Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 30 de julho de 2024
É A GENTE
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OPERÁRIAS, 2024.
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Gente Humilde
Chico Buarque
Canção de Chico Buarque
LetrasVídeosOuvir
Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar
Composição: Chico Buarque / Garoto / Vinicius.
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"UM BRONZE MEMORÁVEL"
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"UM DIA A GENTE SABE QUE PODE SER GENTE." GINASTA OLÍMPICA, DE 13 ANOS, DO FLAMENGO, NO RIO DE JANEIRO, VIBRANDO COM O DESEMPENHO DE REBECA EM PARIS, QUE GARANTIRIA NAQUELE EXATO MOMENTO A PRIMEIRA MEDALHA OLÍMPICA POR EQUIPE, EM GINÁSTICA OLÍMPICA, NA HISTÓRIA.
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A JOVEM NORTE-AMERICANA SIMONE BILES GARANTIRIA, COM A MEDALHA DE OURO PARA SUA EQUIPE, A MEDALHA DE BRONZE PARA O BRASIL, ÚNICO PAÍS DA AMÉRICA DO SUL QUE LUTARA AO SEU LADO. PARA A ITÁLIA, NESTA OLIMPÍADA EM PARIS, SIMONE GARANTIU A MEDALHA DE PRATA.
COM EMOÇÃO DE DIANE, DIEGO HIPÓLITO E DO ÂNCORA DA GLOBO JOSÉ ROBERTO, QUE FAZIAM A TRANSMISSÃO DAQUELA COMPETITIVA PROVA.
O PÓDIO
A PREMIAÇÃO
HINO NORTE-AMERICANO
SOBEM JUNTAS AS TRÊS BANDEIRAS VITORIOSAS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ITÁLIA E BRASIL, EM PARIS, 2024.
REPETIA-SE O COLETIVO EM ITÁLIA, 1945.
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Com sangue, suor e brilho, Brasil é bronze por equipes na ginástica nas Olimpíadas 2024
Com emoção até o fim, Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira conquistam, no último salto, pódio inédito para o país; EUA ganham ouro, e Itália, prata
Por Marcos Guerra — Paris, França
30/07/2024 15h18 Atualizado há 5 minutos
Brasil é bronze por equipes na ginástica
Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira escreveram, na tarde desta terça-feira, mais um capítulo da cada vez mais linda história da ginástica artística brasileira. As cinco ginastas conquistaram, no último salto, o bronze por equipes nas Olimpíadas de Paris 2024, uma medalha olímpica inédita e há muito tempo aguardada.
Foi de Rebeca a nota final, no salto, um 15.100 em um Cheng lindamente executado, que garantiu o bronze para a equipe no último momento. Antes do último aparelho, o Brasil ocupava o sexto lugar. Com as notas do salto, as brasileiras ultrapassaram China, Canadá e Grã-Bretanha.
+ Confira o quadro de medalhas das Olimpíadas 2024
Com histórico recente de pódios individuais, o Brasil não tinha ainda a conquista para seu conjunto, um feito que prova o amadurecimento da modalidade e que expõe o brilho de suas atletas. O ouro ficou para a equipe dos Estados Unidos, capitaneada por Simone Biles, e a prata para a Itália.
+ Olimpíadas hoje: confira a agenda
Rebeca Andrade vai muito bem no salto e consegue 15.100 na final da ginástica
Teve sangue, suor e muito brilho na Bercy Arena, em Paris. Antes mesmo de as apresentações começarem, durante o aquecimento, Flavia Saraiva caiu das barras, bateu com o rosto no chão e abriu o supercílio, sangrando muito. Mas também houve riso, suspense e emoção até o fim. Fora do pódio até o último salto, o Brasil obrigou muita gente a assistir à final com calculadora na mão. E acabou conquistando a medalha pela força de seu conjunto e pela luz de Rebeca.
+ Rebeca iguala recorde de medalhas de uma brasileira na história das Olimpíadas
Flavinha cai nas barras na hora do aquecimento e machuca o supercílio
Melhor ginasta do Brasil e uma das melhores do mundo, Rebeca Andrade, de 25 anos, se apresentou nos quatro aparelhos, assim como Flávia Saraiva, de 24, que foi à luta com curativo no supercílio e tudo. As duas estão classificadas também para a final do individual geral, quinta-feira. Caçula da equipe e finalista da trave, Julia Soares, de 18 anos, completou o time no solo e na trave. Veterana, Jade Barbosa, de 32 anos, foi a terceira competidora do Brasil no salto, enquanto Lorrane, de 26 anos, se apresentou nas barras assimétricas.
+ Simone Biles reage à série de Rebeca Andrade nas barras; veja
Brasileiras comemoram bronze na disputa por equipes das Olimpíadas — Foto: AFP
Brasileiras comemoram bronze na disputa por equipes das Olimpíadas — Foto: AFP
O Brasil começou pelo seu aparelho mais fraco, as assimétricas. Ficou em quarto após a primeira rotação e ainda desceu para sexto depois de trave e solo. No salto de Rebeca, tomou o pódio de assalto. Veja abaixo como a seleção se apresentou em cada um deles.
+ Finais da Rebeca Andrade nas Olimpíadas: veja datas e horários
Rebeca Andrade, do Brasil, na final por equipes da ginástica, Olimpíadas Paris 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Rebeca Andrade, do Brasil, na final por equipes da ginástica, Olimpíadas Paris 2024 — Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Barras assimétricas
Lorrane Oliveira foi a primeira brasileira em ação. A ginasta é especialista nas barras e entregou uma apresentação sólida, segura. Com um ligeiro erro de postura e um pequeno passo na saída, recebeu 13.000 na pontuação, um pouco menor do que a nota da classificatória, de 13.233.
Lorrane abre a passagem do Brasil nas barras na final da ginástica
Com um curativo no supercílio depois de receber atendimento médico, Flavinha Saraiva foi a segunda brasileira a se apresentar nas assimétricas. Fez uma série fluida, sem grandes percalços, apenas um pequeno desequilíbrio, e saiu com um sorriso aberto no rosto. A nota, 13.666, foi ligeiramente menor do que os 13.800 da classificatória, mas boa o suficiente para devolver a segurança a Flavinha, que ainda teria outros três aparelhos pela frente.
+ O solo de Rebeca: veja cada detalhe da apresentação
Flavinha realiza bem a série nas barras da final da ginástica e faz 13.666
Rebeca praticamente cravou sua série. Acertou a ligação de elementos que não fez na classificatória e fez uma saída praticamente cravada. Saiu com um sorriso no rosto e a certeza de que brilhou em seu aparelho favorito, recebendo 14.533.
Rebeca Andrade se apresenta nas barras e consegue 14,533 na final da ginástica
O Brasil terminou a primeira rotação em quarto lugar, somando 41.199, atrás de Estados Unidos, China, Itália e Canadá. Mas os aparelhos mais fortes ainda estavam por vir.
+ Conheça o movimento criado e batizado por Julia Soares, finalista brasileira da ginástica artística
+ Confira o canal olímpico de WhatsApp do ge
Trave
Com sua entrada-assinatura, o Soares, Julia abriu as séries do Brasil na trave. Finalista no aparelho, Julia emendou com um triplo giro de cócoras perfeito, seguiu com uma sequência acrobática, desequilibrou-se e caiu. Perdeu uma ligação de elementos por causa da falha, mas voltou para a trave e completou sua série sem outros erros, com uma saída quase cravada. Ao fim, dirigiu-se ao banco com expressão muito abalada, já esperando uma nota abaixo do esperado: 12.400
Julia sofre queda na trave e faz 12.400 na final da ginástica
Entre as seleções adversárias diretas, no entanto, os erros também se sucederam. A chinesa Zhou Yaqin, por exemplo, teve duas quedas e recebeu 12.300, muito abaixo dos 14.866 da classificatória.
Flavia Saraiva mostrou que se recuperou não só do ferimento no supercílio como também da frustração de não ter se classificado para a final da trave, seu melhor aparelho, após uma queda na classificatória. Nesta terça, Flavinha simplificou uma sequência de acrobacias e teve um desequilíbrio grande, mas se manteve firme na trave, não caiu e fechou bem. Foi importante ter passado sem queda, garantindo a boa nota de 13.433.
Flavia Saraiva desequilibra e leva 13,433 na trave na final da ginástica
Chegou a vez da estrela brasileira Rebeca Andrade. A ginasta teve um desequilíbrio grande quase no fim, mas faz uma série boa, com alto grau de dificuldade, e cravou a saída, recebendo 14.133, um pouco abaixo dos 14.500 de domingo.
Rebeca Andrade tem leve desequilíbrio na trave e recebe 14,133 na final da ginástica
Ao fim da segunda rotação, o Brasil desceu para o sexto lugar, agora também atrás de Grã-Bretanha e Romênia. Enquanto isso, Simone Biles cravava as barras e saía muito aplaudida. Os EUA pareciam estar fazendo uma competição à parte, deixando as outras seleções brigando pela prata e o bronze.
Solo
Ao som de Cheia de Manias, do Raça Negra, e de Milord, da cantora francesa Edith Piaf, Julia Soares apresentou giros perfeitos junto ao solo, mortais seguros, graça, samba no pé e ainda mandou beijinhos para o público. Só teve dificuldade na chegada da terceira diagonal, com um passo grande pra trás, e recebeu 13.233, surpreendentemente abaixo dos 13.500 de domingo. A essa altura, já tinha muita gente com calculadora na mão.
Julia abriu a apresentação no solo pelo Brasil e faz 13.233 na final da ginástica
Como uma fada, Flavinha encantou a plateia com uma série graciosa e animada, ao com do Cancan. A brasileira não fez sua série mais difícil, mas acertou cada salto e acrobacia e deu show de simpatia. Recebeu um bom 13.533.
Flavia Saraiva dá show de carisma no solo e recebe 13,533 na final da ginástica
Candidatíssima a medalha no solo, Rebeca teve dificuldade de cravar a chegada de duas acrobacias, mas evitou erros graves. Com uma série de enorme dificuldade, foi muito aplaudida e recebeu 14.200. Ao fim da terceira rotação, o Brasil seguia em sexto.
Rebeca Andrade recebe 14,200 no solo e Brasil segue na briga por medalha na final da ginástica
Salto
Chegou o aparelho da redenção brasileira. Que não começou tão bem, mas se encerrou de forma apoteótica. Para abrir, Jade Barbosa fez um DTY, o Yurchenko com dupla pirueta. Um bom salto, mas um pouco baixo. Com isso, chegou muito agachada, com o pé fora da linha, recebendo 13.366. Nesse momento, as perspectivas de medalha diminuíram.
Jade faz um salto médio, mas consegue 13.366 na final da ginástica
Flavinha acertou o DTY. Não foi tão cravado quanto o da classificatória, mas foi um bom salto, que recebeu 13.900 e manteve a chama da esperança do Brasil acesa.
Flavia Saraiva consegue 13.900 no salto e sobe a nota do Brasil na final da ginástica
Chegou então a hora dela. Com um Cheng lindamente executado, Rebeca Andrade fechou as apresentações brasileiras com um salto digno da campeã olímpica e mundial que é e recebeu a espetacular nota de 15.100. Com isso, o Brasil somou 164.497 pontos e ficou à espera do fim das apresentações das adversárias.
Rebeca Andrade vai muito bem no salto e consegue 15.100 na final da ginástica
O ouro americano já estava garantido e a briga pela prata e pelo bronze ficou entre Brasil, Itália e Grã-Bretanha. Os dois países ainda estavam completando suas apresentações. A britânica Alice Kinsella precisava de 13,834 na trave sua equipe ultrapassar o Brasil e ficar com o bronze. Tirou 13.600. E as cinco incríveis ginastas brasileiras puderam comemorar, com sorrisos abertos lavados por lágrimas de alegria.
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Segunda classe, 1933.
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Título: "A Versatilidade Linguística e a Expressão Cultural Brasileira: Uma Análise dos Elementos Distintivos da Língua Portuguesa e Seus Reflexos na Arte e na Sociedade"
Resumo
Este artigo explora a contribuição do vocábulo "a gente" para a originalidade do português brasileiro, em contraste com outras línguas românicas. Analisa também como essa expressão molda a linguagem coloquial e influencia a cultura brasileira, com destaque para a arte e a música. Além disso, a análise inclui a obra "Operários" (1933) de Tarsila do Amaral, discutindo seu impacto na representação da classe trabalhadora e na expressão cultural do país. Por fim, examina as recentes tensões políticas na Venezuela e o papel da comunidade internacional, com foco na reação do Brasil e de outros países.
