Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos.
As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
“Uma vez Flamengo sempre Flamengo.”
Primeiro Verso de certo Hino
“Mesmo que eu fosse um Drácula,
teria de ser tocado por essa alegria que ensopa, que encharca, que inunda a
cidade. Eu não sei se o time do Flamengo, como time, mereceu o título. Mas a
imensa, a patética, a abnegada torcida rubro-negra merece muito mais.”Nelson
Rodrigues (O Globo, 17/12/1963)
O Flu como em 1995?
Fluminense 3 x 2 Flamengo - Final
do Campeonato Carioca 1995
Ou o Fla como em 1965:
Flamengo Campeão Carioca de 1965
Se der Flu, os flamenguistas seguirão
cantando:
HINO DO FLAMENGO
Se der Fla, os derrotados em campo
poderão fora dele seguir tricolores, como o maior de seus torcedores,
conformando-se com:
Crônica de Nelson Rodrigues sobre a
finalíssima de 1963:
Continuo Tricolor
Amigos,
ao terminar o grande Fla-Flu, o profeta tratou de catar os trapos e saiu do
Maracanã, mas de cabeça erguida. Era um vencido? Jamais. Vencido, como, se
temos de admitir esta verdade límpida e clara - o Fluminense jogou mais. Não cabe,
contra a evidência da nossa superioridade, nenhum argumento, sofisma ou dúvida.
Alguém dirá que o profeta não previa o empate.
Exato.
Mas vamos raciocinar. Houve lances, no Fla-Flu, que escapariam à vidência até
de um Maomé, até de um Moisés de Cecil B. de Mille. Lembro-me de um momento, em
que Marcial estava batido, irremediavelmente. O arco rubro-negro abria seus
sete metros e quebrados. E que fez Escurinho? Enfiou a bola na caçapa? Consumou
o "goal" de cambaxirra?
Simplesmente,
Escurinho levantou para Marcial. Deu a bola na bandeja como se fosse a cabeça
de São João Batista. E eu diria que nem Joana D’Arc, com suas visões lindas, ou
Maomé pendurado no seu camelo, ou o Moisés de Cecil B. de Mille, do alto de
suas alpercatas - podia imaginar tamanha ingenuidade. Escurinho teria de chutar
rente à grama, ou alto, se quisesse, mas teria de chutar e nunca suspender a
bola.
E
tem mais. Os profetas de ambos os sexos jamais poderiam contar com a trave. No
segundo tempo, Escurinho mandou uma bomba. Nenhum "goal" foi tão
merecido. Pois bem: - vem a trave e salva. Além do mais que Maomé, ou que
Moisés podia calcular que Solich ia fazer jogo para empate? Dirá o próprio que
não foi esta a sua intenção. Mas o fato incontestável é que ele armou o time
para o hediondo 0 x 0.
É
obvio que, desde o primeiro minuto, o Fluminense teria de se atirar todo para a
frente. Era preciso forçar a decisão, o"goal", a vitória, já que o
empate seria a catástrofe. O tricolor jogou bem e, no entanto, não deu, nunca,
a sensação de fome e sede de "goal". Faltavam uns 15 minutos, e os
nossos jogadores ainda tramavam, ainda faziam tico-tico, ainda perdiam tempo
com passes curtos, para os lados e para trás. Sim, o Fluminense jogou bem e não
cabe preciosismo num último Fla-Flu.
Já
contra o Bangu, aconteceu o seguinte: - sempre que Oldair avançava, eis que
Solich erguia-se na boca do túnel e fazia um comício. Oldair marcou dois
"goals" por desobediência e repito, por indisciplina tática. Ontem,
ele estava cá atrás, defendendo um empate que seria a vitória do Flamengo.
Vejam que tristeza horrenda: - jogamos bem e errado.
Dizia
eu que o profeta estava certo no mérito da questão. O tricolor é o melhor, foi
melhor, teve mais time. Mas há, claro, um campeão oficial, que é o Flamengo. E
aqui, abro um capítulo para falar da alegria rubro-negra, santa alegria que
anda solta pela cidade. Nada é mais bonito do que a euforia da massa flamenga.
À saída do estádio, eu vi um crioulão arrancar a camisa diante do meu carro.
Seminu, como um São Sebastião, ele dava arrancos medonhos. Do seu lábio, pendia
a baba elástica e bovina do campeão.
