domingo, 30 de abril de 2023

“Quando as Máquinas Param”

*** Alan Rickman - Romeo & Juliet - Tybalt`s end ... *** "The not - planned second and last part of Tybalt ... his death by the sword of Romeo - on special request of a single lady ;-) ..." *** *** "Beethoven's Silence" - Ernesto Cortazar **********************************************************************
*** "A dor de um operário que vai perder o emprego e que a mulher está grávida." Quando as máquinas param, Tony Ramos. ***********************************************
*** O FUTURO DO BOLSONARISMO Foco em Lula x Bolsonaro esconde transformação radical do sistema político, diz especialista Para cientista político Jairo Nicolau, mudanças no país deixam quadro aberto para 2026 29.abr.2023 às 23h16 EDIÇÃO IMPRESSA Ouvir o texto Uirá Machado SÃO PAULO Uma mudança silenciosa está em curso na política brasileira. Quando ela terminar, o quadro partidário lembrará pouco o de alguns anos atrás. Seu impacto será profundo, a ponto de tornar ainda mais incertas as projeções para a disputa presidencial de 2026. "Ela não aparece para nós, pessoas comuns que acompanham a política, porque a gente está o tempo todo olhando para a disputa congressual, para petismo e antipetismo", diz o cientista político Jairo Nicolau. "A gente está o tempo todo olhando para [Jair] Bolsonaro [PL] versus [Luiz Inácio] Lula [da Silva, PT], mas por baixo está acontecendo uma transformação radical do quadro partidário brasileiro", continua. Quando as pessoas abrirem os olhos, elas vão ver que sobrou um número muito pequeno de legendas estruturadas nacionalmente. A gente está num momento de reconfiguração.há 19 horas **********************************
*** "A democracia, muitas vezes, só é respeitada se disser amém a uma das partes. Não, ninguém concorda muito com a...Aí vem aquela velha expressão: 'TÁ EM CIMA DO MURO!' Talvez em cima do muro seja melhor para observar aquilo que não é bom. E seguir por onde é bom." Tony Ramos. https://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2023/04/desinformacao-era-desinformacao.html *****************************************************************************************
*** When Carol and Marcos argue, it is best to sit on the fence and not make either of them angry. [Quando a Carol e o Marcos batem boca, é melhor ficar em cima do muro e não deixar nenhum deles p. da vida.] ***
*** Cristovam Buarque* - Temer não foi pária Blog do Noblat / Metrópoles A elite política e intelectual portuguesa acompanha o Brasil e sabe a diferença entre os dois anos de Temer e os quatro do Bolsonaro As falas do Presidente Lula em Pequim e em Abu Dhabi provocaram descontentamento entre os países que defendem a Ucrânia contra a invasão russa. O próprio presidente reconheceu o erro e reduziu o impacto negativo de suas declarações ao dizer depois que a Rússia fez uma invasão. Também repercutiu mal, embora de forma restrita apenas a Portugal, a declaração de que o Brasil ficou pária durante seis anos, misturando Temer e Bolsonaro, José Serra e Aloysio Nunes com Ernesto Araújo. A elite política e intelectual portuguesa acompanha o Brasil e sabe a diferença entre os dois anos de Temer e os quatro do Bolsonaro. Temer fez uma visita de Estado a Portugal e recebeu o presidente deste país em uma grande visita oficial. Todos sabem que seus dois ministros, Serra e Aloysio, fizeram uma política externa com presença no mundo. Não foi uma declaração sintonizada com a realidade da história recente de nossa política externa. Do ponto de vista da luta contra o autoritarismo, não tem lógica tratar Bolsonaro e seus ministros como iguais a Temer e seus ministros. Esta declaração não ajuda quando olhamos para 2026, sabendo que o bolsonarismo ainda vai estar ativo e precisaremos reeleger Lula, o que requer apoio de muitos dos que estiveram no governo Temer. Muito provavelmente os ministros do Temer votaram no Lula desde o primeiro turno, como Aloysio Nunes, provavelmente todos votaram no turno final. A fala do Presidente Lula repercute mal em Portugal, onde Temer é respeitado como acadêmico e promoveu boas relações com o país, e não ajuda a consolidar a imagem do Lula Estadista Planetário, preocupado com os grandes problemas do mundo. Era momento dele de dar uma mensagem clara sobre a desumanidade como a Europa tratamento aos imigrantes. O presidente do Brasil perdeu a chance de falar para o mundo, dar uma lição de como a Europa deve tratar do problema da migração em massa. Sugerir formas para enfrentar com humanismo a tragédia dos afogados no caminho, barrados na fronteira ou excluídos dentro dos países onde penetraram. Perdeu esta chance por falar no Exterior mirando seus aliados internos, como se fazia nos quatro anos anteriores. Ainda mais ajudando Bolsonaro ao identifica-lo com Temer. Mas talvez o maior problema desta fala do Lula não esteja nele, mas no fato de que neste seu terceiro mandato ele parece não ter pessoas com autoridade para criticá-lo, e sugerir caminhos e falas diferentes do que ele projeta e fala. Sem críticos que alertem, nenhum governante é bem sucedido, e nós precisamos do sucesso de Lula, por isto precisamos que ele tenha aliados que não fiquem no assustado silêncio bajulador, prefiram alertar ao presidente das consequências de suas falas. Especialmente no Itamaraty. *Cristovam Buarque foi senador, ministro e governador. ********************************************************************
*** Luiz Carlos Azedo - Para os petistas, o governo Lula está em disputa Correio Braziliense O choque se dá entre a bancada do PT na Câmara e a equipe econômica, liderada por três ex-candidatos à Presidência: Haddad, Alckmin e Simone Tebet O jacobinismo é uma invenção dos seus adversários. Seu significado restrito refere-se ao período entre 1789 e 1799 da Revolução Francesa, quando os mais ardorosos integrantes do Terceiro Estado, na Assembleia Nacional, formaram o chamado “Club Breton”, que viria se transformar na “Societè des amis de la Constituicion”. Como se reuniam no convento dos dominicanos (ou “jacobins”) da rue Saint-Honoré, em Paris, passaram a ser chamados pejorativamente de jacobinos. Com o tempo, os jacobinos se tornaram paradigma de revolucionários, com uma missão nacional-patriótica, ética e social. Tornou-se um conceito político reconhecido, que envolve a estrutura partidária e suas relações com a nação, o Estado e a sociedade. Seu radicalismo político e social, principalmente no exercício do poder, coloca na ordem do dia a questão democracia versus ditadura. E nos remete à velha relação entre a ética da responsabilidade e a das convicções, ou seja, entre os fins e os meios usados na luta política. Ironicamente, após a Comuna de Paris (1971), Karl Marx questionaria o caráter revolucionário universal do jacobinismo, restringindo-o ao papel histórico que desempenhou ao completar a revolução burguesa, porém, sem impedir a restauração de Napoleão. Na Revolução Russa de 1917, o jacobinismo foi resgatado pelo líder comunista Vladimir Lênin, em contraposição à social-democracia da II Internacional. Virou paradigma de chegada ao poder, como na China, em 1949, e em Cuba, em 1959. Confundir a tomada do poder com a revolução passou a ser o grande objetivo da esquerda revolucionária. A fórmula básica era: a política começa onde estão as massas. Para ser bem-sucedida, a insurreição deve se apoiar no proletariado; para inspirá-lo, sua vanguarda é um partido revolucionário, cujos objetivos e interesses devem estar em sintonia com o povo. Uma fórmula supostamente mágica. No Brasil, houve dois momentos marcantes de jacobinismo. O levante comunista de 1935, liderado por Luiz Carlos Prestes, que nunca teve a menor chance dar certo, mas estava em sintonia com a política insurrecional da chamada III Internacional; e a luta armada contra o regime militar, na década de 1970, liderada pelo líder comunista Carlos Marighella, que também não teve a menor possibilidade de êxito. Desde a crise de 1964, uma parcela da esquerda acreditava que a tomada do poder tornaria o socialismo inexorável. Não foi o que aconteceu, apesar da grande mobilização popular na campanha das Diretas, Já. A derrocada dos militares veio mesmo foi com a eleição de Tancredo Neves, um político moderado, no colégio eleitoral. O PT é o último grande partido operário criado no século XX, quando a grande indústria taylor-fordista já estava superada pelo toyotismo e os sistemas de produção flexíveis estruturados em cadeias globais de valor. As lideranças de esquerda que participaram da luta armada, que estiveram presas ou no exílio, vertebraram sua organização, sob a liderança do presidente Luiz Inácio lula da Silva, então líder sindical metalúrgico. As outras vertentes são a sindical, cuja influência já não é a mesma, e setores ligados às comunidades eclesiais de base, muito reprimidas pelos papas João Paulo II e Bento XVI. Com o tempo, parlamentares, prefeitos e a burocracia passaram a ter muito mais peso do que as bases sindicais e populares, mas não a ponto de suplantar o prestígio eleitoral de Lula. Coalizão ampla O êxito político do PT é invejável. Por cinco vezes, três com Lula e duas com a ex-presidente Dilma Rousseff, venceu as eleições presidenciais. Desde 2002, é a principal força política democrática do país, o que demonstrou durante o governo de Jair Bolsonaro, quando comeu o pão que o diabo amassou. Com a chegada do PT ao poder, as forças com as quais emulava no campo da esquerda, principalmente o PSDB, foram sendo abduzidas pelo transformismo. Durante o governo Bolsonaro, as bases eleitorais da centro-esquerda derivaram à direita, atraídas por narrativas reacionárias. A justa crítica ao jacobinismo petista foi substituída pelo anticomunismo que põe no mesmo balaio até mesmo os liberais. No primeiro turno das eleições passadas, a política de frente de esquerda deu ao PT a hegemonia no campo da oposição ao governo Bolsonaro, mas não a vitória. Foi preciso ampliar as alianças ao centro, principalmente com atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), que também havia disputado primeiro turno, para derrotar Jair Bolsonaro (PL), por estreita margem. Mais ainda: para Lula tomar posse e articular a base governista no Congresso. Por isso, a formação de um governo de ampla coalizão democrática decorre mais da correlação de forças do que do programa eleitoral de Lula. Esse é o busílis. Para a cúpula petista, o governo Lula está em disputa, entre seu principal partido, o PT, e seus aliados de centro-esquerda. O choque principal se dá entre a bancada do PT na Câmara e a equipe econômica do governo, liderada por três ex-candidatos a presidente da República: Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Simone Tebet (MDB). Essa disputa pode paralisar o governo e implodir suas alianças. Os setores radicais do PT precisam se convencer de que o governo Lula não é jacobino. A agenda do governo, para ser bem-sucedida, deve ser focada no programa que unifica a coalizão e não numa disputa esquerda versus direita, que está afastando lideranças que desejariam apoiar o governo, mas o próprio presidente Lula, sob pressão de seu partido, não deixa. ***********************************************
*** Tweet Folha de S.Paulo @folha *** Foco em Lula x Bolsonaro esconde transformação radical do sistema político, diz especialista *** folha.uol.com.br Jairo Nicolau: Bolsonaro x Lula ofusca mudança política - 29/04/2023 - Poder - Folha Para cientista político Jairo Nicolau, mudanças no país deixam quadro aberto para 2026 11:28 PM · 29 de abr de 2023 · https://twitter.com/folha/status/1652500025178554369 ***************************************************** *** Teaser do espetáculo "Quando as máquinas param" de Plinio Marcos *** RODRIGO DE CASTRO 31 de jul. de 2022 Grupo de estudo sobre o grande Dramaturgo Plínio Marcos, montagem do espetáculo "Quando as