Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
NATUREZA DA ARTE
"Da dança erótica"
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"O mundo vai perguntar
quem você é,
e se não souber,
o mundo lhe dirá."
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"De esquerda para esquerda. Perna, né!"
A arte da locução esportiva
Na Guanabara de 1970
70 milhões em ação...
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Esse tipo de locução sugeria que o futebol não estava isolado do contexto nacional e internacional da época. A paixão pela seleção tricampeã representava, para muitos, um raro espaço de celebração e alívio durante um período de restrições e medo."
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Aqui está a imagem que captura a energia vibrante e ao mesmo tempo tensionada do Maracanã em 1970, com a alegria das arquibancadas em contraste com o contexto sombrio da época.
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Aviso Por Causa Da Moral | Poema de Fernando Pessoa com narração de Mundo Dos Poemas
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A morte e a morte de Quincas Berro D'água Capa comum – 10 março 2008
Edição Português por Jorge Amado (Autor)
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"Saí da leitura dessa extraordinária novela [...] com a mesma sensação que tive, e que nunca mais se repetiu, ao ler os grandes romances e novelas dos mestres russos do século XIX", declarou Vinicius de Moraes. Escrita em 1959, esta pequena obra-prima de concisão narrativa e poética é tida por muitos como uma das mais extraordinárias novelas da nossa língua. Numa prosa inebriante, que tangencia o fantástico sem perder o olhar aguçado para as particularidades da sociedade baiana, Jorge Amado narra a história das várias mortes de Joaquim Soares da Cunha, vulgo Quincas Berro Dágua, cidadão exemplar que a certa altura da vida decide abandonar a família e a reputação ilibada para juntar-se à malandragem da cidade. Algum tempo depois, Quincas é encontrado sem vida em seu quarto imundo. Sua envergonhada família tenta restituir-lhe a compostura, vesti-lo e enterrá-lo com decência; mas, no velório, os amigos de copo e farra dão-lhe cachaça, despem-no dos trajes formais e fazem-no voltar a ser o bom e velho Quincas Berro Dágua. Levado ao Pelourinho, o finado Quincas joga capoeira, abraça meretrizes, canta, ri e segue a farra em direção à sua segunda e agora apoteótica morte."
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"quarta-feira, 30 de outubro de 2024
O recado das urnas para a esquerda - Wilson Gomes
Folha de S. Paulo
Se fossem seriamente escutados, quem sabe esses eleitores não responderiam?
As semanas seguintes às eleições costumam ser momentos de avaliações sobre perdas e ganhos na política institucional, além de oportunidade para compreender o estado atual da correlação de forças no cenário político. Isso é natural, afinal, mandatos permanecem uma medida objetiva de força política. As urnas sempre transmitem mensagens importantes e cabe aos interessados decifrá-las com precisão para, então, tomar as devidas providências.
Vamos por partes. Quero me concentrar hoje em um aspecto específico da mensagem que a esquerda recebeu nas eleições municipais: sua relação com uma parte significativa dos eleitores parece ter se perdido de vez.
Deixando de lado as habituais transferências de responsabilidade que esse setor político adora fazer —culpa das emendas parlamentares, da "normalização" das candidaturas aberrantes, do antipetismo promovido pela mídia etc.—, apenas os fanáticos resistem a aceitar algumas obviedades reveladas pelas urnas: esta eleição confirma que, em 2022, quem se elegeu foi Lula, não a esquerda; apesar de seu tamanho, Lula já não é a sombra do "grande eleitor" de ciclos eleitorais passados; quando o PT se alia a outro partido de esquerda, como em São Paulo, não expande o eleitorado, mas o reduz; a relação da esquerda com os pobres azedou de vez; não convence mais ninguém uma retórica eleitoral baseada na crítica à "elite fascista", na ironia depreciativa com o "pobre de direita", nos apelos de "corram para salvar a democracia" e nas acusações identitárias de racismo, machismo e homo e transfobia.
Além disso, esgotou-se o valor explicativo das derrotas da esquerda e do avanço da extrema direita com base na suposição de que a maioria dos eleitores apresenta problemas morais (são conservadores ou fascistas) ou cognitivos (são ignorantes, manipulados por fake news ou enganados).
O PSDB e vários analistas do Sudeste passaram os primeiros 15 anos deste século rejeitando a ideia de que a parte do Brasil que preferia o PT aos tucanos tinha alguma razão válida para isso. Simplesmente não parecia razoável. Nesse período, proliferaram hipóteses de falhas morais ou cognitivas reproduzidas na mídia. Dizia-se que o IDH explicava tudo: quem come três refeições por dia vota racionalmente, quem tem déficit proteico age irracionalmente. Falava-se em diferença entre avanço e atraso. Mainardi sustentou essa posição até há pouco tempo: "O Nordeste sempre foi retrógrado, sempre foi governista, sempre foi bovino, sempre foi subalterno em relação ao poder (...), região atrasada, pouco educada".
Essas ideias foram ilustradas com mapas dos "dois Brasis", separados pela linha de Capricórnio, com o Brasil temperado votando com razão e o tropical, por fome, ignorância e mando. Afinal, se Higienópolis tem um voto razoável, que diverge do voto de Xique-Xique ou Cabrobó, já sabemos para que lado pende a desrazão. Nunca entenderam nada das razões dos outros porque partiam do pressuposto de que os outros não tinham razão.
Agora, a esquerda adota a mesma postura de negar que qualquer voto seja tão racional quanto outro. Afinal, se o pobre e o negro são objetos de tão transbordante amor, que loucura é essa de não nos amar de volta? A não ser que se tenham perdido de vez, com a alma corrompida pelo fascismo, o coração levado pelo capitalismo, a mente possuída por pastores, pela desinformação e pelos algoritmos das plataformas.
Talvez a esquerda pudesse captar o recado das urnas e avançar nas explicações sobre sua nova condição se abandonasse as categorias que usa para justificar a rejeição dos seus ex-eleitores. Afinal, conservadorismo não é um defeito moral nem uma postura antidemocrática; ninguém é fascista só por rejeitar progressistas e seus valores; e quem vota de maneira distinta apenas tem razões diferentes, mas ainda assim são razões. Em vez de perguntas enviesadas, como "por que galinhas votam em raposas?" ou "que contradição é essa, um ‘pobre de direita’?", que só podem chegar a diagnósticos de patologias, a esquerda deveria simplesmente perguntar, olhos nos olhos, aos que não votam mais nela: "Você está melhor sem mim?".
Quem sabe, se fossem seriamente escutados em vez de simplesmente desconsiderados como incapazes de discernimento ou como neofascistas, esses eleitores não responderiam? Mas então seria necessário aceitar que grupos socialmente vulneráveis têm discernimento, que fazem escolhas deliberadas, ponderando alternativas e considerando valores. Igualzinho a todo mundo.
Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 07:03:00
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2 comentários:
Mais um amador disse...
Perfeito !
Se não estiver muito enganado, suponho que a maioria de nós deseja, no plano local, que os postos de saúde funcionem, que exista iluminação pública adequada, que as mães que trabalham tenham creches para seus filhos, segurança e transportes públicos decentes e tudo mais que caiba às esferas municipal e estadual. No plano nacional, que a inflação esteja sob controle, que exista emprego e condições para que cada um desenvolva suas próprias potencialidades da melhor forma possível.
Neste contexto mais geral, como as ditas forças do espectro político, se mais à chamada direita, esquerda ou " centro ", vão atuar em busca da melhoria da vida das pessoas, isso faz parte da dinâmica de interesses e forças em jogo.
O que, aparentemente, parcela da esquerda ainda não assimilou, ou não quer assimilar, é que suas utopias são suas e, não, necessariamente, as do sujeito comum.
Este é um dos pontos apresentados pelo colunista: parcela da chamada elite " pensante ", de esquerda, acredita-se, ainda, como a porta-voz dos anseios das " massas ", como condutora dos destinos do " povo ", em busca de alguma forma de redenção dos " injustiçados "; vê-se como a guardiã dos direitos dos mais " fracos e oprimidos ". Legítimo. Porém, o modelo de sociedade ou paraíso na Terra que essa elite projeta é o mesmo que o tal sujeito comum imagina ou deseja? Ou será que esse sujeito não é capaz de pensar e agir por si próprio?
30/10/24 08:11
Anônimo disse...
Excelentes, tanto o texto do colunista quanto o comentário acima.
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A gente se acostuma...
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Conteúdo de propriedade da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).
"Eu sei, mas não devia" de Marina Colasanti recitado por Antônio Abujamra no Provocações:
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
https://www.youtube.com/watch?v=ruN_LR60ZfQ
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Quando o Maior Quarteto da História do Futebol Destruiu o México Após a Copa do Mundo
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A arte, qua arte, tem por fim apenas a beleza. A razão que a manda ser moral existe na moral, que é exterior à estética; existe na natureza humana.
A arte tem duas feições: a feição puramente artística e a feição social. A feição artística é criar a beleza — nada mais.
Por isso o seu
último poema merece alguma atenção:
Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.
Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.
Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.
(PESSOA, 2003, p 137).
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A longa arte de Tom Jobim | Ep.5: As canções mateiras
revista piauí
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questões musicais
No quinto episódio da série sobre Tom Jobim, a consagração da natureza__++
Assista à nova aula do violonista e compositor Arthur Nestrovski, acompanhado da cantora Paula Morelenbaum
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30 out 2024_09h49
A quinta aula da série A longa arte de Antonio Carlos Jobim, que celebra a obra de um dos maiores artistas do país nos trinta anos de sua morte, analisa a predileção do artista pela natureza no decorrer de sua carreira. O material já está disponível no canal da piauí no YouTube.
Nestrovski argumenta que as “canções mateiras”, como Jobim as definiu, ganharam relevância em sua obra na década de 1980, ainda que a temática já estivesse presente no repertório mesmo antes da Bossa Nova, em faixas como Estrada do Sol, em parceria com Dolores Duran, e As praias desertas, ambas de 1958.
“A partir de um determinado momento, a preocupação com a natureza se tornou muito importante para o compositor e cidadão Antonio Carlos Jobim. Mas essa era uma paixão desde a juventude”, afirma o violonista.
48ª Mostra Internacional de Cinema
O episódio esmiúça faixas como Boto, uma parceria com o compositor Jararaca, em que o berimbau introdutório ajuda a conduzir a melodia da canção, e Matita Perê, feita com Paulo César Pinheiro, na qual o arranjo sinfônico ambienta uma perseguição sertaneja inspirada no conto Duelo, de João Guimarães Rosa.
“São canções que demonstram a variedade e a grandeza dos modos de composição de Tom Jobim. Graças à sua paixão pela natureza do país, ele inventa para si uma nova, contundente e poderosa natureza do Brasil em música”, diz Nestrovski.