Mesmo
que eu fosse um Drácula, teria de ser tocado por essa alegria que ensopa, que
encharca, que inunda a cidade. Eu não sei se o time do Flamengo, como time,
mereceu o título. Mas a imensa, a patética, a abnegada torcida rubro-negra
merece muito mais. Cabe então a pergunta: - quem será o personagem da semana de
um abnegado Fla-Flu tão dramático para nós? Um nome me parece obrigatório: -
Marcial. E nessa escolha, está dito tudo. Quando o goleiro é a figura mais
importante de um time, sabemos que o adversário jogou melhor. Castilho teve
muito menos trabalho. Claro que eu não incluo, entre os méritos de Marcial, o
"goal" que Escurinho não fez. Tão pouco falo na bomba que o mesmo
Escurinho enfiou na trave. Assim mesmo Marcial andou fazendo intervenções
decisivas, catando bolas quase perdidas.
Amigos,
eu sei que os fatos não confirmaram a profecia. Ao que o profeta só pode
responder: - "Pior para os fatos!" É só.
"Quando se quer de verdade Como te quero eu a ti É impossível meu céu Tão separados viver." "O senhor tem que dizer que não responde. O silêncio não é literal. Não é brincar de vaca amarela." De juiz Sérgio Moro ao senhor Sérgio Cabral Vaca Amarela, pulou a janela...
“Cuando se quiere de veras como te
quiero yo a ti es imposible mi cielo tan separados vivir” Ibrahím Ferrer
Quiéreme mucho Ibrahim Ferrer
Letra de Quiéreme mucho, de
Ibrahím Ferrer
Quiéreme
mucho,
dulce
amor mío
que
amante siempre te adoraré
Yo
con tus besos y tus caricias
mis
sufrimientos acallaré
Cuando
se quiere de veras
como
te quiero yo a ti
es
imposible mi cielo
tan
separados vivir
Cuando
se quiere de veras
como
te quiero yo a ti
es
imposible mi cielo
tan
separado vivir
tan
separado vivir
Yo
con tus besos y tus caricias
mis
sufrimiento acallaré
Cuando
se quiere de veras
como
te quiero yo a ti
es
imposible mi cielo
tan
separados vivir
Cuando
se quiere de veras
como
te quiere yo a ti
es
imposible mi cielo
tan
separado vivir
Writer(s): Agustin Julio Rodriguez,
Gonzalo Roig
...Morô?
Óticas do Povo - Grande Otelo
Mais Piada do Ano: Adriana Ancelmo
“achava” que todos os recursos eram lícitos
by Tribuna da Internet
Adriana só faltou dizer que era
pura, recatada e do lar
Cleide
Carvalho
O Globo
A
ex-primeira dama do Rio, Adriana Ancelmo, afirmou nesta quinta-feira, em
depoimento ao juiz Sergio Moro, que jamais desconfiou da origem dos recursos
usados para pagar suas contas e que desde que se casou com o ex-governador
Sérgio Cabral foi orientada a mandar todas as contas a pagar para a secretária
dele, Sonia Batista, que era quem se incumbia de decidir como pagar e realizar
os pagamentos. Segundo ela, “era uma regra”, pois Sônia era secretária de
Cabral há 30 anos, desde o nascimento do primeiro filho dele, do primeiro
casamento.
Perguntada
se sabia o valor do salário do marido, disse que achava que era em torno de R$
20 mil, mas que ele tinha uma consultoria e recebia dividendos, que ela nunca
procurou saber de quanto eram. “ Meu relacionamento é matrimonial, não
econômico-financeiro” – afirmou, ao ser indagada se nunca quis saber da origem
do dinheiro usado para pagar as despesas.
RECURSOS
DE SOBRA – Adriana disse que falou com o marido entre 2013 e 2014, quando
começaram a ocorrer protestos no país, e ele disse que sempre teve recursos
para arcar com todas as despesas que pagou durante todo o relacionamento dos
dois.
“Não
questionei, absoluta confiança de que ele estava dizendo a verdade (…) Ele
disse que eram recursos lícitos e eu acreditei. Meu marido. É uma relação de
absoluta confiança”, argumentou.
Adriana
admitiu ter participado da compra de móveis e itens de luxo comprados por meio de
nota fiscal emitida em seu nome nos últimos anos. Mas negou ter participado do
pagamento dos itens, tampouco saber a razão de o marido Sérgio Cabral
realizá-los por meio de depósitos fracionados e em espécie.
ELA
ERA DO LAR… – “Tudo aquilo que fosse pertinente à casa, aos filhos e à
família, eu – na condição de mulher, acabo tendo essa atribuição também – fazia
esse trabalho. De escolha de mobiliário, de reformas, de trocas de armários,
enfim, o que fosse necessário” – disse a mulher de Cabral, que por mais deu ma
vez afirmou “não ter a menor ideia sobre de que forma teriam sido feitos esses
pagamentos”.