máquinas param" , direção e supervisão de Rodrigo de Castro. No elenco: Edson Santana, Mara Fonseca, Rodolpho Huggo e Kely Araujo. Figurino: Lucas Severiano; Maquiagem Myrella Nascimento, Cenário: Natãn Vagner e Kelly Araujo Trilha Sonora: Edson Santana Assistente de direção: Lucas Honorato Música MÚSICA Concerto (Beethoven's Silence) ARTISTA Ernesto Cortazar ÁLBUM Beethoven's Silence Concerto *******************************************
*** “Quando as Máquinas Param” | Clássico de Plínio Marcos faz temporada no Teatro Aliança Francesa em SP *** Uma trama que retrata aspectos da recessão e desemprego, temas atemporais que marcaram a carreira do ‘repórter de um tempo mau’, ou seja, de Plínio Marcos. Esse é o mote do espetáculo “Quando as Máquinas Param” que está no Teatro Aliança Francesa em São Paulo. A montagem tem direção de Augusto Zacchi, supervisão artística de Oswaldo Mendes e protagonizada pelos atores Carol Cashie e Cesar Baccan. As sessões ocorrem sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h30, até 24 de fevereiro. Escrito em 1967, o texto mostra a dificuldade de Zé em encontrar trabalho, o que torna a relação com Nina, sua esposa, cada vez mais complicada. Nessa situação de penúria, ele revela um lado que ela antes não conhecia. Por sempre abordar temas ácidos em sua dramaturgia, Plínio Marcos nunca foi bem visto pelas autoridades e instituições repressoras, suas obras ficaram conhecidas por falar de assuntos que geralmente estavam silenciados. ***
*** “Na peça, somos apresentados a Nina e Zé, jovem casal de uma vila operária na periferia. Poderia ser apenas mais uma história de amor de dois jovens com sonhos de Romeu e Julieta. Sonhos modestos de uma novela de rádio ou de um time de futebol. Mas Plínio nos mostra o que acontece quando as máquinas param para José e ele vai para o olho da rua. De repente, a modesta felicidade sonhada não resiste à brutalidade do desemprego e à incerteza do amanhã”, fala Oswaldo Mendes. Para Mendes, um dos méritos da dramaturgia é colocar em cena várias camadas vulneráveis da ferida social que envolve os personagens. “Lá estão os meninos no futebol de rua, despreparados como Zé para enfrentar a vida e o trabalho. O jovem sem profissão. A mulher, arrimo de família, sustentando o duro cotidiano da casa. O sindicato que não se preocupa com os desempregados. O trabalhador que explora o próprio trabalhador. Como Brecht, Plínio Marcos faz ruir à nossa frente uma história de amor. Ele é apenas o poeta que nos pega pela mão e leva até seus personagens para que não nos esqueçamos deles”. ***
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*** “Quando as Máquinas Param” é uma peça que marcou história no teatro brasileiro e já teve Tony Ramos, Luiz Gustavo e Marcos Paulo, nos papeis masculinos, Walderez de Barros, Yara Amaral e Miriam Mehler, nos papeis femininos, em montagens dirigidas por Nelson Xavier, Jonas Bloch e também pelo próprio dramaturgo, Plinio Marcos. Serviço: Quando as Máquinas Param De 18 de janeiro a 24 de fevereiro. Sextas e sábados às 21h e domingos, às 19h30. Ingressos: R$ 30 / R$15 (meia). Classificação: 12 Anos. Duração: 60 Minutos TEATRO ALIANÇA FRANCESA – Sala Atelier Rua General Jardim 182 – Vila Buarque Estacionamento conveniado em frente e na Rua Rego Freitas 285. Informações: (11) 3572-2379 *********************************** *** Duro de Matar • Trailer "A Maior História de Natal" (legendado) *** Doodle de hoje 76º Aniversário de Alan RickmanO Doodle de hoje homenageia o ator e diretor inglês Alan Rickman, incrível personalidade do mundo do entretenimento, com uma carreira que alcançou quase 40 anos. ***
*** Alan Rickman morre de câncer aos 69 anos - Jornal O Globo ******************************************************************************
*** Alan Sidney Patrick Rickman *** ESTADO CIVIL Atividades Ator, Diretor, Roteirista Nome de nascimento Alan Sidney Patrick Rickman Nacionalidade Britânico Nascimento 21 de fevereiro de 1946 (Hammersmith, Londres, Inglaterra, Reino Unido) Morte 14 de janeiro de 2016 aos 69 anos de idades (Londres, Inglaterra, Reino Unido) BIOGRAFIA Alan Rickman nasceu em Londres e possui dois irmãos e uma irmã. Antes de iniciar sua carreira como ator, ele estudou designer gráfico na Faculdade de Chelsea, onde conheceu Rima Horton, que mais tarde se tornaria sua parceira. Após três anos, Rickman se graduou na Royal College of Art e abriu um negócio bem sucedido de designer gráfico que comandou por anos junto com amigos. Apesar de ter se envolvido no teatro quando jovem, apenas aos 26 anos ele decidiu fazer uma audição na Royal Academy of Dramatic Art (RADA), onde conseguiu uma bolsa de estudos. Após apresentações no teatro britânico experimental e um papel na televisão, Rickman ganhou visibilidade ao interpretar Vicomte de Valmont na peça Les Liaisons Dangereuses da Royal Shakespeare Company, papel que lhe rendeu uma indicação ao Tony Awards. Após alguns telefilmes, seu primeiro papel no cinema foi de vilão em Duro de Matar (1988). Memorável em Hollywood pelas interpretações de vilões, sua carreira possui um amplo leque de personagens e gêneros cinematográficos. Dentre os vilões, seu papel em Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões (1991) lhe rendeu um dos seus primeiros prêmios, o BAFTA de Melhor Ator Coadjuvante. Outro personagem do mesmo estilo que gerou premiações em sua carreira foi em Rasputin (1996), onde saiu ganhador de um Globo de Ouro e um Emmy. Em 2001, a carreira de Rickman deu um salto ao aparecer como Professor Snape em Harry Potter e a Pedra Filosofal. A saga, da qual participou até 2011 na conclusão Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2, introduziu o ator a uma nova e mais jovem geração de fãs. Entre outros dos seus filmes estão Perfume - A História de um Assassino (2006), Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (2007), Alice no País das Maravilhas (2010) e Alice Através do Espelho (2016), que marcou sua última participação em uma produção cinematográfica. PRIMEIRAS APARIÇÕES NAS TELAS *************************************
*** Ato Criativo conversa com Tony Ramos sobre a construção de sua carreira Com quase 60 anos de profissão, o ator relembra a trajetória de sua vida artística em evento nesta quinta-feira, 15 de abril CULTURA 12/04/2021 - 11h26 Ato Criativo contará com a presença de Tony Ramos Bate-papo acontece na quinta-feira, 15 de abril, às 18h / Foto: Acervo pessoal Nesta quinta-feira, dia 15 de abril, às 18h, a PUCRS Cultura promove um bate-papo com o ator Tony Ramos na série Ato Criativo. Com a mediação do professor Ricardo Barberena, diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, a conversa será transmitida no Facebook e no YouTube – onde fica disponível para acesso posterior. Nascido em Arapongas, no Paraná, com o nome de Antônio de Carvalho Barbosa, Tony Ramos tem uma extensa carreira como ator, tendo interpretado inúmeros papéis em produções de telenovelas, minisséries, filmes, musicais e peças de teatro. Grande fã de Oscarito, comediante brasileiro de sucesso na década de 50, o artista se inspirou no personagem desde criança para se tornar o profissional que é hoje. Uma carreira marcada pelo sucesso Quando jovem, Tony Ramos atuou com o Teatro Cultura Artística de São Paulo. Sua estreia na televisão aconteceu em 1964, no canal Tv Tupi. Já no ano seguinte, participou de sua primeira telenovela, A Outra. Entretanto, foi em 1977 que ingressou na Rede Globo, onde consolidou sua carreira de sucesso. Além de telenovelas como O Astro (1977), Torre de Babel (1998), Laços de Família (2000), Caminho das Índias (2009), Passione (2010), Avenida Brasil (2012) e A Regra do Jogo (2015), o ator também atuou em mais de 80 filmes, tendo recebido o Kikito de melhor ator pelo seu papel em Bufo & Spallanzani, em 2001. Em 2009, o ator recebeu a medalha da Ordem de Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores por seu trabalho no cinema, no teatro e na televisão. Outro reconhecimento concedido a Tony Ramos foi o Troféu Cidade de Gramado por sua ligação com a história da cidade e contribuição para a divulgação do 44º Festival de Cinema de Gramado. A conversa desta quinta-feira tem como objetivo aproximar o público do artista. Na ocasião, Tony Ramos irá contar sobre seus personagens e atuações em séries, novelas, filmes e peças de teatro. Sobre o mediador Ricardo Barberena nasceu em Porto Alegre, em 1978. Possui graduação (2000), doutorado (2005) e pós-doutorado (2009) na área de Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, coordenador executivo do Delfos/Espaço de Documentação e Memória Cultural e professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS. Coordena o Grupo de Pesquisa Limiares Comparatistas e Diásporas Disciplinares: Estudo de Paisagens Identitárias na Contemporaneidade e é membro do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (GELBC). Agende-se para o Ato Criativo com Tony Ramos Quando? 15 de abril Que horas? Às 18h Onde? Canal da PUCRS no YouTube e Facebook da PUCRS Cultura ***************************************************************** *** Ato Criativo | Bate-papo com Tony Ramos *** PUCRS Transmitido ao vivo em 15 de abr. de 2021 No dia 15 de abril, quinta-feira, às 18h, a PUCRS Cultura promoveu um bate-papo com ator e bacharel em filosofia Tony Ramos. O evento contou com a mediação do professor Ricardo Barberena, diretor do Instituto de Cultura da PUCRS. A série Ato Criativo tem como objetivo aproximar o público de pessoas que criam em diversas áreas da cultura, proporcionando espaços de bate-papo com artistas. Nesse episódio, a conversa será voltada para a carreira do ator Tony Ramos, que contará sobre as dezenas de personagens e suas atuações em séries, novelas, filmes e peças de teatro. Sobre o ator Antônio de Carvalho Barbosa, nascido em Arapongas – PR, no ano de 1948, também é conhecido pelo nome artístico de Tony Ramos. Formado em Filosofia pela USP, Tony interpretou inúmeros papéis em produções de telenovelas, minisséries, filmes, musicais e peças de teatro. Grande fã de Oscarito, comediante brasileiro de sucesso na década de 50, o qual se inspirou desde criança para se tornar o profissional que é hoje. Quando jovem atuou com o Teatro Cultura Artística de São Paulo. Em 1964 estreou na televisão brasileira como ator, no canal Tv Tupi. Logo em seguida, no ano de 1965, Tony participou de sua primeira telenovela, A Outra. Entretanto, foi em 1977 que Tony Ramos ingressou na Rede Globo, onde consolidou sua carreira de sucesso. Além das telenovelas de sucesso como O Astro (1977), Torre de Babel (1998), Laços de Família (2000), Caminho das Índias (2009), Passione (2010), Avenida Brasil (2012), A Regra do Jogo (2015), o ator também atuou em mais de 80 filmes. Vencedor do Kikito de melhor ator pelo seu papel em Bufo & Spallanzani, em 2001. Durante o governo Lula em 2009, o ator recebeu a medalha da Ordem de Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores em reconhecimento ao seu trabalho no cinema, teatro e televisão. Também, em 2016, Ramos recebeu o Troféu Cidade de Gramado por sua ligação com a história da cidade e contribuição para a divulgação do 44º Festival de Cinema de Gramado. Sobre o mediador Ricardo Barberena nasceu em Porto Alegre, em 1978. Possui Graduação (2000), Doutorado (2005) e Pós-Doutorado (2009) na área de Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Diretor do Instituto de Cultura da PUCRS, Coordenador Executivo do DELFOS/Espaço de Documentação e Memória Cultural e professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS. Coordena o Grupo de Pesquisa Limiares Comparatistas e Diásporas Disciplinares: Estudo de Paisagens Identitárias na Contemporaneidade e é membro do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea (GELBC). **************************************************************************

