domingo, 30 de abril de 2023

DESINFORMAÇÃO ERA DESINFORMAÇÃO

*** Ator Tony Ramos: "É possível sonhar com um outro Brasil." *** Marco Antonio Villa há 14 horas ***************************************
*** PL que regula redes vive impasse crítico | Pablo Ortellado | O Globo ***
*** Pablo Ortellado - PL que regula redes vive impasse O Globo O texto cria obrigações, mas não apresenta um órgão responsável por fazer cumpri-las O deputado Orlando Silva, relator do Projeto de Lei (PL) que regula as redes sociais, apresentou na noite de quinta-feira seu relatório com uma lacuna que expressa um impasse crítico enfrentado pela iniciativa. O texto cria obrigações para as redes sociais, mas não apresenta um órgão responsável por acompanhar e fazer cumpri-las. O motivo é que campanhas conduzidas pela oposição e pelas plataformas despertaram o medo em muitos deputados, e o governo não conseguiu apoio para criar o órgão de fiscalização independente que esse modelo de regulação exige. Hoje, a moderação de conteúdo nas mídias sociais — a remoção ou redução de alcance de uma postagem — é fruto de autorregulação. As empresas que operam as redes sociais é que estabelecem seus termos de uso, determinando que os usuários não podem publicar conteúdos como imagens com nudez ou frases racistas. São elas também que fazem cumprir essas regras — nem sempre muito bem, porque a moderação bem feita é custosa de implementar. O PL que o governo encaminhou reproduz o modelo europeu de regulação das mídias sociais. Nessa abordagem, as empresas seguem fazendo a moderação, mas precisam incluir entre os conteúdos moderados postagens que violam sete leis sobre temas bastante consensuais na sociedade brasileira: racismo, violência contra a mulher, terrorismo, golpe de Estado, crimes contra a infância, indução à mutilação e ao suicídio e infração sanitária. A cada seis meses, as empresas precisarão se submeter a uma auditoria independente e enviar um relatório detalhado de transparência. Um órgão regulador avalia esses esforços de moderação e, se houver problemas, pode propor sanções gradativas que vão de advertência a pesadas multas. O órgão não discute postagens específicas e não pode propor novas regras, apenas avalia o cumprimento dos parâmetros legais. Essa abordagem é a forma democrática de regular as redes sociais, já que, de um lado, não deixa empresas arbitrar o debate público de acordo com parâmetros privados e, de outro, faz isso sem deixar que o Estado interfira diretamente no debate, como acontece em países autoritários. É o caminho escolhido por Alemanha, França e Dinamarca. A adoção do modelo europeu de regulação foi a maneira escolhida por técnicos do governo para responder rapidamente à incapacidade das empresas de moderar conteúdos golpistas antes do 8 de Janeiro e imagens de massacres que motivaram a onda de atentados a escolas. A ideia era que um modelo mais ortodoxo, adotado por países democráticos, não pudesse facilmente ser questionado pelos bolsonaristas. O governo também avaliou que uma tramitação rápida impediria que as empresas adiassem indefinidamente a aprovação de novas regras. Elas se opõem vigorosamente à regulação por dois motivos: porque exigirá investimentos para se adequar às regras e porque o PL também determina pagamento aos veículos de imprensa — nesse caso, copiando outro modelo democrático, o australiano. O governo errou, no entanto, na avaliação. A regulação das redes sociais é um assunto complexo e politicamente sensível, e o debate não estava maduro. Embora o PL esteja tramitando há mais de dois anos, essa nova abordagem foi introduzida apenas em março. Além disso, o PT desperta desconfianças em muitos setores, que têm medo de que qualquer regulação de meios de comunicação por um governo petista possa significar uma forma dissimulada de controle ou censura. Uma aliança tácita foi formada entre as empresas de tecnologia e os bolsonaristas. Uma legião de lobistas bem financiados invadiu os gabinetes da Câmara difundindo o medo. Disseram que esse modelo criaria um Estado totalitário e que conteúdos bíblicos seriam censurados. Uma campanha com o mesmo conteúdo ganhou as redes. As alegações eram ridículas, mas assustaram muitos deputados. Diante dessa grande pressão e temendo que a proposta não fosse aprovada, o relator retirou do texto qualquer menção à agência reguladora, criando uma incongruência: as empresas seguem tendo obrigações, mas não é dito quem receberá os relatórios e quem imporá as sanções. Agora, não