Ao
falar sobre o gasto de R$ 57 mil com vestidos, de uma vez só, Adriana disse que
não questionava. “Foram presentes, presentes que ele me deu. Eu não questionava,
acreditava que eram pagos com dinheiro lícito, fossem presentes ou mobiliários
escolhidos para a residência”.
Sérgio
Moro perguntou se ela desconfiava da origem dos recursos usados para blindar
carros do casal, financiar móveis de um home office ou ternos encomendados para
o marido sob medida, que custaram mais de R$ 280 mil.
NÃO
SABIA NADA – “Não sei exatamente qual o montante que o Sérgio tinha quando
nós nos casamos, como ele não sabia o que eu tinha. (…) Nosso relacionamento
era de absoluta confiança. Eu, em momento nenhum, questionei ele porque estava
trazendo uma pessoa para medir um terno para ele, e ele adquirir esse terno. Eu
não sabia o preço de um terno da Ermenegildo Zegna. Nunca o questionei sobre
isso” – afirmou a mulher de Cabral.
Adriana
Ancelmo disse que quando o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse
que Cabral teria recebido recursos ilíticos da Petrobras ela conversou com ele,
que negou. “Sempre me disse que era absolutamente mentira, que era questão
política, de adversários. E só isso”.
O
procurador quis saber se ela não fez uma “reflexão própria” sobre o padrão de
vida e o salário de funcionário público do marido.
“Essas
questões de foro íntimo, de confiança e de casamento, extrapola a nossa
discussão”, assinalou.
NÃO
HÁ PROVAS – Adriana Ancelmo disse que no processo nada indica que ela
tenha participado da estruturação dos pagamentos das compras que fazia e que
nunca conheceu os executivos da Andrade Gutierrez.
A
advogada acusou Michele Pinto, sua secretária durante 10 anos, de agir em
represália por ter sido demitida em novembro de 2015. Michele disse que Luiz
Carlos Bezerra comparecia semanalmente ao escritório de Adriana, todas às
sextas-feiras, para entregar valores em espécie, entre R$ 200 mil e R$ 300 mil.
Adriana afirmou que a ex-secretária usou cheques assinados seus e deixou de
pagar o INSS dos funcionários.
“Atribuo
a uma represália, porque jamais o senhor Bezerra ou Miranda entregaram
dinheiro. Carlos Miranda eu via muito pouco em eventos festivos porque ele é
casado com uma prima-irmã do Sérgio” – disse. “Bezerra é compadre do Sérgio,
padrinho do filho mais novo dele. Frequentava nossa casa, era amigo”.
UM
BOY DE LUXO – Segundo Adriana, Bezerra esteve em seu escritório para pegar
notas e entregar para a secretária de Sérgio Cabral. “Não sei se ele era um
boy, entregava a Sonia. Não sei as atividades que cada uma das pessoas
exercia”.
Adriana
disse que leu e releu os documentos e que nada mostra que ela tenha participado
das estruturações de pagamento. Segundo ela, as lojas devem apresentar seus
controles internos e informar com quem negociaram os recebimentos questionados
pela força-tarefa.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em matéria de Piada do Ano, Adriana Ancelmo
é muito melhor do que Sérgio Cabral. Simplesmente pegou o velho ditado de que
“por trás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher”, e imediatamente
adaptou-o para “por trás de um político corrupto, existe sempre uma mulher
distraída”. Assim como Lula da SiIva, Dilma Rousseff e o próprio Cabral, ela
nega tudo e diz que não houve nada, não sabia de nada, sempre existiu a riqueza
de Cabral, aquele menino pobre criado no subúrbio. Só faltou dizer que as
mochilas de dinheiro entregues no escritório de advocacia eram mandadas por ele
para pagar o supermercado. Foi um depoimento sensacional, altamente criativo e
humorístico, digno do Oscar de Atriz Coadjuvante. (C.N.)