DESINFORMAÇÃO ERA DESINFORMAÇÃO

*** Ator Tony Ramos: "É possível sonhar com um outro Brasil." *** Marco Antonio Villa há 14 horas ***************************************
*** PL que regula redes vive impasse crítico | Pablo Ortellado | O Globo ***
*** Pablo Ortellado - PL que regula redes vive impasse O Globo O texto cria obrigações, mas não apresenta um órgão responsável por fazer cumpri-las O deputado Orlando Silva, relator do Projeto de Lei (PL) que regula as redes sociais, apresentou na noite de quinta-feira seu relatório com uma lacuna que expressa um impasse crítico enfrentado pela iniciativa. O texto cria obrigações para as redes sociais, mas não apresenta um órgão responsável por acompanhar e fazer cumpri-las. O motivo é que campanhas conduzidas pela oposição e pelas plataformas despertaram o medo em muitos deputados, e o governo não conseguiu apoio para criar o órgão de fiscalização independente que esse modelo de regulação exige. Hoje, a moderação de conteúdo nas mídias sociais — a remoção ou redução de alcance de uma postagem — é fruto de autorregulação. As empresas que operam as redes sociais é que estabelecem seus termos de uso, determinando que os usuários não podem publicar conteúdos como imagens com nudez ou frases racistas. São elas também que fazem cumprir essas regras — nem sempre muito bem, porque a moderação bem feita é custosa de implementar. O PL que o governo encaminhou reproduz o modelo europeu de regulação das mídias sociais. Nessa abordagem, as empresas seguem fazendo a moderação, mas precisam incluir entre os conteúdos moderados postagens que violam sete leis sobre temas bastante consensuais na sociedade brasileira: racismo, violência contra a mulher, terrorismo, golpe de Estado, crimes contra a infância, indução à mutilação e ao suicídio e infração sanitária. A cada seis meses, as empresas precisarão se submeter a uma auditoria independente e enviar um relatório detalhado de transparência. Um órgão regulador avalia esses esforços de moderação e, se houver problemas, pode propor sanções gradativas que vão de advertência a pesadas multas. O órgão não discute postagens específicas e não pode propor novas regras, apenas avalia o cumprimento dos parâmetros legais. Essa abordagem é a forma democrática de regular as redes sociais, já que, de um lado, não deixa empresas arbitrar o debate público de acordo com parâmetros privados e, de outro, faz isso sem deixar que o Estado interfira diretamente no debate, como acontece em países autoritários. É o caminho escolhido por Alemanha, França e Dinamarca. A adoção do modelo europeu de regulação foi a maneira escolhida por técnicos do governo para responder rapidamente à incapacidade das empresas de moderar conteúdos golpistas antes do 8 de Janeiro e imagens de massacres que motivaram a onda de atentados a escolas. A ideia era que um modelo mais ortodoxo, adotado por países democráticos, não pudesse facilmente ser questionado pelos bolsonaristas. O governo também avaliou que uma tramitação rápida impediria que as empresas adiassem indefinidamente a aprovação de novas regras. Elas se opõem vigorosamente à regulação por dois motivos: porque exigirá investimentos para se adequar às regras e porque o PL também determina pagamento aos veículos de imprensa — nesse caso, copiando outro modelo democrático, o australiano. O governo errou, no entanto, na avaliação. A regulação das redes sociais é um assunto complexo e politicamente sensível, e o debate não estava maduro. Embora o PL esteja tramitando há mais de dois anos, essa nova abordagem foi introduzida apenas em março. Além disso, o PT desperta desconfianças em muitos setores, que têm medo de que qualquer regulação de meios de comunicação por um governo petista possa significar uma forma dissimulada de controle ou censura. Uma aliança tácita foi formada entre as empresas de tecnologia e os bolsonaristas. Uma legião de lobistas bem financiados invadiu os gabinetes da Câmara difundindo o medo. Disseram que esse modelo criaria um Estado totalitário e que conteúdos bíblicos seriam censurados. Uma campanha com o mesmo conteúdo ganhou as redes. As alegações eram ridículas, mas assustaram muitos deputados. Diante dessa grande pressão e temendo que a proposta não fosse aprovada, o relator retirou do texto qualquer menção à agência reguladora, criando uma incongruência: as empresas seguem tendo obrigações, mas não é dito quem receberá os relatórios e quem imporá as sanções. Agora, não se sabe se o texto será votado com essa lacuna, se a agência reguladora será reintroduzida ou se essas atribuições serão dirigidas a um órgão já existente, como a Anatel, a agência que regula telecomunicações. Há muita preocupação com a Anatel, porque é uma agência que sofre bastante ingerência política do Congresso e não tem vocação para regular um tema que envolve direitos humanos (a ênfase da Anatel é a regulação econômica). O impasse está colocado. *************************************************************** #EspaçoAberto | Fernando Gabeira @gabeiracombr : 'Uma CPI em busca da pós-verdade - Estamos diante de uma comissão que vai usar as imagens para que as diferentes versões se imponham' http://estadao.com.br/opiniao/fernando-gabeira/uma-cpi-em-busca-da-pos-verdade/ ***
*** sexta-feira, 28 de abril de 2023 Fernando Gabeira - Uma CPI em busca da pós-verdade O Estado de S. Paulo Estamos diante de uma comissão que vai usar as imagens para que as diferentes versões se imponham. Há poucos debates no horizonte, poucos documentos esclarecedores A invasão do Capitólio, nos EUA, em 6 de janeiro de 2021, inspirou uma comissão no Congresso americano que, por sua vez, resultou num relatório de alguma repercussão no país. Num texto de 800 páginas, Donald Trump aparece como o principal responsável pelo ataque. Era de esperar que, após o 8 de Janeiro no Brasil, também se formasse uma comissão com a tarefa de documentar um fato histórico sem precedentes na nossa democracia. Caminhos tortuosos nos levaram à CPI. No princípio, o governo não a queria. Em tese, era um momento de acusar a extrema direita e responsabilizar seus líderes, sobretudo os que afirmaram, sem provas, que as urnas eletrônicas são viciadas. Mas para o governo a vida seguia seu rumo: ao invés de olhar para trás, era preciso resolver questões cruciais do futuro próximo – o arcabouço fiscal e a reforma tributária. Neste contexto, a CPI do 8 de Janeiro era uma dispersão de energia. Outro aspecto interessante: o autor do pedido de CPI é um deputado investigado precisamente por cumplicidade com o tríplice ataque de 8 de janeiro. Era evidente que o objetivo era, de certa forma, impor uma nova versão dos fatos, deslocando o governo da posição de vítima para a de responsável. Na verdade, os bolsonaristas queriam produzir a magia de invadir Congresso, Supremo Tribunal Federal e Planalto, destruir o que encontraram pelo caminho e, em seguida, convencer o País de que foi tudo um complô do governo. Seria preciso muita competência, de um lado, e total apatia, do outro, para que os acontecimentos do 8 de Janeiro dessem esse salto acrobático e caíssem de cabeça para baixo. Houve um fator que o governo subestimou. O 8 de Janeiro aconteceu num momento especial de nossa história tecnológica. Todos tinham smartphones para documentar o estrago. Os assaltantes filmaram, a polícia filmou, os curiosos filmaram e as câmeras dos três prédios também filmaram. São milhares de horas filmadas. Para quem vive o momento atual, era evidente que essas imagens eram, de certa forma, o caminho real das investigações, mas que também, numa época caracterizada pela pós-verdade, a manipulação do material daria o controle das versões sobre os fatos. As imagens do Planalto não foram divulgadas nem analisadas transparentemente pelo governo. Acabaram vazando e, com isso, precipitaram a queda do general Gonçalves Dias e a própria instalação da CPI. De fato, os militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) se recusaram a combater os invasores e, com a desculpa de gerir uma crise, mostraram-se gentis com eles. Deveriam ser afastados todos, pois nenhum palácio presidencial do planeta cai sem resistência dos seus defensores, a não ser que haja um golpe interno, mas ainda assim há resistência de um setor leal. Estamos, agora, diante de uma CPI que vai usar as imagens para que as diferentes versões se imponham. Há poucos debates no horizonte, poucos documentos esclarecedores. O momento é outro. Haverá muitos parlamentares com o telefone na mão, falando com suas bolhas, produzindo vídeos curtos estimulando o confronto nas redes sociais. Essa é uma atividade que se impôs no Brasil, sobretudo depois de 2018. O interessante é que os fatos mesmo já são quase todos conhecidos. Sabemos quem atacou, por que atacou, por quem foi influenciado. Mas nada disso importa, sobretudo à extrema direita. Ela se alimenta de uma fração da sociedade que já não se interessa mais em separar fatos de fantasias. Por isso a atividade política, talvez a atividade pública de um modo geral, se move hoje num campo minado. É preciso recuperar os fatos, fortalecer os argumentos, superar os equívocos, enfim, trabalhar dentro das regras democráticas. Mas, por outro lado, é preciso compreender as novas variáveis do jogo. A transparência teria dado ao governo uma posição muito mais cômoda, embora fosse preciso explicar a hesitação de seu ministro do GSI e demitir todos os que não resistiram aos invasores. Grande parte das batalhas se dá em torno de imagens, memes e teorias conspiratórias. Exércitos de robôs se deslocam no espaço virtual, invadindo corações e mentes, ocupando extensos territórios da opinião. A tarefa de comunicar com clareza e exatidão se tornou mais necessária porque, na verdade, só uma atmosfera caótica como essa transforma uma CPI num incômodo para o governo atingido e motivo de excitação para as forças agressoras. Desde o princípio, as teses dos teóricos da extrema direita – Steve Bannon entre eles – apontam o caminho do caos, a tática de confundir e ofender não só adversários políticos, mas todos os que querem profissionalmente apurar os fatos, confirmá-los com rigor. Não é fácil encontrar uma tática correta nesta confusão, mas ela precisa ser decifrada, como uma esfinge pronta para devorar a democracia. É obvio que é preciso muita luta. Mas, nessas circunstâncias, a luta apenas não resolve se não for informada por muita reflexão e coragem para inovar. ***********************************************************************
*** Roberto João Pereira Freire *** "Em 1986, foi eleito deputado constituinte e participou das comissões de sistematização (1987-1988) e redação (1988). Em 1989, foi candidato à presidência da República pelo PCB e obteve 1%dos votos. Em 1998, foi candidato à vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, naquele momento pelo Partido Popular Socialista (PPS), partido formado por antigos dissidentes do PCB." ***
*** "A primeira coisa que tem de ficar claro é que a vinculação que alguns setores tentam fazer, entre o voto distrital e o parlamentarismo, não representa desinformação. É má fé." ***
*** 35 anos da Constituinte *** O SR. PRESIDENTE (Ulysses Guimarães)- Com a palavra o nobre Constituinte Roberto Freire, que falará contra a proposição. O SR. ROBERTO FREIRE (PCB - PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Constituintes, muitos dos argumentos que poderíamos usar aqui já foram explorados anteriormente pelo Relator, pelo Constituinte Antônio Mariz e por outros que votaram o destaque anterior. A primeira coisa que tem de ficar claro é que a vinculação que alguns setores tentam fazer, entre o voto distrital e o parlamentarismo, não representa desinformação. É má fé. ANO O-N° 206 QUARTA-FEIRA, 16 DE MARÇO DE 1988 BRASÍA-DF ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE SUMÁRIO l-ATADA225"SESSÃODAASSEMBLÉIA NACIONAL CONSMUINTE, EM 15 DE MARÇO DE 1988. p. 35/72 http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/206anc16mar1988.pdf **************************************************************** *** Tempo de Don-don Zeca Pagodinho *** Ai no tempo! No tempo que Don-don jogava no Andaraí Nossa vida era mais simples de viver Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto ti ti ti No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Propaganda era reclame Ambulância era dona assistência Mancada era um baita vexame E pornografia era só saliência Sutiã chamava porta-seio Revista pequena, gibi No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Rock se chamava Fox, E tiete era moça fanática, O que hoje se diz que é xerox Se chamava então de cópia fotostática Motorista era sempre chofer Cachaça era Parati No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Vinte e dois era demente, Pinha casa era o meu bangalô Patamo era socorro urgente E todo cana dura era investigador Malandro esticava o cabelo Mulher fazia misampli No tempo que Don-don jogava no Andaraí No tempo que Don-don jogava no Andaraí Composição: Nei Lopes. ************************************** *** A principio bastaria ter... – 01/12/2001 *** TV Cultura 782.007 visualizações 27 de set. de 2012 A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida, o cinema, o teatro: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade. Autor: Martha Medeiros ********************************

sábado, 29 de abril de 2023

A - I

*** Hymne a l'Amour Édith Piaf Le ciel bleu sur nous peut s'effondrer Et la terre peut bien s'écrouler Peu m'importe, si tu m'aimes Je me fous du monde entier Tant qu'l'amour inond'ra mes matins Tant que mon corps frémira sous tes mains Peu m'importe les problèmes Mon amour, puisque tu m'aimes J'irais jusqu'au bout du monde Je me ferais teindre en blonde Si tu me le demandais J'irais décrocher la lune J'irais voler la fortune Si tu me le demandais Je renierais ma patrie Je renierais mes amis Si tu me le demandais On peut bien rire de moi Je ferais n'importe quoi Si tu me le demandais Si un jour la vie t'arrache à moi Si tu meurs, que tu sois loin de moi Peu m'importe, si tu m'aimes Car moi je mourrais aussi Nous aurons pour nous l'éternité Dans le bleu de toute l'immensité Dans le ciel, plus de problèmes Mon amour, crois-tu qu'on s'aime? Dieu réunit ceux qui s'aiment Composição: Eddie Constantine / Marguerite Monnot. *** Choro Negro Paulinho da Viola Composição: Paulinho da Viola / Fernando Costa. ********************************************************* E aí Vive ainda?! Ou aquele nosso amor já morreu?!? ***
*** HINO AO AMOR *** Poesia | João Cabral de Melo Neto - O artista inconfessável ****************************************************************************** *** E Daí? Maysa Proibiram que eu te amasse Proibiram que eu te visse Proibiram que eu saísse E perguntasse a alguém por ti Proibam muito mais Preguem avisos, fechem portas Ponham guizos Nosso amor perguntará : E dai? E daí? E daí por mais cruel perseguição Eu continuo a te adorar Ninguém pode parar meu coração Que é teu, que é teu Todinho teu Composição: Miguel Gustavo. **************************************
*** Miguel Gustavo 0.000 Nome Artístico Miguel Gustavo Nome verdadeiro Miguel Gustavo Werneck de Sousa Martins Data de nascimento 24/3/1922 Local de nascimento Rio de Janeiro, RJ Data de morte 22/1/1972 Local de morte Rio de Janeiro, RJ Dados biográficos Dados artísticos Discografias Obras Shows Bibliografia Crítica Crítica Dados biográficos Compositor. Jornalista. Radialista. Poeta. Nascido e criado no Rio de Janeiro, morou em vários subúrbios da cidade: Sampaio, Osvaldo Cruz, Caxambi e no sopé do morro da Mangueira. Largou os estudos com 19 anos para ser discotecário na Rádio Vera Cruz. Trabalhou também como radialista, criando inclusive um programa em versos chamado “As mais belas páginas”. Foi casado muitos anos com a radialista e depois vereadora Sagramor. Dados artísticos Destacou-se como compositor de jingles, apesar de ter também feito sucessos como compositor de sambas e marchas. O seu jingle mais famoso é “Pra frente, Brasil”, de 1970, que se tornou hino do tricampeonato mundial no México, quando o Brasil conquistou definitivamente a Copa Jules Rimet. Os versos “Noventa milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração…” e a melodia tornaram-se símbolo da seleção canarinho, encobrindo a intenção governista do slogan ufanista utilizado pela ditadura militar na época (“Pra frente Brasil”). O curioso é que o jingle foi composto para uma cervejaria patrocinadora das transmissões dos jogos pela televisão, mas acabou superando sua intenção inicial. Começou compondo jingles em 1950, dentre os quais o das Casas da Banha, que criou fama e causou polêmica por utilizar um trecho da melodia “Jesus alegria dos homens” de J. S. Bach. Em 1952, compôs “Vovózinha”, uma valsa em parceria com Edmundo Souto e Juanita Castilho. Com “Café soçaite”, de 1955, alcançou seu primeiro sucesso. O samba foi gravado por Jorge Veiga na Copacabana e ironizava o colunismo social carioca dos anos 1950. Em 1956, Jorge Veiga lançou o LP “Boate Tralalá”, com a música título puxando outras, também de sua autoria. No ano seguintes, aproveitando o sucesso de “Café soçaite”, compôs a marcha “O que é café soçaite”. Em 1958, compôs “Fanzoca de rádio”, marcha gravada por Carequinha na Copacabana, que tornou-se a marchinha mais popular daquele ano. Em 1959, destacou-se com “E daí”, um samba gravado por Elizeth Cardoso na Copacabana. Em 1961, lançou o “chá chá chá” “Brigitte Bardot”, gravado por Luiz Vanderley pela RCA Vitor. Em 1963, Moreira da Silva lançou pela Odeon, “O último dos moicanos”. Na década de 1960, compôs alguns sambas “de breque”, que se popularizaram na voz de Moreira da Silva, fazendo o veterano cantor voltar ao sucesso. O mais famoso é “O rei do gatilho”. Compôs jingles para a campanha de Juscelino Kubitschek, de José Sarney e de João Goulart, entre outros. Autor do jingle “Plante que o governo garante”, em 1970. Antes de falecer, deixou gravada uma fita com canções de natal (“Feliz natal” e “Natal do ano 2000”). Em 1974, a gravadora Odeon lançou uma coletânea de sambas gravados por Moreira da Silva, dentre os quais muitos de sua autoria: “O rei do gatilho”, “O último dos moicanos” e “Conto de pintor”. https://dicionariompb.com.br/artista/miguel-gustavo/ ******************************************************** *** Paulinho da Viola - CHORO NEGRO - Paulinho da Viola e Fernando Costa - Ano de 1973 luciano hortencio Paulinho da Viola - CHORO NEGRO - Paulinho da Viola e Fernando Costa. Álbum: Paulinho da Viola - Nervos de Aço. Ano de 1973. Música MÚSICA Choro Negro ARTISTA Paulinho da Viola ÁLBUM Choro Negro *****************************