1. Introdução
A língua portuguesa, especialmente o português brasileiro, é marcada por uma rica diversidade linguística e cultural. Um dos aspectos mais intrigantes dessa diversidade é a expressão "a gente", que, embora gramaticalmente versátil, contribui significativamente para a originalidade do idioma. Este artigo busca conectar e correlacionar diversos textos e temas, desde a influência da expressão "a gente" até a análise da obra de Tarsila do Amaral e as recentes tensões políticas na Venezuela.
2. A Versatilidade do Vocábulo "A Gente" e Sua Contribuição Cultural
"A gente" é uma expressão que substitui o pronome pessoal "nós" e é amplamente utilizada no português brasileiro. Sua versatilidade não só facilita a comunicação cotidiana, mas também adiciona uma camada de informalidade que reflete a sociabilidade característica da cultura brasileira. Em comparação com outras línguas românicas, como o espanhol e o francês, "a gente" oferece uma visão única da flexibilidade e da adaptabilidade da língua portuguesa.
A expressão é fundamental na música brasileira, onde muitas canções incorporam "a gente" para criar uma conexão íntima e direta com o ouvinte. Esse uso informal é um reflexo da expressão coloquial brasileira e demonstra como a língua contribui para uma identidade cultural distintiva.
3. A Representação da Classe Trabalhadora em "Operários" (1933) de Tarsila do Amaral
A obra "Operários" de Tarsila do Amaral é uma representação icônica da classe trabalhadora brasileira. A pintura retrata uma multidão de rostos diversos, simbolizando a pluralidade e a diversidade do povo brasileiro. Embora não se saiba se Tarsila incluiu auto-retratos ou rostos de pessoas específicas, a obra é uma crítica social à condição dos trabalhadores e à industrialização no Brasil.
As chaminés e instalações fabris ao fundo da pintura não apenas contextualizam a cena, mas também solidificam a conexão entre os trabalhadores e o ambiente industrial. "Operários" destaca a importância da coletividade e da unidade na sociedade brasileira, refletindo uma perspectiva cultural e social que é essencial para a compreensão da identidade nacional.
4. Tensão Política na Venezuela e a Reação Internacional
A recente eleição na Venezuela e a vitória contestada de Nicolás Maduro têm gerado tensões políticas e respostas internacionais. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a vitória de Maduro, mas a oposição denunciou supostas fraudes. As reações de países como Brasil, Colômbia e EUA demonstram o impacto global das questões políticas venezuelanas.
O papel do Brasil, com sua posição cautelosa e a espera por dados desagregados para garantir a transparência, é particularmente relevante. A reação internacional, incluindo a de líderes como o presidente chileno Gabriel Boric e o secretário de Estado americano Antony Blinken, reflete uma preocupação com a legitimidade e a justiça do processo eleitoral.
5. Conclusão
A língua portuguesa, com suas nuances e expressões como "a gente", não só enriquece a comunicação cotidiana, mas também reflete aspectos profundos da cultura brasileira. A análise da obra "Operários" de Tarsila do Amaral e as tensões políticas na Venezuela ilustram como a língua e a cultura estão interligadas e como eventos contemporâneos podem impactar a percepção global.
Este artigo demonstrou como elementos linguísticos e culturais específicos moldam a identidade nacional e influenciam a comunicação e a expressão artística. Ao conectar esses temas, oferecemos uma visão abrangente da riqueza e da complexidade da cultura brasileira, destacando sua relevância e impacto no cenário global.
Referências
Schmitz, John Robert. (2024). [Referência ao artigo do professor, se disponível].
Do Amaral, Tarsila. "Operários" (1933). [Referência à obra].
Notícias e análises sobre a eleição na Venezuela. [Referências relevantes].
Este artigo procura integrar e contextualizar a informação linguística, cultural e política, visando um público mais amplo e oferecendo uma visão clara das interconexões entre esses temas.
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OPERÁRIOS, 1933.
Artes visuais Pintura
Quadro Operários de Tarsila do Amaral: significado e contexto histórico
Laura Aidar Revisão por Laura Aidar Arte-educadora, fotógrafa e artista visual
Pintada em 1933, a tela Operários tem temática social, está exposta no Palácio Boa Vista e pertence ao Acervo do Governo do Estado de São Paulo.
É uma obra que integra o modernismo brasileiro e retrata cinquenta e um operários da indústria. Carrega como símbolo a exploração do povo trabalhador e a diversidade étnica que compõe a nossa sociedade.
Feita com a técnica de pintura a óleo, tem dimensões grandes (120cm x 205cm) e pertence ao período em que Tarsila do Amaral se dedicou a retratar temas de interesse coletivo e social, após retornar de uma viagem à União Soviética.
Operários
Significado da obra
A tela Operários é considerada um grande símbolo do período de industrialização brasileira (especialmente do Estado de São Paulo).
Esse foi um momento histórico marcado pela migração de trabalhadores, uma classe ainda muito vulnerável e explorada, sem acesso a leis que a defendesse propriamente.
Assim, Tarsila exibe nessa obra as distintas feições dos trabalhadores e trabalhadoras das fábricas. São pessoas de cores e etnias muito diferentes representadas lado a lado. E, apesar dos contrastes, todos carregam feições extremamente cansadas e sem esperança.
São cinquenta e um rostos, alguns deles sobrepostos. Essa mistura de trabalhadores exibidos em sequência aponta para a massificação do trabalho.
Os operários olham todos na mesma direção, mas não estabelecem nenhum contato visual uns com os outros. A disposição dos trabalhadores, em um formato crescente, de pirâmide, permite que se veja a paisagem ao fundo: uma série de chaminés cinzentas de fábricas.
Alguns dos rostos são de personalidade conhecidas na época, como o do arquiteto Gregori Warchavchik e da cantora Elsie Houston. Outros são conhecidos apenas pela pintora, caso de Benedito Sampaio, o administrador da fazenda da família.
Outro quadro clássico deste período e pintado no mesmo ano é Segunda Classe.
Segunda classe, 1933.
Segunda classe, 1933.
Contexto histórico e inspiração criativa
O cenário não era dos mais favoráveis, o quadro Operários foi pintado um pouco após a grande crise econômica de 1929, que abalou o mundo. No Brasil, era o período da Era Vargas e o quadro é um retrato da industrialização paulistana.
Pessoalmente, Tarsila perdeu parte do seu patrimônio financeiro. Em 1931, vendeu alguns quadros da sua coleção pessoal e viajou para a União Soviética. Foi apresentada ao socialismo pelo então namorado, o psiquiatra Osório César.
Quando voltou da União Soviética, esteve presa durante um mês devido a sua simpatia com a ideologia socialista e engajou-se na Revolução Constitucionalista de 1932.
Impactada com a descoberta ideológica, a pintora se uniu ao comunismo antes de criar o quadro Operários.
Anos antes de pintar temas sociais, Tarsila já afirmava categoricamente: “Eu quero ser a pintora do meu país” (1923).
Releitura do quadro Operários
O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), inaugurou no dia 8 de junho de 2018 a maior manifestação de arte urbana dedicada exclusivamente à ciência, tecnologia e inovação. Um dos murais, feito em grafite, foi uma releitura de Operários.
O trabalho, intitulado Construtores da ciência, está exposto na rua Lauro Müller, em Botafogo, no Rio de Janeiro. A autora é a jovem artista plástica Gabi Tores, estudante do curso de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Grafite
Grafite 2
Descubra também:
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Laura Aidar
Revisão por Laura Aidar
Arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Licenciada em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formada em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.
Rebeca Fuks
Edição por Rebeca Fuks
Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), mestre em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutora em Estudos de Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).
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segunda-feira, 29 de julho de 2024
Corrida Eleitoral: Quando Mapas Viram Monstros!
A fraude está escancarada, com as previsíveis manobras autoritárias e intransparentes, a arrogância fora-da-lei dos que se proclamam vencedores, os protestos internacionais das democracias ocidentais e de vários governos da América do Sul. O regime venezuelano é uma ditadura, simples assim.há 46 minutos
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Ao fechar os olhos para as fraudes de Maduro, PT se desqualifica
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terça-feira, 30 de julho de 2024
Luiz Carlos Azedo - Lula aguarda atas para reconhecer vitória de Maduro
Correio Braziliense
A posição do governo brasileiro, até agora, coincide com a dos Estados Unidos, do México e da Colômbia. É a mesma da Inglaterra, da União Europeia e da Organização das Nações Unidas (ONU)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está numa saia justa e tenta ganhar tempo para uma tomada de posição em relação à reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, diante dos indícios de que as eleições foram fraudadas. Sem divulgação das atas das seções eleitorais e/ou eventual recontagem de votos, a tendência do governo brasileiro será aguardar a evolução do processo e somente reconhecer a vitória de Maduro quando isso for inevitável para manter as relações comerciais do Brasil com o país vizinho.
Nesta segunda-feira, a nota divulgada pelo Itamaraty sinalizou nessa direção. As reportagens publicadas pela Agência Brasil sobre as eleições venezuelanas, também. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou um resultado oficial — sem nenhuma comprovação documental até agora —, segundo o qual Maduro teria recebido 51% dos votos, contra 44% de Edmundo Gonzáles. A oposição contesta esse resultado com base em cópias das atas obtidas por seus fiscais. Gonzáles teria recebido 70% dos votos.
Na sua nota oficial, o Itamaraty destacou o “caráter pacífico” das eleições de domingo e anunciou que “acompanha com atenção” o processo de apuração. “Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”. O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, embaixador Celso Amorim, permanece em Caracas e dialoga com o governo e a oposição.
A posição do governo brasileiro, até agora, coincide com a dos Estados Unidos, do México e da Colômbia. É a mesma da Inglaterra e da União Europeia. Na Organização das Nações Unidas (ONU), o secretário-geral, António Guterres, apelou “à total transparência” e disse que também aguarda “a publicação oportuna dos resultados eleitorais e a repartição por assembleias de voto”.
Guterres pediu moderação aos líderes políticos e seus apoiadores: “Todas as disputas eleitorais devem ser abordadas e resolvidas pacificamente, e as autoridades eleitorais devem realizar seu trabalho de forma independente e sem interferência.”
O presidente Lula terá um papel de destaque nos próximos dias, porém, está sendo muito pressionado pelos setores à esquerda de seu governo a reconhecer, imediatamente, a vitória de Maduro. Também é atacado pela oposição por não reconhecer a vitória de Edmundo Gonzáles. Lula já exerceu o papel de mediador em outras ocasiões, inclusive durante as negociações para os Acordos de Barbados.
Sem a intervenção do Brasil — em especial, a atuação pessoal do presidente Lula —, o candidato da oposição Edmundo González não teria concorrido e a situação seria semelhante à de 2018, quando a oposição boicotou o pleito. O presidente brasileiro também trabalhou nas conversas entre a Venezuela e a Guiana após a crise pela disputa da região de Essequibo, cujos chanceleres se reuniram em Brasília, em janeiro deste ano, com a mediação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Pagou pra ver
Brasil e Colômbia, os dois maiores vizinhos, têm interesses estratégicos a serem levados em conta na crise venezuelana. Não interessa aos dois países que a Venezuela caminhe para uma ditadura aberta e passe a fazer parte de um bloco militar em oposição aos Estados Unidos, liderados por Rússia e Irã, o que poderia levar a uma corrida armamentista na região. A aposta do Brasil não é uma nova guerra fria, é o fortalecimento do multilateralismo.
O impasse na Venezuela está instalado. A oposição, liderada por González, não reconhece o resultado. A opositora María Corina Machado, que foi impedida de disputar as eleições, denunciou o resultado e comanda os protestos populares que, ontem, registraram um grande “panelaço” iniciado nas favelas de Caracas. A desorganização da economia e a pobreza generalizada enfraqueceram o governo venezuelano.
Maduro dá mostras de que que não cederá às pressões internas nem às internacionais. Em frente ao Palácio Miraflores, sede do governo, em Caracas, proclamou a própria vitória ainda na noite de domingo, que classificou como “triunfo da independência nacional, da dignidade do povo da Venezuela”. Sua disposição é pagar pra ver: “Não puderam com as sanções, não puderam com as agressões, não puderam com as ameaças, não puderam agora e não poderão jamais com a dignidade do povo da Venezuela”.