Piada do Ano: Cabral diz que não
recebia propina e tenta isentar Adriana Ancelmo
Posted
on abril 28, 2017 by Tribuna da Internet
Adriana e Cabral combinaram os
depoimentos
Dimitrius
Dantas
O Globo
O
ex-governador Sérgio Cabral admitiu em depoimento nesta quinta-feira, que usou,
para benefício próprio, dinheiro de caixa 2 destinado para abastecer sua
campanha eleitoral ao governo do Rio. Ao ser questionado por sua defesa se
teria usado os recursos para comprar algumas das mercadorias citadas no
inquérito – como termos de grifes e jóias, por exemplo -, Cabral disse que sim
e que tal prática “é um fato da vida nacional”. (VÍDEOS: assista à íntegra dos
depoimentos de Cabral e Adriana Ancelmo)
–
Vossa Excelência tem ouvido aqui muitas observações a respeito de caixa 2,
sobras de campanha. Isso é um fato. É um fato da vida nacional. Reconheço esse
erro. São recursos, recursos próprios e recursos de sobra de campanha, de caixa
2. São com esses recursos, nada a ver nem com a minha mulher e muito menos a
ver dessa acusação de Comperj – disse ele, negando que tivesse recebido
dinheiro de propina referente ao esquema de corrupção no complexo.
DEFESA
DO DEBATE – Abatido, mas algumas vezes sem esconder o sorriso, o
ex-governador disse defender o debate que se faz hoje contra o caixa 2 nas
campanhas.
“Acho
até que o trabalho feito nesse momento de ter uma outra visão sobre
financiamento de campanha, como financiar as campanhas eleitorais… A questão
democrática é vital, fundamental. Eu não posso negar que houve uso de caixa 2 e
uso de sobras de campanha, de recursos. Em função de eu ter sido um político
com desempenho eleitoral forte no estado e esses fatos são reais”.
Cabral
defendeu a mulher o tempo todo: “Minha mulher não tem responsabilidade sobre
esses gastos. Não tem ligação nenhuma com as pessoas que estão aí. Me sinto
indignado com o nome dela vinculado a esses fatos”.
EM
SILÊNCIO – Por orientação de seus advogados, Cabral ficou em silêncio
quando perguntado pelo juiz e pelo procurador Athayde Ribeiro Costa. Moro
formulou três perguntas, e o procurador, apenas uma.
“O
senhor está arrependido das condutas que cometeu?” — perguntou Ribeiro Costa.
Em
sua resposta, o ex-governador afirmou que iria apenas responder às perguntas de
seus advogados. Moro optou por fazer suas perguntas mesmo após o advogado de
Sérgio Cabral afirmar que o ex-governador não as responderia. Inadvertidamente,
Cabral respondeu a primeira pergunta de Moro, se havia cobrado valores
indevidos da empreiteira Andrade Gutierrez. “Não é verdade” — disse Cabral.
RELAÇÃO
DIFÍCIL – O interrogatório, que durou meia hora, foi ocupado boa parte
pelas perguntas formuladas pela defesa. Em sua defesa, Sérgio Cabral afirmou
que seu governo tinha uma relação muito difícil com a Petrobras, em razão de
várias ações judiciais entre o governo do estado e a empresa.
Questionado
sobre sua relação com o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto
Costa, que teria autorizado os pagamentos de propina a Cabral, respondeu que
era apenas institucional. “Jamais tratei de qualquer assunto de apoio a
campanha com o senhor Paulo Roberto. Jamais solicitei a ele qualquer tipo de
apoio financeiro” — disse.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cabral segue a linha adotada até agora com
sucesso pelos ex-presidente Lula da SiIva e Dilma Rousseff, nega tudo e diz que
não houve nada, não sabia de nada, sua riqueza aconteceu apenas pelo caixa
dois, nunca recebeu propina. Com esse desempenho consagrador, tipo “stand-up
comedy” apesar de se exibir sentado, Cabral se transforma em fortíssimo
candidato à Piada do Ano.(C.N.)
Caras-metades Unidos
Cara a cara com Moro
Uma mulher desinibida
Um homem encabulado
Uma que pisca perante o juízo
Um que se apaga com juízo perdido
Uma falante
Um mudo
Um juiz descontraído brincando de
vaca amarela
Tragédia Brasileira
Cabral alega que só usou caixa 2 e
exime a mulher
Ex-governador reconhece erro e
exime a mulher
Adriana Anselmo diz que desconhecia
origem dos recursos e que marido é quem pagava as contas
Assista ao depoimento de Adriana
Ancelmo a Moro
Depoimento de Adriana Ancelmo à
Lava Jato - Parte 1
Depoimento de Adriana Ancelmo à
Lava Jato - Parte 2
Moro, Cabral e a vaca amarela
Brasil 27.04.17 19:27
‘Sérgio
Cabral ficou calado diante das perguntas de Sérgio Moro. Os advogados do
ex-governador orientaram Cabral a só responder às perguntas da própria defesa.