DIREITO SAGRADO

*** Beethoven: Serenade D-Dur op. 25 ∙ Wittiber ∙ Mercer-Niewöhner ∙ Niewöhner *** hr-Sinfonieorchester – Frankfurt Radio Symphony 29 de jan. de 2022 HR-SENDESAAL Ludwig van Beethoven: Serenade D-Dur für Flöte, Violine und Viola op. 25 ∙ I. Entrada. Allegro 00:00 ∙ II. Tempo ordinario d’un Minuetto 03:55 ∙ III. Allegro molto 08:32 ∙ IV. Andante con Variazioni 10:49 ∙ V. Allegro scherzando e vivace 16:54 ∙ VI. Adagio – Allegro vivace e disinvolto 18:58 ∙ Sebastian Wittiber, Flöte ∙ Akemi Mercer-Niewöhner, Violine ∙ Dirk Niewöhner, Viola ∙ Final Call: Beethoven ∙ hr-Sendesaal Frankfurt, 6. Dezember 2020 ∙ ***********************************************
*** “Porque a vós foi concedido, em relação ao Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele.” — Paulo. (FILIPENSES, CAPÍTULO 1, VERSÍCULO 29.) Cooperar pessoalmente com os administradores humanos, em sentido direto, sempre constitui objeto da ambição dos servidores dessa ou daquela organização terrestre. Ato invariável de confiança, a partilha da responsabilidade, entre o superior que sabe determinar e fazer justiça e o subordinado que sabe servir, institui a base de harmonia para a ação diária, realização essa que todas as instituições procuram atingir. Muitos discípulos do Cristianismo parecem ignorar que, em relação a Jesus, a reciprocidade é a mesma, elevada ao grau máximo, no terreno da fidelidade e da compreensão. Mais entendimento do programa divino significa maior expressão de testemunho individual nos serviços do Mestre. Competência dilatada — deveres crescidos. Mais luz — mais visão. Muitos homens, naturalmente aproveitáveis em certas características intelectuais, mas ainda enfermos da mente, desejariam aceitar o Salvador e crer nEle, mas não conseguem, de pronto, semelhante edificação íntima. Em vista da ignorância que não removem e dos caprichos que acariciam, falta-lhes a integração no direito de sentir as verdades de Jesus, o que somente conseguirão quando se reajustem, o que se faz indispensável. Todavia, o discípulo admitido aos benefícios da crença, foi considerado digno de conviver espiritualmente com o Mestre. Entre ele e o Senhor já existe a partilha da confiança e da responsabilidade. Contudo, enquanto perseveram as alegrias de Belém e as glórias de Cafarnaum, o trabalho da fé se desdobra maravilhoso, mas, em sobrevindo a divisão das angústias da cruz, muitos aprendizes fogem receando o sofrimento e revelando-se indignos da escolha. Os que assim procedem, categorizam-se à conta de loucos, porqüanto, subtrair-se à colaboração com o Cristo, é menosprezar um direito sagrado. 104 DIREITO SAGRADO http://limiarespirita.com.br/livros/pao_nosso.pdf *******************************************************
*** ATIVIDADES DIÁRIAS *************************************** Para construir o seu progresso integral Deus lhe deu o majestoso poder da vontade. *************************************************
*** WERNER HEISENBERG

quarta-feira, 26 de abril de 2023

ADENAUER, LULA E A DEMOCRACIA CRISTÃ

Perguntei-lhe um dia se ele havia sofrido muito. - Bem - respondeu -, quando se fica trancado numa cela pequena durante dias, semanas ou meses, e nunca se é perturbado por telefonemas e visitas, pode-se reexaminar com vagar o passado e refletir serenamente sobre o que o futuro poderá trazer.É muito bom poder fazer isso. ***
*** Assinatura da Convenção de Genebra em 12 de agosto de 1949. Foto: J. Cadoux / ICRC Archives. *** *** Lula discursa para empresários em Madri; assista à íntegra *** Poder360 25 de abr. de 2023 #internacional #lula #governo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta 3ª feira (25.abr.2023) de fórum empresarial em Madri (Espanha). Ele afirmou que pretende marcar um encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, para tratar do fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. “Pretendo possivelmente esta semana, semana que vem, marcar um encontro com o Macron”. Leia a reportagem no Poder360: https://www.poder360.com.br/poder-fla... https://www.youtube.com/watch?v=PhKS1tvhpq0 *********************************************** *** Lula faz declaração após reunião com Pedro Sánchez | BandNewsTV *** Band Jornalismo 26 de abr. de 2023 Presidente Lula faz declaração à imprensa após reunião com premiê da Espanha, Pedro Sánchez, nesta quarta-feira (26). https://www.youtube.com/watch?v=UbjHA51021g ************************************************** "A linha norteadora de Adenauer era a tradição romano-cristã, tal como esta sobrevivera na Igreja Católica, junto com algumas doutrinas sociais oitocentistas cuja raízes cristãs ele parecia reconhecer, apesar do aparente toque de comunismo e ateísmo. O credo católico contém boa dose de sabedoria oriental, e era dela que Adenauer retirava forças nos momentos difíceis. Lembro-me de uma conversa sobre nossas várias experiêncas nos campos de prisioneiros de guerra. Adenauer fora encarcerado numa prisão da Gestapo onde se serviam ínfimas quantidades de comida, enquanto eu havia passado um período relativamente agradável na Inglaterra. Perguntei-lhe um dia se ele havia sofrido muito. - Bem - respondeu -, quando se fica trancado numa cela pequena durante dias, semanas ou meses, e nunca se é perturbado por telefonemas e visitas, pode-se reexaminar com vagar o passado e refletir serenamente sobre o que o futuro poderá trazer.É muito bom poder fazer isso." CONTRAPONTO A PARTE E O TODO HEISENBERG pp. 264-265 ************************************
*** KONRAD ADENAUER, UMA LIDERANÇA DEMOCRATA CRISTÃ Konrad Hermann Joseph Adenauer nasceu na cidade de Colônia, no norte da Alemanha, em 1876. Filho de pais humildes, o jovem Konrad foi um jovem determinado e só dessa maneira conseguiu concluir a faculdade de direito. Entrou para a política alemã e chegou a ser nomeado prefeito de sua cidade em 1917. Após seu casamento, Adenauer, um católico fervoroso, filiou-se ao partido católico e foi eleito deputado federal. Com a ascensão do nazismo e de Adolf Hitler, Konrad Adenauer passou para oposição e foi obrigado a deixar o cargo. Adenauer foi preso duas vezes pela Gestapo, a polícia política do nazismo. A primeira foi em 1934 e depois novamente em 1944, sendo Adenauer enviado para a prisão de Brauweiler, de onde foi libertado quando as tropas aliadas invadiram a Alemanha. Quando a guerra termina, os americanos reintegram Adenauer no cargo de prefeito de Colônia, cargo que os alemães chamam de “burgomestre”, mas os britânicos demitem-no pouco tempo depois, quando a cidade passa a estar sob o seu comando. Com essa demissão, Adenauer fica mais livre para se dedicar à criação da União Democrata-Cristã (CDU), esperando unificar os alemães protestantes e católicos num único partido. Em 1949, aos 73 anos, torna-se o primeiro Chanceler da República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental). Permanece na função durante 14 anos. Aquele que tinha sido o burgomestre mais jovem da história da Alemanha será também o seu chanceler mais idoso. Sob a sua liderança, a Alemanha Ocidental torna-se uma democracia estável, reconcilia-se com os países vizinhos e recupera alguma da sua soberania com a integração na comunidade euro-atlântica emergente (NATO e Organização Europeia de Cooperação Econômica). Konrad Adenauer foi um grande defensor da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, lançada com a Declaração Schuman, a 9 de maio de 1950, e também do posterior tratado que criou a Comunidade Econômica Europeia, em março de 1957. Para Adenauer, a unidade europeia era essencial para uma paz e uma estabilidade duradouras. Foi por isso que não se poupou a esforços para promover a reconciliação da Alemanha com os antigos inimigos, sobretudo a França. Em 1963, o Tratado do Eliseu, também conhecido como Tratado da Amizade selou a reconciliação com a França e proporcionou uma base sólida para as relações que puseram termo a séculos de rivalidade entre os dois países. Mentor de Helmut Kohl, que por sua vez foi o mestre e inspirador da atual chanceler alemã Ângela Merkel, Konrad Adenauer morreu em outubro de 1963. Seu legado para a Democracia Cristã é gigantesco, bem como para a recuperação da Alemanha e da paz na Europa. Em 2003 ele foi eleito, por voto popular, como o maior cidadão alemão de todos os tempos. https://www.fundacaodemocratacrista.org.br/blog/2020/07/15/konrad-adenauer-uma-lideranca-democrata-crista/ **********************
*** 1979 13 DE MARÇO A GRANDE GREVE DOS TRABALHADORES DO ABC 200 mil cruzam os braços; ditadura reprime primeira greve geral dos metalúrgicos Compartilhar Metalúrgicos de São Bernardo, Diadema, Santo André e São Caetano deflagram a primeira greve geral de uma categoria no país desde a paralisação de Contagem (MG), em 1968. A medida foi aprovada pelas assembleias dos três sindicatos do ABC, com o objetivo de obter um reajuste salarial de 78,1%. Mesmo enfrentando forte repressão e a intervenção do governo nos sindicatos, a greve durou duas semanas. Foi suspensa por 45 dias para que fossem reabertas negociações com as empresas, que acabaram concedendo um reajuste de 63%. Foi a maior conquista salarial daquele período. A greve geral de 1979 mostrou o rápido avanço da organização dos trabalhadores, que mais uma vez desafiaram a ditadura e dobraram os patrões. Cerca de 200 mil trabalhadores participaram do movimento, que paralisou a produção das indústrias automobilísticas (adesão total na Volks, Ford, Mercedes-Benz e Scania) e de autopeças e de outras grandes empresas da região. Pela primeira fez foi organizado um fundo de greve. Os trabalhadores receberam apoio da igreja católica, de entidades civis, do MDB e de artistas famosos. São Bernardo do Campo tornou-se o centro político do país. Com adesão maciça dos trabalhadores, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos ficou pequena para o movimento. A primeira assembleia dos grevistas foi transferida para o estádio municipal da Vila Euclides, cedido pelo prefeito Tito Costa (MDB). Cerca de 60 mil trabalhadores ocuparam o gramado e as arquibancadas. Na falta de palanque e sistema de som, o presidente do sindicato, Luiz Inácio da Silva, o Lula, falou de cima de uma mesa de escritório usando um megafone. Suas palavras eram repetidas em coro pelos trabalhadores mais próximos e repassadas pelos que estavam atrás. No primeiro dia de greve, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informou que não concederia nada além do reajuste de 44% negociado na véspera com a Federação dos Metalúrgicos de SP, controlada por pelegos. A pedido da Fiesp, o Tribunal Regional do Trabalho decidiu que o movimento era ilegal e determinou o retorno ao trabalho. No dia seguinte, os trabalhadores criaram o fundo de greve para receber doações e alimentos, preparando-se para uma paralisação prolongada. No domingo, dia 18, 80 mil metalúrgicos decidiram manter-se parados até que os patrões aceitassem negociar o reajuste salarial. Muitos levaram as famílias ao estádio de Vila Euclides naquele domingo. O bispo de São Bernardo, dom Claudio Hummes, participou da assembleia e rezou o “Pai Nosso” em coro com os trabalhadores. A greve do ABC já havia se alastrado para outras cidades industriais, como São José dos Campos (SP). A repressão tornou-se feroz na segunda-feira, quando milhares de policiais militares ocuparam as ruas do centro e dos bairros operários de São Bernardo. A PM levou a tropa de choque, a cavalaria e cães policiais para intimidar os operários. No dia 23, o ministro do Trabalho, Murilo Macedo, determinou intervenção federal nos três sindicatos de metalúrgicos do ABC. Lula e os diretores depostos do sindicato de São Bernardo passaram a se reunir na casa paroquial da igreja matriz de São Bernardo, cedida por dom Claudio. Quatro dias depois da intervenção, Lula propôs à assembleia uma trégua de 45 dias – até maio, quando começariam a ser pagos os salários com o reajuste anual. Nesse dia, Lula pediu a confiança dos metalúrgicos e disse: "Que ninguém, nunca mais, ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores". Ao longo da trégua, a direção destituída do sindicato continuou mobilizando a categoria em reuniões na matriz, nos bairros e nas portas de fábrica. No 1º de Maio, 150 mil pessoas participaram de um ato pelo Dia do Trabalhador no Estádio de Vila Euclides. Ao final da trégua, em 13 de maio, nova assembleia na Vila Euclides aprovou a proposta dos patrões de um reajuste geral de 63%. A intervenção foi suspensa e a diretoria eleita reassumiu o sindicato em 18 de maio. Mesmo sem alcançar a reivindicação inicial de 78%, a greve de março consolidou a organização e a independência do movimento. http://memorialdademocracia.com.br/card/a-grande-greve-dos-trabalhadores-do-abc *********************************************************************************** *** "Canto do Trabalhador" Autores: João Nogueira e Paulo César Pinheiro Intérprete: João Nogueira Ano de lançamento: 1979 "Por essa luta eu não retrocedo Pra ver toda a mocidade Com os frutos da liberdade Escorrendo de entre os dedos Que é pra enterrar de uma vez seus medos Vamos trabalhar sem fazer alarde Pra pisar com força o chão da cidade A vida não tem segredo Quem sentado espera a morte é covarde" https://www.youtube.com/watch?v=i2XCJwDLl38 *********************************************** *** João Nogueira no Bem Brasil em 1992 Quando ainda era na USP https://www.youtube.com/watch?v=Lo78VMoH6PA *************************************************
*** FÉ CEGA FACA AMOLADA *** Filó Machado 3 de jun. de 2020 Filó Machado Interpretando Fé Cega Faca Amolada, Composição:Milton Nascimento/Ronaldo Bastos Filó Machado:Voz,Vocais,Violão e Teclados. https://www.youtube.com/watch?v=F0-peJYh2xQ **************************************************** *** “Bolsonaro treina depoimento com advogados e responderá só sobre postagens” l Mônica Bergamo *** Rádio BandNews FM https://www.youtube.com/watch?v=h9x1Q9nEK6E
*** Selo: Abril Cultural – HMPB-06 Série: Nova História Da Música Popular Brasileira Formato: Vinil, 10", Compilation, Gatefold País: Brazil Lançado: 1976 Gênero: Latin Estilo: MPB A1 Milton Nascimento– Canto Latino A2 Milton Nascimento– San Vicente A3 Milton Nascimento & Beto Guedes– Fé Cega, Faca Amolada A4 Milton Nascimento– Travessia B1 Milton Nascimento– Pai Grande B2 Elis Regina– Saudade Dos Aviões Da Panair B3 Milton Nascimento– Milagre Dos Peixes B4 Milton Nascimento– Clube Da Esquina Curiosity and rarity: in this edition the writings in the label of side A label were printed in the wrong position and the tree appears upside down. Título (Formato) Selo Cat. nº País Ano Nova História Da Música Popular Brasileira - Milton Nascimento (LP, 10", Compilation) Abril Cultural HMPB-06 Brazil 1977 https://www.discogs.com/pt_BR/release/3008121-Various-Nova-Hist%C3%B3ria-Da-M%C3%BAsica-Popular-Brasileira-Milton-Nascimento/image/SW1hZ2U6NTQ3MDYwMQ== *********************************************************************************