A série gravada em São Paulo, na Associação Cultural Cachuera, é realizada pela piauí em coprodução com a Jobim Music, e tem o patrocínio da Natura.
https://piaui.folha.uol.com.br/no-quinto-episodio-da-serie-sobre-tom-jobim-a-consagracao-da-natureza/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification
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Fernando Pessoa: Estoicismo e Epicurismo
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Proj-logo
Arquivo Pessoa
Obra AbertaOBRA ÉDITA · FACSIMILE · INFO
pdf
Fernando Pessoa
A questão da arte moral ou imoral...
A questão da arte moral ou imoral — se a arte deve ser “art for art’s sake”, independentemente da moralidade — , apesar de muito simples de solução, não tem deixado de ocupar desagradavelmente muito pensador, especialmente dos que desejam provar que a arte deve ser moral.
Em primeiro lugar demos inteira razão — é evidente que a tem — aos estetas; a arte tem, em si, por fim só a criação de beleza, aparte considerações de ser moral ou não. Se isto é assim quem manda pois à arte ser moral? A resposta é simples: a moral. Manda-o a moral porque a moral deve reger todos os actos da nossa vida e a arte é uma forma da nossa vida. Têm errado aqueles que têm querido achar uma razão, dentro da própria Natureza da arte, para a arte ser moral. Não existe essa razão onde a procuraram. A arte, qua arte, tem por fim apenas a beleza. A razão que a manda ser moral existe na moral, que é exterior à estética; existe na natureza humana.
A arte tem duas feições: a feição puramente artística e a feição social. A feição artística é criar a beleza — nada mais. Como a beleza é uma coisa independente do consenso humano (apesar de julgada por ele), como a beleza em si, digamos, é independente de opiniões, a arte na sua (...) social nenhum outro fim tem que a criação da beleza, sem outra consideração moral ou intelectual.
Mas a arte tem outra feição. É a feição social. O artista é um homem e um artista. Puramente artista a sua obra, já o dissemos, tem só por fim criar a beleza, só uma responsabilidade — perante a Estética. Mas o artista vive em sociedade, publica as suas obras de arte. Vive em sociedade como artista e vive em sociedade como homem. Como artista o seu fim é um só: agradar. Como homem o seu fim é um só: obter glória. Vemos pois que o artista mostra-se-nos sob 3 feições: como puramente artista (não tendo outro fim que criar a beleza), como ao mesmo tempo artista e homem (querendo ver essa beleza que criou admirada), e finalmente como homem (desejando a glória, no que é comum aos outros homens, geralmente a todos). O primeiro sentimento é puramente impessoal; o segundo é entre pessoal e impessoal — o desejar ver admirada uma obra de arte, conquanto sua, não é inteiramente egoísta; o terceiro é inteiramente pessoal.
Cremos ter dado, nestas palavras, a solução definitiva do problema.
Ora, segundo estas 3 feições do artista, está ele submetido a diversas leis. Como puramente artista nenhuma outra lei tem que não seguir a estética. Mas já buscando agradar se tem que submeter a outras leis; a natureza da humanidade é uma só, não se divide em estética, moral, intelectual, etc. Só a Estética personalizada é que poderia apreciar uma obra de arte sob o ponto de vista puramente estético. A humanidade não; o amor da beleza é fundamental na sua alma — é arte; mas não só isso reside nela, não só com isso critica e aprecia. Outros elementos entram inevitavelmente essa apreciação. Um grande poema revolucionário agradará mais a um republicano do que a um conservador, admitindo em ambos, quanto a qualidades críticas, a mesma dose de estética.
Os homens não apreciam só esteticamente, apreciam segundo toda a sua constituição moral. Por isso coisas grosseiras impuras, lhes desagradam, não na parte estética neles, mas na parte moral que não podem mandar embora de si.
1914?
Páginas de Estética e de Teoria Literárias. Fernando Pessoa. (Textos estabelecidos e prefaciados por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1966. - 55.
http://arquivopessoa.net/textos/1702#:~:text=A%20arte%2C%20qua%20arte%2C%20tem,criar%20a%20beleza%20%E2%80%94%20nada%20mais.
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As consequências da irresponsabilidade fiscal de Lula | Meio-Dia em Brasília - 31/10
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terça-feira, 29 de outubro de 2024
MITOS DECAÍDOS
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
A idade da queda – Fernando Gabeira
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"...para cair, basta estar de pé."
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Blog – Gabeira.com
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O Globo
Idosos muitas vezes têm problemas de equilíbrio, déficit de visão. Nesse caso, a casa torna-se uma perigosa armadilha
Lula caiu no banheiro, cortou a cabeça e, em algumas horas, já estava apto para as tarefas cotidianas. Ele pratica musculação, caminha com regularidade, e sua dieta deve ser orientada por nutricionista. Nem todos os idosos, no entanto, têm a mesma sorte quando sofrem um acidente doméstico.
Estou lendo um belo livro da escritora portuguesa Lídia Jorge. Chama-se “Misericórdia” e se passa dentro de uma casa de repouso, chamada Hotel Paraíso. São precisamente 70 internos. Quando morre um, há nova admissão.
A narradora, que usa cadeira de rodas, ficou chocada quando uma recém-admitida descreveu sua queda. Era idêntica à que sofrera:
— Era demasiado semelhante ao que havia me acontecido três anos atrás, quando caí junto da porta de entrada e lá estive várias horas deitada de bruços, e o vizinho da Villa Sol me foi levantar do chão.
Havia sido como se os pulsos feridos tivessem aberto a decadência:
— Duas portas por onde a derrocada se infiltrava sem regresso.
O que é descrito no romance de Lídia Jorge costuma acontecer na realidade. Muitas vezes, a queda, dependendo da gravidade, pode ser o ponto de partida para uma decadência irreversível.
No meu tempo de redação, designaria um repórter para pesquisar a queda em idosos e aproveitaria a história do presidente para tornar o tema um pouco mais popular. Mas por que não fazer eu mesmo o trabalho? Lembro-me de que há uns dez anos sofri uma queda no banheiro de um hotel em Porto Velho. Não reparei no degrau e caí de costas. Senti dores incríveis por muitas noites e trabalhei no sacrifício, a câmera parecia uma peça de chumbo.
Os idosos muitas vezes têm problemas de equilíbrio, déficit de visão. Nesse caso, a casa torna-se uma perigosa armadilha. Precisa ser revista em todos os cômodos: tapetes enrolados, cadeiras sem braço, móveis ameaçadores. O banheiro, então, é um espaço escorregadio, e é preciso instalar barras para que se apoiem.
Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% das pessoas com mais de 80 anos sofrem quedas. A situação é um pouco melhor entre os de 70 anos, mas não muito: 32% sofrem quedas.
Quando se olham os números mais amplos do SUS, observa-se que o custo de internação de idosos por queda é bastante alto. Pouco mais de 1,5 milhão de casos no país custaram quase R$ 2,5 bilhões ao sistema.
É um problema mundial, como mostra o próprio relatório da OMS. É preciso atacar os fatores ambientais, como os que mencionei, a casa como uma espécie de armadilha, mas também os fatores comportamentais, como exercícios leves, boa nutrição e sono, além da supressão de tabaco e álcool.
A queda é considerada a terceira causa de morte entre os idosos. No Brasil, o número de óbitos praticamente dobrou entre 2013 e 2022. Eram 4.816, passaram para 9.592. Esse aumento acontece porque a população está envelhecendo, mas também porque a subnotificação caiu. Os fatores que determinam as quedas são os mesmos: perda da massa muscular, problemas de equilíbrio, visão precária. É preciso acrescentar que não há grande debate sobre políticas públicas que atenuem o problema.
A queda do presidente, pelo menos, ensejou uma crônica, mas quem sabe o Ministério da Saúde não aproveita a oportunidade para fazer uma campanha?
Na ausência de políticas públicas, a própria família precisa ampliar sua atenção. Quando as condições físicas decaem com as cognitivas, a situação torna-se mais delicada. Não só caímos da nossa própria altura, como podemos cair da cama. Poucos se dão conta das inúmeras possibilidades de queda, embora saibamos que, para cair, basta estar de pé.
Talvez o Brasil subestime esses temas porque sempre se considerou um país de jovens e não percebeu que a realidade já não permite mais essa ilusão.
Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 09:38:00
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4 comentários:
Anônimo disse...
Excelente texto!! Parabéns ao colunista, e ao blog que divulga seu trabalho. O equilíbrio é precário nos idosos, e sua menor capacidade de visão amplia muito os problemas e riscos que enfrentam(os).
28/10/24 11:54
Anônimo disse...
Excelente texto.. Ainda há tempo de o Brasil olhar mais aos seus idosos e crianças. Fazer política pública para suprir demandas desses segmentos da sociedade brasileira.
28/10/24 12:44
ADEMAR AMANCIO disse...
A perda de massa e força muscular deixam as pernas sem firmeza.
28/10/24 14:34
Anônimo disse...
Excelente texto. Sou médico, 75 anos e assino em baixo!
28/10/24 16:50
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"O galo da madrugada cantou
A raposa da serenata desafinou"
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Nem sempre a menor distância entre dois pontos é uma reta
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"A soma das partes e o todo. O comprimento de um segmento entre dois pontos de uma reta pode se aproximar do comprimento entre dois pontos de um arco?"
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"Há capitão e capitão; capital e capital; Ricardo e Ricardo"
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Racha na direita, PT enfraquecido e avanço do centro marcam eleições | Giro VEJA
VEJA+
28 de out. de 2024
As eleições municipais deste ano foram marcadas pelo avanço da centro direita, pelo enfraquecimento do PT e disputas internas dentro do campo conservador. O PSD de Gilberto Kassab foi o grande vencedor das eleições. O índice de reeleição também chamou atenção no pleito, em muitos casos turbinados pelas chamadas emendas pix. O balanço das eleições 2024 é destaque do Giro VEJA.
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“Sustento en fin lo que escribi y conozco Que aunque fuera mejor de otra manera, No tuvieran el gusto que han tenido Por que as veces lo que és contra el justo Por la misma razón deleita el gusto”. O AUTOR
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"Dos outros, coração; dos nossos, danação.
Pobre coração,
cobre a nação."
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"Os centroavantes L. e B. recuaram estrategicamente e, como armadores, lançaram taticamente os atacantes rompedores B. e M. No tapetão e no BET, se acertarão com os cartolas da disputa!"
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"Ae presidentae dea PTae, secundadae porae Sakaes, Walfridaes e a Reinaldaes emae Reconversaes, confirmae quea seuae partidae saltoue 100% — deas 2020 parae 2024 — emae prefeitoaes deas capitaes do paísae. Passandae dea zerae (0) parae umae (1)!"