Apesar
do silêncio, a postura de Cabral arrancou algumas risadas até do próprio Moro. ‘
Depoimento de Sérgio Cabral à Lava
Jato
Pagode Das Antigas - Karametade -
Nunca Vou Deixar Você.
cara-metade
(ca.ra-me.ta.de)
sf.
1. Pessoa
com quem se tem relação amorosa e com quem se compartilha o dia a dia; aquele
ou aquela que é o outro membro de um casal (de namorados, cônjuges etc.). [Tb.
us. de modo joc. ou irôn.]
[Pl.:
caras-metades.] Gilmar Mendes manda soltar Eike
Batista 28/04/2017
18h59 Brasília André
Richter - Repórter da Agência Brasil O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes mandou soltar hoje
(28) o empresário Eike Batista, preso no fim de janeiro na Operação Eficiência,
um desdobramento da Lava Jato. O empresário é réu na Justiça Federal do Rio por
corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O empresário foi preso no final de
janeiro Fernando Frazão/Arquivo/Agência
Brasil De
acordo com a decisão do ministro, Eike deverá ser solto se não estiver
cumprindo outro mandado de prisão. Caberá ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal no Rio de Janeiro, avaliar se o empresário será solto e aplicar medidas
cautelares. Após a decisão, a defesa do empresário afirmou que não há
outro mandado de prisão e que Eike será solto. Segundo
as investigações, Eike teria repassado US$ 16,5 milhões em propina ao então
governador do Rio, Sérgio Cabral, por meio de contratos fraudulentos com o
escritório de advocacia da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, e uma ação
fraudulenta que simulava a venda de uma mina de ouro, por intermédio de um
banco no Panamá. Em depoimento na Polícia Federal, Eike confirmou o pagamento
para tentar conseguir vantagens para as empresas do grupo EBX, presididas por
ele. Defesa No habeas
corpus, a defesa de Eike Batista alegou que a prisão preventiva é ilegal e sem
fundamentação. Para os advogados, a Justiça atendeu ao apelo midiático da
população. "Nada
mais injusto do que a manutenção da prisão preventiva de um réu, a contrapelo
da ordem constitucional e infraconstitucional, apenas para satisfazer a
supostos anseios de justiçamento por parte da população, os quais, desacoplados
do devido processo legal, se confundem inelutavelmente com a barbárie",
argumenta a defesa. Decisão Ao
fundamentar a decisão, Gilmar Mendes entendeu que, embora as acusações contra o
empresário sejam graves, os crimes investigados na Lava Jato foram praticados
sem violência ou grave ameaça, fato que autoriza a substituição da prisão por
medidas cautelares, como monitoramento por tornozeleira eletrônica e proibição
de deixar o país em autorização da Justiça. "Acrescento
que o paciente teria atuado do lado ativo da corrupção. Não há, em princípio,
possibilidade de manutenção de recursos ocultos provenientes dos crimes em
questão. Dessa forma, o perigo que a liberdade do paciente representa à ordem
pública ou à instrução criminal pode ser mitigado por medidas cautelares menos
gravosas do que a prisão", decidiu o ministro. Edição: Fábio
Massalli
Cada um tem a gêmea que merece
O Céu Marisa Monte Compositor: Nando Reis/Marisa Monte 1994
*
Com o objetivo de aperfeiçoar e ampliar as atividades do Departamento Nacional
de Propaganda, Vargas criou, em dezembro de 1939, o Departamento de Imprensa e
Propaganda, extinguindo, através do mesmo decreto, o DNP. A direção geral do
novo departamento permaneceu nas mãos de Lourival Fontes, diretor do antigo
órgão.
A
partir da criação do DIP, todos os serviços de propaganda e publicidade dos
ministérios, departamentos e estabelecimentos da administração pública federal
e entidades autárquicas passaram a ser executados com exclusividade pelo órgão,
que também organizava e dirigia as homenagens a Vargas, constituindo o grande
instrumento de promoção pessoal do chefe do governo, de sua família e das
autoridades em geral. O DIP tornou-se o órgão coercitivo máximo da liberdade de
pensamento e expressão durante o Estado Novo e o porta-voz autorizado do
regime.