terça-feira, 25 de abril de 2023

POLÍTICOS, JORNALISTAS E CONSTITUIÇÃO

*** Harry Belafonte - Day-O (The Banana Boat Song) (Live) *** Harry Belafonte Television And Video Archive 1.957.662 visualizações 14 de jul. de 2021 #harrybelafonte #belafonte Harry Belafonte - Day-O, excerpt from "Harry Belafonte in Concert (Japan, 1960)". Recorded live at Sankei Hall, Tokyo, 18 July 1960. From the album "Calypso" (1956). *** *** Coração De Estudante Milton Nascimento *** *** Sônia Carneiro destaca papel da imprensa na Constituinte *** TV Senado 16 de ago. de 2018 Sônia Carneiro era repórter da Rádio e Jornal do Brasil quando a Assembleia Nacional Constituinte iniciou seus trabalhos. Nesse Testemuinha da História, ela resgata as memórias daquele momento histórico e fala do papel crucial da imprensa para mobilizar a sociedade na elaboração da nova Carta. Publicado na internet em 16/08/2018 https://www.youtube.com/watch?v=MYjbW_T1m3o ***************************************************
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*** terça-feira, 25 de abril de 2023 Luiz Carlos Azedo - Lula precisa rever suas prioridades diplomáticas Correio Braziliense Empunhar a bandeira da paz não deve ser um reposicionamento estratégico do Brasil no mundo. Isso mudaria profundamente a correlação de forças políticas internas, principalmente no Congresso. A compatibilidade entre a política externa e a política interna. Por exemplo, a entrega do Prêmio Camões ao compositor Chico Buarque, ontem, em Lisboa, pelo presidente Luiz Inácio da Silva, está em sincronia perfeita com o momento da política cultural brasileira, de valorização dos nossos artistas e da temática democrática, progressista e popular, que sempre foi uma característica do nosso cancioneiro. Chico resumiu o mosaico nacional inspirado nos versos de Paratodos, uma de suas músicas: “O meu pai era paulista, meu avô pernambucano, meu bisavô mineiro e meu tataravô baiano. Tenho antepassados negros e indígenas, cujos nomes meus antepassados brancos trataram de suprimir da história familiar. Como a imensa maioria do povo brasileiro, trago nas veias o sangue do açoitado e do açoitador, o que ajuda a nos explicar um pouco”. Ao registrar que o Prêmio Camões levou quatro anos para lhe ser entregue, ironizou a grande mudança política na vida nacional: “Quatro anos com uma pandemia no meio davam, às vezes, a impressão de que um tempo bem mais longo havia transcorrido. No que se refere ao meu país, quatro anos de governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele governo foi derrotado nas urnas, mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça fascista persiste, no Brasil e por toda parte. Hoje, porém, nessa tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para assinatura do nosso presidente Lula”. Entretanto, não se pode dizer que a prioridade diplomática do presidente Lula esteja em sintonia absoluta com a política interna, a não ser que pretenda dar uma guinada à esquerda no seu governo, como já estão afirmando seus adversários, da extrema direita à centro-esquerda. A forma como Lula se engajou e priorizou a guerra da Ucrânia na nossa política externa está favorecendo a formação de uma frente ampla de oposição, ao contrário do que ocorreu no segundo turno da eleição, quando obteve o apoio das forças de centro. O erro de conceito é tratar como iguais a Rússia e a Ucrânia. Foi o que revelaram suas declarações em Pequim, Dubai e, ao receber o chanceler russo Serguei Lavrov, em Brasília. O preço político desse equívoco diplomático está sendo muito alto. Por mais que no encontro com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, Lula tenha retoricamente se reposicionado. Talvez o erro seja até estrategicamente mais grave: tratar a guerra da Ucrânia como prioridade, e não, como deveria ser, a questão ambiental. Na diplomacia presidencial, Lula perdeu a dimensão de que a questão da Amazônia é tão importante ou mais até do que a guerra da Ucrânia para a sobrevivência da humanidade. O ex-presidente Jair Bolsonaro se tornou um “pária internacional” sobretudo por não compreender que seu apoio ao garimpo ilegal, ao contrabando de madeira e ao genocídio de ianomâmis catalisou a opinião pública mundial contra a sua gestão, vista como uma ameaça pela maioria dos governos do Ocidente, mais até do que sua aproximação com Putin, cujo regime iliberal lhe servia de espelho. A vitória de Lula reabriu todas as portas do Ocidente para o Brasil, porque foi compreendida como uma afirmação da democracia e o passo inicial para salvar a Amazônia e, com isso, conter drasticamente a velocidade do aquecimento global. A posição do Brasil A vocação natural do Brasil na divisão internacional do trabalho é a produção de commodities agrícolas e de minérios, inclusive semicondutores. Nos dois casos, como provedores de insumos básicos, isso nos insere por gravidade no mundo das novas tecnologias. Ao mesmo tempo, podemos recuperar nossa complexidade industrial com a produção de fármacos e eletrônicos, nos inserindo na reestruturação das cadeias globais de valor. Para isso, não podemos nos desconectar do Ocidente, principalmente dos Estados Unidos e da União Europeia. A China será cada vez mais o nosso maior parceiro comercial, mas, ao mesmo tempo, está engolindo o mercado interno e externo das nossas indústrias. A hegemonia das relações comerciais entre Ocidente e Oriente é disputada pelos Estados Unidos e a China. Isso nos coloca diante das seguintes perguntas: qual é o grau de prioridade das nossas relações com o Mercosul e a União Europeia? Como administrar a complexidade da nossa participação nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), novo eixo das relações entre a Ásia, a África e a América do Sul? Não podemos pôr tudo a perder por causa da guerra da Ucrânia. Empunhar a bandeira da paz não deve ser um reposicionamento estratégico do Brasil no mundo. Isso mudaria profundamente a correlação de forças políticas internas, principalmente no Congresso. Ainda não sabemos se a transição da bipolaridade para a multipolaridade na política internacional se processará de maneira pacífica ou, pelo contrário, violenta, como se apresenta agora na Europa. Essa transição também acirra conflitos de interesses entre as grandes potências e as principais nações emergentes. Desde a Segunda Grande Guerra, os conflitos armados foram regionais ou étnicos, mas a guerra da Ucrânia adquire outra dimensão, está sendo comparada pelos países da Otan à ocupação dos Sudetos (cadeia de montanhas situada entre a Polônia, a antiga Tchecoslováquia e a Alemanha) pelas tropas de Hitler. Ao assinar o Acordo de Munique, a França e o Reino Unido chocaram o ovo da serpente da expansão do nazifascismo. ********************* *** Ministro Dr. Miguel Reale Júnior: "Sou favorável à CPMI dos atos golpistas." *** Marco Antonio Villa https://www.youtube.com/watch?v=5WfIBqDBiik ************************************************ "MICHELELE BOLSONARO ADMITE TER VISTO 2º PACOTE DE JOIAS" *** *** Michelle Bolsonaro sobre joias sauditas: O que eu tenho a ver com isso? | CNN 360º *** CNN Brasil 25 de abr. de 2023 #CNNBrasil A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro falou, na tarde desta terça-feira (25), sobre o caso das joias sauditas, e questionou sua ligação com esta situação. #CNNBrasil https://www.youtube.com/watch?v=GBKBcIIleqo https://www.youtube.com/watch?v=GBKBcIIleqo ************************************************
*** Servidora diz à PF que Michelle Bolsonaro recebeu pacote de joias em mãos, segundo jornal De acordo com reportagem, o conjunto foi entregue a ex-primeira dama no dia 29 de novembro de 2022 e conferido pessoalmente pelo então presidente Jair Bolsonaro Por Valor, Valor — São Paulo 25/04/2023 12h49 Atualizado há 4 horas No fim do ano passado, a então primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu em mãos o segundo kit de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita e que entrou ilegalmente no Brasil. De acordo com reportagem de “O Estado de S. Paulo”, o conjunto foi entregue a ela no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, e conferido pessoalmente pelo então presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal já está em posse dessas informações, no âmbito do inquérito que apura o caso das joias. O jornal informou que os detalhes foram narrados aos delegados em um depoimento prestado por uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) que atuava no setor durante a gestão Bolsonaro. Esse departamento presta serviços ao Gabinete Pessoal da Presidência da República e é responsável pela recepção e triagem dos presentes oficiais. O segundo kit de joias chegou ao Brasil pelas mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, em outubro de 2021, e entrou ilegalmente no País, burlando a Receita Federal. O estojo de cinco itens inclui um relógio da marca Chopard que custa cerca de R$ 800 mil, além de uma caneta, um anel, um par de abotoaduras e um rosário, todos em ouro cravejado de diamantes. Desde que o escândalo foi revelado pelo Estadão em 3 de março, Michelle tem negado conhecimento sobre as joias presenteadas pelos sauditas. Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente colar e brincos de diamante de R$ 16,5 milhões para Michelle. Presentes foram dados na Arábia Saudita no final — Foto: Receita Federal Comentários (2) No fim do ano passado, a então primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu em mãos o segundo kit de joias enviado pelo governo da Arábia Saudita e que entrou ilegalmente no Brasil. De acordo com reportagem de “O Estado de S. Paulo”, o conjunto foi entregue a ela no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, e conferido pessoalmente pelo então presidente Jair Bolsonaro. A Polícia Federal já está em posse dessas informações, no âmbito do inquérito que apura o caso das joias. O jornal informou que os detalhes foram narrados aos delegados em um depoimento prestado por uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) que atuava no setor durante a gestão Bolsonaro. Esse departamento presta serviços ao Gabinete Pessoal da Presidência da República e é responsável pela recepção e triagem dos presentes oficiais. O segundo kit de joias chegou ao Brasil pelas mãos da comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, em outubro de 2021, e entrou ilegalmente no País, burlando a Receita Federal. O estojo de cinco itens inclui um relógio da marca Chopard que custa cerca de R$ 800 mil, além de uma caneta, um anel, um par de abotoaduras e um rosário, todos em ouro cravejado de diamantes. Desde que o escândalo foi revelado pelo Estadão em 3 de março, Michelle tem negado conhecimento sobre as joias presenteadas pelos sauditas. Mais lidas do Valor-Investe 1 Debêntures E Dívida Privada Investimentos isentos de IR incluem 6 novas áreas. Mas como afetam o mercado de debêntures? 2 Empresas Hurb (ex-Hotel Urbano) vai responder a processo na Secretaria Nacional do Consumidor 3 Gastar Bem Mega-Sena 2586 pode pagar prêmio de R$ 50 milhões; veja como apostar e fazer bolão 4 Gastar Bem Ninguém acerta as seis dezenas da Mega-Sena 2585 e prêmio vai a R$ 50 milhões; veja números sorteados 5 Moedas E Juros Não sei quando os juros vão cair, diz Campos Neto ao Senado Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente colar e brincos de diamante de R$ 16,5 milhões para Michelle. Presentes foram dados na Arábia Saudita no final — Foto: Receita Federal Jair Bolsonaro tentou trazer ilegalmente colar e brincos de diamante de R$ 16,5 milhões para Michelle. Presentes foram dados na Arábia Saudita no final — Foto: Receita Federal por taboola Conteúdo Publicitário Mitsubishi Motors|Patrocinado Mitsubishi Eclipse Cross 2023 ProVision|Patrocinado Óculos militar é liberado no Brasil e vira febre entre pescadores e motoristas Verisure|Patrocinado Só este mês: câmera Wi-Fi sem fio com 40% de desconto Sistemas solares e painéis | Links Patrocinados|Patrocinado Juiz De Fora Painéis solares: veja quanto custará instalá-los (Ver preços) Trimsher Pro|Patrocinado Este barbeador é 10x mais potente do que as giletes Implantes dentários | Links Patrocinados|Patrocinado Preço de próteses dentárias fixas: lista de preços Valor Investe Moro se reúne com presidente do STF um dia após PGR pedir sua prisão Valor Investe Campos Neto diz que é injusto cobrar do governo cortes estruturais de despesas Valor Investe Lula fará em breve 1ª indicação na CVM Meu Negócio por SafraPay Link de pagamento: como receber sem a maquininha de cartão Meu Negócio por SafraPay Estratégias de como usar o TikTok para alavancar vendas 11 dicas para turbinar suas vendas no Dia das Mães Comentários (2) ************************************* *** Maria Christina Caldeira depõe contra Valdemar Costa Neto *** Políticos Brasileiros 23 de jul. de 2013 Em 20 julho de 2005, Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do deputado federal Valdemar Costa Neto, foi à Comissão de Ética da Câmara dos Deputados para depor contra o ex-marido e implicá-lo no esquema do mensalão. https://www.youtube.com/watch?v=SithiPCiPWg **************************************************** *** Roda Viva | Ciro Nogueira | 24/04/2023 Roda Viva 1,64 mi de inscritos Inscrito 1 mil Compartilhar 27.803 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 20 horas #RodaViva O #RodaViva desta segunda-feira (24) entrevista o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas (PP). O Congresso Nacional passa por um momento decisivo: discute o Arcabouço Fiscal proposto pelo governo Lula, tenta aprovar uma reforma tributária e avalia a abertura de uma CPMI sobre os ataques de 8 de janeiro. Como a oposição está se posicionando diante desses assuntos será apenas um dos enfoques da entrevista com o ex-ministro e presidente Nacional do Progressistas (PP). A bancada de entrevistadores é formada por Mariana Haubert, repórter no Poder 360 em Brasília; Mariana Carneiro, editora da coluna do Estadão; Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo; Ranier Bragon, repórter especial do jornal Folha de S.Paulo; e Iuri Pitta, analista de política na CNN Brasil. A edição conta com desenhos do caricaturista Fernandes. A apresentação do programa é de Vera Magalhães. https://www.youtube.com/watch?v=cTdtUsqiwPc ************************************************** *** Coração de Estudante - Milton Nascimento & Wagner Tiso *** Letras: Quero falar de uma coisa Adivinha onde ela anda Deve estar dentro do peito Ou caminha pelo ar Pode estar aqui do lado Bem mais perto que pensamos A folha da juventude É o nome certo desse amor Já podaram seus momentos Desviaram seu destino Seu sorriso de menino Quantas vezes se escondeu Mas renova-se a esperança Nova aurora a cada dia E há que se cuidar do broto Pra que a vida nos dê Flor, flor e fruto Coração de estudante Há que se cuidar da vida Há que se cuidar do mundo Tomar conta da amizade Alegria e muito sonho Espalhados no caminho Verdes, planta e sentimento Folhas, coração Juventude e fé Letra de Coração de Estudante © EMI Music Publishing Música Coração de Estudante Artista Milton Nascimento/Wagner Tiso Compositores: Milton Silva Campos Do Nascimento / Wagner Tiso Veiga https://www.youtube.com/watch?v=d7FrBMdFXnM ************************************************* *** Música | Nara Leão - Grândola Vila Morena (Portugal: Viva a Democracia!) *** Grândola, Vila Morena Zeca Afonso Grândola, Vila Morena Terra da fraternidade O povo é quem mais ordena Dentro de ti, ó cidade Dentro de ti, ó cidade O povo é quem mais ordena Terra da fraternidade Grândola, Vila Morena Em cada esquina, um amigo Em cada rosto, igualdade Grândola, Vila Morena Terra da fraternidade Terra da fraternidade Grândola, Vila Morena Em cada rosto, igualdade O povo é quem mais ordena À sombra duma azinheira Que já não sabia a idade Jurei ter por companheira Grândola, a tua vontade Grândola, a tua vontade Jurei ter por companheira À sombra duma azinheira Que já não sabia a idade Composição: José M. Afonso. ********************************************

