Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 8 de outubro de 2024
DOM DE ILUDIR
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Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.
1Coríntios 1:27-29 ARC
ARC: Almeida Revista e Corrigida
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WW - KASSAB TEM AS CHAVES DAS ELEIÇÕES DE 2026 - 08/10/2024
CNN Brasil
Transmissão ao vivo realizada há 113 minutos #CNNBrasil
Assista ao WW desta terça-feira, 8 de outubro de 2024
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Dom de Iludir
Gal Costa
Letra
Tradução
Significado
Não me venha falar na malícia
De toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia
De ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim
Você sabe explicar
Você sabe entender
Tudo bem
Você está, você é
Você faz, você quer
Você tem
Você diz a verdade
E a verdade é seu dom de iludir
Como pode querer que a
Mulher, vá viver sem mentir
Composição: Caetano Veloso.
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terça-feira, 8 de outubro de 2024
Entrevista | Gilberto Kassab: Tarcísio deve se fortalecer para 2030, pois encarar o Lula nunca é fácil
Bernardo Mello, Caio Sartori e Thiago Prado / O Globo
Recordista de prefeituras neste ano, o comandante do PSD avalia que as eleições mostram esquerda menor e defende que governador de SP só dispute a Presidência da República daqui seis anos
Presidente nacional do PSD, que saiu das urnas como quem mais elegeu prefeitos, 878, em todo o país, Gilberto Kassab evita colocar o partido como postulante à Presidência da República em 2026 e acena a outras siglas que classifica como de “centro”, como o União Brasil — com quem costura uma aliança para disputar o comando da Câmara dos Deputados. Kassab defende ainda que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja candidato à reeleição em São Paulo, em vez de embarcar na disputa contra Lula (PT), que “será candidato com certeza” e “não pode ser menosprezado”.
O PSD usará o número de prefeituras como ativo para lançar candidatura própria pela primeira vez à Presidência?
Se o PSD tiver candidato a presidente, hoje o nome é o do (governador do Paraná) Ratinho Jr. Mas também pode não ter. Em 2022, tínhamos nomes posicionados com alianças mais à direita, como o próprio Ratinho, e outros mais à esquerda, e por isso não lançamos. Se o Tarcísio concorrer, vou ponderar com o partido que o melhor seria apoiá-lo, mas o que eu vejo cada vez mais, pessoalmente, é uma preferência para que ele seja candidato a governador.
O que Tarcísio acha disso?
Ele tem dito que fica muito honrado com a lembrança, e não exclui nada, mas tudo leva a crer que vai optar pelo projeto do estado. Se ele perder a eleição presidencial em 2026, São Paulo perde também um grande governador. Ele pode chegar com mais musculatura em 2030, após oito anos de realizações e entregas no estado.
Em 2030, Tarcísio não teria a concorrência do ex-presidente Jair Bolsonaro?
Se tiver, que saia o melhor. Se for o Bolsonaro, aí Tarcísio pode ser vice. Mas não sei, acho que ele (Tarcísio) estará muito bem. Tarcísio é uma liderança inconteste da direita. Se houver dois líderes da direita no Brasil, são Tarcísio e Bolsonaro. Os partidos de centro vão preferir caminhar num diálogo com o Tarcísio, já que o Bolsonaro nunca quis dialogar.
O que te faz afirmar isso é a forma como o Ricardo Nunes (MDB) chegou ao segundo turno em São Paulo?
Sem dúvida nenhuma, sem querer desmerecer o Bolsonaro, mas o Tarcísio foi fundamental para essa ida do Nunes. Em vários momentos o Tarcísio foi tentado, instado a refletir para ter outro candidato, e ele foi muito firme com o Ricardo. Ele é o grande vencedor dessa eleição — ao lado do próprio Ricardo. Ninguém teve essa mesma participação, o Tarcísio é o pai da criança.
Há quem ache que o senhor deseja que Tarcísio concorra à reeleição para ser o vice dele em 2026. Isso procede?
