Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Uma Cidadã do Mundo
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O texto "Nas entrelinhas: Alguém precisa barrar a escalada da guerra" de Luiz Carlos Azedo analisa a crescente tensão entre Israel e Irã, apontando a possibilidade de uma guerra total. O autor destaca que o presidente dos EUA, Joe Biden, é a única figura com potencial para evitar esse conflito, mas que sua incapacidade de conter a situação é inédita.
Azedo faz paralelos históricos, mencionando figuras pacifistas como Jean Jaurés, Gandhi e Martin Luther King, que foram assassinados por suas convicções de paz. O artigo também lembra o assassinato de Yitzhak Rabin, que quase conseguiu uma paz duradoura entre israelenses e palestinos.
O autor também revisita os Acordos de Oslo, patrocinados por Bill Clinton, que trouxeram uma breve esperança de paz, mas foram seguidos por ondas de violência. A menção ao poder nuclear de Israel e a estratégia de Netanyahu de escalar conflitos no Líbano para confrontar o Irã sugere que a situação atual pode ser desastrosa.
Azedo conclui com referências à "Marcha da Insensatez" de Barbara Tuchman, ilustrando como decisões políticas equivocadas historicamente levaram a tragédias, reforçando a ideia de que a paz, mais uma vez, pode estar sendo derrotada.
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Nas entrelinhas: Alguém precisa barrar a escalada da guerra
Publicado em 02/10/2024 - 07:39 Luiz Carlos Azedo
EUA, Guerra, Irã, Israel, Memória, Palestina, Política, Política, Terrorismo, Violência
Uma guerra total entre Israel e o Irã parece iminente. O homem que poderia impedi-la é o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Sua impotência, porém, não tem precedentes
Jean Jaurés (1859-1914) era um liberal radical que se tornou socialista, integrando a ala direita do Partido Socialista Francês. Em 1897, com Émile Zola e Georges Clemenceau, liderou a campanha em favor de Alfred Dreyfus, o capitão francês injustamente acusado de espionagem pelo alto comando do Exército francês por ser judeu. Sempre defendeu a aproximação entre a França e a Alemanha para garantir a paz na Europa. Era um pacifista, precursor de Mahatma Gandhi (“Posso até estar disposto a morrer por uma causa, mas nunca a matar por ela!”) e Martin Luther King (“Sempre e cada vez mais devemos nos erguer às alturas majestosas de enfrentar a força física com a força da alma”).
Jaurés foi assassinado no dia da declaração da guerra, 31 de julho de 1914, por Raoul Villain, um nacionalista fanático. Foi o principal líder da II Internacional a defender a paz. Quase todos os demais apoiaram a entrada dos seus países na guerra, a começar pelos dirigentes da poderosa Social-Democracia Alemã, que estava no poder. Com exceção de Vladimir Lênin, que defendeu a paz para derrubar a autocracia czarista.
Gandhi e King foram igualmente assassinados. É o caso também do líder que quase conseguiu a paz entre judeus e palestinos: Yitzhak Rabin. Outra vez, o algoz foi um ultranacionalista: o judeu Yigal Amir. Em 4 de novembro de 1995, com dois tiros certeiros, matou o homem e a ideia que defendia: israelenses e palestinos terem uma paz duradoura.
Dois anos antes, Rabin, então primeiro-ministro israelense, e Yasser Arafat, líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), apertaram as mãos e sorriram durante a assinatura dos Acordos de Oslo, patrocinados pelo presidente Bill Clinton. Esses acordos despertaram uma pequena luz no fim do túnel no conflito que os atingiu por décadas, também desencadeou uma onda de violência e ódio tanto entre a direita israelense quanto entre radicais do grupo islâmico Hamas.
Desde a Guerra dos Seis Dias, com seus vizinhos árabes, Egito, Síria e Jordânia, da qual foi vencedor, Israel ocupa as áreas da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, das Colinas Golã e a parte oriental da cidade de Jerusalém. Nunca houve uma paz verdadeira na região. Os palestinos vivem como párias. Em termos geopolíticos, porém, os Acordos de Oslo permanecem sendo a chave para a solução de dois Estados, Israel e a Palestina, com fronteiras reconhecidas internacionalmente.
É um sonho cada vez mais distante. Uma guerra total entre Israel e o Irã parece iminente. O homem que poderia impedi-la é o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Sua impotência diante do que está acontecendo no Oriente Médio não tem precedentes. Na Assembleia Geral da ONU, Benjamin Netanyahu ameaçou o Irã e anunciou a escalada das ações israelitas contra o Hezbollah no Líbano. Mostrou um mapa do que seria a “maldição” de uma guerra contra o Irã. No mapa, porém, Cisjordânia e Gaza aparecem como território israelense.