Desde 2017, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e União Europeia não reconhecem a legitimidade do governo Maduro, que está há 11 anos no poder e pretende ficar mais seis, pelo menos. Segue o roteiro dos regimes autocráticos e “iliberais”, que manipulam eleições para que seus governantes se eternizem no poder. Não à toa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi dos primeiros a endossar a reeleição de Maduro.
O presidente venezuelano pediu que os demais países respeitem o resultado e Ironizou a posição da Casa Branca: “Quando houve o debate em que Donald Trump denunciou que lhe roubaram as eleições nos Estados Unidos, nós não nos metemos nisso”.
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WW - 29/07/2024
CNN Brasil
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CORRA QUE A POLÍCIA VEM AÍ | Melhores Cenas | Muitas Risadas com Leslie Nielsen
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"📊🏃♂️🏃♀️ Corrida Eleitoral: Quando Mapas Viram Monstros! 🗺️👻
No clima tenso das eleições na Venezuela, até os observadores mais experientes podem acabar em uma situação digna de comédia! Veja como uma simples contagem de votos se transformou em uma corrida desesperada por mal-entendidos. 😂💨 #Eleições2024 #Venezuela #HumorPolítico"
Publicação nas Redes Sociais
Texto do Post:
#Eleições2024
#Venezuela
#HumorPolítico
#CelsoAmorim
#MariaCorinaMachado
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Assessor especial da Presidência da República, ex-chanceler Celso Amorim acompanha as eleições na Venezuela
05/12/2022REUTERS/Adriano Machado
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Luciana AmaralPatrícia NadirDébora BergamascoMarina Demorida CNN
Brasília
29/07/2024 às 19:22 | Atualizado 29/07/2024 às 19:32
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O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, se encontrou nesta segunda-feira (29) com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas.
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Benny Hill - Main Theme
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Charge
Descrição da Charge:
Cena 1:
Dois escrutinadores estão dentro da sala de apuração, olhando atentamente para os mapas eleitorais e dizendo: "Um mapa para mim, outro para você. Um mapa para mim, outro para você."
Celso Amorim e Maria Corina Machado estão ao fundo, observando nervosamente.
Cena 2:
Close nos escrutinadores, um deles levanta a cabeça e diz: "E aqueles dois mapas que estão lá fora?"
Amorim e Machado se entreolham com olhos arregalados, visivelmente preocupados.
Cena 3:
Amorim e Machado saem correndo da sala de apuração em pânico, com expressões de puro desespero.
Ao fundo, os escrutinadores estão saindo calmamente da sala, indo buscar os mapas.
Cena 4:
Amorim e Machado correm pelos corredores, enquanto outras pessoas começam a entrar em pânico e correr também, sem entender o motivo.
Um grupo de jornalistas aparece, tentando descobrir o que está acontecendo.
Cena 5:
Fora do prédio, Amorim e Machado, ainda ofegantes, percebem que a situação não era o que parecia.
Um dos escrutinadores, com dois mapas nas mãos, olha confuso para a multidão em pânico.
Legenda na Última Cena:
"E foi assim que os mapas viraram monstros!"
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El presidente de Venezuela, Nicolás Maduro / RONALD PEÑA R. | EFE
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Carlos Malamud
29 JUL 2024 18:48
Actualizada 29 JUL 2024 20:03
Elecciones paranormales en Venezuela
Un alto nivel de protesta y el desborde de la represión policial podría llevar al gobierno a ordenar la intervención militar para acallar las voces discordantes
Si éstas hubieran sido unas elecciones normales, donde todos hubieran competido en las mismas condiciones y oportunidades, probablemente el resultado hubiera sido otro. Si éstas hubieran sido unas elecciones transparentes, donde el escrutinio y su seguimiento hubieran estado al alcance de la ciudadanía y de los observadores electorales internacionales que no llegaron (solo estuvieron los palmeros habituales del régimen), probablemente el resultado también hubiera sido otro.
Pero, como se temía, las elecciones del 28 de julio no fueron normales. Todo indica que han sido manipuladas por el Consejo Nacional Electoral (CNE), un órgano teóricamente independiente, aunque subordinado al gobierno. Pese al empeño bolivariano en haber desarrollado el sistema electoral más perfecto del mundo, la demora de seis horas para publicar el primer boletín con resultados, favorables a Nicolás Maduro, permite especular con una consistente labor de maquillaje del escrutinio. / Se quiso justificar esta demora en un hackeo informático proveniente de oscuros antros internacionales, pero no se han aportado pruebas concretas al respecto. A la vista de estos resultados, una parte de la comunidad internacional (un número importante de países latinoamericanos, la UE, incluyendo a Alemania y España, y Estados Unidos) ha mostrado su preocupación por el presente y, muy especialmente, por el futuro de Venezuela. Otra, principalmente Cuba, Nicaragua, Bolivia y Honduras, más China, Rusia, Irán y Turquía, apoya o seguirá apoyando a Maduro. Pero, como suele ocurrir en estos casos, el desenlace será básicamente producto de la respuesta venezolana. / Los datos proporcionados por el CNE resultan algo surrealistas, casi mágicos y alejados de la realidad. El 51,2% atribuido a Nicolás Maduro (¿por qué no dos puntos más o menos?) puede identificarse con ese conejo extraído de la chistera de un mago. Si alguien cree en lo paranormal, podría pensar que el espíritu de Hugo Chávez emergió para guiar las decisiones de Elvis Amoroso, el presidente del CNE, y favorecer la continuidad del régimen.
El 30% o más de las actas en poder de la oposición, que se corresponden con las mesas totalizadas y cerradas de acuerdo con la normativa, apuntan a una tendencia divergente con la trazada por la autoridad electoral. De no haber reaccionado el poder como lo hizo, la libertad y las haciendas de los principales líderes chavistas se hubieran visto amenazadas. Muchos podrían acabar con sus huesos en la cárcel o con sus bienes incautados. De ahí la resistencia a abandonar sus poltronas y sus situaciones de predominio. Pero, al haber actuado de este modo, manipulando el resultado electoral, han reducido su capacidad de mejorar sus condiciones de negociación, tanto personales como familiares.
Las expectativas de cambio presentes en la sociedad venezolana en las últimas semanas eran enormes. La movilización popular en las calles y plazas de casi todas las ciudades y poblaciones y la intensa actividad en las redes sociales así lo prueban. Tras lo ocurrido en la madrugada del lunes 29 la idea de un atraco a mano armada, a plena luz del día se extendió como un reguero de pólvora por todo el país. ¿Cómo reaccionará la gente? ¿Con qué grado de indignación y de violencia? De momento las movilizaciones ya han comenzado, si bien la calma tensa es lo que en este momento caracteriza al país. Por eso, habrá que estar atentos a lo que ocurre en las próximas jornadas. / Un alto nivel de protesta y el desborde de la represión policial podría llevar al gobierno a ordenar la intervención militar para acallar las voces discordantes. Esta orden, de ser rechazada por la oficialidad intermedia, supondría un punto de inflexión y el principio del fin de la revolución bolivariana. La negativa de los oficiales, suboficiales y tropa a disparar contra su gente tendría consecuencias imprevistas para el futuro chavista. Por eso, tanto María Corina Machado como los principales dirigentes opositores deberían medir cuidadosamente sus fuerzas, su capacidad de movilización y de protesta, así como las posibles líneas de fractura dentro de la Fuerza Armada Bolivariana. / Las palabras de Maduro durante la celebración de su triunfo, en clara alusión a la oposición: “no pudieron ahora, no podrán jamás”, son muy preocupantes, por más que estemos frente a una historia inacabada. Maduro vuelve a mostrar un profundo desprecio por la democracia, la alternancia y el respeto de las minorías. Sus dichos, acompañados de una permanente descalificación de los opositores, solo son un mal prolegómeno del endurecimiento de un régimen cada vez más dictatorial. Como ha señalado el historiador y académico venezolano Elías Pino Iturrieta: “la historia que apenas se ha esbozado no ha terminado. Debido a su magnitud, al tamaño de su escándalo, ha encontrado incentivos de sobra para continuar”. "
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segunda-feira, 29 de julho de 2024
Maduro é declarado vencedor na Venezuela com 51,2% dos votos
Valor Econômico / Por Agências internacionais
Segundo autoridade eleitoral do país, o candidato da oposição recebeu 44,2%; EUA pedem divulgação do relatório da apuração
Nicolás Maduro, 61 anos, foi declarado o vencedor da eleição presidencial na Venezuela realizada ontem, com 51,2% dos votos, com 80% dos votos apurados, segundo informou a autoridade eleitoral do país na madrugada desta segunda-feira (29).
O principal candidato da oposição, Edmundo González, um ex-diplomata de 74 anos, ficou com 44,2% dos votos, segundo anunciou Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Ele atribuiu o atraso na divulgado dos resultados a um problema de “agressão” no processo eleitoral, mas sem entrar em detalhes. Amoroso também indicou que a taxa de participação dos venezuelanos foi de 59%.
Os venezuelanos aguardaram ansiosamente os resultados durante várias horas, quando a ex-deputada Delcy Solórzano, representante nacional da coligação de oposição perante a autoridade eleitoral, denunciou sem apresentar provas que o CNE tinha “paralisado a transmissão das atas” e que um “número significativo de centros de votações” estava retirando suas testemunhas para a contagem dos votos.
O resultado anunciado pela autoridade ocorreu apesar de diversas pesquisas de boca de urna não oficiais apontarem para uma vitória da oposição. Antes da eleição, pesquisas independentes davam a González, uma vantagem de 20 a 30 pontos percentuais, enquanto outros institutos ligados ao governo apontavam a reeleição de Maduro, 61 anos, para um terceiro mandato como presidente.
Os venezuelanos foram ontem às urnas para decidir entre a continuidade do governo de Maduro ou uma mudança de rumo de um regime que levou ao sucateamento do crucial setor de petróleo, com consequente colapso econômico e à hiperinflação.
Antes da divulgação do resultado oficial González, um ex-diplomata de 74 anos, e a líder da oposição María Corina Machado, tinha afirmado que havia “motivos para comemorar”, e fizeram um apelo aos apoiadores que continuassem monitorando a apuração de votos.
Depois de um dia de votação aparentemente calmo, vídeos postados nas redes sociais mostraram multidões começando a se reunir do lado de fora das principais seções eleitorais da Venezuela na noite de ontem, com cidadãos solicitando o relatório da contagem dos votos das autoridades. Enquanto isso, a TV estatal mostrou pessoas comemorando do lado de fora do palácio presidencial.
Após o anúncio da vitória de Maduro, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu nesta segunda-feira às autoridades eleitorais venezuelanas que divulgassem um relatório detalhado dos votos da eleição de ontem para garantir transparência do processo.
“Os EUA aplaudem o povo venezuelano por sua participação na eleição presidencial de 28 de julho, apesar dos desafios significativos e das profundas preocupações sobre o processo”, disse Blinken em nota. “Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente”, acrescentou.
Ontem, após o fechamento das urnas, o Ministério Público da Venezuela disse que dará uma entrevista coletiva à imprensa hoje, às 19h (de Brasília), para informar sobre a eleição presidencial.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse à Reuters por meio de uma declaração à imprensa que não previa violência e que, exceto por alguns incidentes isolados, a votação tinha sido pacífica.
Em Caracas, os eleitores formaram filas muito antes da abertura das urnas. Muitos haviam chegado já na noite anterior. No fim da tarde, alguns já haviam se dispersado, com o processo sendo mais eficiente do que muitos esperavam.
Porém, em outras partes do país, testemunhas da oposição citaram dezenas de incidentes de detenções ou outras formas de intimidação, segundo a Bloomberg. Em algumas cidades, as juntas de fiscalização eleitoral foram unificadas sem aviso prévio, provocando lentidão no processo de votação em uma tentativa, segundo a oposição, de desmotivar as pessoas que esperavam na fila sob o sol quente.
A presença de pequenas missões do Carter Center e da ONU, centenas de observadores locais, além de uma rede de cerca de 30 mil testemunhas voluntárias, pode desempenhar um papel na mitigação do risco de possíveis manipulações. Perto da eleição, a Venezuela retirou o convite para um grupo de observadores da mais robusto da União Europeia.
No início da noite de domingo, a vice-presidente americana e provável candidata democrata à Presidência, Kamala Harris, divulgou no X uma nota dizendo que os “EUA apoiam o povo da Venezuela, que expressou a sua voz nas eleições históricas de hoje [ontem]”. “A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada. Apesar dos muitos desafios, continuaremos a trabalhar por um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”, diz a mensagem de Kamala.