Não procede. Eu já disputei muitas eleições, e gosto. Acredito que esteja preparado para voltar a disputar a qualquer momento, mas caberá ao Tarcísio, que é nosso líder em São Paulo, definir as alianças e composições.
Apesar de bons índices econômicos do governo, os apoios de Lula tiveram pouca relevância. O que esse cenário diz sobre o prognóstico para a força do próprio Lula em 2026?
Lula não pode ser menosprezado nunca. É um dos motivos para eu achar que o Tarcísio não deveria concorrer à Presidência. Enfrentar o Lula nunca é fácil. E a avaliação dele não é ruim, é regular — o que não é nada mal para alguém que há alguns anos estava numa situação muito difícil. Tenho certeza de que ele será candidato.
Com o PT mal, mas vencendo em capitais onde apoiou prefeitos bem avaliados de outros partidos, como no Rio e em Recife, esta eleição deixou algum recado ao Lula?
O Lula é o Lula, está acima dos partidos de esquerda. Mais do que nunca, ele entenderá a importância das alianças políticas. Ele não se envolveu muito nessa eleição, portanto qualquer desgaste será mais do PT do que dele. Caberá à direita, e ao centro que quer caminhar com esse campo, também definir logo um nome. Vejo o (governador de Goiás, Ronaldo) Caiado (União) disposto a ser de qualquer maneira, portanto ele larga na frente, caso eu esteja correto sobre o Tarcísio e considerando Bolsonaro hoje inelegível. É preciso saber se o (governador de Minas, Romeu) Zema (Novo) vai querer. A questão é que, em um país como o Brasil, não dá para definir candidato em cima da hora.
O PSD foi quem mais elegeu prefeitos em São Paulo e em Minas, e teve reeleição de Eduardo Paes no Rio em primeiro turno. Sai cacifado para disputar esses governos estaduais? Tarcísio precisará mudar de partido para 2026?
Não posso falar pelo Tarcísio, mas acho que a filiação atual ao Republicanos atende bem ao perfil que ele está construindo de grande líder da centro-direita, que tem a direita a seu lado, mas respeita e entende que o centro tem maior facilidade de diálogo. O PSD mostrou muita força no Sul e no Sudeste, tivemos um número expressivo de votos em Minas Gerais, onde temos vários bons quadros. No Rio, acho que o Paes é um fortíssimo candidato a governador, ou quem for apoiado por ele tem grandes chances de se eleger em 2026.
Paes tem que sair e disputar o governo, mesmo tendo dito na campanha que não faria isso?
Não posso dizer que ele será candidato, mas eu gostaria de vê-lo governador, pelo bem do Rio. O eleitor vota não só na pessoa, mas também em um projeto, e na medida em que o Paes coloca um vice do seu partido, ele mostra que não haverá traição ao projeto caso deixe a prefeitura. Se o eleitor quiser que ele saia candidato, vai ter o conforto para sair, e isso vira um ativo, ter uma cidade que representa quase metade do eleitorado do estado sendo solidária a ele.
Acha possível que Lula chame Paes para ser vice em 2026?
Eduardo já me disse que não faria sentido, porque o projeto dele é no Rio de Janeiro.
Paes foi um dos prefeitos do PSD eleitos com apoio de Lula. Defende que o presidente faça o mesmo no segundo turno de BH, onde Fuad Noman disputa contra Bruno Engler (PL)?
Em segundo turno temos que tomar muito cuidado, o que precisa prevalecer é o candidato. Quem aparece sempre apoiado por fulano ou beltrano passa uma imagem de insegurança, de despreparo. Fuad é muito respeitado. Se aparecer sozinho, sem o Kassab, sem o (presidente do Senado) Rodrigo Pacheco e sem o Lula, acho que ele cresce. O adversário com certeza não tem a mesma experiência que ele.
O PL rivalizou com o PSD nessas eleições, até com campanha de bolsonaristas pedindo que os eleitores não votassem no seu partido, mas terminou atrás. Por quê?