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"Da 'Presidenta' Dilma 'aes' 'Presidentae' 'Gleisiae'"
"Afastando-se do 'Ponto G', com Marta, e aproximando-se da 'Zona Z4', com Gulherme"
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Roda Viva
Roda Viva | Marcelo Tas | 29/07/2024
Da Redação
30/07/2024 02h59
VELHICE
A velhice é, ao mesmo tempo, uma fase de retrospecto e de descoberta. Em alguns momentos, parece um estágio solitário, onde muitos enfrentam a perda de vigor físico e, às vezes, o distanciamento social. Mas, ao olhar por outro lado, a velhice é um ponto de sabedoria acumulada, uma reunião de histórias, afetos e conquistas que nem sempre foram reconhecidos em suas devidas proporções.
Nessa fase, o olhar para o passado se faz constante, resgatando memórias e revisitando momentos importantes da vida, enquanto os sonhos futuros talvez sejam trocados por desejos mais tranquilos, como a companhia dos que amamos, a paz de uma tarde serena, ou a apreciação das pequenas coisas. A velhice pode oferecer a liberdade de ser quem realmente se é, despindo-se das pressões de agradar aos outros e, ao mesmo tempo, tornando-se alguém que carrega em si o encanto de todas as idades vividas.
Há algo de muito belo na velhice que muitas vezes fica escondido: a consciência do tempo, do valor dos dias e da importância dos afetos. Afinal, viver muito é acumular histórias e sabedoria, mas é também um exercício de renovação diária, de aceitar as limitações e de encontrar beleza na simplicidade que, por tanto tempo, passa despercebida.
Você disse:
"Os algoritmos favorecem a cegueira coletiva."
O ChatGPT disse:
ChatGPT
"Os algoritmos favorecem a cegueira coletiva."
Essa frase capta a inquietação contemporânea sobre o papel dos algoritmos na maneira como consumimos informações. Ao selecionar e filtrar o que vemos nas redes sociais, nos buscadores e nas plataformas de conteúdo, os algoritmos acabam construindo bolhas de percepção, onde cada pessoa é exposta a conteúdos que reforçam suas crenças, preferências e preconceitos já existentes.
Essa "cegueira coletiva" surge quando começamos a perder o senso de uma realidade compartilhada, deixando de questionar o que vemos e de confrontar diferentes pontos de vista. Com o tempo, os algoritmos, que em teoria deveriam nos conectar e informar, acabam confinando cada um de nós em uma versão limitada do mundo, muitas vezes distante da complexidade e diversidade que realmente o compõem.
Você disse:
'Por que'
O ChatGPT disse:
ChatGPT
"Por que"
Essa expressão carrega em si a essência de nossa curiosidade e nossa busca por compreensão. O "por que" pode ser uma porta para infinitas perguntas e, muitas vezes, mais perguntas do que respostas. Ele nos leva a questionar desde as coisas mais simples até os mistérios mais profundos.
Por que estamos aqui? Por que sentimos o que sentimos? Por que o mundo funciona como funciona? Cada "por que" abre uma nova camada de entendimento e, ao mesmo tempo, nos confronta com os limites de nosso próprio conhecimento. A insistência do "por que" é o que nos faz crescer, evoluir e olhar para o desconhecido com coragem.
Em algum momento, pode ser que aceitemos que certos "por quês" ficarão sem resposta. Mas mesmo assim, a jornada de perguntar nunca perde o valor. O "por que" é uma bússola que guia nossa humanidade, nosso desejo de ir além do visível e de descobrir sentido em tudo ao nosso redor.
Você disse:
'Porque dá dinheiro."
O ChatGPT disse:
ChatGPT
"Porque dá dinheiro."
Essa frase direta e quase brutal explica motivações que, muitas vezes, estão por trás de ações, escolhas e sistemas que afetam nossas vidas. Ela traz à tona a lógica do lucro, que frequentemente governa decisões em áreas que vão muito além dos negócios, tocando desde a arte, a ciência, até as relações pessoais e sociais.
Em muitos contextos, a resposta "porque dá dinheiro" desvela a realidade por trás de práticas controversas ou até mesmo prejudiciais. No mundo das redes sociais, por exemplo, conteúdos sensacionalistas ou polarizadores são promovidos "porque dá dinheiro". Na ciência, algumas pesquisas ganham prioridade não pelo impacto social, mas pelo potencial de lucro. Até nas escolhas individuais, há caminhos seguidos mais pelo retorno financeiro do que por propósito ou paixão.
Essa frase simplista lembra que, enquanto o dinheiro move o mundo em muitos aspectos, ele também limita, distorce e redefine os valores e significados que construímos. Assim, "porque dá dinheiro" torna-se uma resposta tão prática quanto provocadora, apontando para o preço que pagamos, conscientemente ou não, em nome do lucro.
Você disse:
"O aumento das horas que você fica grudado na tela.
O ChatGPT disse:
ChatGPT
"O aumento das horas que você fica grudado na tela."
Essa frase reflete uma realidade que se tornou comum na era digital: o tempo cada vez maior que passamos em frente às telas, seja por trabalho, estudo, entretenimento ou redes sociais. Com o avanço da tecnologia e a crescente digitalização de nossas rotinas, as telas se tornaram parte central de quase todas as nossas atividades. Esse aumento constante pode trazer facilidade e conexão, mas também vem acompanhado de efeitos colaterais.
Estudos mostram que o tempo excessivo em telas pode afetar nossa saúde física, gerando cansaço ocular, insônia e até sedentarismo, além de ter impactos psicológicos, como aumento do estresse, ansiedade e dificuldades de concentração. Quanto mais "grudados" nas telas, mais imersos em estímulos rápidos e repetitivos nos tornamos, muitas vezes sem perceber o desgaste e o efeito cumulativo disso.
Por trás dessa tendência, há também uma indústria que se beneficia de nosso tempo de atenção, criando aplicativos e plataformas projetados para serem irresistíveis. Assim, o "aumento das horas que você fica grudado na tela" se torna um tema central para refletirmos sobre equilíbrio, saúde e escolhas na vida digital.
Você disse:
"Para que as bolhas sigam crendo naquilo que está dentro da bolha."
O ChatGPT disse:
ChatGPT
"Para que as bolhas sigam crendo naquilo que está dentro da bolha."
Essa frase descreve o fenômeno das "bolhas de informação" em que vivemos, nas quais os algoritmos e as escolhas pessoais nos cercam de ideias, notícias e conteúdos que reforçam nossas crenças preexistentes. As bolhas de informação funcionam quase como muros invisíveis que limitam nosso contato com perspectivas diferentes, criando um mundo onde a realidade é ajustada ao que já pensamos e sentimos.
Dentro dessas bolhas, as pessoas encontram segurança e confirmação, mas, ao mesmo tempo, tornam-se mais isoladas de um entendimento mais amplo e diverso. Cada bolha é cuidadosamente nutrida para que seus integrantes continuem acreditando nas "verdades" que ela promove, mantendo a sensação de que o que se vê ali é todo o mundo, e não apenas uma fração dele. Isso favorece a polarização, alimenta preconceitos e dificulta o diálogo.
Assim, "para que as bolhas sigam crendo naquilo que está dentro da bolha" é uma reflexão sobre como a tecnologia e os vieses pessoais colaboram para limitar nossa visão, levando-nos a acreditar que conhecemos a totalidade, quando estamos, na verdade, imersos em uma realidade seletiva e parcial.
https://cultura.uol.com.br/programas/rodaviva/videos/14154_roda-viva-marcelo-tas-29-07-2024.html
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Gilmar Mendes anula as condenações de Zé Dirceu na Lava Jato
Ministro estende efeitos da decisão que anulou os atos do ex-juiz Sergio Moro contra Lula; alega interesse pessoal e político do atual senador
Dirceu deixa, portanto, de ser "ficha suja" e se torna elegível
Sérgio Lima/Poder360
- 2.abr.2024 PODER360 29.out.2024 (terça-feira) - 10h30
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes anulou todas as condenações do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) na Lava Jato. Ele estendeu os efeitos da decisão da Corte que considerou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) suspeito em processos que envolvem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Gilmar, há indícios de que o ex-juiz federal tenha atuado com “motivação política e interesse pessoal” para atingir o PT (Partido dos Trabalhadores) quando era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Para ele, a mesma falta de isenção de Moro na condução dos processos contra Lula impediram que Dirceu tivesse direito um julgamento justo e imparcial.
“Ante o exposto, ante a situação particular do réu, defiro o pedido da defesa para determinar a extensão da ordem de habeas corpus [para 2 ações penais] (…) anulando todos os atos processuais do ex-juiz federal Sergio Moro nesses processos e em procedimentos conexos, exclusivamente em relação ao ex-ministro José Dirceu”, disse em decisão monocrática. Eis a íntegra (PDF – 316 kB).
A nova decisão anula, portanto, a condenação que Moro deu a Dirceu em 2016 de 23 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Anula ainda a condenação de 2017 a 11 anos e 3 meses de prisão pelos mesmos crimes. Em 21 maio de 2024, a 2ª Turma do Supremo já havia extinguido os efeitos da pena de 11 anos e 3 meses de prisão por entender que o crime prescreveu. A decisão permite que Dirceu deixe de ser “ficha suja” e reverta sua inelegibilidade. Ela anula também todas as decisões das instâncias superiores que confirmaram as condenações do ex-ministro na Lava Jato.
Gilmar Mendes acatou um pedido da defesa de Dirceu pedindo a extensão da decisão de março de 2021 quando, por maioria, o plenário do Supremo reconheceu parcialidade do ex-juiz e o declarou suspeito para julgar o ex-presidente no caso do triplex do Guarujá (SP). Com o resultado, as acusações contra Lula foram anuladas.
ARGUMENTOS DE GILMAR
Mendes citou na sua decisão “iniciativas exóticas” tomadas por Moro nos processos da Lava Jato como monitorar advogados, vazar ilegalmente conversas telefônicas, divulgar documentos sigilosos na véspera da eleição e atuar proativamente para manter o Dirceu preso em meio às eleições de 2018.
Para o ministro, só o desejo de impulsionar forças de oposição ao Partido dos Trabalhadores -legenda de Lula e Dirceu- explicariam as ações. Citou ainda que Moro integrou tais “forças”, quando aceitou ser ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Relembrou ainda quando o Intercept divulgou mensagens do ex-juiz com o procurador Deltan Dallagnol que mostravam “um mesmo objetivo político-partidário”, o que os teria feito usar de seus cargos para alcançar esse objetivo, segundo Mendes.