se sabe se o texto será votado com essa lacuna, se a agência reguladora será reintroduzida ou se essas atribuições serão dirigidas a um órgão já existente, como a Anatel, a agência que regula telecomunicações. Há muita preocupação com a Anatel, porque é uma agência que sofre bastante ingerência política do Congresso e não tem vocação para regular um tema que envolve direitos humanos (a ênfase da Anatel é a regulação econômica). O impasse está colocado. *************************************************************** #EspaçoAberto | Fernando Gabeira @gabeiracombr : 'Uma CPI em busca da pós-verdade - Estamos diante de uma comissão que vai usar as imagens para que as diferentes versões se imponham' http://estadao.com.br/opiniao/fernando-gabeira/uma-cpi-em-busca-da-pos-verdade/ ***
*** sexta-feira, 28 de abril de 2023 Fernando Gabeira - Uma CPI em busca da pós-verdade O Estado de S. Paulo Estamos diante de uma comissão que vai usar as imagens para que as diferentes versões se imponham. Há poucos debates no horizonte, poucos documentos esclarecedores A invasão do Capitólio, nos EUA, em 6 de janeiro de 2021, inspirou uma comissão no Congresso americano que, por sua vez, resultou num relatório de alguma repercussão no país. Num texto de 800 páginas, Donald Trump aparece como o principal responsável pelo ataque. Era de esperar que, após o 8 de Janeiro no Brasil, também se formasse uma comissão com a tarefa de documentar um fato histórico sem precedentes na nossa democracia. Caminhos tortuosos nos levaram à CPI. No princípio, o governo não a queria. Em tese, era um momento de acusar a extrema direita e responsabilizar seus líderes, sobretudo os que afirmaram, sem provas, que as urnas eletrônicas são viciadas. Mas para o governo a vida seguia seu rumo: ao invés de olhar para trás, era preciso resolver questões cruciais do futuro próximo – o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Neste contexto, a CPI do 8 de Janeiro era uma dispersão de energia. Outro aspecto interessante: o autor do pedido de CPI é um deputado investigado precisamente por cumplicidade com o tríplice ataque de 8 de janeiro. Era evidente que o objetivo era, de certa forma, impor uma nova versão dos fatos, deslocando o governo da posição de vítima para a de responsável. Na verdade, os bolsonaristas queriam produzir a magia de invadir Congresso, Supremo Tribunal Federal e Planalto, destruir o que encontraram pelo caminho e, em seguida, convencer o País de que foi tudo um complô do governo. Seria preciso muita competência, de um lado, e total apatia, do outro, para que os acontecimentos do 8 de Janeiro dessem esse salto acrobático e caíssem de cabeça para baixo. Houve um fator que o governo subestimou. O 8 de Janeiro aconteceu num momento especial de nossa história tecnológica. Todos tinham smartphones para documentar o estrago. Os assaltantes filmaram, a polícia filmou, os curiosos filmaram e as câmeras dos três prédios também filmaram. São milhares de horas filmadas. Para quem vive o momento atual, era evidente que essas imagens eram, de certa forma, o caminho real das investigações, mas que também, numa época caracterizada pela pós-verdade, a manipulação do material daria o controle das versões sobre os fatos. As imagens do Planalto não foram divulgadas nem analisadas transparentemente pelo governo. Acabaram vazando e, com isso, precipitaram a queda do general Gonçalves Dias e a própria instalação da CPI. De fato, os militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) se recusaram a combater os invasores e, com a desculpa de gerir uma crise, mostraram-se gentis com eles. Deveriam ser afastados todos, pois nenhum palácio presidencial do planeta cai sem resistência dos seus defensores, a não ser que haja um golpe interno, mas ainda assim há resistência de um setor leal. Estamos, agora, diante de uma CPI que vai usar as imagens para que as diferentes versões se imponham. Há poucos debates no horizonte, poucos documentos esclarecedores. O momento é outro. Haverá muitos parlamentares com o telefone na mão, falando com suas bolhas, produzindo vídeos curtos estimulando o confronto nas redes sociais. Essa é uma atividade que se impôs no Brasil, sobretudo depois de 2018. O interessante é que os fatos mesmo já são quase todos conhecidos. Sabemos quem atacou, por que atacou, por quem foi influenciado. Mas nada disso importa, sobretudo à extrema direita. Ela se alimenta de uma fração da sociedade que já não se interessa mais em separar fatos de