Eles acharam que poderiam colher frutos se nacionalizassem a campanha municipal. E não colheram, porque a questão é local. Quiseram colocar em termos de “nós, que somos de direita, não podemos votar em quem conversa com a esquerda”, o que é um absurdo. Triste é o país que só tem posições políticas extremas. Além da maior capilaridade, o PSD praticamente empatou em número de votos com o PL, o que mostra o poder eleitoral. Tivemos 14,5 milhões de votos para prefeito, e o PL teve 15 milhões. Há dois anos (para deputado federal), essa distância era três vezes maior. A esquerda está menor, mas o centro tem um peso muito maior que a direita hoje no país.
Em São Paulo, Pablo Marçal chegou a ameaçar a ida de Nunes ao segundo turno. Acha que ele se firma na política ou tende a ficar inelegível?
Vai depender muito da postura dele. O Judiciário e a própria política gostam de observar antes de agir. Acho que ele errou muito, precisa repensar sua postura e suas alianças. O laudo falso divulgado na sexta antes da eleição contribuiu para ficar fora do segundo turno, e acho que esse erro causou desgaste até ao projeto dele de tentar a Presidência. Acho que foi um ato de ansiedade, de ir para o tudo ou nada de maneira totalmente descabida. Sem esse percalço, poderia ter tido um pouquinho mais de votos.
As emendas parlamentares fizeram a diferença no pleito deste ano, marcado por altos índices de reeleição?
Faz sentido que tenham feito, sim. São recursos direcionados para intervenções importantes, que geralmente são discutidas essas ideias com os próprios prefeitos. E o prefeito sabe o que a cidade precisa.
Os candidatos à presidência da Câmara tiveram vitórias em redutos, em alguns casos contra nomes alinhados ao governo federal. Isso mostra autonomia dos deputados em relação à máquina federal? Muda o papel do governo na eleição da Câmara?
Não acredito. O governo está certo em postergar sua decisão, até porque há uma nova realidade surgindo, com um entendimento muito forte entre o Antonio Brito (PSD) e o Elmar Nascimento (União). Isso nos leva a ter 100 deputados apoiando um projeto — não sei se o Brito ou Elmar, mas em algum momento eles vão compor, no primeiro ou no segundo turno. Se o governo coloca o PT nesse bloco, mais os partidos aliados (do PT), começa a haver expectativa muito concreta de vitória, eleva esse patamar a 250, 300 votos. Lula tem dito que não gostaria de interferir. Mas até pode no meio do caminho mudar, não é nenhuma incoerência, o processo político é dinâmico.
O cálculo é isolar a direita, que o senhor tem caracterizado como PP, PL e Republicanos? E o que achou do Marcos Pereira te atacar ao retirar a candidatura dele?
Não é isolar, é a realidade. Só falta achar que o PL do Bolsonaro não é de direita. Que o PP do Ciro Nogueira, que foi o chefe da Casa Civil dele, não é de direita. E o próprio Tarcísio, que tenho uma relação muito boa, se apresenta como direita moderada. Essa é a direita do Brasil. Mesmo com o tamanho da bancada deles, acho que o Brito tem muito voto lá. E o Marcos Pereira não me atacou. Ele tem esse sonho, legítimo, e tem total condição de ser um bom presidente da Câmara. Mas acho que ele não teve paciência de esperar o tempo dele. Somos partidos aliados. Ele falou a verdade: que se o PSD apoiasse, ele ganhava. Mas, se ele apoiasse o Brito, o Brito também ganhava.
Lira vai com Hugo Motta (Republicanos) até o fim?
Lira foi um grande presidente, e o esforço dele é para ter um candidato que una toda a sua base. Durante quatro anos ele construiu muitas alianças e relacionamentos, mas acho que está se aproximando do fim do mandato e tenho dito a ele que pense em ser um juiz, se tiver disputa, em vez de pensar em fazer o candidato dele. Se ele tiver dois candidatos que se sentem ligados a ele, deixa os dois, e lá na frente ele ganhou a eleição. Ele me ouve muito, mas acho que nessa questão ainda não ouviu.