segunda-feira, 24 de abril de 2023

ALTOS E BAIXOS

*** FADO TROPICAL *************************************** *** Fado Tropical (Chico Buarque / Ruy Guerra) *** Oh, musa do meu fado Oh, minha mãe gentil Te deixo consternado No primeiro abril Mas não sê tão ingrata Não esquece quem te amou E em tua densa mata Se perdeu e se encontrou Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal Poema "Sabe, no fundo eu sou um sentimental Todos nós herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de lirismo ( além da sífilis, é claro). Mesmo quando as minhas mãos estão ocupadas em torturar, esganar, trucidar Meu coração fecha os olhos e sinceramente chora..." Com avencas na caatinga Alecrins no canavial Licores na moringa Um vinho tropical E a linda mulata Com rendas do alentejo De quem numa bravata Arrebata um beijo Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um imenso Portugal Soneto "Meu coração tem um sereno jeito E as minhas mãos o golpe duro e presto De tal maneira que, depois de feito Desencontrado, eu mesmo me contesto. Se trago as mãos distantes do meu peito É que há distância entre intenção e gesto E se o meu coração nas mãos estreito Me assombra a súbita impressão de incesto. Quando me encontro no calor da luta Ostento a aguda empunhadora à proa Mas meu peito se desabotoa E se a sentença se anuncia bruta Mais que depressa a mão cega executa Pois que senão o coração perdoa". Guitarras e sanfonas Jasmins, coqueiros, fontes Sardinhas, mandioca Num suave azulejo E o rio Amazonas Que corre trás-os-montes E numa pororoca Deságua no Tejo Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um império colonial Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal Ainda vai tornar-se um império colonial **************************************************************
*** Chico Buarque, ao lado do presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro António Costa, recebe o maior prêmio da língua Portuguesa, o Prêmio Camões (foto: Reprodução/TV Brasil) *** *** Ao vivo: Lula participa da entrega do Prêmio Camões ao cantor Chico Buarque *** Poder360 Transmissão ao vivo realizada há 7 horas #chicobuarque #lula #aovivo O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta 2ª feira (24.abr.2023) da cerimônia de entrega do Prêmio Camões ao músico, compositor e escritor Chico Buarque, em Portugal. “É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura. O prêmio Camões deveria ter sido entregue a Chico Buarque em 2019 e não foi. Sabemos por quê. O ataque à cultura foi uma extensão do projeto que a extrema-direita tentou implementar no Brasil”, disse Lula. Leia a reportagem no Poder360: https://www.poder360.com.br/internaci... https://www.youtube.com/watch?v=HXEm3mx_0tA ************************************************* Foram discos demais, desculpas demais Já vão tarde essas tardes e mais tuas aulas Meus táxis, whisky, Dietil, Diempax Ah, mas há que se louvar Entre altos e baixos O amor quando traz tanta vida Que até pra morrer leva tempo demais! Que até pra morrer leva tempo demais! Composição: Aldir Blanc / Sueli Costa. *** SUELI COSTA E NELSON FARIA ***************************** Um objeto de massa m que pode se mover ao longo do eixo é sujeito a uma força do tipo Fx = - 2 m w x' - m w**2 x . No instante de tempo inicial t = 0 , ele se encontra na posição de equilíbrio em x = 0 , e recebe um impulso de modo que sua velocidade inicial é vo > 0. O gráfico que melhor representa como a posição deste objeto varia om o tempo t é: a)
b)
c)
d)
e)
f)
*** Altos e Baixos Elis Regina *** Foi, quem sabe, esse disco Esse risco de sombra em teus cílios Foi ou não meu poema no chão Ou talvez nossos filhos As sandálias de saltos tão altos O relógio batendo, o sol posto O relógio, as sandálias E eu batendo em teu rosto E a queda dos saltos tão altos Sobre os nossos filhos Com um raio de sangue no chão Do risco em teus cílios Foram discos demais, desculpas demais Já vão tarde essas tardes e mais tuas aulas Meus táxis, whisky, Dietil, Diempax Ah, mas há que se louvar Entre altos e baixos O amor quando traz tanta vida Que até pra morrer leva tempo demais! Que até pra morrer leva tempo demais! https://www.letras.mus.br/elis-regina/45661/ ******************************************************* *** Movimento Harmônico Amortecido - MHA *** Responde Aí https://www.youtube.com/watch?v=SZ6lyKsN3vE **************************************************
*** Américas Sylvia Colombo y Sebastián Fest Notícias Ouvir no Apple Podcasts 19 DE ABR. DE 2023 Dos años en una cárcel de Daniel Ortega – La democracia según Julio María Sanguinetti – La extraña mediación de Lula Dos años en una cárcel de Daniel Ortega – La democracia según Julio María Sanguinetti – La extraña mediación de Lula ¿Cómo es pasar dos años en una de las cárceles de la dictadura de Daniel Ortega en Nicaragua? ¿Cuáles son las razones del odio de Ortega hacia la familia Chamorro? Conversamos con Juan Sebastián Chamarro. ¿Está debilitada la democracia? Sí, nos dice Julio María Sanguinetti, dos veces presidente de Uruguay. En esta charla analiza lo que está sucediendo entre Lula y Bolsonaro, profundiza sobre los problemas de España, Francia e Italia y se sumerge en el laberinto de la guerra en Ucrania. Lula quiere mediar en la guerra en Ucrania, pero sus declaraciones preocupan y desconciertan, especialmente a los aliados del gigante sudamericano. ¿Es la política exterior tradicional de Itamaraty o es lulismo? https://podcasts.apple.com/br/podcast/dos-a%C3%B1os-en-una-c%C3%A1rcel-de-daniel-ortega-la/id1647022878?i=1000609715621 ********************************************
*** Dora Kramer - Trancos e barrancos Folha de S. Paulo Luiz Inácio da Silva tem feito escolhas tão ruins quanto enigmáticas O governo ainda não fez quatro meses e a coleção de desacertos supera em muito a quantidade (e a qualidade) de acertos. Até a unanimidade em torno da reação aos ataques de 8 de janeiro ficou tisnada pelas imagens do general da estrita confiança do presidente da República em passeio ameno no Palácio invadido. Luiz Inácio da Silva tem feito escolhas tão ruins quanto enigmáticas. Não obtém bons resultados e por isso suscitam a dúvida sobre qual a motivação dele ao arrumar briga no campo externo com o Ocidente e, no terreno interno, prestigiar as ilegalidades do MST, levando o líder invasor na viagem à China. Isso para tratar dos episódios mais recentes e ruidosos. Nesse embornal cabem a turra com o Banco Central, a oferta de holofote a Sérgio Moro, o castigo aos pobres na suspensão do marco do saneamento e ainda toda sorte de improvisos cujo ápice deu-se na atabalhoada suspensão da isenção de taxas às compras nos sites asiáticos. A única escolha com explicação clara é a manutenção de Jair Bolsonaro como antagonista preferencial. Quem não gostaria de ter nessa condição alguém com tal sorte de passivos? De resto, a seleção de atritos não tem razão de ser. Guarda semelhança com o que a historiadora Barbara Tuchman celebrizou em sua "Marcha da Insensatez", relatando ao longo da história decisões de governantes que se voltam contra os próprios. Conviria Lula e companhia darem uma conferida no livro. Mas, ao que consta, o presidente não segue nem gosta de conselhos. Além do mais, parece embarcado numa egotrip aguda que acentua sua vocação para dono de verdades embaladas em platitudes que animaram plateias e o trouxeram até aqui. Mas o tempo passou, os critérios da sociedade se aprimoraram e não aceita que os trancos aproximem o país à beira de perigosos barrancos. ************************************************************* *** Aos Trancos E Barrancos João Paulo e Daniel *** LETRA: Se ela te perguntar Como é que eu estou Diga que estou sozinho Arrasado, sofrendo Morrendo de amor Soluçando em pranto Aos trancos e barrancos Eu tento levar Minha vida sem ela Não sei até quando Eu posso aguentar Ela tem que saber Como estou na verdade Assim, talvez ela volta Mesmo sem ter amor Mesmo por piedade Aos trancos e barrancos Eu vou me aguentando Sem ela saber Essa paixão ardente Sei que infelizmente Não dá pra esquecer Mesmo assim, vou levando Arrastando a paixão Que o meu coração quer Por bem ou na marra A vida é uma barra Sem essa mulher Ela tem que saber Como estou na verdade Assim talvez ela volta Mesmo sem ter amor Mesmo por piedade Aos trancos e barrancos Eu vou me aguentando Sem ela saber Essa paixão ardente Sei que infelizmente Não dá pra esquecer Mesmo assim vou levando Arrastando a paixão Que o meu coração quer Por bem ou na marra A vida é uma barra Sem essa mulher Aos trancos e barrancos Eu vou me aguentando Sem ela saber Essa paixão ardente Sei que infelizmente Não dá pra esquecer Mesmo assim vou levando Arrastando a paixão compositores: EDINHO DA MATTA, JOAO BATISTA BERNARDO Os Gigantes -João Paulo & Daniel (2003) - João Paulo e Daniel Gravadora: Ano: 2003 Faixa: 5 ******************************************
*** Paulo Fábio Dantas Neto* - Turbulento abril: uma âncora na cabeça, bumerangues na mão *** Se trago as mãos distantes do meu peito É que há distância entre intenção e gesto E se o meu coração nas mãos estreito Assombra-me a súbita impressão de incesto (“Fado tropical”, de Ruy Guerra e Chico Buarque) *** Depois de ler os artigos publicados, neste 22 de abril, da jornalista Dora Kramer (“Trancos e barrancos” – Folha de SP) e do professor Pablo Ortellado (“Nada de bom pode sair do circo da CPMI” – O Globo), poderia me dispensar de escrever a coluna, enviar aos leitores os artigos citados e usar para outros fins este sábado de verão resiliente em Salvador. Acontece que o clima quente, abafado, semanas após findo o verão oficial, recusa-se a deixar a cidade, também por estar prenhe de nuvens recentemente formadas na política brasileira. A expectativa de que, a partir do céu da política, se atire ao mar uma âncora econômica e social para fincar em terreno firme o barco comum do país, avariado após uma década remando contra a maré, estremece sob impacto de raios muy amigos, anunciadores de trovões. Raios que exumam receios de nova tempestade em firmamento antes promissor, até prenunciador, conforme os mais otimistas, de um chão de estrelas. A reversão de turbina prende o colunista ao teclado em busca de compreender um pouco mais a cena atual, inclusive observando vértices entre política e sociedade. O presidente Lula está em Portugal e por lá ficará cinco dias. Entre as cerimônias, a entrega, no emblemático dia 25, do prêmio Camões a Chico Buarque, homenagem luso-brasileira ao grande artista da nossa mãe gentil. Três dias depois, Chico estará no palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, brindando o seu público progressista com boa música e um provável relato simpático, talvez entusiasmado, do momento ímpar da viagem, em que o presidente terá acertado no cravo depois de passar duas semanas golpeando a ferradura, em matéria de política externa. Nem tudo, contudo, será gentileza a Lula, nessa nova visita. Há visível contraste entre a recepção ali oferecida, em novembro, ao então presidente eleito e a que se desenha, agora, ao presidente efetivo. Noves fora cravos amistosos em recinto fechado e zagueiros russos espinhosos na rua (sejam extremistas empedernidos, ou ucranianos ressentidos), na diplomacia e na política oficial (salvo dribles desconcertantes que a torcida crente espera sempre de seus ídolos) uma polidez mais circunspecta assume o lugar da simpatia de ontem e uma expectativa atenta (para dizer o máximo), o lugar do entusiasmo de anteontem. É de depreciação veloz do capital político e simbólico adquirido nas históricas eleições brasileiras de outubro de 2022 que se fala ao se pensar nos estragos que o que se pode chamar de modo Amorim de fazer política externa causou à imagem de Lula, do governo e a um processo de reabilitação institucional do papel do Itamaraty que, bem ou mal, começou mesmo antes da posse do presidente. Sem pretender discorrer profundamente sobre a inserção, no conjunto da política externa do Brasil, do posicionamento supostamente equidistante do governo brasileiro na guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e da ampliação do escopo da viagem do presidente Lula à China para além do caráter comercial de que se revestia a princípio, nem sobre possíveis cenários decorrentes dessas atitudes polêmicas, limito-me a constatar o efeito