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Lula e a “reeleição” de Maduro na Venezuela - Narrativas#193 com Madeleine Lacsko
O Antagonista
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domingo, 28 de julho de 2024
VOU-me
Suponho que me entender
não é uma questão de inteligência
e sim de sentir,
de entrar em contato…
Ou toca, ou não toca
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Poesia | Eu, de Clarice Lispector
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Eu – Clarice Lispector
Autor: Clarice Lispector
Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Entupo-me de ausências,
Esvazio-me de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos.
Pouco não me serve,
médio não me satisfaz,
metades nunca foram meu forte!
Todos os grandes e pequenos momentos,
feitos com amor e com carinho,
são pra mim recordações eternas.
Palavras até me conquistam temporariamente…
Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre.
Suponho que me entender
não é uma questão de inteligência
e sim de sentir,
de entrar em contato…
Ou toca, ou não toca
Clarice Lispector
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Show Opinião – os artistas respondem ao golpe
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ARTE CONTRA A DITADURA | Show Opinião – os artistas respondem ao golpe
Em 11 de dezembro de 1964 estreia o espetáculo “Show Opinião”, escrito de forma coletiva por vários autores e assinado por Armando Costa, Paulo Pontes e Vianinha, e dirigido por Augusto Boal. O Show Opinião marcaria a história cultural brasileira e dos artistas que procuravam alguma forma de se opor ao golpe militar.
Show Opinião – os artistas respondem ao golpe
Fernando Pardal
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Opinião
Zé Keti
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Podem me prender
Podem me bater
Podem, até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião
Daqui do morro
Eu não saio, não
Se não tem água
Eu furo um poço
Se não tem carne
Eu compro um osso
E ponho na sopa
E deixa andar
Fale de mim quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã, seu doutor
Estou pertinho do céu
Composição: Zé Kéti.
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Ah, estou aqui de novo.
Pensaste que eu tinha ido,
Mas não fui, não, não parti.
Não retorna quem não saiu.
Aqui é o meu lugar,
E aqui eu vou ficar!
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Modo indicativo (verbo ir)
Presente: vou, vais, vai, vamos, ides, vão.
Pretérito perfeito – fui, foste, foi, fomos, fostes, foram.
Pretérito imperfeito – ia, ias, ia, íamos, íeis, iam.
Pretérito mais-que-perfeito - fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Futuro do presente – serei, serás, será, seremos, sereis, serão.
Futuro do pretérito – seria, serias, seria, seríamos, seríeis, seriam.
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O reino adormecido - Leo Cunha, André Neves
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SEM CORTESIA
"CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM"
Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos.
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Velho mundo, novo mundo e novíssimo mundo.
No jornal "MundovelhoMundonovo - Mundo em Mutação", a análise da realidade política contemporânea se entrelaça com a intemporalidade das fábulas e das canções, revelando uma narrativa onde o velho e o novo se encontram em um palco de constantes transformações.
Marco Aurélio Nogueira descreve um cenário de polarizações enrijecidas, onde a energia se perde na negação mútua, e a extrema direita cresce alimentada por fantasias desinformadas. O antagonismo estreito entre os polos paralisa a formulação de projetos consistentes para a sociedade, criando um ciclo interminável de conflito. Nesse contexto, a melodia melancólica de "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, ecoa o anseio por um retorno a tempos de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o desejo por um ambiente político menos polarizado.
Luiz Sérgio Henriques alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo, especialmente nos Estados Unidos. A visão de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, e a democracia é subvertida, pinta um quadro sombrio de um futuro autocrático. "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque e Zé Ketti, encapsula essa atmosfera de tensão, onde fantasia e realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras usadas tanto na vida pessoal quanto na política.
Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Em tempos dourados de Hollywood, atores personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", de Chico Buarque e Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade.
Thaís Espírito Santo traz uma perspectiva humana e histórica à narrativa, celebrando a vida e as memórias do 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes, veterano da 2ª Guerra Mundial. A homenagem ao tenente, que completou 103 anos, lembra-nos da importância de preservar as histórias e experiências daqueles que viveram tempos difíceis, mas também da capacidade humana de encontrar beleza e camaradagem em meio à adversidade. "Antonico" de Ismael Silva, com seu apelo por solidariedade e reconhecimento, ressoa com a vida de Walfrid. "Oh Antonico, vou lhe pedir um favor, que só depende da sua boa vontade," implora Ismael, lembrando-nos das dificuldades enfrentadas por aqueles que sustentam a cultura popular, assim como os líderes que se esforçam para manter a democracia viva.
Luiz Carlos Azedo destaca o erro do antiamericanismo pró-Maduro, argumentando que a diplomacia brasileira precisa de um consenso nacional para evitar divisões internas profundas. Ele utiliza a comparação do historiador Tony Judt entre o SUV americano e a política externa dos EUA para ilustrar as falhas e excessos dessa abordagem. "Sabiá" de Luiz Gonzaga se encaixa perfeitamente aqui, simbolizando a busca por tempos melhores e pela reconciliação. "A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem," canta Luiz Gonzaga, refletindo o desejo de um futuro mais harmonioso.
Ordem de Introdução das Músicas:
"Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira.
"Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques.
"João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana.
"Antonico" (Ismael Silva) – Encaixada como uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos defensores da cultura e da democracia, ressoando com a vida de Walfrid de Moraes.
"Sabiá" (Luiz Gonzaga) – Encerrando a narrativa com um apelo à busca contínua por tempos melhores e pela reconciliação, ilustrando a história de vida do veterano.
Todos esses textos e canções, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis.
Neste contexto, as pistas pavimentadas por Sófocles nos lembram que a tragédia humana é atemporal, e a luta pela justiça e pela democracia é uma constante na história. Inspirados nos ensinamentos do dramaturgo grego, procuramos entender como os conflitos entre o velho e o novo, representados pelas histórias de pracinhas como Walfrid de Moraes, refletem as batalhas contemporâneas por um mundo mais justo e democrático. Na narrativa de "MundovelhoMundonovo - Mundo em Mutação", encontramos a conexão essencial entre o passado e o presente, guiados pela sabedoria de Sófocles e pela poesia das canções que nos lembram da perene busca humana por liberdade e entendimento.
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Nas entrelinhas: Antiamericanismo pró-Maduro é um erro
Publicado em 28/07/2024 - 06:45 Luiz Carlos Azedo
Alemanha, Brasília, China, Cuba, Eleições, EUA, Europa, Exportações, França, Governo, Itamaraty, Literatura, Memória, Partidos, Política, Política, Rússia, Segurança, Venezuela
A diplomacia precisa de um consenso nacional, para que o seu eixo não deixe de ser a política externa e passe a ser a interna, o que dividiria ainda mais o país
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O que são carros SUV?
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Certa vez, o falecido historiador Tony Judt (Quando os fatos mudam, Objetiva) comparou os Estados Unidos a um veículo utilitário tipo SUV, tão ao gosto dos americanos e de brasileiros. “Com tamanho e peso subdimensionados, o SUV zomba de qualquer acordo negociado para limitar a poluição atmosférica. Consome quantidades extraordinárias de recursos escassos para abastecer habitantes privilegiados, com serviços que vão muito além do necessário. Expõe os que estão fora dele a risco mortal apenas para proporcionar uma segurança ilusória aos seus ocupantes. Num mundo superpovoado, o SUV aparece como um perigoso anacronismo”.
Judt comparava o SUV à política externa norte-americana, “embrulhada em altissonantes informações sobre sua missão, mas, debaixo disso tudo, não passava de uma picape de tamanho exagerado com o motor potente demais. O veículo pode ser moderno, mas a ideia por trás dele, não”. No contexto da guerra do Iraque, que foi um desastre para o Oriente Médio e para a política internacional, o historiador aproveitou a analogia para listar argumentos utilizados por intelectuais europeus contra os Estados Unidos, por sua vã pretensão de ser o xerife de um imaginário mundo unipolar.
Os produtos norte-americanos, manufaturados e embalados em outros países não exercem o mesmo fascínio. O América way of life já não provoca tanta inveja. Entretanto, não existe um sentimento raivoso contra o povo norte-americano, muito pelo contrário. Sua nova realidade multiétnica tem enorme poder de atração, ainda que o supremacismo branco ainda ronde a Casa Branca. O que realmente semeia o antiamericanismo é a política externa intervencionista norte-americana, cuja sutileza é a de um HMMWV (Veículo Automóvel Multifunção de Alta Mobilidade em português), que inspirou o Hummer, o utilitário civil).
Desde a guerra do Iraque, quando pareciam exibir sua melhor forma, essa política revela três contradições: primeira, sistematicamente atropela a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo papel na política internacional continua sendo muito relevante, o que gera muita antipatia; segunda, a instrumentalização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para compensar a decadência de sua hegemonia na Europa, ao lado da Inglaterra, gera muitos descontentamentos, principalmente na Alemanha e na França; terceira, esse intervencionismo permanente neutraliza a própria capacidade de resolução dos conflitos, como acontece, por exemplo, no Oriente Médio.
Entretanto, a força do “americanismo” no cotidiano das pessoas ainda é muito maior do que esse sentimento antiamericano. Inclusive aqui no Brasil, onde a esquerda tem motivos de sobra para se queixar da interferência dos EUA na vida nacional, particularmente durante o governo Dutra (1956-1941), na crise que levou Getúlio Vargas ao suicídio (1954) e no golpe militar de 1964. Mas o que é o americanismo? Grosso modo, admiração e imitação do que é americano, seja no modo de vida, na cultura ou na política.
Venezuela
Trata-se de um fenômeno cultural, político e econômico, um modo de vida que surgiu imbricado, historicamente, na esfera produtiva, com o taylorismo — como modelo de organização do trabalho — e com o fordismo — um mecanismo de acumulação de capital, hoje ultrapassado pela tecnologia digital e a acumulação de capital social. Quando surgiu, deslocou o centro da indústria mundial da Europa para os EUA e forjou o modo de vida dos americanos, que passou a ser um padrão imitado em todo o mundo. Essa vitória cultural e política combinou força e persuasão, com altos salários, benefícios sociais, propaganda moral e instrução. O americanismo criou um modo de consumo intimamente associado à ideologia do progresso individual, que agora está sendo posta em xeque pela sociedade pós-industrial.
Mesmo assim, a política externa brasileira não tem nenhuma chance de dar certo se for pautada pelo antiamericanismo, ainda mais em questões como a da Venezuela. A diplomacia precisa de um consenso nacional, para que o seu eixo não deixe de ser a política externa e passe a ser a interna, e aprofunde ainda mais a divisão do país. Quando a esquerda brasileira aposta na permanência de Nicolás Maduro a qualquer preço, seja por meio de eleições fraudadas ou de um golpe de Estado, comete o equívoco de confrontar os valores democráticos. E o americanismo disseminado na sociedade, muito mais do que a política externa dos EUA, tem projeção de poder que nem se compara à nossa. Ou seja, não somos a força decisiva nesse processo venezuelano, que opõe os EUA a Rússia, China e Cuba. Seríamos o marisco entre o mar e o rochedo.
Nos bastidores das relações com a Venezuela, os EUA são mais pragmáticos do que se imagina. A pedido da Casa Branca, o Brasil teve um papel importante na negociação do acordo que sustou as sanções norte-americanas ao governo de Maduro em outubro de 2023. Havia interesse recíproco na normalização das relações, por causa do petróleo — sempre ele —, sobretudo depois da guerra da Ucrânia. A condição do acordo era a realização de eleições livres, em que houvesse direito ao dissenso e possibilidade de alternância de poder.
As medidas tomadas por Maduro para conter a oposição e manipular as eleições romperam o acordo, cujo fiador era o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Provocaram novas sanções e o impasse político atual. Teremos dias de grandes emoções. Os EUA têm interesse no petróleo venezuelano, sim, mas estão mais preocupados com a sua aliança militar com a Rússia, a influência política de Cuba e a crescente presença econômica da China na América do Sul. Com um olho na Venezuela e outro nos EUA, principal destino das exportações de nossa indústria, o Brasil não pode se pautar pelo antiamericanismo nesta crise da Venezuela, como deseja a nossa velha esquerda. Seria um grave erro.
Todas as colunas anteriores no Blog do Azedo: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/
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Ah, eis-me aqui de novo.
Pensaste que eu partira,
Mas não, não fui embora.
Não retorna quem não parte,
Aqui é o meu lugar,
E aqui hei de ficar.