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terça-feira, 8 de outubro de 2024
Luiz Carlos Azedo - Segundo turno desafia Lula a ampliar alianças
Correio Braziliense
A principal força municipalista do país agora é o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, chefe da Casa Civil do governador Tarcísio de Freitas. Desbancou o MDB
Três disputas eleitorais de segundo turno, em 27 de outubro, desafiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ampliar suas alianças para evitar uma fragorosa derrota política para seus dois principais adversários, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado decisivo do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, grande responsável pelo desempenho eleitoral do PL no primeiro turno, ao lado do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
Em São Paulo, Nunes e Guilherme Boulos (PSol) se enfrentarão novamente, com Pablo Marçal (PRTB) fora da disputa, porém, com grande poder de influência. Marçal ficou fora do segundo turno porque o feitiço virou contra o feiticeiro, quando fez circular nas redes sociais, na véspera da eleição, com base em documento falso, fake news acusando Boulos de ter sido internado drogado numa clínica de recuperação. A denúncia caluniosa provocou forte reação na campanha de Boulos, que liderava a disputa e poderia até ficar fora do segundo turno, e dos demais candidatos, entre os quais o prefeito Nunes, que criticou duramente Marçal e avançou para a primeira colocação.
Com 28% dos votos, Marçal poderá ser influente no segundo turno, porém, muito tóxico. O ex-presidente Jair Bolsonaro, de pronto, descartou o apoio formal do influenciador a Nunes, com o argumento de que os votos de extrema-direita virão por gravidade para o prefeito. No PT, busca-se uma narrativa capaz de capturar os eleitores que optaram por apoiar a candidatura de Marçal por descontentamento em relação à administração e não por razões ideológicas. É uma manobra muito arriscada, que pode virar um tiro no pé.
O grande desafio de Boulos para derrotar Nunes no segundo turno é atrair o eleitorado de centro, que já deriva para o prefeito, em todas as pesquisas de opinião. O engajamento efetivo do presidente Lula na campanha de Boulos pode transformar uma eventual derrota em São Paulo num desastre político para o Palácio do Planalto. Esse é o tipo de decisão estratégica que costuma ser tomada com base em pesquisas. É a bala de prata que não pode errar o alvo.
O resultado geral do primeiro turno mostra que o presidente Lula saiu enfraquecido no confronto com Bolsonaro, apesar de o PT ter aumentado o número de prefeitos eleitos: 248. O PL elegeu 510. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, o PL participará de 23 das 51 disputas pelas prefeituras. Em apenas duas, haverá confronto direto entre o PL e o PT: Fortaleza (CE) e Cuiabá (MT).
Em Fortaleza, André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) foram os mais votados. O atual prefeito, José Sarto (PDT), candidato à reeleição, teve apenas 12% dos votos. O grande derrotado no primeiro turno foi o ex-prefeito e ex-governador Ciro Gomes, aliado de Sarto, que agora está diante de uma “escolha de Sofia”: apoiar Lula ou Bolsonaro. Em Cuiabá, Abílio Brunini terminou como mais votado, com 39% dos votos válidos, seguido por Lúdio Cabral (PT), que teve 28%. Eduardo Botelho (União Brasil) terminou com 27% dos votos válidos e teve chances reais de ir ao 2º turno. Sua participação no segundo turno pode definir a eleição.
PSD desbanca MDB
A principal força municipalista do país agora é o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, chefe da Casa Civil do governador Tarcísio de Freitas. Desbancou o MDB, que durante 20 anos foi o partido mais influente nas cidades brasileiras. O PSD elegeu 878 prefeitos, ao passo que o MDB, 847. Esse resultado reforça o centro político nas disputas que virão em 2026 e contribui para evitar a radicalização do processo político brasileiro. O terceiro lugar ficou com o PP, partido do ex-senador Ciro Nogueira (PI), aliado de Bolsonaro, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), com 743 prefeitos eleitos. O União Brasil ocupa a quarta posição, com 578 prefeitos, seguido do Republicanos, 430; PSB, 309; e PSDB, 269. Foram eleitas 724 mulheres, contra 656 nas eleições passadas.