De
acordo com o decreto que lhe deu origem, tinha como principais objetivos
centralizar e coordenar a propaganda nacional, interna e externa, e servir como
elemento auxiliar de informação dos ministérios e entidades públicas e
privadas; organizar os serviços de turismo, interno e externo; fazer a censura
do teatro, do cinema, das funções recreativas e esportivas, da radiodifusão, da
literatura social e política e da imprensa; estimular a produção de filmes
educativos nacionais e classificá-los para a concessão de prêmios e favores;
colaborar com a imprensa estrangeira para evitar a divulgação de informações
nocivas ao país; promover, organizar e patrocinar manifestações cívicas e
festas populares com intuito patriótico, educativo ou de propaganda turística,
assim como exposições demonstrativas das atividades do governo, e organizar e
dirigir o programa de radiodifusão oficial do governo.
Para
a execução dessa grande e complexa tarefa, as atividades do DIP distribuíam-se
entre cinco divisões. A divisão de divulgação tinha sob sua competência as
atividades de elucidação da opinião nacional sobre as diretrizes doutrinárias
do regime e o combate, por todos os meios, à penetração e disseminação de
qualquer idéia perturbadora da unidade nacional.
Competia
à divisão de rádio, de acordo com regulamento do DIP, levar aos ouvintes
radiofônicos nacionais e estrangeiros, por intermédio da radiodifusão oficial,
tudo o que lhes pudesse fixar a atenção sobre as atividades brasileiras em
todos os domínios, fazer a censura prévia de programas radiofônicos e de letras
a serem musicadas e organizar o programa Hora do Brasil.
À
divisão de teatro e cinema cabiam as funções de censurar previamente e
autorizar ou interditar todos os filmes e representações teatrais em todo o
território nacional; publicar no Diário Oficial a relação de peças e
filmes censurados, acompanhados de suas características e do resumo do
julgamento; incentivar e promover facilidades econômicas às empresas nacionais
produtoras e aos distribuidores de filmes em geral, e instituir,
permanentemente, um cinejornal, filmado em todo o Brasil e com motivos
genuinamente brasileiros, o que deu origem ao Cinejornal brasileiro,
distribuído nos cinemas de todo o país.
Sobre
a divisão de imprensa recaía uma das mais importantes funções do DIP - a
censura à imprensa.
Contando
com uma estrutura bastante complexa, a eficácia do DIP na realização de seus
fins se fez sentir rapidamente. O culto à personalidade e a construção de
imagens idealizadas de Getúlio Vargas veiculadas pelo DIP - como, por exemplo,
a de "pai dos pobres" - ajudaram a consolidar em pouco tempo o poder
do ditador.
O
DIP promoveu concursos de monografias, garantindo às obras premiadas,
nitidamente de caráter apologético, publicação e divulgação por todo o país.
Inúmeros folhetos explicativos do novo regime e que divulgavam a obra do
governo, principalmente no campo da legislação trabalhista, marcaram a atuação
doutrinária do órgão. O DIP patrocinou também concursos de música popular e foi
num deles que Aquarela do Brasil, de autoria de Ari Barroso, recebeu o
primeiro lugar. Além disso, cabia ao DIP distribuir a fotografia oficial do
presidente Vargas, não só nas repartições públicas, mas também em colégios,
clubes, estações ferroviárias, casas comerciais, etc.
Ainda
dentro da área de divulgação do ideário estadonovista, o DIP lançou diversas
publicações, entre as quais a de maior destaque foi Cultura Política -
Revista Mensal de Estudos Brasileiros. A revista tinha como propostas
principais a promoção de nova concepção de cultura, unificando a ordem política
e social sob a égide do Estado, e o esclarecimento do rumo das transformações
políticas e sociais em curso no país. Por outro lado, as relações do DIP com a
imprensa caracterizaram-se sempre pela ocorrência de numerosos atritos. Já em
março de 1940, registrou-se um dos casos mais notórios de intervenção em
jornais, com a invasão pela polícia de O Estado de S. Paulo; o jornal
permaneceu sob intervenção do DIP até o final do Estado Novo.
Ainda
em 1940, o DIP teve seu poder ampliado com a instalação, em cada estado do
país, de um Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda (DEIP), com suas
mesmas atribuições.
O
poder do DIP começou a ruir com a proximidade do fim da guerra e a vitória dos
aliados. Avaliada a inexeqüibilidade dos objetivos para os quais havia sido
criado, e diante da crescente pressão popular pelo fim de todos os órgãos
cerceadores da liberdade criados durante a vigência do Estado Novo, o DIP foi
extinto em 25 de maio de 1945.
Rejane
Araújo
*
Texto extraído do verbete Departamento de Imprensa e Propaganda do Dicionário
Histórico-Biográfico Brasileiro
Para
saber mais:
Sugerimos
a leitura do verbete Departamento de imprensa e propaganda (DIP), que se
encontra disponível no Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro.