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Chapeuzinho Vermelho | Historia completa em Português| versão curta
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FÁBULAS COMO CHAPEUZINHO VERMELHO SÃO EMBALADAS PELO "ERA UMA VEZ":
COM O IMPERFEITO , AS CRIANÇAS ASSUMEM VIDA IMAGINÁRIA , ENTRAM NA FÁBULA OU PREPARAM-SE PARA BRINCAR
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O tempo das fábulas
O PRETÉRITO IMPERFEITO PODE SER ESTUDADO PELA FANTASIA CONTIDA NA FÓRMULA "ERA UMA VEZ..."
POR JOSÉ AUGUSTO CARVALHO
https://www.santos.sp.gov.br/static/files_www/conteudo/SEDUC/EducaSatos/anos-finais-professor-lp-256pgs_jc-completo.pdf
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Antonico
Eduardo Canto
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ANTONICO - 1950
(samba) - Ismael Silva
Oh Antonico,
vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
É necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim
Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo muito bem, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer.
Composição: Ismael Silva.
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Volta Por Cima
Noite Ilustrada
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"👆Em 1951, sai de Pernambuco e descobre o São Paulo. Ou como o futuro do pretérito de cortesia: “Eu gostaria de pedir-lhe um favor.” ‘Oh Presentinho vou lhe pedir um favor Que só depende da sua boa vontade’. Vou voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar! Sem cortesia E sem fantasia.👆🏟️"
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ChatGPT
O trecho que você compartilhado é uma combinação de referências culturais e literárias, envolvendo músicas, poesias e até uma história pessoal ou narrativa. Vamos tentar decompô-lo para entender melhor as referências e o contexto:
"👆Em 1951, sai de Pernambuco e descobre o São Paulo."
Refere-se provavelmente a uma mudança significativa, talvez de alguém que deixou o estado de Pernambuco em 1951 e foi para São Paulo. Essa mudança pode ter um impacto profundo na vida da pessoa, simbolizando uma descoberta ou nova fase.
"Ou como o futuro do pretérito de cortesia: 'Eu gostaria de pedir-lhe um favor.'"
Aqui, há uma explicação gramatical do uso do futuro do pretérito como uma forma de expressar cortesia, um modo educado de fazer um pedido.
“Oh Presentinho vou lhe pedir um favor Que só depende da sua boa vontade’."
Uma citação direta de uma canção ou poema. O uso do termo "Presentinho" seria uma forma carinhosa ou diminutiva de se referir ao presente, sugerindo um pedido gentil e dependente da boa vontade de alguém.
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Sabiá
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"Vou voltar Sei que ainda vou voltar Para o meu lugar!"
Esta é uma referência explícita à música Sabiá · Antonio Carlos Jobim
Stone Flower (CTI Records 40th Anniversary Edition).
As letras sugerem um retorno triunfante ao próprio lugar de origem ou a um estado desejado.
"Sem cortesia E sem fantasia."
A expressão final parece enfatizar um retorno sem artifícios, sem necessidade de formalidades ou ilusões, possivelmente sugerindo autenticidade e realidade.
"🏟️"
O emoji de estádio pode indicar um local de grande importância, como um estádio de futebol, o que pode ser uma referência ao futebol brasileiro, muito popular em São Paulo.
Dado esse contexto, o trecho combina elementos pessoais, literários e culturais, destacando uma viagem de Pernambuco a São Paulo em 1951, um desejo educado, e um retorno à origem sem artifícios.
COM "VOU", CHICO BUARQUE DIALOGA COM SEUES PARCEIROS MUSICAIS E LITERÁRIOS 'AO PÉ DA LETRA', OU METAFORICAMENTE BRINCA COM OS VÁRIOS SENTIDOS DO VERBO IR E COM OS SEUS TEMPOS VERBAIS, EM SUA POESIA, PARA DESCREVER E RECRIAR A VIDA EM FORMA DE ARTE. "SABIÁ", COM ANTONIO CARLOS JOBIM; "Luíz Gonzaga - Sabiá"; "NOITE DOS ,ASCARADOS /EM FANTASIA", COM ZÉ KETTI; "ANTONICO", COM ISMAEL SILVA; "JOÃO E MARIA", COM SIVUCA;"
ChatGPT
Chico Buarque, em sua vasta e multifacetada obra, frequentemente utiliza jogos de palavras e exploracoes dos significados de termos e tempos verbais para criar camadas de interpretação em suas músicas. Vamos analisar algumas dessas músicas mencionadas:
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Chico Buarque | Sabiá (Caravanas Ao Vivo)
Biscoito Fino
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"Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim)
A música "Sabiá" é uma canção de exílio, onde o sabiá representa a saudade da pátria. A palavra "voltar" é central, simbolizando o desejo de retorno à terra natal, um anseio profundamente emotivo e nostálgico.
Trecho relevante: "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar".
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"Sabiá" (Luiz Gonzaga)
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Luíz Gonzaga - Sabiá (Forró Arrastapé)
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Confira a letra da música:
A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem
tendo o coração vazio, vivo assim a dar psiu
sabiá vem cá também
Tu que andas pelo mundo sabiá, tu que tanto já voou
tu que cantas passarinho, alivia a minha dor
Tem pena d'eu sabiá, diz por favor sabiá
tu que cantas passarinho, sabiá, alivia a minha dor
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Na música de Luiz Gonzaga, o sabiá também evoca a saudade e o desejo de retorno. Embora seja uma canção distinta, ela compartilha temas similares com a "Sabiá" de Chico e Tom Jobim.
Trecho relevante: "Vou-me embora, vou cuidar de mim".
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Noite dos Mascarados
Chico Buarque
Letra
Significado
- Quem é você?
- Adivinha, se gosta de mim!
Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- Que eu quero saber o seu jogo...
- Que eu quero morrer no seu bloco...
- Que eu quero me arder no seu fogo.
- Eu sou seresteiro,
Poeta e cantor.
- O meu tempo inteiro
Só zombo do amor.
- Eu tenho um pandeiro.
- Só quero um violão.
- Eu nado em dinheiro.
- Não tenho um tostão.
Fui porta-estandarte,
Não sei mais dançar.
- Eu, modéstia à parte,
Nasci pra sambar.
- Eu sou tão menina...
- Meu tempo passou...
- Eu sou Colombina!
- Eu sou Pierrô!
Mas é Carnaval!
Não me diga mais quem é você!
Amanhã tudo volta ao normal.
Deixa a festa acabar,
Deixa o barco correr.
Deixa o dia raiar, que hoje eu sou
Da maneira que você me quer.
O que você pedir eu lhe dou,
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser!
Seja você quem for,
Seja o que Deus quiser!
Composição: Chico Buarque.
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Máscara Negra
Zé Keti
Letra
Significado
Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Composição: Pereira Matos / Zé Kéti.
"Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti)
Esta música brinca com a ideia de identidade e fantasia, perguntando "Quem é você?" e respondendo de maneira lúdica. A ideia de "ir" aqui pode ser interpretada como ir de encontro à própria identidade ou ir além das máscaras sociais.
Trecho relevante: "Quem é você? Diga logo que eu quero saber o seu jogo".
"Antonico" (Ismael Silva)
Chico interpreta essa canção, onde um pedido de ajuda é feito de forma direta e pessoal. Embora não seja de autoria de Chico, a interpretação dele carrega seu estilo característico de dar voz aos desvalidos e marginalizados.
Trecho relevante: "Ô Antonico, vou lhe pedir um favor".
"João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca)
Esta canção é uma narrativa de fantasia e inocência, onde o ato de "ir" está embebido em uma viagem imaginária para um tempo de infância e simplicidade.
Trecho relevante: "Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês".
Análise do uso do verbo "ir" e seus tempos verbais:
Chico Buarque usa o verbo "ir" de maneira multifacetada, muitas vezes carregando significados tanto literais quanto metafóricos. Em "Sabiá", por exemplo, o verbo "voltar" (que é o futuro do presente de "ir") sugere um retorno físico e emocional. Em "Noite dos Mascarados", a pergunta "Quem é você?" pode ser vista como uma viagem à identidade verdadeira, despida de fantasias.
O uso do futuro do presente ("vou voltar", "vou-me embora") e do futuro do pretérito ("gostaria de pedir-lhe um favor") adiciona camadas de desejo, esperança e cortesia nas canções. Esses jogos verbais não apenas enriquecem o texto, mas também conectam a experiência pessoal do ouvinte com os temas universais da saudade, identidade e desejo.
Portanto, Chico Buarque não só dialoga com seus parceiros musicais e literários "ao pé da letra", mas também brinca metaforicamente com os vários sentidos do verbo "ir" e seus tempos verbais, criando uma poesia que descreve e recria a vida em forma de arte.
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Vou-me Embora Pra Pasárgada | Poema de Manuel Bandeira com narração de Mundo Dos Poemas
Mundo Dos Poemas
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Para que os versos soem harmônicos, com ritmo e métrica de norma culta, ao estilo de Manuel Bandeira:
Ah, estou aqui de novo.
Pensaste que eu tinha ido,
Mas não fui, não, não parti.
Não retorna quem não saiu.
Aqui é o meu lugar,
E aqui eu vou ficar!
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Bem o estilo poético de Manuel Bandeira, com uma métrica mais fluida e harmoniosa.
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"VOU-me"
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Ajustando os termos para que os versos soem harmônicos, com ritmo e métrica de norma culta ao estilo de Manuel Bandeira:
Ah, eis-me aqui de novo.
Pensaste que eu partira,
Mas não, não fui embora.
Não retorna quem não parte,
Aqui é o meu lugar,
E aqui hei de ficar.
Versão capturando o estilo poético desejado.
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Relevo Brasileiro – GeoBau
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"3. O relevo
O relevo aparece em setores do sistema temporal e se divide em dois planos. 'Era uma vez um rei que tinha duas filhas e vivia feliz no seu reino. Um dia chegou ao reino um viajante cansado que tinha vindo de muito longe.' O imperfeito do indicativo ('era') é exempol de segundo plano, não inicias ea narraativa, mas traz elementos necessários à sua compreensão. O pretérito perfeito ('chegou') inicia a narrativa: é exemplo de relevo, de primeiro plano, com o mais-que-perfeito ('tinha', 'vivia'), que indica tempo retrospectivo." O tempo das fábulas O PRETÉRITO IMPERFEITO PODE SER ESTUDADO PELA FANTASIA CONTIDA NA FÓRMULA "ERA UMA VVEZ" POR JOSÉ AUGUSTO CARVALHO.
ChatGPT
Vamos reescrever o texto mantendo a clareza e a norma culta, adequando a linguagem e o estilo conforme solicitado:
O Relevo
"O relevo aparece em setores do sistema temporal e divide-se em dois planos. "Era uma vez um rei que tinha duas filhas e vivia feliz no seu reino. Um dia chegou ao reino um viajante cansado que tinha vindo de muito longe." O imperfeito do indicativo ("era") é exemplo de segundo plano: não inicia a narrativa, mas traz elementos necessários à sua compreensão. O pretérito perfeito ("chegou") inicia a narrativa: é exemplo de relevo, de primeiro plano, com o mais-que-perfeito ("tinha", "vivia"), que indica um tempo retrospectivo."
O Tempo das Fábulas
O pretérito imperfeito pode ser estudado pela fantasia contida na fórmula "Era uma vez", conforme analisado por José Augusto Carvalho.
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Ruy Castro - Agora vai!
Folha de S. Paulo
Ela é de verdade ou os EUA são só no filme?
Nos anos 1970, em um restaurante no Rio, Fernanda Montenegro sentou-se casualmente ao lado de uma mesa de americanos. Com ela, seu filho Claudio, ainda garoto. Os americanos falavam alto. Claudio perguntou a Fernanda: "Mamãe, eles são de verdade ou é só no filme?". Claudio tinha razão de duvidar. Com os americanos, nunca podemos ter certeza. A começar pelo cinema que eles faziam nos anos dourados. Nada era o que parecia ser.
Em plena 2ª Guerra, John Wayne e Errol Flynn interpretavam supersoldados dizimando nazistas. Logo eles que, na vida real, não foram à guerra e nunca vestiram uma farda —e, no futuro, o biógrafo Charles Higham acusaria Flynn de ter sido informante para os alemães. Jerry Lewis, um dos cômicos mais amados do mundo, era intragável como pessoa, segundo opinião unânime em Hollywood. Já Boris Karloff, o maior monstro do cinema, era um doce —educado, gentilíssimo, botava presentes de Natal para as crianças na porta de seus vizinhos no Edifício Dakota, onde morava.