“Como o tempo revelou, o ex-Juiz nutria um projeto de poder próprio, baseado em uma plataforma política que se dizia alternativa aos partidos tradicionais. Para implementá-la, era necessário injetar na sociedade de um sentimento de insatisfação com a classe política, associado a um desejo de mudança das instituições. Paralelamente, os artífices de semelhante projeto pretendiam abandonar suas carreiras na magistratura e Ministério Público, para se candidatarem a cargos públicos eletivos, impulsionados pela fama conquistada pela prisão e condenação de políticos que, já àquela altura, pretendiam manietar e, depois, substituir. Não impressiona que o principal alvo dessa estratégia tenha sido o partido que, em 2014, quando a Lava Jato ganhou a páginas dos jornais, ocupava o Palácio do Planalto: o Partido dos Trabalhadores”, afirmou Gilmar.
autores
PODER360
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Gilmar Mendes livra José Dirceu da Lava Jato | Meio-Dia em Brasília - 29/10
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O Antagonista
Transmissão ao vivo realizada há 5 horas
O programa Meio-Dia em Brasília aborda, nesta terça-feira 29, a decisão do ministro do STF Gilmar Mendes que livrou o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu da operação Lava Jato. Na decisão, Gilmar estendeu os benefícios já concedidos ao presidente Lula com base nas mensagens vazadas de integrantes da Lava Jato.
O jornal também vai abordar a instituição de uma comissão especial para discutir o PL da Anistia.
Meio-dia em Brasília traz as principais informações da manhã e os debates que vão agitar o dia na capital federal e do mundo.
https://www.youtube.com/watch?v=J7yjcdmt_z8
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José Dirceu: Insistência do Supremo em decisões monocráticas é preocupante, diz Miguel Reale Jr.
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UOL
29 de out. de 2024 #UOLNewsManhã #corte
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), anulou nesta segunda-feira todas as condenações da Lava Jato contra o ex-ministro José Dirceu. O processo está sob sigilo.
#UOLNewsManhã #corte
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Summary
The text points to ongoing debate over judicial impartiality, procedural adherence, and political implications in high-profile cases. Gilmar Mendes’ annulment of José Dirceu’s convictions, as well as the apparent leniency and shifting judicial stances, are sources of public contention. This discussion suggests a need for greater consistency and transparency to maintain trust in Brazil’s judicial system.
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"Protetorados versus Plenipontenciários"
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"Resolução 58 desrespeitada"
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"Decisões monocráticas"
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"Ilações, hipóteses, cojecturas"
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"Todos Alqueimadas acabaram em fogueira."
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"Imparcialidae desrespeitada"
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"Mas extrapolações daí decorrentes"
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"Não contestaram leniência."
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"2017 - Mello e Gilmar justificavam 13ª Vara Federal de Curitiba sob relatoria de Vasquez"
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"Gilmar muda."
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"Profusão de provas"
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"PF, Receita Federal, Crime confesso, Balanço de Petrobras, Processo e Indenizações no Exterior"
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"O que fazer com os processos?"
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"Gilmar, nesta decisão, baseado em conjecturas, em ilação, para decretar suspeição de Moro, parece bastante amplo."
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"Decisão de Barroso: Crimes envolvendo políticos foram para a Justiça Eleitoral e estão parados."
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Miguel Reale Junior
UOL News 1ª Edição
29 de outubro de 2024
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Síntese de um artigo: como fazer, estrutura e exemplos prontos
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Síntese
Este texto fornece uma visão crítica dos acontecimentos recentes no STF e na Lava Jato, apontando inconsistências, mudanças de posicionamento e o uso de conjecturas em decisões importantes. Miguel Reale Junior, mencionado ao final, parece reforçar essas críticas no UOL News, apontando para os desafios e problemas de credibilidade enfrentados pelo sistema judicial brasileiro, particularmente em casos de grande relevância política.
Esses trechos são complexos e cada frase levanta questões sobre a integridade, consistência e imparcialidade do sistema de justiça em casos de corrupção e investigações de alto nível no Brasil.
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Estrutura e Interpretação dos Trechos
Protetorados versus Plenipotenciários
Esta frase parece levantar uma questão de autoridade. "Protetorados" (entidades com autoridade limitada) versus "Plenipotenciários" (com poder total) sugere um embate entre diferentes graus de autoridade, talvez insinuando tensões internas entre membros do poder judiciário ou entre instituições.
Resolução 58 desrespeitada
Aponta para uma possível infração de uma norma ou regulamentação interna, conhecida como Resolução 58, cuja relevância estaria associada à adequação dos processos jurídicos.
Decisões monocráticas
Levanta a preocupação com decisões tomadas por apenas um ministro (ou "decisão monocrática"), o que é um tema polêmico no STF. Esse tipo de decisão individual tende a ser alvo de críticas quando tomada em processos de grande importância ou repercussão nacional.
Ilações, hipóteses, conjecturas
Sugere que algumas decisões ou posicionamentos podem estar baseados em suposições ou inferências pouco concretas, o que pode comprometer a credibilidade e a robustez das decisões judiciais.
“Todos Alqueimadas acabaram em fogueira.”
Metaforicamente, essa frase sugere que casos ou conflitos não resolvidos ou questões "queimadas" resultam inevitavelmente em consequências maiores. Provavelmente, uma crítica ao tratamento dos processos Lava Jato e suas repercussões.
Imparcialidade desrespeitada
Um apontamento direto a uma suposta parcialidade na condução dos casos, levantando a questão sobre a neutralidade dos julgadores.
Mas extrapolações daí decorrentes
Indica que certas ações judiciais ou administrativas podem ter levado a consequências exageradas ou extrapoladas além do que seria razoável.
"Não contestaram leniência."
Sugere uma crítica à aceitação ou tolerância com relação a comportamentos ou práticas potencialmente impróprias. Esse trecho pode se referir à forma como os acordos de leniência foram tratados no âmbito da Lava Jato.
"2017 - Mello e Gilmar justificavam 13ª Vara Federal de Curitiba sob relatoria de Vasquez"
Essa linha menciona que, em 2017, ministros do STF, como Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes, apoiavam a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde os processos da Lava Jato foram concentrados. A referência à mudança de posição de Gilmar (“Gilmar muda”) indica uma transformação na perspectiva dele sobre a operação e suas implicações.
Profusão de provas
Esta frase sublinha a grande quantidade de provas coletadas na Lava Jato, incluindo documentos da PF, Receita Federal, confissões e registros financeiros.
O que fazer com os processos?
Expressa incerteza sobre o destino dos processos e das provas obtidas após decisões de anulação, como no caso de José Dirceu. Essa questão levanta o que será feito com o trabalho anterior da investigação.
“Gilmar, nesta decisão, baseado em conjecturas, em ilação, para decretar suspeição de Moro, parece bastante amplo.”
Este trecho sugere que a decisão de Gilmar Mendes, que incluiu a suspeição do juiz Sergio Moro, baseou-se em conjecturas ou ilações, algo que críticos consideram "amplo" ou questionável.
Decisão de Barroso: Crimes envolvendo políticos foram para a Justiça Eleitoral e estão parados.
Refere-se a uma decisão de Luís Roberto Barroso que transferiu casos de políticos para a Justiça Eleitoral. A crítica subentendida aqui é que, nessa instância, tais casos teriam estagnado.
Síntese
Este texto fornece uma visão crítica dos acontecimentos recentes no STF e na Lava Jato, apontando inconsistências, mudanças de posicionamento e o uso de conjecturas em decisões importantes. Miguel Reale Junior, mencionado ao final, parece reforçar essas críticas no UOL News, apontando para os desafios e problemas de credibilidade enfrentados pelo sistema judicial brasileiro, particularmente em casos de grande relevância política.
Esses trechos são complexos e cada frase levanta questões sobre a integridade, consistência e imparcialidade do sistema de justiça em casos de corrupção e investigações de alto nível no Brasil.
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segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Os alertas paulistanos e a reeleição do prefeito - Carlos Melo
O Globo
Vitória de Ricardo Nunes aponta para um dado fundamental desta eleição: Jair Bolsonaro restou como mito decaído
Se “São Paulo é como o mundo todo”, os problemas da cidade espelham o país e revelam ao sistema político, à opinião pública e à Justiça Eleitoral o imperativo de renovar um modelo desgastado. A começar pelos recursos, para além do fundo eleitoral: o uso arbitrário da máquina pública, obras sem licitação, o velho patrimonialismo, enfim. Tudo isso acaba por ter influência na eleição.
E compromete o entendimento se os reeleitos foram mesmo eficientes ou se esbanjaram recursos mal gastos, com foco exclusivo na eleição ou no favorecimento de grupos específicos. O tempo dirá, mas é necessário investigar. Outro ponto: o crime organizado ocupou espaço no debate público de modo inédito, seja por denúncias de associação com políticos, seja pela percepção geral de financiamento ilegal de campanhas, ficando uma perigosíssima sombra sobre a higidez do sistema.
Não bastassem essas questões, Pablo Marçal debutou numa eleição de modo avassalador. Houve uso e abuso das redes sociais, proliferação de fake news. Normalizadas, as mentiras campearam na mesma medida em que, paradoxalmente, escândalos deixaram de chocar uma sociedade letárgica. Sem regulamentação e punição efetiva para os excessos, o precedente torna-se inspiração.
Com a profundidade de uma gilete, debates não tiveram importância programática. Perguntas foram ignoradas. A busca pela verdade e o esclarecimento do eleitor passaram ao largo. No primeiro turno, houve barbárie; no segundo, o tédio de uma piada grosseira exaustivamente repetida. À imprensa cabe mais que a mediação anódina, a checagem on-line tornou-se uma imposição para quem tem compromisso com os fatos.
Com isso, o extraordinário da vitória de Ricardo Nunes foi a dificuldade com que o prefeito disputou a reeleição. Sentado num orçamento sem precedentes e em uma máquina política colossal, natural seria liquidar a fatura no primeiro turno. Mas foi para o segundo mais em função dos erros de Marçal que por seus méritos ou pouco carisma.
Sua vitória aponta, porém, para um dado fundamental desta eleição: Jair Bolsonaro restou como mito decaído. O ex-presidente vacilou e se escondeu na ambiguidade diante de Marçal. Restou sem importância. Nunes deve o cargo a Tarcísio de Freitas, que lhe escorou no pior momento. Foi o grito de independência do governador em relação ao ex-presidente e a afirmação nacional de seu nome.