fantasias. Por isso a atividade política, talvez a atividade pública de um modo geral, se move hoje num campo minado. É preciso recuperar os fatos, fortalecer os argumentos, superar os equívocos, enfim, trabalhar dentro das regras democráticas. Mas, por outro lado, é preciso compreender as novas variáveis do jogo. A transparência teria dado ao governo uma posição muito mais cômoda, embora fosse preciso explicar a hesitação de seu ministro do GSI e demitir todos os que não resistiram aos invasores. Grande parte das batalhas se dá em torno de imagens, memes e teorias conspiratórias. Exércitos de robôs se deslocam no espaço virtual, invadindo corações e mentes, ocupando extensos territórios da opinião. A tarefa de comunicar com clareza e exatidão se tornou mais necessária porque, na verdade, só uma atmosfera caótica como essa transforma uma CPI num incômodo para o governo atingido e motivo de excitação para as forças agressoras. Desde o princípio, as teses dos teóricos da extrema direita – Steve Bannon entre eles – apontam o caminho do caos, a tática de confundir e ofender não só adversários políticos, mas todos os que querem profissionalmente apurar os fatos, confirmá-los com rigor. Não é fácil encontrar uma tática correta nesta confusão, mas ela precisa ser decifrada, como uma esfinge pronta para devorar a democracia. É obvio que é preciso muita luta. Mas, nessas circunstâncias, a luta apenas não resolve se não for informada por muita reflexão e coragem para inovar. ***********************************************************************
*** Roberto João Pereira Freire *** "Em 1986, foi eleito deputado constituinte e participou das comissões de sistematização (1987-1988) e redação (1988). Em 1989, foi candidato à presidência da República pelo PCB e obteve 1%dos votos. Em 1998, foi candidato à vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, naquele momento pelo Partido Popular Socialista (PPS), partido formado por antigos dissidentes do PCB." ***
*** "A primeira coisa que tem de ficar claro é que a vinculação que alguns setores tentam fazer, entre o voto distrital e o parlamentarismo, não representa desinformação. É má fé." ***
*** 35 anos da Constituinte *** O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)- Com a palavra o nobre Constituinte Roberto Freire, que falará contra a proposição. O SR. ROBERTO FREIRE (PCB - PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Constituintes, muitos dos argumentos que poderíamos usar aqui já foram explorados anteriormente pelo Relator, pelo Constituinte Antônio Mariz e por outros que votaram o destaque anterior. A primeira coisa que tem de ficar claro é que a vinculação que alguns setores tentam fazer, entre o voto distrital e o parlamentarismo, não representa desinformação. É má fé. ANO O-N° 206 QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 1988 BRASÍA-DF ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE SUMÁRIO l-ATADA225"SESSÃODAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSMUINTE, EM 15 DE MARÇO DE 1988. p. 35/72 http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/206anc16mar1988.pdf **************************************************************** *** Tempo de Don-don Zeca Pagodinho *** Ai no tempo! No tempo que Don-don jogava no Andaraí Nossa vida era mais simples de viver Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto ti ti ti No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Propaganda era reclame Ambulância era dona assistência Mancada era um baita vexame E pornografia era só saliência Sutiã chamava porta-seio Revista pequena, gibi No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Rock se chamava Fox, E tiete era moça fanática, O que hoje se diz que é xerox Se chamava então de cópia fotostática Motorista era sempre chofer Cachaça era Parati No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Vinte e dois era demente, Pinha casa era o meu bangalô Patamo era socorro urgente E todo cana dura era investigador Malandro esticava o cabelo Mulher fazia misampli No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Composição: Nei Lopes. ************************************** *** A principio bastaria ter... – 01/12/2001 *** TV Cultura 782.007 visualizações 27 de set. de 2012 A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida, o cinema, o teatro: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade. Autor: Martha Medeiros ********************************

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