Rita Hayworth não tinha testa —ganhou uma à custa de eletrólise. Marlene Dietrich teve os sisos e molares arrancados para ficar com o rosto afilado. Victor Mature, que fez Sansão em "Sansão e Dalila" (1949), morria de medo do leão dopado que tinha de enfrentar em cena. E Humphrey Bogart, Gary Cooper, John Wayne, James Stewart, Fred Astaire e Gene Kelly usavam peruca.
Nos filmes clássicos americanos, as cenas externas noturnas eram filmadas de dia, com a chamada "noite americana". Ninguém fazia a barba até o fim —limpava a espuma com a toalha e já estava impecavelmente barbeado. Ninguém terminava uma refeição —era sempre interrompido e tinha de abandonar a mesa. Nas pancadarias no saloon, com espelhos partidos e socos a granel, ninguém saía de mão ou queixo quebrado.
E que bom que, finalmente, temos Kamala Harris. Ela é de verdade ou os EUA são só no filme?"
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CORRELACIONANDO O TEXTO DE RUY CASTRO COM O Tempo das Fábulas
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O pretérito imperfeito pode ser estudado pela fantasia contida na fórmula "Era uma vez", conforme analisado por José Augusto Carvalho.
Correlacionando o texto de Ruy Castro com o conceito do "Tempo das Fábulas", especificamente o uso do pretérito imperfeito para evocar fantasia, conforme analisado por José Augusto Carvalho.
O Tempo das Fábulas e a Ilusão Americana
José Augusto Carvalho nos apresenta o pretérito imperfeito como um elemento essencial das fábulas, encapsulado na fórmula "Era uma vez". Esse tempo verbal cria uma atmosfera de fantasia, onde a realidade é suspensa, e o leitor é transportado para um mundo onde tudo é possível. A expressão "Era uma vez" não só define o início de uma história atemporal, mas também instaura um espaço de suspensão da realidade.
De forma similar, Ruy Castro explora a ideia de ilusão e realidade no contexto do cinema americano. Ele descreve a Hollywood dos anos dourados como um lugar onde nada era o que parecia ser, utilizando exemplos como John Wayne e Errol Flynn, que interpretavam heróis de guerra na tela, mas que nunca participaram de batalhas reais. Da mesma forma, ele menciona personalidades como Jerry Lewis e Boris Karloff, cujas personas públicas contrastavam fortemente com suas verdadeiras naturezas.
O texto de Ruy Castro pode ser visto como uma fábula moderna, onde o pretérito imperfeito serve para introduzir e manter a ilusão. Quando ele descreve situações como "John Wayne e Errol Flynn interpretavam supersoldados dizimando nazistas", utiliza um tempo verbal que sugere continuidade e hábito, contribuindo para a construção de um mito duradouro e fantasioso, muito similar ao "Era uma vez" das fábulas.
Assim como nas fábulas clássicas, onde o pretérito imperfeito sustenta um mundo de fantasia e moralidade, no texto de Ruy Castro, esse mesmo tempo verbal sustenta a ilusão do cinema americano, onde a linha entre realidade e ficção é constantemente desafiada. O questionamento final sobre Kamala Harris, "Ela é de verdade ou os EUA são só no filme?", encapsula essa dualidade, convidando o leitor a refletir sobre a natureza ilusória do mito americano e a realidade por trás dele.
Essa correlação ilustra como o uso do pretérito imperfeito em ambos os contextos — nas fábulas tradicionais e nas descrições do cinema americano por Ruy Castro — serve para criar e manter uma atmosfera de fantasia e suspensão da realidade, destacando a contínua relevância desse tempo verbal na construção de narrativas imaginativas.
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sábado, 27 de julho de 2024
Marco Aurélio Nogueira - Polarizações enrijecidas
O Estado de S. Paulo
A sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro
Apolítica democrática é polarizada: nela formam-se diferentes polos, que disputam o poder e o voto dos eleitores. Quando esses polos enrijecem, cai-se em um beco aprisionado por um conflito paralisante entre dois blocos que se excluem um ao outro.
Nas sociedades atuais, as polarizações não costumam ser ideológicas: não se distinguem pela apresentação de projetos consistentes de sociedade. Movem-se por elucubrações fantasiosas, desinformação e narrativas passionais, com as quais buscam excitar e seduzir mentes e corações. A extrema direita “fascista” cresce a partir daí.
Os polos não precisam ser bem organizados. Podem ter brigadas de agitadores, mas tendem a se acomodar ao prestígio e ao carisma de certos líderes, regra geral performáticos e inflamados, que funcionam como referências organizacionais. O que costumamos chamar de populismo bebe dessa fonte. Partidos podem existir e auxiliar o líder a se afirmar. Mas o líder sempre tenderá a monopolizá-los, podendo até mesmo paralisá-los. Donald Trump, por exemplo, é hoje dono do Partido Republicano.
Líderes fortes tendem a não deixar sucessores, até mesmo porque calcificam o terreno em que poderiam emergir novas lideranças. Jean-Marie Le Pen talvez seja uma exceção emblemática: conseguiu deixar a coroa para sua filha, Marine. A herdeira, porém, sem deixar de lado a postura “fascista”, empreendeu uma “modernização” (retórica, procedimental, programática), tornando-se bem mais forte do que o pai. Hugo Chávez, na Venezuela, não teve como ser substituído à altura, e Nicolás Maduro empurrou o país para o caos.
Numa polarização enrijecida, o antagonismo é estreito: nós contra eles. Não há um terceiro termo com capacidade de dissolver a contraposição dos polos. Por esse motivo, a sensação que se tem é de que não há avanços, porque a energia se desperdiça na negação que um polo faz do outro, nos vetos cruzados que se repetem o tempo todo. Não sobra muito espaço para a formulação de projetos consistentes de sociedade.
Isso implica uma espécie de enfraquecimento dos que buscam construir pontes que fomentem o diálogo e ajudem a produzir consensos. Num passado não muito remoto, houve partidos de esquerda (comunistas, trabalhistas, social-democráticos) que promoviam inflexões ao centro, dado não possuírem maiorias para governar. Boa parte da história do Estado de bem-estar foi construída por inflexões desse tipo. Hoje, os partidos de esquerda não têm como replicar as práticas daquele passado. Só conseguem ser participantes “positivos” da política quando se abrem para o centro. Um bom exemplo pode estar na vitória dos trabalhistas na Inglaterra. O Partido Democrático na Itália e o PSOE na Espanha também trafegam por essa via.
Com as eleições deste ano, a França tornou-se um laboratório para se analisar a polarização em situações democráticas. Lá, três polos mostraram força eleitoral: a Nova Frente Popular (esquerda); o Juntos (coalizão governista, de centro); a Reunião Nacional (extrema direita). Todos os polos conquistaram importantes votos, com um expressivo avanço da extrema direita e da frente popular. O jogo jogado tornou-se tripolar, com os extremos batendo duro no polo centrista de Emmanuel Macron, que recuou.
O lado esquerdo do tabuleiro, que se unificou eleitoralmente, ainda não conseguiu se unificar politicamente. A resolução da luta interna entre a França Insubmissa, o Partido Socialista e os ambientalistas é crucial para que a esquerda atue como força de governo e atraia Macron para o campo democrático e republicano. Mas o impasse ameaça se prolongar, em parte por cálculos políticos do presidente francês.
Outra situação surge nos EUA após a desistência de Joe Biden, que reabriu a disputa entre democratas e republicanos. A misoginia racista de Trump permanece sendo o desafio. Se o Partido Democrata unificar suas diferentes correntes (que vão do centro à esquerda), terá como apresentar aos eleitores uma mensagem programática que abrace os direitos universais, defenda a democracia, dialogue com os trabalhadores e abra as portas para o futuro. Uma vitória poderá, então, ocorrer em uma disputa que parecia perdida.
As sociedades atuais não são facilmente “organizáveis”, as massas não se unificam com facilidade. Com os deslocamentos ocorridos no mundo do trabalho, suas associações perderam protagonismo. Os trabalhadores se converteram em “subalternos”, uma miríade de grupos e indivíduos desprovidos de canais associativos e mal alcançados pelos partidos de esquerda, que não conseguem traduzir politicamente as justas aspirações que explodem nas eleições.
A extrema direita tem sabido explorar a fragmentação social e interpelar os que se sentem ameaçados em seus equilíbrios existenciais. A esquerda, por sua vez, ainda lambe suas feridas, mas não morreu: avança quando se mostra capaz de dialogar e agir em comum acordo com o centro democrático, e com ele apresentar alguma proposta de transformação.
É uma situação que se anuncia no horizonte que temos pela frente.
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Ccorrelacionando o texto de Marco Aurélio Nogueira com uma fábula e analisar os tempos verbais usados, seguindo o exemplo da análise do texto de Ruy Castro, faremos o seguinte:
Identificação e análise dos tempos verbais no texto original de Marco Aurélio Nogueira:
O texto usa predominantemente o presente do indicativo e o passado para descrever a situação política atual e eventos passados que influenciam o presente.
Exemplos incluem: "A sensação que se tem é de que não há avanços", "Os polos não precisam ser bem organizados", "O líder sempre tenderá a monopolizá-los".
Correlações com a fábula:
Assim como na análise de Ruy Castro, onde o passado imperfeito é usado para criar uma atmosfera de ilusão e fantasia, no texto de Marco Aurélio Nogueira o presente do indicativo é usado para descrever uma situação atual com elementos quase míticos ou fantásticos devido à complexidade e extremidade das situações descritas.
Reescrita do texto de Marco Aurélio Nogueira no contexto de uma fábula:
Utilizando tempos verbais que reforcem a sensação de um passado contínuo ou um presente atemporal, semelhante ao uso do pretérito imperfeito nas fábulas.
Marco Aurélio Nogueira - Polarizações Enrijecidas
Era uma vez, em um reino democrático, onde a política se polarizava em polos que disputavam o poder e o voto dos eleitores. Formavam-se diferentes polos, e quando esses se enrijeciam, o reino caía em um beco sem saída, aprisionado por um conflito paralisante entre dois blocos que se excluíam mutuamente.
Nas sociedades deste reino, as polarizações não costumavam ser ideológicas; não se distinguiam pela apresentação de projetos consistentes de sociedade. Moviam-se por elucubrações fantasiosas, desinformação e narrativas passionais, com as quais buscavam excitar e seduzir mentes e corações. A extrema direita "fascista" crescia a partir daí.
Os polos não precisavam ser bem organizados. Podiam ter brigadas de agitadores, mas tendiam a se acomodar ao prestígio e ao carisma de certos líderes, regra geral performáticos e inflamados, que funcionavam como referências organizacionais. O que se chamava de populismo bebia dessa fonte. Partidos podiam existir e auxiliar o líder a se afirmar. Mas o líder sempre tendia a monopolizá-los, podendo até mesmo paralisá-los. Donald Trump, por exemplo, era dono do Partido Republicano.
Líderes fortes não deixavam sucessores, até mesmo porque calcificavam o terreno em que poderiam emergir novas lideranças. Jean-Marie Le Pen talvez fosse uma exceção emblemática: conseguia deixar a coroa para sua filha, Marine. A herdeira, porém, sem deixar de lado a postura “fascista”, empreendia uma “modernização” (retórica, procedimental, programática), tornando-se bem mais forte do que o pai. Hugo Chávez, na Venezuela, não tinha como ser substituído à altura, e Nicolás Maduro empurrava o país para o caos.
Numa polarização enrijecida, o antagonismo era estreito: nós contra eles. Não havia um terceiro termo com capacidade de dissolver a contraposição dos polos. Por esse motivo, a sensação que se tinha era de que não havia avanços, porque a energia se desperdiçava na negação que um polo fazia do outro, nos vetos cruzados que se repetiam o tempo todo. Não soprava muito espaço para a formulação de projetos consistentes de sociedade.
Isso implicava uma espécie de enfraquecimento dos que buscavam construir pontes que fomentassem o diálogo e ajudassem a produzir consensos. Num passado não muito remoto, havia partidos de esquerda (comunistas, trabalhistas, social-democráticos) que promoviam inflexões ao centro, dado não possuírem maiorias para governar. Boa parte da história do Estado de bem-estar se construía por inflexões desse tipo. Hoje, os partidos de esquerda não têm como replicar as práticas daquele passado. Só conseguem ser participantes “positivos” da política quando se abrem para o centro. Um bom exemplo estava na vitória dos trabalhistas na Inglaterra. O Partido Democrático na Itália e o PSOE na Espanha também trafegavam por essa via.