A eleição mostrou que Jair Bolsonaro perdeu o protagonismo na direita brasileira, que se fragmentou. O mito ficou confinado ao direitismo reacionário e disputou, mais que tudo, contra a direita democrática. Ao mesmo tempo, acusado de subsumir ao sistema, viu o flanco mais radical ser-lhe tomado por Marçal, a quem demonstrou reverencial temor. É pouco provável que Bolsonaro venha a dar as cartas de 2026, como planejava
Outro fato marcante é o desgaste do presidente Lula e do PT — não apenas em São Paulo. A intriga interna já responsabiliza Lula e PT por não terem se dedicado a Guilherme Boulos. O petismo esboça ter sido um erro apostar no candidato do PSOL. A derrota não tem pai, mas parece ser injusto com um e com outro.
Hipótese mais cruel sugere que Lula deu a Boulos tudo o que tinha: um considerável capital eleitoral de primeiro turno, insuficiente para a vitória no segundo. Caberia a Boulos ampliar, o que é difícil quando se representa um governo (Lula) que tem se negado a isso, preso à sua bolha e confinado à governabilidade no Congresso, exclusivamente. Frentes amplas são construções complexas na sociedade, requerem esforço sincero e contínuo ao longo do tempo; não se ajustam ao desespero eleitoral. Dependem de disposição. Fica a lição.
*Carlos Melo, cientista político, é professor senior fellow do Insper
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SAIBA QUEM SÃO OS DERROTADOS E OS VITORIOSOS DO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES
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MyNews
Transmissão ao vivo realizada há 23 horas #segundachamada #MyNews
#segundachamada
No Segunda Chamada desta segunda-feira, 28 de outubro de 2024, os candidatos vitoriosos e os derrotados no segundo turno das eleições municipais.
Veja também como fica a relação entre PSOL e PT depois da derrota de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT). Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi deselegante, mas não descarta um diálogo.
Afonso Marangoni recebe o jornalista Paulo Motoryn, do The Intercept e do New York Times, Conrado Corsalette, editor-chefe e confundador do Nexo, Ranielly Veloso, da TV Meio e o cientista político e presidente do Instituto Cultiva, Rudá Ricci.
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"Robô não desce escada."
"Bailarina não voa."
"Todo rosário não dispensa calvário."
"Realismo Gaúcho: Vai gaúcho ser gauche na vida."
"No Z4"
Rudá
2ª Chamada My News
28/10/2024
PT contra PT
PSol contra PSOL
PT e PSOL contra PSol e PT
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PL contra PL
PP contra PP
PR contra PR
UB contra UB
MDB contra PSD
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"EMBATEDENTRO:
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2020 Ontem Menos
2024 Hoje 265
2025 Amanhã 252
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Dança de algarismos em torno de 13 mágico
2 + 6 + 5 = 13
15 versus 50
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"Robô não desce escada."
"Bailarina não voa."
"Todo rosário não dispensa calvário."
"Realismo Gaúcho: Vai gaúcho ser gauche na vida."
"No Z4"
Rudá
2ª Chamada My News
28/10/2024
PT contra PT
PSol contra PSOL
PT e PSOL contra PSol e PT
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PL contra PL
PP contra PP
PR contra PR
UB contra UB
MDB contra PSD
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"EMBATEDENTRO:
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2020 Ontem Menos
2024 Hoje 265
2025 Amanhã 252
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Dança de algarismos em torno de 13 mágico
2 + 6 + 5 = 13
15 versus 50"
O ChatGPT disse:
ChatGPT
The text you’ve shared seems to be a mix of poetic phrases, political commentary, and numerical play. Here’s a breakdown of the various elements:
Poetic Phrases
"Robô não desce escada." - "Robot does not go down stairs." This could suggest limitations in technology or expectations.
"Bailarina não voa." - "Ballerina does not fly." This might symbolize the constraints of beauty or art.
"Todo rosário não dispensa calvário." - "Every rosary does not dispense with calvary." A reflection on the trials and tribulations that accompany faith or rituals.
"Realismo Gaúcho: Vai gaúcho ser gauche na vida." - "Gaucho realism: Is a Gaucho going to be awkward in life?" This could comment on cultural identity and social roles.
Political Commentary
The text appears to reference political tensions, possibly in Brazil, with mentions of:
"PT contra PT" - Conflict within the Workers' Party (PT).
"PSol contra PSOL" - Conflict within the Socialism and Liberty Party (PSOL).
Similar structures for other political parties, highlighting internal divisions.
Numerical Play
"2020 Ontem Menos" - "2020 Yesterday Minus" could suggest a retrospective view.
"2024 Hoje 265" - "2024 Today 265" possibly indicates a projection or election-related figure.
"2025 Amanhã 252" - "2025 Tomorrow 252" might hint at future expectations.
Additional Commentary
"Dança de algarismos em torno de 13 mágico" - "Dance of digits around the magical 13" could signify a focus on the number 13, perhaps in a political context related to elections or symbolism in Brazilian culture.
"2 + 6 + 5 = 13" - This mathematical equation emphasizes the significance of the number 13 in the preceding phrases.
"15 versus 50" - This could suggest a comparison or competition, perhaps between two political factions or ideologies.
Summary
Overall, the text appears to be a creative expression intertwining politics, culture, and numerology, possibly reflecting on current events in Brazil, particularly concerning party dynamics and the significance of certain numbers in a political or cultural context.
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Here is the image reflecting the complexity and critical atmosphere surrounding recent judicial decisions and controversies in Brazil’s judicial system. It captures symbols of the Supreme Court, emblematic elements of the Lava Jato operation, and the ongoing tension over impartiality and conjecture in high-stakes political cases.
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Aqui está a imagem que reflete a complexidade e a atmosfera crítica em torno das recentes decisões judiciais e controvérsias no sistema judicial brasileiro. Ela captura símbolos do Supremo Tribunal Federal, elementos emblemáticos da operação Lava Jato e a tensão contínua sobre imparcialidade e conjecturas em casos políticos de grande relevância.
https://x.com/_alessandrose/status/1851335731836600570?s=48&t=gKyEEumLB0aAdrne2uBPCw
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domingo, 27 de outubro de 2024
la como ca
"La como Ca: Quando o Que Ecoa Lá Vibra Cá"
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Ary Barroso - CAMISA AMARELA - samba de Ary Barroso - ano de 1956
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luciano hortencio
69.453 visualizações 4 de out. de 2011
Ary Barroso - CAMISA AMARELA - samba de Ary Barroso.
Album: Encontro com Ary - Um Bate Papo Musical
Ano de 1956.
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Ary Barroso - CAMISA AMARELA - samba de Ary Barroso.
Album: Encontro com Ary - Um Bate Papo Musical
Ano de 1956.
Encontrei o meu pedaço na Avenida de camisa amarela
Cantando a Florisbela, oi
A Florisbela
Convideio-o a voltar pra casa em minha companhia
Exibiu-me um sorriso de ironia
E desapareceu no turbilhão da Galeria
Não estava nada bom
O meu pedaço, na verdade, estava bem mamado
Bem chumbado, atravessado
Foi por aí cambaleando
Se acabando num cordão
Com o reco-reco na mão
Mais tarde, o encontrei num café
Zurrapa do Largo da Lapa
Folião de raça
Bebendo o quinto copo de cachaça
Voltou às sete horas da manhã
Mas só na quarta-feira
Cantando a Jardineira, oi
A Jardineira
Me pediu, ainda zonzo, um copo d'água com bicarbonato
O meu pedaço estava ruim de fato
Pois caiu na cama e não tirou nem o sapato
Roncou uma semana
Despertou mal-humorado
Quis brigar comigo
Que perigo!
Mas não ligo
O meu pedaço me domina, me fascina, ele é o tal
Por isso não levo a mal
Pegou a camisa
A camisa amarela
Botou fogo nela
Gosto dele assim
Passada a brincadeira
Ele é pra mim
(Meu Senhor do Bonfim!)
Camisa Amarela (Remastered 2017)
Ary Barroso
The Music of Brazil / Songs of Ary Barroso, Volume 1 / Recordings 1953 - 1955
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jus solis
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Provocações (451) - Maguila
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Provocações Por Antônio Abujamra
9 de fevereiro de 2010
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"Quando eu vejo a câmera assim, eu tenho ‘sodade’."
— Adilson de Oliveira (Maguila)
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Sodade
Cesária Évora
Composição: Amandio Cabral / Luis Morais
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Es kaminhu pa Santumé
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Es kaminhu pa Santumé
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Es kaminhu pa Santumé
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Ken mostrá-be es kaminhu lonje?
Es kaminhu pa Santumé
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Si bo skrevê-me, N ta skrevê-be
Si bo skesê-me, N ta skesê-be atê dia ki bo voltá
Si bo skrevê-me, N ta skrevê-be
Si bo skesê-me, N ta skesê-be atê dia ki bo voltá
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Sodade, sodade
Sodade d'es nha térra Saniklau
Esse formato deixa a letra clara, mantendo a autenticidade do crioulo cabo-verdiano usado por Cesária Évora na música.
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la é também um símbolo para uma nota musical
ca é também a nomenclatura de corrente alternada e símbolo químico que calcifica
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Nelson Cavaquinho - Notícia
Nelson Cavaquinho - Candeia - Guilherme de Brito - Elton Medeiros - Quatro Grandes do Samba
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"Um lance de dados jamais abolirá o acaso, segundo o verso famoso, e tudo indica que o desfecho da eleição presidencial norte-americana seguirá o vaticínio nele implícito."
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domingo, 27 de outubro de 2024
O voto americano entre ‘virtù’ e fortuna - Luiz Sérgio Henriques*
O Estado de S. Paulo
O mais certo é apontar as dificuldades da política diante da velocidade das mudanças
Um lance de dados jamais abolirá o acaso, segundo o verso famoso, e tudo indica que o desfecho da eleição presidencial norte-americana seguirá o vaticínio nele implícito. Por força de dispositivo imaginado numa era anterior à plena afirmação da democracia de massas, de nada adiantará a soma total de votos de cada um dos candidatos, valendo antes a vitória nos colégios estaduais por margens provavelmente mais estreitas do que nunca. Nos tais Estados-pêndulo, alguns milhares de votos, que podem ser o fruto de circunstâncias fortuitas, acabarão por ter consequências que irão muito além dos Estados Unidos.
Fisicamente frágil e politicamente impopular, Joe Biden reviveu nestes anos a sina de que não basta ser, é preciso também parecer. Ele, bom presidente, não parece ser o que foi, ou tem sido, e sempre se paga caro por isso. Simbolicamente, seus atos inaugurais refletiram a ambição de recriar o reformismo forte de Franklin Roosevelt. A sede do governo, por sua vontade, logo de saída acolheu os bustos de gente como Luther King e Rosa Parks, ícones da luta pelos direitos civis, e de César Chávez, lendário sindicalista dos trabalhadores agrícolas. Nada mais significativo para alguém, como Biden, disposto a iniciar uma mudança de época nas relações entre política e economia, Estado e mercado, no rumo sugerido pelo governo Obama.