Poder nuclear
Diante de suas sucessivas recusas às propostas de paz dos Estados Unidos, Netanyahu mostra que a escalada no Líbano é parte de uma estratégia de guerra total contra seus adversários na região, principalmente o Irã. Biden é contingenciado pela sombra do verdadeiro aliado do primeiro-ministro israelense, o ex-presidente Donald Trump. O poder nuclear de Israel é um segredo de polichinelo.
Voltemos à I Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918. Foi uma tragédia para humanidade, pois viria a desaguar na II Guerra Mundial. Liberais e conservadores foram confrontados pelo fascismo e pelo nazismo, enquanto social-democratas e comunistas se digladiavam. Esse processo resultou de forças muito superiores à capacidade de um só homem: a fusão do capital financeiro com o capitalismo industrial, na virada para século 20, e a expansão territorial das potências europeias em direção à Ásia, à África e à Oceania.
O estopim da I Guerra foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono da Áustria-Hungria, em 28 de janeiro de 1914, em Sarajevo, capital da Bósnia, por um militante da organização terrorista Mão Negra, de nacionalistas sérvios. As alianças de Áustria e Sérvia entraram em ação, o conflito envolveu todas as potências da época. Ao longo da guerra, o uso de novas armas, como o gás tóxico, e de invenções como o avião, aumentaram a tragédia.
Em 1989, Francis Fukuyama publicou o artigo “O Fim da História?”, na revista The National Interest, segundo o qual a dissolução da União Soviética e, consequentemente, o fim da Guerra Fria, eram a vitória do ideal da democracia ocidental sobre o mundo. O liberalismo e a democracia seriam os eixos de um “Estado homogêneo universal”. Essa tese está à prova faz tempo.
Ninguém sabe o desfecho da crise de Israel com o Irã. Netanyahu é audacioso, implacável e sagaz. Acuado internamente por causa de Gaza, viu no confronto com o Hezbollah, no Líbano, uma oportunidade de confrontar o Irã e arrastar os EUA para o conflito, com objetivo de consolidar a hegemonia política de Israel em todo o mundo árabe, pela força militar. Aliados do Irã, Rússia e Coreia do Norte pouco podem fazer. A China não se mete, só observa.
A Marcha da Insensatez (Editora José Olympio), da escritora Barbara W. Tuchman, mostra como decisões erradas dos governantes voltaram-se contra seus próprios interesses, da Guerra de Troia à do Vietnã. Diante da ideologia e dos interesses mais mesquinhos, como na I Guerra Mundial, a razão foi impotente. A paz perdeu.
Todas as colunas anteriores no Blog do Azedo: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/
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Era Um Garoto Que Como Eu Amava Os Beatles e Os Rolling Stones
Engenheiros do Hawaii
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Celebração dos 60 Anos de Mafalda:
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O Jogo da Mafaldinha
Painel:
Quadro 1: Ernesto Sabato, Jorge Luis Borges e Julio Cortázar estão sentados em uma mesa de café, cercados por livros e papéis. Todos têm expressões sérias e contemplativas. O cenário é um café clássico, com mesas de madeira, cadeiras de ferro forjado e paredes decoradas com quadros de arte.
Sabato:
(apontando para um jornal aberto sobre a mesa)
"Os direitos humanos estão se evaporando como névoa ao amanhecer, enquanto a paz se transforma em uma ilusão distante..."
Quadro 2: Borges, com seu olhar penetrante, segura um livro em uma mão e olha para a janela, onde se vê um protesto pacífico, mas repleto de policiais e tensão.
Borges:
(pensativo)
"Vivemos em um labirinto de palavras, onde o silêncio é mais ensurdecedor do que gritos por justiça..."
Quadro 3: Cortázar, com seu característico estilo de humor, levanta uma xícara de café e faz uma referência a um de seus romances.
Cortázar:
(sorrindo levemente)
"É como se estivéssemos jogando uma partida de 'Rayuela', mas a linha de chegada está cada vez mais longe, e as regras mudam a cada rodada!"
Quadro 4: Mafalda aparece no canto inferior, olhando para os três escritores com uma expressão de preocupação e determinação. Ela tem um caderno nas mãos, como se estivesse anotando.
Mafalda:
"Por que, em vez de seguir jogando, não começamos a reescrever as regras? A paz e os direitos humanos são nossas cartas na manga!"