Muitos
outros textos sobre o tema podem ser consultados no dossiê Navegando na
História - A era Vargas (1º tempo), particularmente o módulo Anos de
Incerteza, tema Educação, Cultura e Propaganda.
Documentos
e informações relacionadas ao assunto estão disponíveis on-line. Basta realizar
a consulta em nossa base de dados Accessus.
Dica:
na consulta, escolha TODOS OS ARQUIVOS, clique no tipo de documento desejado,
selecione da lista de assuntos DIP (ou Departamento de Imprensa e
Propaganda) e em seguida execute a pesquisa.
Para
complementar, o Programa de História Oral possui em seu acervo algumas
entrevistas cujos entrevistados falam sobre este assunto. Para saber quais são
elas, faça a consulta na base de entrevistas selecionando
novamente DIP no campo Assunto.
Ronald Reagan - À medida que o
Governo aumenta, a liberdade diminui
Direito Internacional Pùblico – DIP
RESENHAS
REVIEWS
INTRODUÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL
PÚBLICO
Ricardo Seitenfus & Deisy
Ventura
Com
prefácio do Prof. Luiz Olavo Baptista (USP)
Evandro
Menezes de Carvalho^
"O
direito internacional é tão antigo quanto a civilização em geral: ele é uma
conseqüência necessária e inevitável de toda a civilização". É citando
esta célebre frase do Barão Korff que o livro "Introdução ao Direito
Internacional Público", dos professores Ricardo Seitenfus e Deisy Ventura,
inicia um estudo instigante, atual e admirável deste ramo do Direito.
Em
consonância com a formação acadêmica e profissional dos autores, as diversas
temáticas do Direito Internacional Público (DIP) são abordadas com a
consciência da significancia de uma visão de mundo multidisciplinar sem
prejuízo do enfoque jurídico da obra. Tal atitude serve de exemplo para
iniciativas semelhantes que venham a inter-relacionar, na medida justa,
diversas áreas do conhecimento no tratamento de temas específicos. Afinal, o
saber é um só.
Estruturado
em cinco capítulos, cuja disposição denota a coerência e a consistência do
conteúdo desenvolvido, o livro, pela forma com que conduz o leitor na
exploração e compreensão dos temas, é útil não só para os estudantes e
profissionais do Direito, mas também para aqueles que se dedicam às Relações
Internacionais, à Ciência Política, à Economia e à História.
O
capítulo inaugural, como condição para ingressar nos assuntos subseqüentes,
dedica-se a lançar as noções elementares do DIP. Merece destaque a
sistematização dos dispositivos constitucionais que interessam às relações
internacionais e, por conseqüência, ao DIP, situando o leitor diante das
principais normas jurídicas do ordenamento brasileiro. Além disso,
questionamentos a respeito do papel do Poder Legislativo ante as relações jurídicas
e políticas de natureza internacional — considerando desejável maior
participação da sociedade civil, visando à condu- ção transparente dos assuntos
externos — e sobre a preponderância da União, na quase totalidade do tratamento
das questões externas, conferem, já neste primeiro capítulo, o tom
apropriadamente provocativo e sempre reflexivo a permear todo o livro. O estudo
das fontes do DIP, no segundo capítulo, retém o essencial que integra esse
tema. Aborda-se, também, e de um modo fácil de se apreender, os aspectos que
envolvem a produção do texto convencional, a conclusão dos tratados
multilaterais e o rito de incorporação de tratado internacional pela ordem
jurídica brasileira. Duas importantes nascentes do DIP são oportunamente
incluídas nesta parte, quais sejam, os atos unilaterais dos Estados e as
Resoluções emanadas das organiza- ções internacionais. O tratamento dos
sujeitos detentores de personalidade jurídica internacional é objeto do
terceiro capítulo. Nesse tópico, além dos dois sujeitos incontestes do direito
internacional, o Estado e as Organizações Internacionais, insere-se
considerações relevantes quanto ao papel do indivíduo, da organização
não-governamental e da empresa multi ou transnacional. Discussão atual e
estimulante que é enfrentada com seriedade e com certo desejo de mudança, ao
defender, por exemplo, uma revisão do papel do indivíduo a fim de que se possa
ampliar as possibilidades de se invocar o direito internacional ante os
tribunais nacionais. Merece ainda relevo a visão singular sobre a soberania
estatal e a abordagem segura e clara a respeito da distinção entre a ordem
jurídica supranacional e o atributo da supranacionalidade. Assuntos cuja