Muito alta, a ambição de Biden. Para concretizá-la, o roteiro consiste em tentar restabelecer sobre novas bases a grande coalizão democrata, em cuja dissolução se empenharam os republicanos a partir de Richard Nixon e, especialmente, Ronald Reagan, para não falar do recente populismo grosseiro de Donald Trump. Para tanto, uma ação de fôlego implica agora e nos próximos anos reatar os laços entre “intelectuais” e “simples”, cosmopolitas e nacionalistas, fechando uma das vias pelas quais ocorre uma sangria dos votos de trabalhadores de baixa qualificação em benefício dos republicanos da era Trump.
O ressentimento dos “perdedores” é o que tem permitido a expansão da extrema direita americana para além do terreno original constituído majoritariamente de cristãos brancos e conservadores. Uma fração considerável de negros e latinos torna-se suscetível à pregação extremista, uma vez perdida a identidade de classe garantida pelo trabalho e pelo sindicato.
Não por acidente, a maioria dos Estados em que o equilíbrio de forças se mostra instável, dando espaço para vitórias por margem exígua, compõe o núcleo do “cinturão da ferrugem”. Neles, o velho industrialismo vegeta, desapareceu ou está em vias de desaparecimento. E os investimentos próprios da bidenomics, incentivadores de novas tecnologias, ainda não tiveram o tempo de mudar a paisagem desolada.
O tema da imigração tem sido o palco das afirmações mais desatinadas por parte de Donald Trump – o que, diga-se de passagem, também ocorre na Europa entre seus confrades da direita autoritária. Num lugar e no outro fala-se da hipótese paranoica de substituição da população por gente de etnia ou religião alheia à pretensa pureza dos locais. Numa nação do novo mundo, em que o jus solis naturalmente se afirmou e sucessivas ondas migratórias constituíram a massa da população, pode-se até apregoar – mentirosamente! – que os imigrantes são os responsáveis por todos os males, inclusive o sumiço de gatos, mas temos de convir que soa especialmente bizarro proclamar que “envenenam o sangue” nativo.
A ultradireita europeia criou o feio neologismo “remigração” para indicar o sonho desesperado de erguer uma fortaleza protegida dos bárbaros. A norte-americana propõe a deportação de um contingente imenso de pessoas sem documentos, não sem antes passar por confinamentos e campos de concentração. Tomado ao pé da letra, esse projeto daria inequívocos traços policialescos a toda a sociedade. Mesmo entre conservadores fiéis ao império da lei, há quem fale de fascismo ou fascistização, não hesitando em exumar a palavra terrível de um século atrás. Debates conceituais à parte, convém levar Trump a sério e verificar todas as possibilidades de involução civil – e crise civilizatória – implícitas na caça e expulsão de milhões de pessoas.
Processos dramáticos como os citados, a saber, a reestruturação produtiva e a imigração de massas, são marcas da transformação que nos atinge em cheio. Há um elemento de verdade na constatação da falta de líderes à altura. A própria fragilidade de um político experiente, como Biden, pode servir como sinal dos tempos, em particular quando em contraste com a audácia de tiranos e tiranetes até no coração do Ocidente democrático. O mais certo, porém, é apontar as dificuldades da política, em geral, diante da velocidade das mudanças, empobrecendo a esfera pública e facilitando a manipulação massiva de indivíduos sem maiores referências culturais, econômicas ou de qualquer outro tipo. As soluções, então, ficam mais ou menos ao acaso, escapando à virtù humana e brotando caoticamente da fortuna que não controlamos.
*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das obras de Gramsci no Brasil
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Hoje é dia de eleição, não de guerra
O Estado de S. Paulo
Lula e Bolsonaro bem que tentaram, mas a polarização entre ambos perdeu espaço para os temas mais afeitos à vida em São Paulo nesta eleição. Ganham a cidade e, sobretudo, os paulistanos
A bem de São Paulo e de todos os paulistanos, fracassou a tentativa do presidente Lula da Silva e de seu antecessor, Jair Bolsonaro, de transformar a eleição para a Prefeitura da capital paulista em um descabido tira-teima da eleição presidencial de 2022. Salvo em alguns momentos nos quais temas nacionais, lamentavelmente, poluíram o debate local, as questões mais afeitas à vida na metrópole se impuseram ao longo da campanha. É tendo estas em vista que os eleitores devem comparecer às urnas neste domingo.
Foi debatendo sobre as condições do transporte público em São Paulo, a qualidade dos serviços de saúde e educação prestados pela Prefeitura, as ações de zeladoria urbana e, no que compete ao Município, sobre segurança pública que Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) chegaram neste dia decisivo. E caminharam até aqui com os próprios pés, ora tropeçando em seus erros, ora avançando com seus acertos. A poucas horas da definição do nome do futuro prefeito de São Paulo, está claro que a unção de Bolsonaro e Lula a Nunes e Boulos, respectivamente, não alterou fundamentalmente a trajetória de ambas as campanhas.
Se a renhida polarização entre os dois principais líderes de massa da história recente do País teve pouca ou nenhuma influência no resultado eleitoral na maioria dos municípios brasileiros, em São Paulo, particularmente, a presença de Lula e Bolsonaro chegou a ser tóxica em não poucas ocasiões. Sobretudo a de Bolsonaro, que, mesmo ausente na maior parte do tempo, quando resolveu aparecer foi para constranger Nunes com sua egolatria e seu irrefreável apego aos próprios interesses político-eleitorais, como se viu há poucos dias.
No caso de Boulos, deve-se registrar que o psolista também chegou até aqui a despeito da ausência de Lula em sua campanha – voluntária ou forçada – e, principalmente, do desdém do diretório municipal do PT. Basta dizer que o partido de Lula, que sempre se mostrou reticente em abraçar de corpo e alma a campanha de Boulos, chegou a fazer um mea culpa por não ter lançado uma candidatura própria na capital paulista, tratando Boulos, na prática, já como um derrotado no momento em que o candidato, a rigor, ainda tem chance de ser eleito.
Para a cidade, entretanto, pouco importam os ruídos internos que a presença de Lula e Bolsonaro eventualmente tenha causado nas campanhas de Boulos e Nunes. É auspicioso que a eleição deste domingo tenha sido pautada, em boa medida, pelo futuro da cidade, pelos desejos de seus habitantes e pelos desafios da administração de uma metrópole como São Paulo. O pleito escapou de ser sequestrado pela polarização nacional que não raro interdita qualquer discussão racional acerca de temas concernentes ao melhor interesse público.
Como já sublinhamos neste espaço, o que Lula e Bolsonaro dizem ou deixem de dizer sobre a eleição para a Prefeitura de São Paulo não tapa um buraco sequer nas vias da cidade, não acende um só semáforo apagado ao primeiro pingo de chuva e tampouco abre novas vagas em creches ou escolas administradas pelo poder público.
Em tempos de discussões políticas inflamadas e por vezes estéreis, é digna de nota a maturidade do eleitorado paulistano ao fazer essa dissociação entre o interesse de Lula e Bolsonaro em manter viva a polarização que só beneficia os dois e os interesses dos cerca de 12 milhões de habitantes da maior e mais rica cidade do País. A um só tempo, essa maturidade demonstra o interesse maior dos eleitores por temas que afetam suas vidas diretamente e impõe a Nunes e Boulos o extraordinário desafio de se preparar para lidar com os complexos problemas da cidade que pretendem governar.
De acordo com as pesquisas, nem Nunes nem Boulos inspiram esperança nos eleitores por seus atributos pessoais ou pela exuberância de seus planos para governar São Paulo. Mas agora isso não importa. Afinal, quis a maioria dos paulistanos que a gestão da cidade a partir de 1.º de janeiro de 2025 coubesse a um dos dois candidatos. Que eles estejam à altura dessa escolha.
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Reflexão:
Aggio propõe uma análise que transcende a dicotomia clássica entre esquerda e direita, levando em conta as complexidades da política contemporânea. A mensagem central é que a política deve ser repensada e reestruturada para atender às novas realidades e demandas do eleitorado, especialmente em um cenário onde as velhas certezas estão sendo questionadas. A chamada para uma “frente ampla” e um compromisso com as classes subalternas aponta para a necessidade de uma nova abordagem que possa unir diferentes segmentos da sociedade em torno de objetivos comuns.
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domingo, 27 de outubro de 2024
O que se move sob nossos pés? - Alberto Aggio*
Revista Será?
Há algo que se move sob nossos pés e que parece se manifestar nessas eleições municipais de 2024, gerando certo desconcerto. Trata-se de um movimento que não é evidenciado em discursos eleitorais, manifestos políticos ou mesmo em “cartas ao povo”. Ele se expressa, agora, no posicionamento do eleitorado mais pobre sancionando candidatos da extrema-direita, especialmente nas grandes cidades, embora nossa história recente não o desconheça por completo, pois ele havia anteriormente se inclinado para o outro lado do espectro político.
É um movimento que não vem de agora e que ainda não encarnou em nenhum ator político específico, embora seja instrumentalizado a cada contenda eleitoral. Antes inclinado à esquerda, mas não reivindicando nenhuma organicidade, hoje ele sofreu, ao que tudo indica um deslocamento integral, tomando um rumo invertido nas últimas eleições. Não surpreende então que notórios intelectuais de esquerda tenham julgado esse deslocamento como um fenômeno de inconsciência ou simplesmente como uma questão comunicacional, já que implicou na perda de uma massa significativa de eleitores.
Entretanto, seria um erro tratar o problema a partir da clivagem esquerda versus direita, como esse fenômeno parece se expressar eleitoralmente. Uma percepção mais acurada nos leva primeiramente a pensar esse fenômeno como uma mostra do nosso tempo. Não foi só aqui que ele se manifestou. Contudo, seria deselegante com os fatos não indicar que ele sempre foi parte da luta pela democracia e pela construção de uma democracia de massas a incorporação, não somente pelo voto, de amplas camadas populares à vida política.
Naquele contexto, o avanço da democratização significou luta e conquista de direitos sistematizados numa chave de matriz híbrida: meio europeia, meio americana. O que quer dizer que a democracia política se solidificava com lideranças e partidos políticos de perfil republicano digladiando-se pelo espaço e pela promoção de politicas públicas. Essa configuração andou de par em par com as expectativas das classes subalternas de terem seus interesses atendidos pelo Estado. Nesse percurso, as forças da democracia se dividiram, com parte buscando avanços institucionais, em nome do “social”, e outra parte procurando expressar diretamente a explosão dos interesses das classes subalternas, rechaçando quaisquer alianças políticas. Como sabemos, foi essa última fração das forças democráticas que prosperou, avançou e se metamorfoseou conforme as posições institucionais que seguiu ocupando.