Havia muita expectativa quanto à influência das emendas impositivas na eleição de prefeitos, em função de que a transferência de recursos de investimento do Orçamento da União para os municípios agora ocorre em função dos interesses eleitorais dos deputados federais. Essa mudança reduziu muito o controle dos governadores sobre a destinação dessas verbas e, consequentemente, sua influência nas eleições municipais. Entretanto, dos 68 parlamentares que disputaram as eleições, apenas oito se elegeram no primeiro turno.
Foram eleitos os deputados Alberto Mourão (MDB), em Praia Grande (SP); Gerlen Diniz (PP), em Sena Madureira (AC); Washington Quaquá (PT), Maricá (RJ); Dr. Benjamin (União), Açailândia (MA); Hélio Leite (União), Castanhal (PA); Carmen Zanoto (Cidadania), em Lages (SC); e Nitinho (PSD), vereador de Aracaju (SE). O senador Rodrigo Cunha (Podemos) foi eleito vice-prefeito de Maceió (AL), na chapa de JHC (PL). Foram derrotados os senadores Carlos Viana (Podemos) em Belo Horizonte, Eduardo Girão (Novo) em Fortaleza (CE) e Vanderlan Cardoso (PSD) em Goiânia (GO). A candidatura de Antônio Nicoletti (União) à prefeitura de Boa Vista (RR) foi cassada pela Justiça Eleitoral.
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Nelson Rodrigues por Nelson Rodrigues
Publicado em: 20/12/2012 |
Apontado por nove entre dez brasileiros (a única exceção é o chamado “do contra”, mas afinal, como dizia o próprio Nelson, “toda unanimidade é burra”.) como o maior dramaturgo nacional de todos os tempos, Nelson Rodrigues nos deixou no dia 21 de dezembro de 1980. Ficamos órfãos, mas não sozinhos. Em nossa companhia, as geniais peças que escreveu. Encenadas, foram 17. Dentre elas, preciosidades dramatúrgicas, que ora retratam a profunda e controversa psíquica humana, ora as que trazem para o palco os costumes da sociedade carioca à época. Há ainda as que juntam as duas temáticas e rendem um bom caldo (de lamber os beiços).
Dentre suas criações eternas, estão: “Vestido de Noiva” (1943); “Anjo Negro” ( 1947); “A Falecida” (1953); “Boca de Ouro” ( 1959); “O Beijo no Asfalto” (1960); “Bonitinha, Mas Ordinária” (1962); “Toda Nudez Será Castigada” (1965); “Perdoa-me por me Traíres” (1957); “Viúva, Porém Honesta” (1957).
Em homenagem aos 32 anos da morte de Nelson Rodrigues, a seção Bravíssimo desta semana resolveu selecionar algumas das frases mais pitorescas, inteligentes e (por que não dizer?) cruéis do autor. E lança um desafio: se você também gosta de colecionar ditos do escritor, que tal compartilhá-los conosco, em nossa página no Facebook e nosso perfil, no Twitter?
Nelson Rodrigues em frases:
“Todas as vaias são boas, inclusive as más”
“O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato”
“O adulto não existe. O homem é um menino perene”
“Não vou para o inferno, mas não tenho asas”
“O óbvio também é filho de Deus”
“O dinheiro compra até amor sincero”
“Só o inimigo não trai nunca”
“Deus está nas coincidências”
“Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais”
“Invejo a burrice, porque é eterna”
“Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém”
“Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos…”
“Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe”
“Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata”
“O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes”
“O jovem tem todos os defeitos do adulto e mais um: o da inexperiência”
“A prostituta só enlouquece excepcionalmente. A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos próprios escrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira”
“O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade”
“A liberdade é mais importante do que o pão”
“O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda”
“Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”.
Texto: Majô Levenstein
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Arte e Cultura
Nelson Rodrigues
A polêmica que marcou a vida e a obra do escritor. Autor de peças teatrais, romances, contos e folhetins para jornais, criou enredos explosivos que colocaram o desejo e a tragédia na vida cotidiana
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