevante. Quem escutou Padilha sairia achando que as contas das famílias estão maravilhosamente resolvidas. O problema: faltou aquela conversa estratégica antes de ambos abrirem a boca. A famosa frase "faltou combinar com os russos" nunca foi tão aplicável. A comunicação entre esses dois poderia ter sido mais afiada. O presidente, ao menos, poderia ter dado uma piscadela para Padilha, sinalizando algo como: "Por favor, detalha isso melhor, companheiro!". Mas não, seguimos sem saber exatamente de onde vem esse suposto aumento da renda. Fato ou ficção? O enredo continua A novela da economia brasileira continua com essas lacunas discursivas, e nós, meros espectadores, ficamos esperando que, talvez na próxima cena, os personagens centrais se alinhem melhor. Até lá, as dores e delícias de ser ministro de um presidente prolixo permanecem visíveis: é preciso jogo de cintura para dançar conforme a música... que por vezes desafina. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------- A Dança Das Cadeiras | musica infantil | Desenho Animado com os Amiguinhos ----------- A dança das cadeiras na República e o caos do baile político Quando o líder da oposição, uma espécie de Saquarema moderno da Novíssima República, resolveu botar a boca no trombone, mal sabia ele que seria confrontado por um Luzia nostálgico dos tempos imperiais. No meio desse tiroteio verbal, o samba do crioulo doido baixou com força, e o pau comeu na gafieira política. De um lado, as cores da esperança; do outro, a concentração em manter o status quo. O espetáculo foi tão confuso que até o Valor Econômico acabou no samba. Entre passos tortos e gingados desajeitados, um economista competente — ex-artesão do Plano Real — aproveitou para tirar sarro do desastre retórico. Afinal, o autor da primeira frase e sua muleta nas Relações Institucionais pareciam perdidos em meio ao que foi e não é mais. Sem sincronia, o baile segue, mas a música está cada vez mais desafinada. ----------
------------ Crônica Planaltina: O Samba do Parlatório Era mais um dia daqueles, cinzento e entediante, no plenário do Congresso Nacional. Joaquim Maria Machado de Assis, jovem repórter político de A Gazeta, ainda sonolento das farras da noite anterior num cabaré escondido em Ceilândia, viu-se jogado em meio ao que chamavam, com certo exagero, de uma "sessão conjunta das duas casas". Mas, a verdade, ah, a verdade! Aquilo mal se parecia com uma assembleia de dignos representantes da República. A nobre arte da retórica parecia ter se esvaído, e o salão não lembrava nem de longe a respeitável Gafieira Estudantina, com seu decente estatuto, lá da Praça Tiradentes, na antiga e verdadeira capital. Os senhores deputados e senadores rebolavam-se em discursos sem pé nem cabeça, tão desordenados quanto os passos de um baile que, em outros tempos, poderia ter ao menos um pouco de graça. Parecia mais um samba do crioulo doido, sem maestro, sem rumo e, o que é pior, sem coreografia. Enquanto as cores da esperança tentavam timidamente tomar espaço no salão, a concentração — ou seria a falta dela? — dominava as mentes cansadas. Machado de Assis, que já não estava com grande paciência para aquela tragédia política coreografada, lembrou-se do prazo fatal que o aguardava. Sua crônica precisava estar na redação até o final da tarde, e sua mente vagava entre os devaneios da noite anterior e o tédio daquele circo que os nobres insistiam em chamar de Parlamento. Sem ânimo para inventar floreios ou gastar sua já consagrada pena em algo que não valia a tinta, agiu como o aluno esperto que, na ausência de esforço, pegava emprestado o trabalho pronto de um colega. Assim, sem grandes hesitações, lançou mão do que viria a ser o texto do dia — por mais que este fosse uma modesta imitação do brilho que outrora iluminava suas crônicas. O Texto 2, aquele mais sucinto, caiu como uma luva: enxuto, fácil de se fazer copydesking (como diria algum veterano de redação), e pronto para ser entregue. Ali, na simplicidade do momento, brotou mais uma "pérola" da sua crônica Planaltina, como diria em tom irônico, meio Dom Casmurro, meio Brás Cubas. "Ao vencedor, as batatas", pensou Joaquim, com um sorriso sarcástico no rosto, enquanto se levantava para voltar à redação, deixando para trás o triste espetáculo dos nobres parlamentares, que seguiam rodopiando em sua dança incoerente. Afinal, a República poderia estar em decadência, mas a pena ainda sabia encontrar alguma beleza na desordem. _________________________________________________________________________________________________________ ------------- --------------- 2001 - WASHINGTON OLIVETTO FALA SOBRE OS 53 DIAS DE SEQUESTRO - REDE GLOBO/BAND TV. sist666trash 15 de jan. de 2022 A fita estava muito mofada, foi o melhor que