exposição aqui conferida ultrapassa o "lugar comum" predominante em
boa parte dos trabalhos doutrinários a respeito. O capítulo seguinte estabelece
o marco jurídico do relacionamento entre os Estados, englobando, em sua
análise, as relações diplomáticas e consulares, o direito internacional
econômico e a regulação dos espaços internacionais. Évidencia-se, nessa parte
do trabalho, a explanação sobre os mecanimos de solução pacífica dos litígios e
o item que versa sobre a doutrina da não-intervenção, ao apresentar uma
tipologia da intervenção segundo sua natureza, seus objetivos visados, os meios
de que se utiliza, os intervenientes e o grau de licitude. O último capítulo
encerra a obra com igual fôlego com que a mesma se iniciou. Trata-se de uma
perspectiva do direito internacional em movi- mentó por decorrência dos
fenômenos da globalização ("anjo ou demônio pós-moderno") e da
integração econômica. Nessa parte final, lança-se de forma apropriada as bases
do direito da integração econômica, incluindose o Direito Comunitário Europeu e
o Direito do Mercosul, acompanhado da análise de alguns casos da jurisprudência
brasileira recente. Fazendo uso de uma linguagem simples e precisa (o que é uma
virtude que deveria ser exercitada por muitos pesquisadores), as referências
aos conceitos e pensamentos de autores clássicos são pontuadas por comentários
esclarecedores e observações críticas. Ademais, deve-se salientar o fato de que
os autores não se furtam de tomar posição em certos temas polêmicos — o que é
salutar para o debate acadêmico e, sobretudo, para a própria evolução deste
ramo do Direito. A conseqüência de tudo isso é que cada frase, cada parágrafo,
concentra informações importantes que fornecem novas perspectivas de pesquisa e
de reflexão. Não se trata, portanto, de uma revisão dos conteúdos tradicionais
de DIP. Por fim, não se poderia deixar de anotar a cortesia dos autores com o
leitor, ao elencarem, no início de determinados capítulos e subpartes, uma
bibliografia recomendada àqueles que pretendam aprofundar o assunto em questão.
Lançado em 1999, o livro "Introdução ao Direito Internacional
Público", publicado pela Livraria do Advogado Editora, de Porto Alegre,
foi adotado por diversos cursos de Direito e prepara-se para a terceira edição
(como previu o Prof. Luiz Olavo Baptista ao assinar o prefácio). Revelando-se
extremamente atual, didática, objetiva e inovadora, a obra integra um conjunto
de publicações do Prof. Ricardo Seitenfus sobre a temática internacional, quais
sejam: Manual das Organizações Internacionais', Textos Fundamentais do Direito
das Relações Internacionais e Fundamentos das Relações Internacionais, todos da
mesma Editora. Garantindo o seu lugar entre as principais doutrinas brasileiras
destinadas ao estudo desse vasto e desafiante ramo do Direito, conclui-se esta
resenha citando os autores, e concordando com eles, numa reflexão que prenuncia
a posição do DIP no cenário jurídico atual: "É fato que diversos conceitos
jurídicos não têm mais sentido no rápido avançar das relações internacionais em
todos os seus planos. Entretanto, não é o DIP, mas o direito interno que se vê
mais atingido e ameaçado. Novos postulados, dotados de instrumentos técnicos
também originais, devem anunciar o direito do futuro, irrefutavelmente um
direito internacional" (p. 180). Apenas uma conseqüência do prognóstico
proferido pelo Barão Korff.
Advogado,
Mestre em Integração Latino-americana pela UFSM e Doutorando em Direito
Internacional pela Faculdade de Direito da USP.
Entre sambas e bambas: vozes
destoantes no "Estado Novo"1
Brazilian Domingos/Sundays in Brazil: football, race
and nationality in the history of a Brazilian hero in the “Estado Novo” [New
State]
Adalberto Paranhos2
Artigo
recebido e aprovado em novembro de 2007
Resumo:
O
cerco do silêncio que o "Estado Novo" montou em torno das práticas e
discursos que pudessem destoar das normas então instituídas levou muita gente,
por muito tempo, a acreditar no triunfo de um pretenso "coro da
unanimidade nacional". Trafegando na contramão dessa visão, que estende
seu alcance aos domínios da música popular, este texto procura levantar uma
parte do véu que encobre manifestações que desafinam o "coro dos
contentes" durante a ditadura estadonovista.
Palavras-chave:
Estado Novo; música popular; malandragem. Referência http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/DIP http://www.revistas.usp.br/rdisan/article/viewFile/81680/85050