Entretanto, dela não viria nem o “assalto aos céus”, nem a revolucionária chegada à “Estação Finlândia”, tampouco a hegemonia dos “de baixo”, com a imposição de um “conselhismo” à la década de 1920, ou mesmo a descida dos “barbudos” da “Sierra Maestra”, com suas referências ligeiras e retóricas a um “Gramsci sem Maquiavel” embebido no espírito narodnik da Teologia da Libertação, como escreveu Luiz Werneck Vianna. Nada disso poderia ser adotado com sucesso diante do cenário social que havia se formado, por um lado, com a modernização acelerada do regime autoritário e, por outro, com um processo de democratização que deu vazão a um individuo apenas apaixonado por seu interesse. Reconhecido como foi, era esse tipo de interesse vindo dos “de baixo” que deveria se expressar politicamente e isso foi feito principalmente pelo PT. Juntamente com a reorganização de massas, dos sindicatos, das associações de todo tipo, dos movimentos sociais urbanos e rurais, etc., um ethos passou a se manifestar incisivamente, reivindicando por todos os quadrantes a sua demanda: “eu quero o meu!”. Era a essência do liberalismo dos “de baixo” pedindo passagem.
Esse movimento, visto e sentido como expressão natural, foi se tornando hegemônico, mas sem a direção política de um ator. O PT lhe deu passagem e o controlava minimamente, mas não o dirigia. No interior dessa agremiação se entendeu, de forma instrumental do ponto de vista eleitoral, que o sistema da ordem mais a fabulação retórica da desordem poderiam dar conta dele para todo o sempre.
Contudo, o tempo das fabulações se esgotou. Aportamos definitivamente. Aqui e agora não é mais crível lançar mão de nenhuma miragem do futuro. Nosso liberalismo não pode mais reiterar o espírito pretérito das oligarquias, mas também não pode se contentar em ser “um arremate do longo processo de imposição da hegemonia da ordem privada” (Werneck Vianna), sem conquistar corações e mentes. Tampouco pode seguir como uma expressão travestida de personalismo e identitarismo que nos governou e nos governa politicamente, com pretensões de representação das classes subalternas. Esperando por novas gerações, nosso liberalismo não consegue ainda ser um liberalismo político à la Rawls porque – para ser generoso – tem rarefeitos intelectuais de vocação pública dessa estirpe e não tem, efetivamente, políticos com tal embasamento.
Sem a organicidade que se demanda classicamente, por meio do protagonismo de uma classe que o encarne, nosso liberalismo agora vem “de baixo” via Pablo Marçal e cia. Sem interpelação da política democrática esse liberalismo que, desavergonhadamente desce às profundezas do mundo dos interesses, quer agora se despir de todas as vestes ideológicas ou mesmo retóricas. Para uma esquerda que sempre se recusou a qualquer compromisso ou aliança com os liberais, com vistas à construção de uma civilização democrática, essa descoberta é avassaladora (não à toa só se fala na sempre renegada “frente ampla”). No passado, foi possível vociferar, como reforçava o ex-ministro José Dirceu, que o projeto político do PT era “governar o Brasil”. Agora, tudo indica, que isso não será mais possível, pelo menos na forma como ele pensava. O que se move sob nossos pés parece ir agora em outra direção.
Em suma, trata-se de ilusão imaginar que a derrota da esquerda nessas eleições seja uma questão comunicacional ou de inconsciência das classes subalternas. A esquerda está desafiada a enfrentar o problema em outros termos, revendo e refletindo seriamente sobre sua história mais recente e não simplesmente “atualizando o seu discurso”, como diz a maior parte da mídia. Não é surpresa nenhuma que o candidato Boulos ainda continue trabalhando com o diagnóstico de que a “extrema direita soube passar uma mensagem mais sedutora”.
A esquerda tem diante de si não uma corrida de 100 metros, mas sim uma maratona para se vencer. “Hic Rhodus, hic salta!”, essa é a senha do realismo político na ferina língua de Karl Marx. Subterfúgios não servirão de nada.
*Alberto Aggio é Professor Titular de História da América Latina contemporânea na UNESP, campus de Franca.
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O texto de Alberto Aggio, publicado na revista Será?, explora o fenômeno da mudança no eleitorado nas eleições municipais de 2024, especialmente entre as classes mais pobres. O autor aponta que esse movimento não é um simples deslocamento da esquerda para a direita, mas sim uma manifestação mais complexa de insatisfação e reivindicação por parte dos eleitores.
Principais Temas:
Mudança no Eleitorado: Aggio destaca que há uma transformação no voto das classes mais pobres, que historicamente se inclinavam para a esquerda, mas agora estão se voltando para candidatos de extrema-direita. Essa mudança não é nova, mas se acentuou nas últimas eleições, surpreendendo analistas e intelectuais.
Desafios da Esquerda: O autor critica a visão simplista que atribui essa mudança a problemas de comunicação ou à "inconsciência" do eleitorado. Para ele, a esquerda precisa entender essa transformação como um reflexo de sua própria trajetória e da evolução da democracia no Brasil.
Luta pela Democracia: Aggio ressalta que a luta por uma democracia inclusiva sempre fez parte da história do Brasil, mas que a incorporação das classes subalternas à vida política não se deu de maneira orgânica, resultando em um liberalismo que, embora tenha emergido das classes mais baixas, carece de uma direção política clara.
O Papel do PT: O Partido dos Trabalhadores (PT) foi mencionado como um facilitador dessa demanda popular, mas não como o seu líder. A falta de uma visão política coerente levou a um esgotamento do que poderia ser uma alternativa viável para as classes subalternas.
Desafios Futuros: O autor conclui que a esquerda deve encarar a realidade de forma crítica e não se contentar em atualizar seu discurso. Em vez disso, é necessário um exame profundo de sua história e uma reavaliação das suas estratégias, enfrentando os desafios políticos como uma maratona e não como uma corrida rápida.
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domingo, 27 de outubro de 2024
Entrevista | Jairo Nicolau, cientista político: ‘Faltam à esquerda líderes para dialogar com o Brasil atual’
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Conclusão
Jairo Nicolau traça um retrato preocupante da esquerda no Brasil, apontando a falta de novas lideranças e a importância do carisma pessoal nas eleições. Ele sugere que a renovação política é essencial para que os partidos de esquerda possam se conectar com o eleitorado atual, que é mais diversificado e exige uma comunicação mais eficaz e relevante. A análise reflete não apenas sobre as eleições de 2024, mas também sobre os desafios que se avizinham para 2026 e além.
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Por Hugo Henud / O Estado de S. Paulo
Para Jairo Nicolau, professor da FGV, a ausência de novas lideranças na esquerda capazes de se conectar com o novo perfil do eleitorado explica o desempenho eleitoral aquém do esperado desse campo político: ‘Eleitor vota em líderes, não em partidos’
A esquerda brasileira enfrenta um desafio crucial: a falta de renovação de lideranças capazes de dialogar com o novo perfil do eleitorado, especialmente em um País onde as personalidades políticas têm mais peso que os programas partidários. A avaliação é do cientista político e professor da FGV, Jairo Nicolau, que aponta que o eleitor se conecta mais com figuras carismáticas capazes de traduzir seus anseios do que com ideias ou plataformas de governo. ‘O brasileiro escolhe candidatos por afinidade pessoal, não por propostas’, afirma Nicolau, destacando que, enquanto nomes à direita ocupam esse espaço, partidos como PT e PSOL vêm perdendo terreno em segmentos nos quais antes tinham força, como periferias, jovens e evangélicos — o que explica o desempenho eleitoral aquém do esperado dessas siglas nas eleições municipais.
Em entrevista ao Estadão, Nicolau avalia que, embora o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saia fortalecido destas eleições, esse desempenho não garante, necessariamente, sucesso nas eleições majoritárias de 2026. Como exemplo, o cientista político cita João Doria, que governou São Paulo de 2019 a 2022 e chegou a lançar sua pré-candidatura à Presidência naquele ano, mas não conseguiu viabilizar-se na disputa. “Prefiro relativizar a ideia de que vitórias ou nomes fortes com articulações — como é o caso de Tarcísio — nas eleições municipais sejam preditores de sucesso nas eleições seguintes”, pontua.
Quanto à projeção para 2026 e aos “recados” das urnas nestas eleições, Nicolau ressalta que o alto volume de recursos destinados por meio de emendas parlamentares, direcionadas por deputados federais e senadores a seus redutos eleitorais, representa um obstáculo à renovação política, ao colocar esses políticos em vantagem competitiva para a reeleição daqui a dois anos. “Nunca tivemos uma legislatura como esta, em que deputados e senadores distribuem tanto recurso para suas bases”, completa.
Confira a seguir a íntegra da entrevista concedida ao Estadão:
A esquerda enfrentou dificuldades em várias capitais e grandes centros urbanos. Na sua avaliação, o que explica essa perda de terreno, especialmente em regiões que antes eram redutos tradicionais desse campo político?
Vou trazer um elemento que me parece crucial para a esquerda hoje: a ausência de lideranças. O que está faltando à esquerda são justamente novas lideranças, mais do que ideias, porque o Brasil não é um país onde as pessoas votam em partidos pelas ideias. Um exemplo disso são as novas lideranças da direita, como Nikolas Ferreira. São muitas lideranças de direita que estão surgindo nos últimos anos. Por outro lado, quantos jovens com menos de 40 anos existem entre as lideranças de esquerda? Quase nenhum. Veja as eleições em São Paulo: a discussão na capital paulista gira em torno de três personagens – Nunes, Boulos e Marçal. Quer dizer, quem falou em partido, quem falou em doutrina em São Paulo? Ninguém. No caso de Marçal, não é sobre suas ideias, mas sim sobre ele como figura, como pessoa física, que atraiu o eleitorado. Quem fala em partido? Quem fala em programa? São os nomes que se destacam: Lula, Jair Bolsonaro, Pablo Marçal, Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, Nikolas. Faltam à esquerda líderes para dialogar com o Brasil atual.
E quanto ao desempenho do PT nessas eleições? Há uma percepção de que políticas públicas assistencialistas, por exemplo, já não são suficientes para assegurar a adesão eleitoral.
Os partidos de esquerda, diante do insucesso em algumas cidades e de certo cansaço com políticas públicas do governo Lula, precisam fazer um balanço. Mas, se me perguntassem o que eu sugeriria para um partido de esquerda formar novos quadros ou discutir propostas para o Brasil, eu diria: formar novas lideranças. O eleitor vota em líderes, não em partidos.