deu para fazer. Em 2001, o publicitário Washington Olivetto foi levado a local desconhecido ao sair de sua agência em Higienópolis, zona central de São Paulo. Durante 53 dias, ele ficou isolado em uma casa na zona sul da cidade, no bairro do Brooklin. A operação teve ares espetaculares: a rotina de Olivetto foi acompanhada por dez meses antes da ação, o que permitiu aos autores saberem como ele circulava pela cidade. No dia marcado para a operação – 11 de dezembro – os sequestradores montaram uma falsa blitz, pararam o veículo dirigido pelo motorista do publicitário e o levaram, encapuzado, para o cativeiro, um cubículo de 3 metros por 1. O contato com a família era feita por meio de entregadores. No dia seguinte ao sequestro, um buquê foi entregue à esposa de Olivetto, Patricia Viotti. Nele, além das flores, o relógio do publicitário e um recado com o pedido de resgate. Quase um mês depois, latas de tinta foram entregues na casa do até então sequestrado, junto com um bilhete exigindo o pagamento. Por fim, com um pacote de produtos de beleza, entregue pelo funcionário de uma farmácia, o grupo mandou mais um recado. O objetivo seria, supostamente, arrecadar dinheiro para financiar as atividades de uma fração do Movimento Esquerda Revolucionária (MIR) chileno. A solução para o sequestro, contudo, passa por Serra Negra (SP), a cerca de 150 km da capital paulista. Um corretor de imóveis da cidade ligou para a polícia para denunciar que turistas estrangeiros, hospedados em um sítio na região, estavam fumando maconha. Até então, a família de Olivetto pedia que os policiais não se envolvessem. Com a denúncia, agentes foram ao local. Maurcio Norambuena abriu a porta para os policiais. Dentro da casa, havia anotações sobre a operação e armas. Já detido, Norambuena exigiu poder fazer contato com os outros sequestradores para poder libertar o publicitário. O chileno escolheu um telefone público na rua e, longe da vista dos policiais, discou um número e, identificando-se como comandante Ramiro – o nome que usou durante seu período na FPMR –, disse que o sequestro havia terminado. A libertação de Olivetto, no entanto, aconteceu quase que por acaso. Faltou luz no Brooklin e os sequestradores que guardavam o cativeiro, achando que a polícia tinha cortado a luz no bairro para fazer alguma operação de resgate, abandonaram o local. Uma vizinha da casa ouviu os gritos de socorro do publicitário e chamou os policiais, que, finalmente, o soltaram. Os envolvidos no sequestro foram presos. Fonte: https://operamundi.uol.com.br/politic. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ -------------- O SEQUESTRO DE WASHINGTON OLIVETTO: detalhes NÃO CONTADOS ANTES sobre o caso | PrimoCast 197 / edição do dia 07/02/2002 RSSRSS 07/02/02 - 00h00 - Atualizado em 07/02/02 - 00h00 Washington Olivetto fala Ao falar pela primeira vez sobre o seqüestro, o publicitário Washington Olivetto, lembrou, com detalhes, dos momentos de angústia que viveu no cativeiro. Ao falar pela primeira vez sobre o seqüestro, o publicitário Washington Olivetto, libertado sábado passado, lembrou com detalhes dos momentos de angustia que viveu nos 53 dias de cativeiro e das pressões psicológicas impostas pelos seqüestradores. Mas mostrou também que está procurando vencer o trauma com bom humor. Logo cedo a segurança foi reforçada em frente ao prédio onde mora o publicitário Washington Olivetto. Às 9h15 ele saiu em um carro escoltado por seguranças e policiais. Enquanto isso no auditório, preparativos para a entrevista coletiva com dezenas de jornalistas. Foram colocadas mais de 20 câmaras de televisão. Entre elas, estavam as de duas emissoras do Chile, país de origem dos seqüestradores que estão presos. Às 10hs em ponto, Washington Olivetto entrou acompanhado pelo delegado Wagner Giudice, titular da anti-seqüestro, e do amigo e empresário André Midani. Esta foi a primeira vez em que Washington Olivetto conversou com os jornalistas sobre o seqüestro. Ele contou detalhes do momento em que foi rendido e também sobre os 53 dias em que passou em cativeiro. Trechos da entrevista O SEQÜESTRO - “Eu estava lendo e o Antônio tocando o carro. Tinha à frente o que em princípio seria uma batida da polícia. O Antônio estacionou o carro. Um falso policial foi muito agressivo com o Antônio. Eu achei muito estranho. O Antônio abriu a porta e ele foi mais agressivo ainda. Eu sai para valer. No primeiro cara eu bati. Eu tentei descer, mas ai já eram quatro ou cinco. O CATIVEIRO - “Foram esses cinqüenta e poucos dias muito estranhos. Eu não ouvir uma palavra nem vi ninguém. Eu reivindiquei coisas com objetos logo no segundo dia. Eu fiz um sinal e eles entenderam que eu queria uma caneta; e junto com a caneta, apareceu um papel. Eu escrevia dia e