Com as eleições deste ano, a França se tornava um laboratório para se analisar a polarização em situações democráticas. Lá, três polos mostravam força eleitoral: a Nova Frente Popular (esquerda); o Juntos (coalizão governista, de centro); a Reunião Nacional (extrema direita). Todos os polos conquistavam importantes votos, com um expressivo avanço da extrema direita e da frente popular. O jogo jogado se tornava tripolar, com os extremos batendo duro no polo centrista de Emmanuel Macron, que recuava.
O lado esquerdo do tabuleiro, que se unificava eleitoralmente, ainda não conseguia se unificar politicamente. A resolução da luta interna entre a França Insubmissa, o Partido Socialista e os ambientalistas era crucial para que a esquerda atuasse como força de governo e atraísse Macron para o campo democrático e republicano. Mas o impasse ameaçava se prolongar, em parte por cálculos políticos do presidente francês.
Outra situação surgia nos EUA após a desistência de Joe Biden, que reabria a disputa entre democratas e republicanos. A misoginia racista de Trump permanecia sendo o desafio. Se o Partido Democrata unificasse suas diferentes correntes (que iam do centro à esquerda), apresentaria aos eleitores uma mensagem programática que abraçasse os direitos universais, defendesse a democracia, dialogasse com os trabalhadores e abrisse as portas para o futuro. Uma vitória poderia ocorrer em uma disputa que parecia perdida.
As sociedades atuais não eram facilmente “organizáveis”, as massas não se unificavam com facilidade. Com os deslocamentos ocorridos no mundo do trabalho, suas associações perdiam protagonismo. Os trabalhadores se convertiam em “subalternos”, uma miríade de grupos e indivíduos desprovidos de canais associativos e mal alcançados pelos partidos de esquerda, que não conseguiam traduzir politicamente as justas aspirações que explodiam nas eleições.
A extrema direita sabia explorar a fragmentação social e interpelar os que se sentiam ameaçados em seus equilíbrios existenciais. A esquerda, por sua vez, ainda lambia suas feridas, mas não morria: avançava quando se mostrava capaz de dialogar e agir em comum acordo com o centro democrático, e com ele apresentava alguma proposta de transformação.
É uma situação que se anuncia no horizonte que temos pela frente.
Análise dos Tempos Verbais
Presente do Indicativo (Texto Original):
Usado para descrever uma situação atual e em curso, dando uma sensação de imediatismo e realidade.
Exemplo: "A sensação que se tem é de que não há avanços".
Pretérito Imperfeito (Versão de Fábula):
Usado para criar uma atmosfera de continuidade no passado, evocando uma sensação de fantasia e um cenário atemporal.
Exemplo: "A sensação que se tinha era de que não havia avanços".
Comparação e Conclusão
Ambos os textos, ao usar diferentes tempos verbais, conseguem transmitir a complexidade das situações políticas que descrevem. No texto original de Marco Aurélio Nogueira, o uso do presente do indicativo coloca o leitor no meio dos acontecimentos, destacando a urgência e a realidade concreta das polarizações. Já na versão em estilo de fábula, o uso do pretérito imperfeito cria uma narrativa mais distante e reflexiva, permitindo uma análise mais contemplativa da situação, semelhante ao "Era uma vez" das fábulas que suspende a realidade e coloca o leitor em um tempo atemporal.
Essa abordagem de tempos verbais, tanto no texto de Ruy Castro quanto no de Marco Aurélio Nogueira, demonstra como a escolha do tempo verbal pode influenciar significativamente a percepção e a interpretação do leitor sobre os eventos descritos.
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Luíz Sérgio Henriques - A resistível ascensão do nacional-populismo
O Estado de S. Paulo
Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido, então teremos um roteiro para a reação dos democratas em todo o mundo
Passado ao menos por ora o susto francês, com a aliança entre centro e esquerda que barrou a marcha aparentemente inelutável de Marine Le Pen, nossa atenção cruza o Atlântico e se volta agora para uma situação de risco ainda maior. Referimo-nos obviamente aos Estados Unidos, hoje uma sociedade fraturada e uma democracia disfuncional, em que um dos dois partidos históricos, capturado por um homem forte, tornou-se fator da subversão estimulada por uma parte das elites do país. De fato, a sedição de janeiro de 2021 marca um ponto de não retorno, com a negação da legitimidade dos resultados eleitorais e da transmissão pacífica do poder – um cenário que poderá se desenhar novamente em caso de vitória dos democratas, a priori inaceitável para os trumpistas.
A extrema direita europeia, justiça seja feita, não cruzou a linha decisiva, mesmo que o fantasma iliberal também ronde ameaçadoramente por lá. Aliás, ele nunca se corporifica da mesma forma nas diferentes realidades nacionais. O peso material e simbólico dos Estados Unidos, sua participação relevante na economia global e seu papel de primeira república democrática dos modernos dão a dimensão da catástrofe que teria uma eventual vitória da versão local do nacionalismo populista ou que outro nome se queira dar. Desde logo, estaria aberta a possibilidade de construção da terceira grande autocracia no nosso tempo. No mínimo, os democratas em geral, não só os membros de determinado partido, seriam forçados a uma difícil e arriscada manobra defensiva em face da ocupação organizada do poder planejada pelo trumpismo.
Nos laboratórios da direita radical norte-americana, fazem-se experimentos que convém observar atentamente, com independência de flutuações eleitorais. Tiremos do termo “hegemonia” as incrustações autoritárias para usá-lo no sentido de direção política, exercida basicamente não pela força, mas pela capacidade de delinear um horizonte em que os interesses gerais sejam acolhidos. Instituições e partidos, países e organizações internacionais, sem fôlego hegemônico, recolhem-se à dimensão bruta dos interesses mais crus e imediatos. Autocracias dispensam a elaboração da hegemonia, impõem-se pelo medo e pela força. Uma involução norte-americana com esse teor “corporativo” deixaria o mundo mais pobre e perigoso. Não haveria sequer a retórica dos direitos humanos ou, numa hipótese menos drástica, ela seria tratada com um cinismo ainda maior do que hoje.
Considerando a dinâmica interna da União Europeia (UE), até há alguns anos o bem-vindo projeto unificador vinha sendo ameaçado de desintegração pela “Europa das nações” defendida pelos diferentes ramos da extrema direita soberanista. A partir de dado momento esta última se sentiu, certa ou erradamente, em condições de remodelá-lo à sua imagem e semelhança e deixou de contestar frontalmente a UE. A ideia passou a ser torná-la uma fortaleza etnicamente homogênea, assediada embora por bárbaros de outras cores e religiões. Por sorte, as recentes eleições gerais mantiveram um centro relativamente forte e coeso, assim como um grupo dirigente em que tem assento António Costa, valoroso socialista português.
Também nesse plano interno os radicais norte-americanos são um caso à parte. Pensando a si mesmos de modo fechado, agora imaginam doentiamente o país como o porto de chegada de milhões de criminosos, terroristas e egressos de hospícios (sic ). Imigrantes envenenariam o sangue e o solo pátrios, de modo que se justificariam, segundo os radicais, a construção de campos de concentração e a expulsão massiva dos indesejados.
Mantida a ferro e fogo a América para os americanos, a mais recente novidade é a formulação de um certo populismo econômico, que explora o ressentimento dos “perdedores da globalização”, basicamente os trabalhadores de menor formação educacional. Aqui, a “esquerda brâmane” – termo cunhado pelo economista Thomas Piketty – é o alvo escolhido para o exercício fundamental do nacional-populismo: a proposição de um eterno e recorrente combate entre nós e eles, o povo e as elites. Como resultado final, a miragem de um Partido Republicano transformado em partido de massas trabalhadoras e de um welfare estruturado em bases nativistas.
Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido, então teremos um roteiro para a reação dos democratas das mais diferentes orientações em todo o mundo. Entre outras iniciativas, reconectar econômica e socialmente “brâmanes” e gente comum. Reverter paulatinamente o nativismo e o fechamento corporativo das nações, dando à interdependência mais sentido e inteligibilidade. Fazer com que a política democrática readquira direitos sobre a economia, retirando desta a aparência de fenômeno fora de controle que arruína a vida de indivíduos e comunidades. E, por trás de cada uma destas formulações genéricas, a proposição mais modesta de que o voto sempre tem consequências e a democracia nunca é um exercício vazio, como este ano estratégico tem demonstrado nos mais variados lugares.
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Correlacionando o texto de Luiz Sérgio Henriques com o estilo de fábula e analisar os tempos verbais usados, seguindo o exemplo da análise do texto de Ruy Castro, faremos o seguinte:
Identificação e análise dos tempos verbais no texto original de Luiz Sérgio Henriques:
O texto usa predominantemente o presente do indicativo e o passado para descrever a situação política atual e eventos passados que influenciam o presente.
Exemplos incluem: "Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido", "nosso atenção cruza o Atlântico", "Referimo-nos obviamente aos Estados Unidos".
Correlações com a fábula:
Assim como na análise de Ruy Castro, onde o passado imperfeito é usado para criar uma atmosfera de ilusão e fantasia, no texto de Luiz Sérgio Henriques o presente do indicativo é usado para descrever uma situação atual com elementos quase míticos ou fantásticos devido à complexidade e extremidade das situações descritas.
Reescrita do texto de Luiz Sérgio Henriques no contexto de uma fábula:
Utilizando tempos verbais que reforcem a sensação de um passado contínuo ou um presente atemporal, semelhante ao uso do pretérito imperfeito nas fábulas.
Luiz Sérgio Henriques - A Resistível Ascensão do Nacional-Populismo
Era uma vez um reino ultraconservador onde, se esta breve descrição do laboratório fizesse sentido, então os democratas do mundo todo teriam um roteiro para sua reação.
Passado, ao menos por ora, o susto francês, com a aliança entre centro e esquerda que barrava a marcha aparentemente inelutável de Marine Le Pen, nossa atenção cruzava o Atlântico e se voltava para uma situação de risco ainda maior. Referiamo-nos obviamente aos Estados Unidos, uma sociedade fraturada e uma democracia disfuncional, em que um dos dois partidos históricos, capturado por um homem forte, tornava-se fator da subversão estimulada por uma parte das elites do país. De fato, a sedição de janeiro de 2021 marcava um ponto de não retorno, com a negação da legitimidade dos resultados eleitorais e da transmissão pacífica do poder – um cenário que poderia se desenhar novamente em caso de vitória dos democratas, a priori inaceitável para os trumpistas.
A extrema direita europeia, justiça seja feita, não cruzava a linha decisiva, mesmo que o fantasma iliberal também rondasse ameaçadoramente por lá. Aliás, ele nunca se corporificava da mesma forma nas diferentes realidades nacionais. O peso material e simbólico dos Estados Unidos, sua participação relevante na economia global e seu papel de primeira república democrática dos modernos davam a dimensão da catástrofe que teria uma eventual vitória da versão local do nacionalismo populista ou que outro nome se queira dar. Desde logo, estaria aberta a possibilidade de construção da terceira grande autocracia no nosso tempo. No mínimo, os democratas em geral, não só os membros de determinado partido, seriam forçados a uma difícil e arriscada manobra defensiva em face da ocupação organizada do poder planejada pelo trumpismo.
Nos laboratórios da direita radical norte-americana, faziam-se experimentos que convém observar atentamente, com independência de flutuações eleitorais. Tirávamos do termo “hegemonia” as incrustações autoritárias para usá-lo no sentido de direção política, exercida basicamente não pela força, mas pela capacidade de delinear um horizonte em que os interesses gerais fossem acolhidos. Instituições e partidos, países e organizações internacionais, sem fôlego hegemônico, recolhiam-se à dimensão bruta dos interesses mais crus e imediatos. Autocracias dispensavam a elaboração da hegemonia, impunham-se pelo medo e pela força. Uma involução norte-americana com esse teor “corporativo” deixaria o mundo mais pobre e perigoso. Não haveria sequer a retórica dos direitos humanos ou, numa hipótese menos drástica, ela seria tratada com um cinismo ainda maior do que hoje.
Considerando a dinâmica interna da União Europeia (UE), até há alguns anos o bem-vindo projeto unificador vinha sendo ameaçado de desintegração pela “Europa das nações” defendida pelos diferentes ramos da extrema direita soberanista. A partir de dado momento esta última se sentia, certa ou erradamente, em condições de remodelá-lo à sua imagem e semelhança e deixava de contestar frontalmente a UE. A ideia passava a ser torná-la uma fortaleza etnicamente homogênea, assediada embora por bárbaros de outras cores e religiões. Por sorte, as recentes eleições gerais mantinham um centro relativamente forte e coeso, assim como um grupo dirigente em que tinha assento António Costa, valoroso socialista português.