que todo mundo constata, mesmo quem é do governo, mas não tem posição ideológica antiocidental: o que seria um negócio da China teve proveito menor do que a fama (injusta ou não) de país aliado da Rússia. Na percepção do Ocidente isso é algo próximo a uma imagem de quinta-coluna. Exageros à parte, uma versão mais branda, mas nem por isso honrosa, é a de um país com uma política externa que negocia o alinhamento em torno de valores da democracia política e do pluralismo num leilão de supostas vantagens comerciais. É inexato dizer que estadistas fazem isso. O modus operandi, digamos, de barganha pragmática, de Vargas durante a ditadura do Estado Novo, tinha algum apelo num mundo ainda sem a ONU e o peso que direitos humanos adquiriram após as experiências do nazifascismo e do comunismo de estado. Peso depois subestimado, inclusive por governos ocidentais, quando tomaram, por razões geopolíticas, na contramão da memória sã, distância moral dos horrores do holocausto e dos gulags e voltaram a chocar ovos afins. Mas peso reassumido agora, pelo assédio de novos extremismos, xenofobismos, populismos e racismos às democracias. Fincam-se hoje balizas menos expansivas à noção de realpolitik. Ignorá-las é erro que Vargas dificilmente cometeria. É tosco fazer pastiche de sua memória controversa. Apanhados de surpresa pela desenvoltura de um assessor empoderado no tique de chanceler de fato, a diplomacia profissional e o ministro de direito demoram a reagir. Em meio aos estilhaços é difícil esboçar tentativas de contenção desse voluntarismo. Entre Caracas e Moscou, o altíssimo assessor, encorajado pelos sonhos de grandeza (que alimenta) do governante, praticou, no relativo vácuo desse momento de reorganização da diplomacia de Estado, o que Marco Aurélio Garcia não poderia fazer, há vinte anos, na condição de virtual comissário do partido, sem que houvesse reação eficaz do Itamaraty. A viagem a Portugal pode ser, ou não, um começo de inflexão, uma mudança de rota na política externa. Mas já é irreversível esse primeiro efeito bumerangue do voluntarismo político sobre as condições de negociação do que mais importa nesse instante para a política interna, que é uma pactuação razoável entre governo e congresso sobre a pauta mais imediata da âncora fiscal, seguida pela da reforma tributária, como também sobre a governabilidade econômica e social do país, a médio e a longo prazos. A política externa parece querer dar lições às democracias ocidentais através da cartilha do Sul global, seja lá o que isso queira dizer, para além das ideologias anti-imperialistas iliberais. Mas não retém a lição básica que foi o engajamento dos governos democráticos ocidentais na defesa prática da nossa democracia, recentemente ameaçada. Naquele processo ficou patente a influência relevante e difusa dos valores e interesses que os sustentam sobre a sociedade brasileira e sobre atores cruciais do nosso sistema democrático, revelando-se, mais que afinidades eletivas, uma interdependência no mínimo tão relevante quanto a soberania de cada país. Tendo em vista essa realidade e a ser mantido o olho cego da política externa para com ela, o ministro Haddad e o governo a que serve não precisarão de inimigos. A política externa não é o único fio desencapado. O segundo efeito bumerangue que marca dificuldades políticas do governo nesse turbulento abril são os ventos conflitivos que partem das jornadas do MST. Parece claro que o movimento agrega, à sua pauta social tradicional, uma luta por posições de poder que, no jargão da sua militância, quer dizer ocupar espaços num governo “em disputa”. Ambas as dimensões estão envolvidas na querela – que, afinal, praticamente já se resolveu após as ocupações recentes promovidas pelo movimento - em torno da nomeação dos novos dirigentes estaduais do Incra. De um lado, é pedir demais a um movimento social que desista de lutar para acelerar a reforma que é sua razão de ser, porque o governo eleito precisa retardar a substituição, nesses postos, de quadros representantes de forças contrárias a ela, ali instaladas no governo anterior, por depender de seu apoio parlamentar. Por outro lado, a ocupação desses cargos é guerra de posição no âmbito do Estado, em sentido restrito, travada de costas para a sociedade civil, dentro da qual o discurso do movimento perdeu força e prestígio desde sua primeira onda de estatalização, promovida desde há duas décadas, precisamente quando o PT ascendeu ao governo federal. Privado, a partir de 2016, dessa condição anfíbia (a não ser em realidades estaduais politicamente atípicas no período, como a Bahia), o movimento não realizou, nacionalmente, um “retorno às bases” para tentar renovar o estatuto social de sua pauta, até porque o progresso do agronegócio alterou a sua base social objetiva. O MST experimentou um refluxo durante o qual, salvo engano, o PT como partido parece ter cumprido mais diretamente, como pôde, o papel vitamínico que, por uma década, os governos petistas haviam desempenhado. A estatalização migrou de gabinetes governamentais para maior presença no outro lado da praça dos Três Poderes. O crescimento de sua representação parlamentar calibra, agora, as condições do movimento retomar postos governamentais que considera legitimamente seus por um critério transmitido pela longevidade da luta e pela urgência social da causa, transcendendo o estrito marco da representação política e os limites da institucionalidade. Essa seria socialmente excludente, por definição, daí a naturalização do método de criar conflitos no limite da lei para negociar sob tensão. É sob esse pano de fundo que o primeiro abril do Lula 3 encontra seu leito e seu possível limite. O número de ocupações foi drasticamente menor que o previsto, mas elas foram politicamente orientadas. De todas, a de terras da Embrapa, se é por um lado a mais estranha e menos justificável, do ponto de vista social, por outro é a mais emblemática do segundo tipo de objetivo que está em jogo. Alvejar um órgão subordinado ao Ministério da Agricultura, cujo titular pertence à banda da centro-direita da dita frente ampla, com ligações com o agronegócio, é provocar reação quase certamente mais dura e escancarar o conflito como exemplar da tese de que se trata de um governo em disputa. Teste feito, os ganhos imediatos são visíveis. Além das nomeações no Incra (que não podem ser julgadas simploriamente como aparelhamento, tendo em vista a relativa diversidade de perfis dos nomeados) e da iminência de anúncio de um plano de reforma agrária de desenho ignorado e de também ignorada compatibilidade com o sentido geral da política econômica e mesmo das políticas sociais do governo, o MST e seus agentes no Ministério do Desenvolvimento Agrário avançaram na queda de braço interna com o ministro da Agricultura, apesar - ou mesmo por causa - do insólito caso criado na Embrapa. À dura nota de repúdio do ministro seguiu-se, em vez de cobertura e solidariedade governamentais, a aceleração de audiências de vários ministros com dirigentes do movimento, cuja ação ilegal a nota repudiava. Para completar, o próprio ministro Fávaro foi convocado a se juntar ao mutirão ministerial. A quem coube coordenar, nos bastidores, essa ação coletiva do governo para fazer andar formalmente a pauta de reivindicações do MST? À Casa Civil, pela missão institucional que lhe cabe quando se adota uma diretriz explícita de governo? Ou houve, como parece, cooperação informal do ministro Rui Costa com uma articulação comissarial do seu partido? Sendo essa a aparência, ainda assim houve resposta proativa em uníssono, não só de ministérios setoriais. Incluiu ministros palacianos e também o da Fazenda, que guarda a chave do cofre e lidera, no momento, uma negociação em torno de uma âncora fiscal num congresso onde há uma forte bancada ruralista, inclusive na base governista em formação. Tudo estaria dentro de um script político esperado e poderia ser interpretado como concretização política, democrática e republicana, de uma agenda pública de esquerda em diálogo com um movimento social se esse pudesse ser um governo do PT. Acontece que não pode ser, dentre outras razões porque sua legitimidade eleitoral liga-se a uma ideia de frente (seja de centro-esquerda, ou ampla) e sua legitimidade governativa passa por uma base congressual para a qual essa pauta está muito longe de ser um consenso. Isso posto, sem juízo de valor negativo sobre políticas públicas tratadas nessa negociação formal, a informalidade da qual ela nasceu justifica uma restrição do ponto de vista de uma institucionalidade republicana, além do juízo político (e para este artigo isso é o que mais importa) de que pode ser também um bumerangue contra o governo. Se for, comprometerá a premissa eleitoral, qual seja, a de fazer a pacificação e a reconstrução institucionais como meios de enfrentar a crise econômica e social do país, fortalecendo, nesse processo, a sua democracia representativa. No caso de a política externa não sofrer uma inflexão, o efeito bumerangue sobre o congresso pode vir a médio ou longo prazo. Já no caso do conflito agrário, está se falando de uma CPI para já. Ao inverso do que parecem talvez pensar o MST e setores do PT, na presença dessa CPI, uma âncora de governabilidade econômica terá menos chance de se concretizar favoravelmente ao projeto que o governo apresentou. E uma agenda social positiva terá menores chances de passar se o governo não detiver a guerra interna de posições que parece isolar, no momento, o ministro da Agricultura. Para além do peso econômico do setor social com que está envolvido na pasta, Carlos Fávaro é senador e correligionário do presidente do Senado. Seu partido, o PSD, comparte com o MDB um dos grandes blocos de centro-direita (o outro é o do presidente Arthur Lira), sucessores do antigo centrão, que disputam protagonismo na Câmara. Como se os dois fronts comentados já não fossem guerra bastante, acaba de ser arremessado, do interior do próprio palácio, um terceiro bumerangue contra um governo que procura um modo de fixar, no chão do Congresso, a âncora que lançou para si e o país. Com uma CPMI tornada inevitável pela divulgação de imagens comprometedoras de um ministro palaciano em cooperação passiva com as arruaças extremistas do dia 8 de janeiro, a extrema-direita ganha agora chance de diminuir a desmoralização e o isolamento que sofre, há meses, por aquela sua tentativa tosca de golpe de estado. Obtendo isso, crescerá o potencial dessa oposição apocalíptica de sabotar a ancoragem da economia. Com boa vontade, o bumerangue da política externa pode ser classificado como erro, o do conflito agrário como imprudência, mas é difícil achar termo de brandura equivalente para classificar o estrago causado pela blindagem palaciana, durante três meses, de um militar muy amigo que não poderia ter chegado a ser ministro e, tendo chegado, reincidiu na mesma incompetência que apressou, há uma década, sua aposentadoria do Exército. “GDias”, o general, teve trajetória tão insólita como está sendo a aparente aposentadoria do ex-ministro da vida pública. Não são evidentes as razões e circunstâncias pelas quais ele assumiu o comando da antiga VIª Região Militar quase imediatamente após atuar, por sete anos, na segurança pessoal do atual presidente da República, em seus dois primeiros mandatos; também não são evidentes as razões e circunstâncias pelas quais voltou ao palácio, em cargo de confiança, durante o governo Dilma Rousseff, depois de ter sua carreira militar abreviada por uma confraternização, enquanto comandante, com policiais militares que cercavam a Assembleia Legislativa da Bahia numa greve selvagem, atitude que indignara a própria presidente. E menos ainda evidentes as que o fizeram retornar agora, apesar da trajetória, em contexto tão delicado de relação entre militares e o novo governo e, dessa vez, com status de ministro de uma pasta situada no epicentro dessa tensão. O governo federal não precisava estar vivendo o que vive agora. Em janeiro havia evidências e reflexões suficientes para avaliar, sem exageros ou qualquer necessidade de CPMI, a parcela moderada de responsabilidade que coube ao novo comando do GSI no que hoje o ex-ministro chama de apagão do sistema de inteligência. Uma análise primorosa da jornalista Maria Cristina Fernandes no dia seguinte