noite praticamente.” “Durante os 53 dias, tinha música dia e noite. A música fazia com que eu conseguisse calcular o tempo porque eu sabia mais ou menos quanto tempo dura um CD inteiro”. “Nestas situações você tem de gastar o tempo. Então eu tentava lembrar quantos poemas eu sei de cor.” PRESSÕES - “Teve um dia no qual eu berrei e espanquei as paredes. Alguns deles entraram, creio que três pelo tato, algemaram-me e amordaçaram-me. As reações agressivas deles sempre foram em momentos proporcionais à minha agressividade. “ “Essas foram as agressões físicas. Eu diria que as agressões morais ou pressões psicológicas tinham de estar em mim. ” LIBERTAÇÃO - “Em um episódio destes existe um momento em que passa pela sua cabeça que você vai morrer sim. Na quarta vez que eu bati pra valer eu pensei: a rapaziada foi embora e me deixaram trancado. Então comecei a gritar e eu acho que a garota começou a me ouvir. Foi quando ela deve ter colocado o estetoscópio. Houve um momento em que ela disse claramente que me ouvia. Nesta hora eu me identifiquei. Vi quatro garotos do 12º Batalhão, que pularam o muro para me tirar do cativeiro. Eu vi um garoto me olhar e chorar com o revolver na mão.” “Eu estou desde sábado, quando cheguei em casa, vivendo uma maravilha de amores que tenho recebido. É uma coisa desproporcional a o que qualquer pessoa no planeta poderia merecer. “ LIÇÕES - “Eu saio fortalecido deste episódio. Eu fui mas não sou uma vítima. Graças a Deus, eu estou legal. Claro que ainda não estou legal, mas ficarei legal. “ Na coletiva, o amigo de Olivetto, o empresário André Midani, confirmou que a família do publicitário contratou uma empresa inglesa especializada em negociar com seqüestradores, mas negou que Washington Olivetto tenha um seguro contra seqüestros. https://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1135121-16022,00-WASHINGTON+OLIVETTO+FALA.html ________________________________________________________________________________________________________ ------------- Mudando de Conversa Lúcio Alves ------------ ------------ Mudando de conversa Dóris Monteiro Letra Mudando de conversa onde foi que ficou Aquela velha amizade Aquele papo furado todo fim de noite Num bar do Leblon Meu Deus do céu, que tempo bom! Tanto chopp gelado, confissões à bessa Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar E acabava em samba Que é a melhor maneira de se conversar Mas tudo mudou, eu sinto tanta pena de não ser a mesma Perdi a vontade de tomar meu chopp, de escrever meu samba Me perdi de mim, não achei mais nada O que vou fazer? Mas eu queria tanto, precisava mesmo de abraçar você De dizer as coisas que se acumularam Que estão se perdendo sem explicação E sem mais razão e sem mais porque Mudando de conversa onde foi que ficou Aquela velha amizade Aquele papo furado todo fim de noite Num bar do Leblon Meu Deus do céu, que tempo bom! Tanto chopp gelado, confissões à bessa Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar E acabava em samba Que é a melhor maneira de se conversar Composição: Hermínio Bello de Carvalho / Maurício Tapajós. _________________________________________________________________________________________________________ Mudando de conversa Canção de Lúcio Alves Mudando de conversa onde foi que ficou Aquela velha amizade Aquele papo furado todo fim de noite Num bar do Leblon Meu Deus do céu, que tempo bom! Tanto chopp gelado, confissões à bessa Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar E acabava em samba Que é a melhor maneira de se conversar Mas tudo mudou, eu sinto tanta pena de não ser a mesma Perdi a vontade de tomar meu chopp, de escrever meu samba Me perdi de mim, não achei mais nada O que vou fazer? Mas eu queria tanto, precisava mesmo de abraçar você De dizer as coisas que se acumularam Que estão se perdendo sem explicação E sem mais razão e sem mais porque Mudando de conversa onde foi que ficou Aquela velha amizade Aquele papo furado todo fim de noite Num bar do Leblon Meu Deus do céu, que tempo bom! Tanto chopp gelado, confissões à bessa Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar E acabava em samba Que é a melhor maneira de se conversar Compositores: Mauricio Gomes / Herminio Carvalho Letra de Mudando de conversa _________________________________________________________________________________________________________ --------------- ------------ Dóris Monteiro canta "Mudando de Conversa" 1977 _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------- Jornal da Cultura | 15/10/2024 Jornalismo TV Cultura Transmissão iniciada há 39 minutos #JornaldaCultura #JC No Jornal da Cultura desta terça-feira (15), você vai ver: após 4 dias mais de 200 mil moradores seguem sem energia elétrica em São Paulo; custos para enterrar os fios em São Paulo podem chegar a R$ 240 bilhões; crimes contra o meio ambiente recebe aumento de pena e investigações da ONU lista crimes cometidos por Nicolás Maduro durante eleições na Venezuela. Para comentar essas e outras notícias, Rodrigo Piscitelli recebe o economista Gesner Oliveira, professor da Fundação Getúlio Vargas, e o filósofo Luiz Felipe Pondé, diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC. _________________________________________________________________________________________________________ --------------