Quadro 5: No final do painel, Mafalda, em um quadro separado, segura um cartaz que diz "Paz e Direitos Humanos Já!" e sorri, com uma expressão de esperança.
Mafalda:
(pensativa)
"Aqui e agora, a mudança começa com a nossa voz. Se não lutarmos por um mundo melhor, quem o fará?"
O fundo do painel é colorido com elementos de arte e desenhos, simbolizando a esperança e a luta pela paz e pelos direitos humanos, enquanto as figuras de Sabato, Borges e Cortázar representam a rica tradição literária argentina, refletindo sobre os desafios atuais de forma crítica e inspiradora.
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No começo dos anos 1970, ao ser questionado por um jornalista sobre o que pensava da personagem Mafalda, criada pelo cartunista Quino, o escritor argentino Julio Cortázar – que, ao lado de Jorge Luís Borges e Ernesto Sábato, formava a “santíssima trindade” das letras portenhas – não titubeou: “O que eu penso da Mafalda não importa. O importante é o que ela pensa de mim”.
Quino se juntou ao panteão de Cortázar, Borges e Sábato
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"Não era minha intenção que Mafalda durasse tanto tempo. Esperava que o mundo melhorasse, mas a política liberal está convertendo os ricos em cada vez mais ricos e os pobres em cada vez mais pobres”
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Um velho ateu
Um bêbado cantor, poeta
Na madrugada cantava essa canção-seresta
Se eu fosse deus
A vida bem que melhorava
Se eu fosse deus
Daria aos que não têm nada
E toda janela fechava
Pros versos que aquele poeta cantava
Talvez por medo das palavras
De um velho de mãos desarmadas
Composição: Eduardo Gudin / Roberto Riberti.
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Mafalda, a menina-mulher que nunca teve medo em apontar as falhas dos adultos
Direitos reservados
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Os 60 anos da Mafalda vão ser celebrados ao longo de 2024
Leitura: 2 min
01 março, 2024 às 19:21
Os 60 anos da Mafalda vão ser celebrados ao longo de 2024
Criação do artista argentino Quino, a Mafalda festeja seis décadas este ano. A data vai ser assinalada com exposições e o lançamento da obra completa.
redação-jn
Começou por ser uma personagem criada para uma campanha de publicidade de eletrodomésticos, mas rapidamente o artista argentino Quino (1932-2020) reservou-lhe outros planos, ao ver o forte impacto popular que tiveram as primeiras tiras publicadas na imprensa.
Mafalda, a menina-mulher que nunca teve medo em apontar as falhas e os absurdos dos adultos, nasceu há 60 anos e a Penguin Random House Portugal, que agora detém os direitos nacionais de publicação da carismática personagem, vai assinalar a data ao longo do ano através de várias iniciativas, como exposições.
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¡FELICES 60 AÑOS, MAFALDA!
El 29 de septiembre de 1964 se publicó por primera vez en Primera Plana la tira Mafalda de Quino.
Ciudad Magazine
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As imagens originais das tiras de Mafalda publicadas na revista Primera Plana em 1964 podem ser um pouco difíceis de encontrar online, mas você pode conferir algumas fontes que documentam essa primeira aparição.
Revistas e Publicações: O site Ciudad Magazine oferece informações sobre a primeira publicação de Mafalda, incluindo descrições das tiras.
Blogs e Sites de Fãs: O site Brasil Escola fala sobre a personagem e pode ter reproduzido imagens em suas postagens.
Catálogos de Quadrinhos: Também vale a pena conferir plataformas que catalogam quadrinhos e tiras, como o Comic Book Plus ou sites dedicados a quadrinhos argentinos.
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Velho Ateu ( Regina Benedetti e Eduardo Gudin)
Regina Benedetti
20 de set. de 2018
Não se esqueça de se inscrever no canal.
Instagram : @rebenecantora
Participação especial de Eduardo Gudin no Show autoral "O Canto da Sereia" de Regina Benedetti no Teatro do Sesc 24 de Maio dia 11 de setembro de 2018 em São Paulo/SP.
Música:
Velho Ateu: (Eduardo Gudin/Roberto Riberti)
Regina Benedetti ( Voz/ Percussão)
Eduardo Gudin: (Violão/Voz)
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Trump nazista? | Ponto de Partida
Meio
Estreou há 2 horas #Política #DonaldTrump #eleições
O discurso de Donald Trump, este ano, é bastante mais radical do que foi em 2020 ou 2016. Mudou muito. Se tornou um discurso de estigmatizar minorias bem parecido com um político austríaco dos anos trinta e quarenta. Pois é. Ele mesmo.
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