às arruaças (“Só falta a Lula tomar posse como comandante-em-chefe” - Valor Econômico, 09.01.2023), uma matéria altamente informativa do jornalista Marcelo Godoy (“GSI dispensou reforço de guarda no Planalto 20 horas antes da invasão de golpistas” – Estado de São Paulo, 12.01.2023) e uma entrevista do ex-ministro da defesa Aldo Rabelo, concedida ao programa WW da CNN, no dia 11 de janeiro são três exemplos, dentre outros, de uma compreensão mais qualificada, informada e ponderada dos acontecimentos. Era dito ou sugerido, com discrição e elegância, que estava se procurando chifre em cabeça de cavalo quando se atribuía à cúpula das forças armadas responsabilidades pelo ocorrido no dia 8 de janeiro. E que era torta a narrativa de culpar a estratégia conciliadora do ministro da Defesa, José Mucio, pela tardança em detectar e reprimir o golpe. Pelas circunstâncias da transição, poderia haver explicação razoável para falhas do GSI. Mas nem a referência discreta e cuidadosa de Rabelo a esse ponto, nem as explícitas informações de Godoy foram valorizadas. Em vez disso, tentou-se atribuir conivência à cúpula das Forças Armadas, deixando também que pairasse no ar uma impressão de ingenuidade ou incompetência do Ministro da Defesa. José Mucio deve estar hoje, com razão, mais do que em paz com o silêncio que guardou. Quando a paciência é conselheira, vale um dia depois do outro. O governo poderia ter alegado em seu favor, com toda a razão, que a estratégia do seu ministro estava dando certo. Havia mútuo interesse do novo governo e da cúpula militar em dissolver os acampamentos golpistas e virar a página. O erro crasso dos militares, que poderia mesmo ser tomado como conivência e até simpatia inicial, foi ter permitido, em novembro, acampamentos em áreas de segurança nacional. Porém, uma vez instalados, o desmonte não poderia ser feito “no pau”. Os militares, coniventes na origem, viraram a chave a partir de quando Lula nomeou Mucio, o maior de seus acertos nessa área. O terreno foi adubado para ocorrer um esvaziamento gradual, mas constante e contínuo como, de fato, se verificava. O acampamento minguava e exatamente por isso a extrema-direita que importa e faz perigo, vendo o fracasso da tática desmontada pela estratégia de Mucio resolveu armar um golpe de fora. Toda a inteligência, a infra e a mobilização de gente veio de fora do acampamento. As centenas de pessoas ainda acampadas foram arrastadas aos palácios por uma massa três vezes maior. E foram de bom grado, é claro, pois viram naquele movimento externo a mão da providência que esperavam há meses. A estratégia do novo governo, antes mesmo da posse, criou um obstáculo à extrema-direita, que ela tentou eliminar com um golpe ou, no mínimo, para, no fracasso dele, haver polarização contínua, sem apaziguamento. Esse fato positivo da sua conduta não foi salientado pelo próprio governo. Em vez disso, alguns setores da esquerda tentaram fazer do ministro da Defesa um bode expiatório para reverter a até ali clara opção de Lula pela conciliação. Opção posta em dúvida após o 8 de janeiro, quando Mucio passou a ser reconhecido pelo presidente como um amigo leal que “errou”. Na verdade - é o que hoje já se admite - erro foi a contribuição dada ao “apagão” da inteligência pelo receio de deslealdade militar, equívoco apontado no artigo de Maria Cristina e do qual “GDias” é, por enquanto, um suspeito. Com o início de um desmonte do GSI sem colocar nada no lugar (até porque isso não poderia ser feito de modo instantâneo), o palácio e o governo ficaram mais expostos ao golpe que a extrema-direita tentou dar e agora tenta negar pelo conhecido método de assassinar fatos e reduzir tudo a uma guerra de narrativas. Para isso contará agora com uma CPMI, cujo desenrolar foi previsto de modo muito feliz na frase final do citado artigo do professor Ortellado, a qual sintetiza um ceticismo que compartilho para com a possibilidade da CPMI, em vez de tentar embaralhar, ajudar a que cheguem a bom termo as investigações e o processo dirigidos pela Polícia Federal e o Poder Judiciário: “É muita ingenuidade acreditar que conseguiremos qualquer dessas coisas com embates televisionados entre Eduardo Bolsonaro e André Janones”. Essa CPMI é mais um bumerangue com efeitos a refratar. Missão plenamente possível para os democratas, face à tentativa da extrema-direita de provar a quadratura do círculo. Mas ao mesmo tempo missão custosa, cheia de armadilhas, num processo diversionista, inconveniente, para decisões urgentes e cruciais a tomar, nesta hora, no interesse do país. xxx Da análise dos três bumerangues, resulta a comum conclusão de que, além de prejudicial à sedimentação de instituições e ao fomento de uma cultura política saudável, trocar práticas de bom governo por improvisos e ações entre amigos é como cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar. Este colunista não afirma, de modo algum, que o atual governo é um mero exemplar desse autoengano suicida. Aqui se mencionou exemplos de bom governo na Fazenda e na Defesa e certamente os há em outras áreas. Mas está claro que as vacinas contra improvisos e ações entre amigos precisam ser renovadas. Doses de reforço devem encontrar o presidente com o braço estendido, na primeira fila. *Cientista político e professor da UFBa. *******************************************************
*** LITERATURA Leia na íntegra o discurso de Chico Buarque no Prêmio Camões Escritor e cantor Chico Buarque afirmou que Jair Bolsonaro (PL) 'teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões' EM Estado de Minas 24/04/2023 17:38 - atualizado 24/04/2023 17:53 Chico Buarque, ao lado do presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro António Costa Chico Buarque, ao lado do presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e do primeiro-ministro António Costa, recebe o maior prêmio da língua Portuguesa, o Prêmio Camões (foto: Reprodução/TV Brasil) O cantor, compositor e escritor Chico Buarque recebeu nesta segunda-feira (24/4) o maior prêmio da literatura de língua Portuguesa, o Camões, em Sintra, Portugal. Em seu discurso, Chico agradeceu a presença de políticos brasileiros e lusitanos, além de artistas como as cantoras Fafá de Belém e Carminho. LEIA MAIS 16:25 - 24/04/2023 Lula: 'Prêmio de Chico é vitória da cultura e da democracia' 15:15 - 24/04/2023 Chico Buarque crítica gestão Bolsonaro: 'Anos de estupidez e obscurantismo' 14:20 - 24/04/2023 Chico Buarque ironiza Bolsonaro: 'Teve a fineza de não sujar o meu prêmio' Também agradeceu a presença dos escritores Mia Couto, Manuel Alegre e Pilas del Río. Ao longo do discurso também citou o escritor português José Saramago e o brasileiro João Cabral de Melo Neto. ÍNTEGRA DO DISCURSO DE CHICO BUARQUE AO RECEBER O PRÊMIO CAMÕES Boa noite excelentíssimos senhores presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa; presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; primeiro ministro de Portugal, António Costa; ministra da cultura brasileira, minha amiga, Margareth Menezes; ministro da Cultura português, Pedro Adão e Silva; querida Janja da Silva; presidente do júri, professor Frias Martins; e tantos amigos e amigas aqui presentes, Fafá de Belém, Carminho, Mia Couto, Miguel de Sousa Tavares, Pilar del Río, meu editor brasileiro Luiz Schwarz, minha editora portuguesa, Clara Capitão, e minha mulher, Carol. Eu estou emocionado porque hoje de manhã ela saiu do hotel, atravessou a avenida e foi comprar essa gravata. (Risos) Isso me emociona. Ao receber esse Prêmio eu penso no meu pai, o historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Hollanda, de quem herdei alguns livros e o amor pela língua portuguesa. Relembro quantas vezes interrompi seus estudos para lhe submeter meus escritos juvenis, que ele julgava sem complacência e sem excessiva severidade, para em seguida me indicar leituras que poderiam me valer numa eventual carreira literária. Mais tarde, quando me bandeei para a música popular, não se aborreceu, longe disso, pois gostava de samba, tocava um pouco de piano e era amigo próximo de Vinicius de Moraes, para quem a palavra cantada talvez fosse simplesmente um jeito mais sensual de falar a nossa língua. Posso imaginar meu pai coruja ao me ver hoje aqui, se bem que, caso fosse possível nos encontrarmos neste salão, eu estaria na assistência e ele cá, no meu posto, a receber o prêmio Camões com muito mais propriedade. Meu pai também contribuiu para minha formação política, ele que durante a ditadura do Estado Novo militou na esquerda democrática, futuro Partido Socialista Brasileiro. No fim dos anos 60 retirou-se da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em solidariedade a colegas cassados pela ditadura militar. Mais para o fim da vida participou da fundação do Partido dos Trabalhadores, sem chegar a ver a restauração democrática do nosso país, nem muito menos pressupor que um dia cairemos num fosso, sob muitos aspectos, mais profundo. O meu pai era paulista, meu avô pernambucano, meu bisavô mineiro e meu tataravô baiano. Tenho antepassados negros e indigenas, cujos nomes meus antepassados brancos trataram de suprimir da história familiar. Como a imensa maioria do povo prasileiro, trago nas veias o sangue do açoitado e do açoitador, o que ajuda a nos explicar um pouco. Recuando no tempo, em busca das minhas origens, recentemente vim a saber que tive por decavós paternos o casal Shemtov ben Abraham, batizado como Diogo Pires, e Provida Fidalgo, oriundos da comunidade barcelense. A exemplo de tantos cristãos novos portugueses, sua prole exilou-se no nordeste brasileiro do século XVI. Assim, enquanto descendente de judeus sefarditas perseguidos pela inquisição, pode ser que algum dia, eu também alcance o direito à cidadania portuguesa a modo de reparação histórica. (Risos) Já morei fora do Brasil e não pretendo repetir a experiência, mas é sempre bom saber que tem uma porta entreaberta em Portugal, onde mais ou menos me sinto em casa e esmero-me nas colocações pronominais. Conheci Lisboa, Coimbra e Porto em 1966 ao lado de João Cabral de Melo Neto, quando aqui foi encenado seu poema “Morte e vida Severina” com músicas minhas. Ele, um poeta consagrado e eu um atrevido estudante de arquitetura. O grande João Cabral, o primeiro brasileiro a receber o Prêmio Camões, sabidamente não gostava de música e nem sei se chegou a folhear algum livro meu. Escrevi meu primeiro romance “Estorvo”; em 1990, e publicá-lo foi para mim como me arriscar novamente no escritório do meu pai em busca de sua aprovação. Contei dessa vez com padrinhos como Rubem Fonseca, Raduan Nassar e José Saramago, hoje meus colegas de Prêmio Camões. De vários autores aqui premiados, fui amigo de outros tantos de Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde... Sou leitor e admirador. Esqueci de citar antes o nosso grande Manuel Alegre, aqui presente, que também foi premiado com Camões. Por mais que eu leia e fale de literatura, por mais que eu publique romances e contos, por mais que eu receba prêmios literários, faço gosto de ser reconhecido no Brasil como compositor popular, e em Portugal como o “gajo” que um dia pediu que lhe mandassem um cravo e um cheirinho de alecrim. Valeu a pena esperar por esta cerimônia marcada, não por acaso, para a véspera do dia em que os portugueses dessem a avenida Liberdade a festejar a revolução dos cravos. Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado e eu já me perguntava se não o haviam esquecido. Porque sabe-se: prêmios também são perecíveis, tem data de validade. Quatro anos com uma pandemia no meio davam às vezes a impressão que um tempo bem mais longo havia transcorrido. No que se refere ao meu país, quatro anos de governo funesto duraram uma eternidade, porque foi um tempo em que o tempo parecia andar para trás. Aquele governo foi derrotado nas urnas mas nem por isso podemos nos distrair, pois a ameaça facista persiste, no Brasil e por toda parte. Hoje, porém nessa tarde de celebração, reconforta-me lembrar que o ex-presidente teve a rara fineza de não sujar o diploma do meu Prêmio Camões, deixando seu espaço em branco para assinatura do nosso presidente Lula. Recebo esse prêmio menos como uma honraria pessoal e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo. Muito obrigado. 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