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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

ALDEIAS E CIDADES

ALDEÕES E CIDADÃOS -----------
----------- ------------ These immigrants are the biggest threat to America. The Lincoln Project @ProjectLincoln ----------
---------- O colapso ambiental, em realidade e ficção - revista piauí Criador: Sergio Verissimo ------------ 07 - Da minha aldeia "Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver o Universo.... Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... Nas cidades a vida é mais pequena Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro. Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave, Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu, Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar, E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver." -------------
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/ "sábado, 12 de outubro de 2024 Livro | Paulo Fábio Dantas Neto - ACM(político baiano-nacional) Livros costumam ter história e destino próprios que fogem à intenção dos autores, e este que o leitor agora tem em mãos não escapa ao aforismo. Digamos, de cara, algo sobre sua origem. Nascido como seguimento de livro publicado em 2006, cujo marco temporal cobre basicamente o “primeiro carlismo”, estamos aqui diante de muito mais do que mera “cronologia” do largo percurso posterior de Antônio Carlos Magalhães nos momentos decisivos da história política do seu estado e do País. Paulo Fábio, na verdade, continua seu tour de force anterior, retratando a construção lenta e contraditória de um “idioma baiano-nacional”, a marca registrada com que ACM foi além do dialeto local – que, no entanto, permaneceria como substrato e sotaque – e alçou-se a uma condição muito mais alta do que a de mero chefe político provinciano. Já no primeiro livro delineava-se com nitidez um personagem que reunia em si, num mesmo nó inextricável, a tradição e o moderno, a conservação e a mudança. Agora, neste segundo, por força do período mais extenso de pesquisa, surge um homem e uma circunstância mais complexos do que nós, leigos, normalmente tendemos a considerar. A virtù do ator e a fortuna que lhe coube estão aqui vivamente dispostos em conjunturas como a da abertura e a do País redemocratizado, a da reforma liberal dos anos noventa e a da ascensão do petismo. O ator sofre golpes tremendos, como a morte do filho e sucessor, e a eles reage, numa sequência impressionante de recuos, refrações e revides, até a consumação do “carlismo” e, por fim, sua continuidade subterrânea na cultura política que ajudou a moldar durante décadas de domínio e direção. Há em Paulo Fábio empatia e espírito crítico, compreensão de motivos históricos profundos e identificação de pontos problemáticos. A Bahia una e indivisível do “grande carlismo”, a expressar-se numa só língua, terá sido uma aspiração crescentemente incompatível com os requisitos de uma sociedade civil plural e uma sociedade política moderna, agitada pela competição democrática. Nada impede, porém, que aquela aspiração, compreensível em contextos pretéritos, renasça com atores insuspeitos e enredos ainda não escritos. Este livro nos informa, ilustra e adverte contra tal possibilidade – e não se pode desejar para ele nenhum outro destino mais digno e mais fecundo. *Luiz Sérgio Henriques, Ensaísta, tradutor, um dos organizadores dos Cadernos do cárcere de A. Gramsci" / --------------
------------ " A revoada (O enterro do diabo) a-revoadaEm A Revoada, Gabriel García Márquez narra pela primeira vez a história de Macondo – cidade célebre da literatura desde o sucesso de Cem anos de solidão. Num período que vai de 1903 a 1928, três personagens contam a história da aldeia por meio de monólogos interiores: um velho coronel, sua silha Isabel e seu neto. Mas, para García Márquez, o personagem central do livro já aponta para um tema recorrente em sua obra: “Um homem que vive e morre na mais absoluta solidão”. Trata-se de um médico estranho e taciturno, que chegara ao povoado 25 anos antes e cujo cadáver é agora velado pelos parentes. Gabriel García Márquez tinha 22 anos quando escreveu A Revoada, seu romance de estreia (publicado anteriormente no Brasil como O enterro do diabo). O livro mostra que o autor já era mestre muito antes de ter sua carreira deslanchada. É neste livro que surge o fascinante povo de Macondo – Meme, o Cachorro, Adelaida, Martín, Padre Ángel, com seus dramas e superstições, sonhos e manias – e a fantástica atmosfera da aldeia, os insetos, os cheiros de terra úmida, cenário onde tudo passa como revoada, os dias e as noites, a vida e a morte. Gabriel José García Márquez (Aracataca, 6 de março de 1927 — Cidade do México, 17 de abril de 2014) foi escritor, jornalista, editor, ativista e político colombiano. Considerado um dos autores mais importantes do século XX, foi um dos escritores mais admirados e traduzidos no mundo, com mais de 40 milhões de livros vendidos em 36 idiomas.Foi laureado com o Prémio Internacional Neustadt de Literatura em 1972, e o Nobel de Literatura de 1982 pelo conjunto de sua obra. Sua obra mais famosa é “Cem Anos de Solidão”. " CORRELACIONAR OS TRÊS ARTIGOS SOBRE "A MINHA ALDEIA", "A MINHA CIDADE", E OS ENTERROS DE DIABOS, ASSOCIADOS A MACONDA, BAHIA E "MINHA ALDEIA". ATRIBUIR O TÍTULO "ENTERROS DE DIABOS (REVOADAS) -------------
------------ Enterros de Diabos (Revoadas) Os textos que emergem das vozes de seus autores, a poesia de “Da minha aldeia”, as reflexões sobre o legado político de Antônio Carlos Magalhães (ACM) e a narrativa inaugural de Gabriel García Márquez em “A Revoada” entrelaçam-se em um discurso sobre identidade, pertencimento e a complexidade da vida nas comunidades. A Minha Aldeia e a Minha Cidade A Aldeia que se ergue na poesia, com a vastidão do Universo ao alcance do olhar do eu-lírico, propõe um contraste à vida urbana. O eu lírico sugere que o tamanho da percepção é mais importante do que as dimensões físicas, e a grandeza da aldeia reside na liberdade de visão e no contato com a natureza. As cidades, em contraposição, são descritas como lugares que restringem a perspectiva e empobrecem a experiência. Essa relação entre o local e o global, o íntimo e o vasto, é uma constante na literatura, que se reflete nas vozes da Bahia, de ACM e de García Márquez. A Cidade em “A Revoada”, embora não explicitamente mencionada como uma cidade moderna, é um espaço de interações sociais complexas. Macondo, com suas características quase míticas, é ao mesmo tempo uma aldeia e uma cidade em formação, um reflexo das ambivalências da identidade latino-americana. As cidades em ambos os textos são lugares de contradições: enquanto as aldeias oferecem uma conexão mais genuína com o mundo, as cidades simbolizam o progresso e a perda. Assim, o diálogo entre os dois espaços se torna um pano de fundo para a reflexão sobre o ser e o pertencimento. O Enterro dos Diabos e a Lógica da Política O Enterro do Diabo que se discute em “A Revoada” introduz um personagem que vive na solidão, simbolizando a luta interna e as tragédias pessoais que permeiam as vidas nas comunidades. Este personagem solitário, que se contrasta com a coletividade da aldeia, provoca a reflexão sobre como a política e as questões sociais se interligam com as experiências individuais. A obra de García Márquez, marcada pelo realismo mágico, revela como os destinos dos personagens se entrelaçam com o ambiente que habitam, criando uma narrativa que dialoga com a história e a cultura do seu tempo. A Política de ACM, por sua vez, é descrita como uma construção de um "idioma baiano-nacional", onde a figura política transcende sua origem e se torna símbolo de uma luta mais ampla. No entanto, essa política não é isenta de dores, perdas e reveses, como a morte de seu filho, que simboliza a fragilidade da vida e o peso da responsabilidade. A forma como ACM é retratado evoca a necessidade de uma compreensão mais profunda da política local, que é muitas vezes saturada por aspirações históricas e culturais. A Conexão entre Aldeias e Cidades As histórias de Macondo, Bahia e as vivências da “minha aldeia” compartilham a temática do retorno ao local, do acolhimento das raízes e da busca pela identidade em um mundo em constante transformação. A resistência à urbanização e à perda do contato com a natureza e a simplicidade da vida rural é um tema recorrente. A luta por preservar a identidade, seja na forma de uma aldeia, de uma cidade ou de uma tradição política, ressoa profundamente em ambas as narrativas. Conclusão “Enterros de Diabos (Revoadas)” é, portanto, um título que encapsula a interação entre o eu, o espaço e o outro. Reflete a experiência da vida em comunidade, a solidão do indivíduo e a luta por significado em meio a complexidades históricas e políticas. É um convite à reflexão sobre a riqueza do olhar que se detém sobre a própria aldeia e, ao mesmo tempo, busca o infinito do horizonte.