Quem são, hoje, os nomes do PT? Faltam às siglas de esquerda lideranças emergentes que possam se comunicar, nas cidades e nas câmaras, com um Brasil que mudou. Um país onde as pessoas são mais escolarizadas, mais religiosas; onde a elite é menos homogênea racialmente — ainda majoritariamente branca, mas em transformação. Um Brasil em que as pessoas se conectam pelas redes sociais e por novos meios. Esse novo Brasil demanda novas lideranças. Aqui, os partidos dependem de líderes mais do que em outros países, e o que falta à esquerda, mais que programas, são lideranças capazes de se conectar com o novo perfil do eleitorado. O brasileiro escolhe candidatos por afinidade pessoal, não por propostas.
Qual partido conseguiu, de fato, dialogar melhor com os eleitores evangélicos nessas eleições? Os resultados mostram que partidos de centro e direita tiveram mais sucesso nesse público. Quais fatores ajudam a explicar esse desempenho?
Esse é um fenômeno recente. Nem sempre a esquerda teve dificuldades. Lula já foi eleito presidente com o apoio das principais denominações evangélicas, em 2002 e 2006. O que aconteceu é que parte da agenda comportamental, antes pouco politizada, foi politizada e atraiu os evangélicos para a direita. E isso ocorreu porque a direita apresentou líderes que dialogam diretamente com esse segmento, enquanto a esquerda não apresentou quase nenhum representante no segmento. Sabe como os partidos de esquerda vão se aproximar dos evangélicos? Quando tiverem um dirigente do PT, por exemplo, que seja evangélico, carismático e que as pessoas realmente gostem. Assim, eles chegam aos evangélicos. O Brasil funciona em função de nomes.
Como o senhor avalia a atuação do governador Tarcísio de Freitas nestas eleições? Ele sai politicamente fortalecido para 2026?
O Republicanos, partido de Tarcísio, teve um bom desempenho, o que, sem dúvida, o fortalece como uma liderança importante no Estado. No entanto, prefiro relativizar a ideia de que vitórias ou nomes fortes com articulações — como é o caso de Tarcísio — nas eleições municipais sejam, necessariamente, preditores de sucesso nas eleições seguintes. Veja o caso de Doria: enquanto prefeito e, depois, governador, muitos analistas o apontavam como um dos principais nomes para a eleição presidencial de 2022, mas isso não se concretizou. O mesmo vale para Serra, Cabral, Alckmin... Portanto, não é tão simples assim.
Olhando para o cenário nacional, os resultados municipais podem influenciar as eleições de 2026?
Os resultados municipais nunca influenciaram resultados nacionais. Resultados municipais servem para uma reconfiguração da distribuição dos partidos como as câmaras municipais, prefeitura, e essa mudança acontece de maneira tênue. Mas mostra padrões, tendências...
Existe um “recado” das urnas que já sinaliza tendências?
Com esses resultados, acho que dificilmente a direita deixará de dominar a Câmara dos Deputados, com cerca de 60% a 70% dos assentos. Posso dizer isso com certa segurança. A direita, provavelmente, será majoritária no Senado e elegerá muitos nomes. Também está ocorrendo uma clara compactação do sistema partidário brasileiro e uma redução da dispersão, tornando a vida muito difícil para os pequenos partidos devido à reforma política e à cláusula de desempenho [medida que limita o acesso de partidos com pouca votação ao fundo partidário e tempo de propaganda em rádio e TV]. Outro ponto: um partido central da política brasileira até 2016 está em um processo contínuo de declínio preocupante, que é o PSDB. Eu diria que, se o PSDB não tivesse dois governos de Estado, hoje três, estaria uma situação ainda mais complicada. Já os partidos da esquerda precisam se movimentar.
O senhor avalia que as emendas parlamentares tiveram um papel decisivo no apoio de lideranças locais nas campanhas municipais? Até que ponto essas emendas podem influenciar os resultados das eleições e o processo de renovação política?
O que vai começar a atrapalhar a renovação é a combinação dos recursos de financiamento público com as emendas parlamentares, que subiram a valores astronômicos. Nunca tivemos uma legislatura como esta, em que deputados e senadores distribuem tanto recurso para suas bases. Quando chegarmos a 2026, com as redes que esses políticos montaram — que já apareceram nas eleições municipais em algumas cidades — será muito difícil que um deputado ou senador não seja reeleito. Hoje, um deputado está em uma posição muito melhor do que seus colegas de 10 ou 20 anos atrás, quando as emendas ainda não eram obrigatórias. Agora, são valores de milhões, que superam até o orçamento de pequenas cidades no Brasil. Esses recursos são distribuídos a cidades, organizações da sociedade civil e entidades estatais; ou seja, todos os aliados do político. Em 2026, provavelmente veremos uma redução na renovação, porque os políticos que já ocupam cargos estão em uma situação muito mais favorável do que seus desafiadores.
Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 09:15:00
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Principais Temas da Entrevista
Falta de Lideranças:
Nicolau enfatiza que a esquerda carece de líderes novos e carismáticos que possam se conectar com o novo perfil do eleitorado. Ele observa que, enquanto lideranças de direita estão surgindo e se destacando, a esquerda apresenta uma escassez de figuras jovens e influentes.
Importância das Figuras Carismáticas:
O entrevistado argumenta que, no Brasil, os eleitores tendem a escolher candidatos com base em afinidade pessoal e carisma, em vez de se fixarem em propostas ou plataformas políticas. Ele cita figuras como Tarcísio de Freitas, Jair Bolsonaro e Pablo Marçal como exemplos de líderes que conseguiram atrair a atenção do público por suas personalidades.
Desempenho do PT:
O PT, segundo Nicolau, enfrenta desafios para se comunicar com um Brasil que se transformou, onde as políticas assistencialistas não são mais suficientes para garantir a adesão eleitoral. Ele aponta a necessidade de formar novas lideranças que possam dialogar com eleitores mais jovens e diversificados.
Mudanças no Eleitorado Evangélico:
A esquerda perdeu espaço entre os evangélicos, que historicamente apoiaram Lula. Nicolau sugere que a esquerda precisa de líderes evangélicos carismáticos para reconquistar esse segmento, ressaltando que a capacidade de dialogar com a população é fundamental.
Análise de Tarcísio de Freitas:
Embora Tarcísio tenha saído fortalecido das eleições, Nicolau relativiza a ideia de que esse sucesso nas eleições municipais será um indicativo seguro para futuras eleições. Ele menciona casos anteriores, como o de João Doria, que não conseguiu se consolidar como candidato forte nas eleições presidenciais.
Impacto das Emendas Parlamentares:
Nicolau destaca que o alto volume de recursos destinados por meio de emendas parlamentares tem fortalecido incumbentes e dificultado a renovação política. Com a quantidade de recursos disponíveis, fica mais difícil para novos candidatos competirem efetivamente.
Recados das Urnas:
O cientista político vê uma tendência de domínio da direita nas câmaras e no Senado, sugerindo uma compactação do sistema partidário e um declínio preocupante de partidos como o PSDB, que não consegue se reerguer como antes.
Desafios Futuros para a Esquerda:
Para a esquerda se reposicionar, Nicolau defende a necessidade de um balanço profundo sobre suas estratégias e lideranças, para que possa se conectar efetivamente com um Brasil em transformação.
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sábado, 26 de outubro de 2024
Marcus Pestana - Governabilidade e transformação
A democracia política emerge como expressão das mudanças necessárias para dar vazão ao desenvolvimento do sistema capitalista. A monarquia absoluta, funcional para a centralização de recursos e esforços na expansão do capitalismo comercial em escala global através das grandes navegações, tornou-se um obstáculo ao desenvolvimento capitalista, quando a dinâmica da acumulação de capitais migrou da circulação para a produção. Era preciso um sistema político permeável à ação descentralizada de inúmeros empreendedores privados. A democracia moderna, filha das Revoluções Industrial, Francesa e Americana, nasce como expressão política de uma sociedade que se organizava tendo como pilar a liberdade individual e econômica.
A democracia nasce moldada pela ideia de representação. Seria impossível reproduzir as práticas da democracia direta da antiguidade grega. Tratava-se de governar grandes Nações e não Cidades-estados, com escalas populacionais muito maiores. Vale lembrar que, mesmo na Atenas de Péricles, mulheres, estrangeiros e escravos não votavam.
Para dar funcionalidade à democracia moderna nasceram instituições e a divisão de poderes. De um lado, o parlamento, representativo do conjunto plural da sociedade, e os partidos políticos, ferramentas organizadoras de pessoas com alguma identidade de ideias visando a disputa do poder. De outro, a dinâmica republicana de freios e contrapesos com a divisão de papéis entre executivo, legislativo e judiciário.
Para se governar é preciso conquistar maioria parlamentar e legitimação social. Governo sem maioria não consegue implantar seu programa. No parlamentarismo europeu, canadense ou japonês, ao perder a maioria, o governo caí, e aí uma nova maioria se forma ou convoca-se novas eleições. No presidencialismo americano, o sistema bipartidário assegura alguma estabilidade.
Digo isso, para chamar atenção para um aspecto central: boa parte da indefinição de rumos do Brasil nas últimas duas décadas se deve ao fato de o governo não dispor de maioria parlamentar sólida, que apoie e aprove as medidas necessárias para a implantação do programa eleito dentro do presidencialismo brasileiro. O parlamento tem protagonismo crescente, mas sem as responsabilidades institucionais proporcionais com a governabilidade. Deveríamos migrar para o parlamentarismo e para algum tipo de distritalização do voto. Há, no entanto, enormes resistências a qualquer mudança.
Se o Brasil vem inovando, com governos sem maioria parlamentar consistente, a democracia contemporânea também vem sendo desafiada pela fragmentação social e a pulverização partidária. Não somos mais solitários.
Macron perdeu a maioria na França. Milei governa sem maioria na Argentina. Pedro Sanchez, na Espanha, formou maioria por um triz, ancorado nas minorias nacionalistas catalã e basca. Luís Montenegro, em Portugal, também não possuí maioria e tem que pendular entre a esquerda e a extrema-direita. A coligação semáforo na Alemanha é pressionada pelos péssimos resultados eleitorais. Trump sequestrou o Partido Republicano das suas melhores tradições e ameaça a democracia americana.
O desafio presente no Brasil é: como aprovar as transformações estruturais necessárias para retomar um desenvolvimento vigoroso e sustentável sem que haja um bloco político majoritário fiador dessas mudanças?
Postado por Gilvan Cavalcanti de Melo às 06:32:00
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Um comentário:
Daniel disse...
Muito bom! "Trump sequestrou o Partido Republicano das suas melhores tradições e ameaça a democracia americana." É bem isto!
26/10/24 22:43
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