----------- "sábado, 12 de outubro de 2024 Livro | Paulo Fábio Dantas Neto - ACM(político baiano-nacional) Livros costumam ter história e destino próprios que fogem à intenção dos autores, e este que o leitor agora tem em mãos não escapa ao aforismo. Digamos, de cara, algo sobre sua origem. Nascido como seguimento de livro publicado em 2006, cujo marco temporal cobre basicamente o “primeiro carlismo”, estamos aqui diante de muito mais do que mera “cronologia” do largo percurso posterior de Antônio Carlos Magalhães nos momentos decisivos da história política do seu estado e do País. Paulo Fábio, na verdade, continua seu tour de force anterior, retratando a construção lenta e contraditória de um “idioma baiano-nacional”, a marca registrada com que ACM foi além do dialeto local – que, no entanto, permaneceria como substrato e sotaque – e alçou-se a uma condição muito mais alta do que a de mero chefe político provinciano. Já no primeiro livro delineava-se com nitidez um personagem que reunia em si, num mesmo nó inextricável, a tradição e o moderno, a conservação e a mudança. Agora, neste segundo, por força do período mais extenso de pesquisa, surge um homem e uma circunstância mais complexos do que nós, leigos, normalmente tendemos a considerar. A virtù do ator e a fortuna que lhe coube estão aqui vivamente dispostos em conjunturas como a da abertura e a do País redemocratizado, a da reforma liberal dos anos noventa e a da ascensão do petismo. O ator sofre golpes tremendos, como a morte do filho e sucessor, e a eles reage, numa sequência impressionante de recuos, refrações e revides, até a consumação do “carlismo” e, por fim, sua continuidade subterrânea na cultura política que ajudou a moldar durante décadas de domínio e direção. Há em Paulo Fábio empatia e espírito crítico, compreensão de motivos históricos profundos e identificação de pontos problemáticos. A Bahia una e indivisível do “grande carlismo”, a expressar-se numa só língua, terá sido uma aspiração crescentemente incompatível com os requisitos de uma sociedade civil plural e uma sociedade política moderna, agitada pela competição democrática. Nada impede, porém, que aquela aspiração, compreensível em contextos pretéritos, renasça com atores insuspeitos e enredos ainda não escritos. Este livro nos informa, ilustra e adverte contra tal possibilidade – e não se pode desejar para ele nenhum outro destino mais digno e mais fecundo. *Luiz Sérgio Henriques, Ensaísta, tradutor, um dos organizadores dos Cadernos do cárcere de A. Gramsci" ---------- O artigo sobre o livro de Paulo Fábio Dantas Neto que examina a trajetória política de Antônio Carlos Magalhães (ACM) oferece uma análise histórica densa, cheia de nuances sobre a formação do “idioma baiano-nacional” e os paradoxos da liderança política. Essa análise reflete uma complexidade de forças políticas, culturais e pessoais que moldaram o carlismo e a figura de ACM. Quando associamos essa obra ao romance “A Revoada” de Gabriel García Márquez, observamos uma interessante correlação entre a trajetória de um líder político e o ambiente literário que explora temas como solidão, poder e transitoriedade. A Conexão entre ACM e o Médico Solitário de "A Revoada" No primeiro livro de García Márquez, “A Revoada” (ou “O Enterro do Diabo”, na versão brasileira), vemos a história de Macondo, uma cidade fictícia permeada por tensão social e personagens marginalizados. O protagonista, um médico que vive isolado por 25 anos, morre e tem seu corpo velado por parentes. Embora seja um personagem central, ele é também uma metáfora de figuras que, mesmo centrais na comunidade, vivem em total solidão, afetados por sua própria condição. Essa solidão pode ser associada à figura de ACM no texto de Paulo Fábio Dantas Neto, um líder que acumulou imenso poder, tanto na Bahia quanto no cenário nacional, mas que enfrentou, em seus momentos mais íntimos, tragédias pessoais profundas, como a morte do filho e herdeiro político, Luís Eduardo Magalhães. Assim como o médico solitário de García Márquez, ACM é um personagem cujas conquistas públicas contrastam com uma vida pessoal marcada por perdas devastadoras e pela luta constante com o destino, ou fortuna, que ora lhe era favorável, ora lhe impunha enormes desafios. Poder e Solidão Em “A Revoada”, Macondo aparece como uma comunidade onde as tensões sociais são sempre presentes, um microcosmo da América Latina, cujas tragédias e triunfos refletem a complexidade de suas dinâmicas políticas. No mesmo sentido, o carlismo baiano, conforme descrito por Paulo Fábio, também é uma manifestação de uma sociedade local que reflete as contradições mais amplas do Brasil. ACM é visto como alguém que transcendeu sua origem provinciana, criando um “idioma baiano-nacional”, capaz de fazer pontes entre a tradição e a modernidade, entre o local e o nacional. No entanto, assim como o médico de Macondo, ACM também viveu em uma espécie de isolamento. Sua figura carrega a solidão de um líder que, embora tenha moldado a cultura política de uma região e de um país, também enfrentou resistências internas e externas, especialmente no período pós-ditadura, quando o Brasil passou por reformas políticas e econômicas que desafiaram antigos paradigmas de poder. A solidão de ACM, como a do médico de García Márquez, é a solidão de quem, ao mesmo tempo, lidera e sofre as consequências das transformações que provoca. A Revoada: Ciclo de Vida e Morte A metáfora da revoada — o ciclo de vida e morte que marca a obra de García Márquez — também pode ser aplicada à trajetória de ACM e ao carlismo. No romance, o movimento dos personagens e a passagem do tempo são como uma revoada de pássaros, simbolizando a transitoriedade da vida e a inevitável chegada da morte. No caso de ACM, o artigo sugere que, apesar da morte física e simbólica do líder, o carlismo continua de forma subterrânea, como um legado que persiste nas camadas mais profundas da cultura política baiana. O enterro do diabo em “A Revoada” evoca uma tentativa de enterrar um passado sombrio, assim como a morte de ACM marca o fim de um ciclo político, mas que, por sua vez, não é completamente sepultado. O carlismo, enquanto expressão política, continua a assombrar e a influenciar, mesmo em tempos de maior pluralidade democrática. O livro de Paulo Fábio Dantas Neto adverte para a possibilidade de que esse legado, compreensível em contextos anteriores, possa renascer com novos atores e novas circunstâncias, assim como as tensões de Macondo continuam a reverberar após o enterro do diabo. Aspirações Incompatíveis e a Realidade da Pluralidade A ascensão de ACM e a sua tentativa de consolidar a Bahia sob uma única voz política, expressa no artigo como a "Bahia una e indivisível do grande carlismo", traz uma aspiração que se tornaria cada vez mais incompatível com a modernidade democrática e a diversidade da sociedade civil. Essa ideia dialoga com a narrativa de Macondo, onde as tentativas de controle e dominação acabam frustradas por forças maiores, como o tempo e a inevitabilidade da mudança. No universo de García Márquez, os personagens estão sujeitos às leis da natureza, do destino, e de forças invisíveis que moldam suas vidas. Do mesmo modo, ACM, apesar de seu poder, era vulnerável às mudanças do cenário político brasileiro e internacional, como a ascensão do petismo, a redemocratização e as reformas liberais dos anos 90. Mesmo sendo um ator central, ele era parte de um movimento maior, onde sua "fortuna" oscilava conforme os ventos políticos mudavam. Conclusão A análise do livro sobre ACM e o carlismo traça paralelos profundos com a narrativa de García Márquez em “A Revoada”. Ambos os textos exploram a solidão e o isolamento de figuras de poder, a relação entre o individual e o coletivo, e o ciclo de vida e morte que perpassa tanto as comunidades quanto os indivíduos que as compõem. Enquanto ACM representa o "diabo" que, apesar de morto, continua a influenciar a política baiana e brasileira, Macondo simboliza a aldeia cujos fantasmas do passado nunca desaparecem completamente. O funeral do diabo e o enterramento de ACM são eventos simbólicos que não representam o fim de suas influências, mas, sim, a transformação dessas forças em algo mais duradouro e subterrâneo, que continua a moldar a sociedade, seja em forma de memória política, seja em forma de tradição cultural. Assim como em Macondo, na Bahia, a história é um ciclo de revoadas, de mortes e renascimentos. _________________________________________________________________________________________________________
---------- "ALDEIAS E CIDADES", ALDEÕES E CIDADÃOS A oposição entre aldeias e cidades, bem como entre aldeões e cidadãos, evoca reflexões profundas sobre as diferenças de vivência, perspectiva e identidade que marcam esses dois espaços e seus habitantes. Tanto na literatura quanto na realidade social, esses dois universos revelam tensões, contradições e significados simbólicos. Podemos explorar essa dualidade em diferentes camadas: a espacial, a psicológica, a política e a cultural. Aldeias e Cidades: Espaço e Perspectiva Aldeias são frequentemente associadas a espaços de tranquilidade, proximidade com a natureza e uma vida mais simples e direta. No poema "Da minha aldeia", a aldeia é um lugar de grandeza espiritual, onde o eu-lírico se sente parte do universo, porque o horizonte e a vastidão do mundo são diretamente acessíveis aos seus olhos. Aqui, a grandeza não está no tamanho físico do espaço, mas na liberdade de percepção que ele proporciona. Por outro lado, as cidades representam complexidade e progresso, mas também limitação. As grandes construções, o crescimento urbano e o ritmo acelerado da vida restringem a visão e a experiência, como o poema descreve: "Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave". Cidades muitas vezes significam riqueza material, oportunidades e diversidade, mas podem trazer consigo a perda de conexão com o mundo natural e a vida mais simples que as aldeias oferecem. Essa oposição ressalta o fato de que, em muitos contextos, o progresso urbano pode significar alienação e isolamento. Aldeões e Cidadãos: Identidade e Pertencimento Os aldeões, dentro dessa lógica, são vistos como aqueles que mantêm uma conexão mais direta com a terra, com os ritmos naturais e com a tradição. Eles pertencem a um espaço onde o sentido de comunidade é mais tangível e as relações humanas, mais próximas. Há uma autenticidade no modo de vida aldeão, que muitas vezes é percebida como uma alternativa à vida urbana, onde os indivíduos podem se sentir perdidos em meio à multidão. Já os cidadãos são os habitantes das cidades, inseridos em um contexto de maior complexidade social e cultural, mas também de maior fragmentação. Nas cidades, a multiplicidade de pessoas e interesses faz com que as relações sejam mais mediadas por instituições e estruturas, e a própria noção de identidade é mais fluida. Ao contrário dos aldeões, que muitas vezes têm uma identidade fortemente ligada ao lugar, os cidadãos podem se sentir desconectados, pois as cidades podem apagar a singularidade de seus habitantes. Política e Poder: A Cidade como Centro Na esfera política, as cidades historicamente representam o centro do poder, da economia e da cultura. As grandes decisões, os centros administrativos e as revoluções muitas vezes acontecem nas cidades. No contexto da obra sobre Antônio Carlos Magalhães (ACM), o líder baiano é alguém que transcendeu o papel de chefe político provinciano, criando um “idioma baiano-nacional” que refletia essa fusão entre o local (a Bahia) e o nacional (a política brasileira como um todo). ACM, como líder, precisava equilibrar as necessidades do estado (Bahia) com as demandas de uma sociedade política mais ampla e diversa. Por outro lado, as aldeias tendem a ser vistas como o lugar das tradições, da preservação do passado e de uma vida que escapa às pressões políticas e econômicas maiores. A liderança política, como a de ACM, envolve a negociação entre esses dois mundos: um, voltado para a manutenção do controle e do poder local; e o outro, aberto às transformações impostas pelas mudanças sociais e políticas do país. A Revoada: Aldeões em Transição Na literatura de Gabriel García Márquez, em especial em "A Revoada", a aldeia de Macondo é um reflexo de uma sociedade em transição, uma comunidade pequena que se vê cada vez mais imersa em questões universais de poder, solidão e morte. Embora Macondo seja uma aldeia em formação, ela já carrega em si as sementes das tensões que surgem nas cidades. Os personagens vivem à mercê dos ciclos da natureza e da história, e embora pareçam estar isolados, são impactados por forças maiores, vindas de fora, como o capital estrangeiro e a modernização. Macondo é, de certa forma, uma metáfora para a transição da aldeia para a cidade, do local para o global. Seus habitantes, aldeões no início, são lentamente transformados pelos ventos de mudança, que chegam à pequena comunidade na forma de fábricas e novas estruturas de poder. Nesse sentido, o contraste entre aldeões e cidadãos fica diluído à medida que ambos são sujeitos às mesmas forças que moldam o destino das grandes cidades. Aldeias e Cidades: Memória e Progresso Aldeias muitas vezes carregam a função de preservação da memória coletiva. Elas simbolizam um espaço de resistência ao tempo, onde as tradições e histórias passadas continuam a viver, mesmo que de forma idealizada. Já as cidades, por estarem em constante transformação, são vistas como locais de progresso, onde a memória frequentemente cede lugar ao futuro. Essa tensão é central tanto na vida política de figuras como ACM quanto na literatura de García Márquez, que vê as aldeias como pontos de origem, mas não como destinos finais. Conclusão A dualidade entre aldeias e cidades, aldeões e cidadãos, revela mais do que diferenças físicas ou geográficas. Ela expõe visões de mundo contrastantes: a simplicidade e autenticidade da aldeia versus a complexidade e alienação da cidade; a preservação da memória versus o avanço do progresso; o poder centralizado na cidade contra as tradições mantidas nas aldeias. Tanto na política quanto na literatura, esses dois espaços e seus habitantes estão em um constante diálogo. Enquanto as cidades moldam as nações e definem seus rumos, as aldeias preservam o que há de mais genuíno e fundamental no ser humano – sua conexão com a terra, com os outros e consigo mesmo. É nesse contraste que se encontram as tensões centrais da modernidade. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________