Também nesse plano interno os radicais norte-americanos eram um caso à parte. Pensando a si mesmos de modo fechado, agora imaginavam doentiamente o país como o porto de chegada de milhões de criminosos, terroristas e egressos de hospícios. Imigrantes envenenariam o sangue e o solo pátrios, de modo que se justificariam, segundo os radicais, a construção de campos de concentração e a expulsão massiva dos indesejados.
Mantida a ferro e fogo a América para os americanos, a mais recente novidade era a formulação de um certo populismo econômico, que explorava o ressentimento dos “perdedores da globalização”, basicamente os trabalhadores de menor formação educacional. Aqui, a “esquerda brâmane” – termo cunhado pelo economista Thomas Piketty – era o alvo escolhido para o exercício fundamental do nacional-populismo: a proposição de um eterno e recorrente combate entre nós e eles, o povo e as elites. Como resultado final, a miragem de um Partido Republicano transformado em partido de massas trabalhadoras e de um welfare estruturado em bases nativistas.
Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizesse sentido, então teríamos um roteiro para a reação dos democratas das mais diferentes orientações em todo o mundo. Entre outras iniciativas, reconectar econômica e socialmente “brâmanes” e gente comum. Reverter paulatinamente o nativismo e o fechamento corporativo das nações, dando à interdependência mais sentido e inteligibilidade. Fazer com que a política democrática readquira direitos sobre a economia, retirando desta a aparência de fenômeno fora de controle que arruína a vida de indivíduos e comunidades. E, por trás de cada uma destas formulações genéricas, a proposição mais modesta de que o voto sempre tem consequências e a democracia nunca é um exercício vazio, como este ano estratégico tem demonstrado nos mais variados lugares.
Análise dos Tempos Verbais
Presente do Indicativo (Texto Original):
Usado para descrever uma situação atual e em curso, dando uma sensação de imediatismo e realidade.
Exemplo: "Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizer sentido".
Pretérito Imperfeito (Versão de Fábula):
Usado para criar uma atmosfera de continuidade no passado, evocando uma sensação de fantasia e um cenário atemporal.
Exemplo: "Se esta breve descrição do laboratório ultraconservador fizesse sentido".
Comparação e Conclusão
Ambos os textos, ao usar diferentes tempos verbais, conseguem transmitir a complexidade das situações políticas que descrevem. No texto original de Luiz Sérgio Henriques, o uso do presente do indicativo coloca o leitor no meio dos acontecimentos, destacando a urgência e a realidade concreta das polarizações e das ameaças ultraconservadoras. Já na versão em estilo de fábula, o uso do pretérito imperfeito cria uma narrativa mais distante e reflexiva, permitindo uma análise mais contemplativa da situação, semelhante ao "Era uma vez" das fábulas que suspende a realidade e coloca o leitor em um tempo atemporal.
Essa abordagem de tempos verbais, tanto no texto de Ruy Castro quanto no de Luiz Sérgio Henriques, demonstra como a escolha do tempo verbal pode influenciar significativamente a percepção e a interpretação do leitor sobre os eventos descritos.
SINTETIZAR NUM TEXTO CONCLUSIVO A PARTIR DOS TEXTOS ORIGINAIS APRESENTADOS, COM O TÍTULO "SEM CORTESIA" E UM EPÍGRAFE DO TIPO: "CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM LEO CUNHA O REINO ADORMECIDO PEÇA EM 3 ATOS.
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SEM CORTESIA
“CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM”
Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos.
Em um mundo onde a política democrática se enrijece em polos opostos, o futuro parece uma fábula sem final feliz. Marco Aurélio Nogueira nos descreve um cenário onde a energia se desperdiça na negação mútua, com a extrema direita crescendo a partir de fantasias desinformadas e narrativas passionais. A política se torna um teatro de sombras, onde líderes carismáticos monopolizam partidos e paralisam novas lideranças, criando um ciclo interminável de antagonismo.
Luiz Sérgio Henriques, por sua vez, nos alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo. Com a extrema direita americana transformando-se em um laboratório de experimentos ultraconservadores, a hegemonia é despojada de seu sentido positivo e transformada em direção política autoritária. A visão apocalíptica de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, pinta um quadro sombrio de um futuro onde a democracia é subvertida e os direitos humanos são tratados com cinismo.
Ambos os textos, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim.
Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis.
Este texto busca sintetizar as análises dos textos de Marco Aurélio Nogueira e Luiz Sérgio Henriques, encapsulando suas observações sobre a política contemporânea em um formato que evoca a atemporalidade e a moral das fábulas.
como encaixar o texto de ruy castro nesta síntese?
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SEM CORTESIA
“CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM”
Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos.
Em um mundo onde a política democrática se enrijece em polos opostos, o futuro parece uma fábula sem final feliz. Marco Aurélio Nogueira nos descreve um cenário onde a energia se desperdiça na negação mútua, com a extrema direita crescendo a partir de fantasias desinformadas e narrativas passionais. A política se torna um teatro de sombras, onde líderes carismáticos monopolizam partidos e paralisam novas lideranças, criando um ciclo interminável de antagonismo.
Luiz Sérgio Henriques, por sua vez, nos alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo. Com a extrema direita americana transformando-se em um laboratório de experimentos ultraconservadores, a hegemonia é despojada de seu sentido positivo e transformada em direção política autoritária. A visão apocalíptica de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, pinta um quadro sombrio de um futuro onde a democracia é subvertida e os direitos humanos são tratados com cinismo.
Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Sua narrativa nos transporta aos tempos dourados de Hollywood, onde atores como John Wayne e Errol Flynn personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício.
Todos esses textos, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim.
Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis.
Este texto sintetiza as análises de Marco Aurélio Nogueira, Luiz Sérgio Henriques e Ruy Castro, encapsulando suas observações sobre a política contemporânea em um formato que evoca a atemporalidade e a moral das fábulas.
como encaixar todas as músicas, carregadas de poesias no tempo, de Chico Buarque, dialogando ao longo da história narrada por Marco Aurélio Nogueira, luiz sérgio henriques e ruy castro. iNDICAR A ORDEM DE INTRODUÇÃO AO LONGO DO TEXTO FINAL.
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SEM CORTESIA
“CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM”
Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos.
Em um mundo onde a política democrática se enrijece em polos opostos, o futuro parece uma fábula sem final feliz. Marco Aurélio Nogueira nos descreve um cenário onde a energia se desperdiça na negação mútua, com a extrema direita crescendo a partir de fantasias desinformadas e narrativas passionais. A política se torna um teatro de sombras, onde líderes carismáticos monopolizam partidos e paralisam novas lideranças, criando um ciclo interminável de antagonismo.
A melodia melancólica de "Sabiá" de Chico Buarque, em parceria com Tom Jobim, ecoa essa sensação de saudade de um tempo de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o anseio por um retorno a um ambiente político menos polarizado.
Luiz Sérgio Henriques, por sua vez, nos alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo. Com a extrema direita americana transformando-se em um laboratório de experimentos ultraconservadores, a hegemonia é despojada de seu sentido positivo e transformada em direção política autoritária. A visão apocalíptica de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, pinta um quadro sombrio de um futuro onde a democracia é subvertida e os direitos humanos são tratados com cinismo.
Essa atmosfera de tensão é encapsulada na canção "Noite dos Mascarados", em parceria com Zé Ketti, onde a fantasia e a realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras que as pessoas usam, tanto na vida pessoal quanto na política.
Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Sua narrativa nos transporta aos tempos dourados de Hollywood, onde atores como John Wayne e Errol Flynn personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício.
A canção "João e Maria", em parceria com Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade.
Todos esses textos, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim.
Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis.
Ordem de Introdução das Músicas:
"Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira.
"Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques.
"João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana.
Este texto busca sintetizar as análises de Marco Aurélio Nogueira, Luiz Sérgio Henriques e Ruy Castro, incorporando as músicas poéticas de Chico Buarque para enriquecer a narrativa com uma camada emocional e artística, refletindo as complexidades e os anseios da política contemporânea.
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PARA COTEJAR O VELHO COM O NOVO FICOU FALTANDO O "SABIÁ" DE LUIZ GONZAGA E "ANTONICO" DE ISMAEL SILVA. A PARTIR DAS LETRAS DESTAS DUAS MÚSICAS ENCAIXÁ-LAS NA VERSÃO FINAL COMO UMA SÍNTESE DO VEÍCULO ONDE DEVERÁ SER PUBLICADO QUE TEM O NOME "MUNDOVELHOMUNDONOVO - MUNDO EM MUTAÇÃO". SEGUEM AS DUAS CANÇÕES: "Antonico
Eduardo Canto
ANTONICO - 1950
(samba) - Ismael Silva
Oh Antonico,
vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
É necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim
Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo muito bem, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer.
Composição: Ismael Silva." / "Sabiá
Canção de Luiz Gonzaga
Letras
A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu)
Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu)
Tendo o coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu)
A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu)
Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu)
Tendo o coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu)
Tu que anda pelo mundo (sabiá)
Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (sabiá)
Alivia minha dor (sabiá)
Tem pena d'eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (sabiá)
Onde anda o meu amor (sabiá)
A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu)
Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu)
Tendo o coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu)
A todo mundo eu dou psiu (psiu, psiu, psiu)
Perguntando por meu bem (psiu, psiu, psiu)
Tendo o coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também (psiu, psiu, psiu)
Tu que anda pelo mundo (sabiá)
Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que fala aos passarinhos (sabiá)
Alivia minha dor (sabiá)
Tem pena d'eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (sabiá)
Onde anda o meu amor (sabiá)
Tem pena d'eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que tanto anda no mundo (sabiá)
Onde anda o meu amor (sabiá)
Fonte: LyricFind
Compositores: David Nasser Zedantes / Luis Gonzaga"
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SEM CORTESIA
"CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM"
Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos.
No jornal "MundovelhoMundonovo - Mundo em Mutação", a análise da realidade política contemporânea se entrelaça com a intemporalidade das fábulas e das canções, revelando uma narrativa onde o velho e o novo se encontram em um palco de constantes transformações.
Marco Aurélio Nogueira descreve um cenário de polarizações enrijecidas, onde a energia se perde na negação mútua, e a extrema direita cresce alimentada por fantasias desinformadas. O antagonismo estreito entre os polos paralisa a formulação de projetos consistentes para a sociedade, criando um ciclo interminável de conflito. Nesse contexto, a melodia melancólica de "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, ecoa o anseio por um retorno a tempos de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o desejo por um ambiente político menos polarizado.
Luiz Sérgio Henriques alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo, especialmente nos Estados Unidos. A visão de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, e a democracia é subvertida, pinta um quadro sombrio de um futuro autocrático. "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque e Zé Ketti, encapsula essa atmosfera de tensão, onde fantasia e realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras usadas tanto na vida pessoal quanto na política.
Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Em tempos dourados de Hollywood, atores personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", de Chico Buarque e Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade.
Ao longo dessa narrativa, "Antonico" de Ismael Silva e "Sabiá" de Luiz Gonzaga entram como vozes que ecoam a complexidade dos tempos modernos. "Oh Antonico, vou lhe pedir um favor, que só depende da sua boa vontade," implora Ismael, lembrando-nos das dificuldades enfrentadas por aqueles que sustentam a cultura popular, assim como os líderes que se esforçam para manter a democracia viva. "A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem," canta Luiz Gonzaga, simbolizando a busca incessante por um amor perdido, um tempo de esperança e harmonia que parece distante mas ainda desejado.
Ordem de Introdução das Músicas:
"Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira.
"Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques.
"João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana.
"Antonico" (Ismael Silva) – Encaixada como uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos defensores da cultura e da democracia.
"Sabiá" (Luiz Gonzaga) – Encerrando a narrativa com um apelo à busca contínua por tempos melhores e pela reconciliação.
Todos esses textos e canções, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis.
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Tenente que lutou na 2ª Guerra Mundial completa 103 anos, ganha homenagem e recorda combates: ‘Boas lembranças’
No RJ, são 8 veteranos da Força Expedicionária Brasileira vivos.
Por Thaís Espírito Santo
28/07/2024 06h00 Atualizado há 7 horas
Ex-combatente da 2ª Guerra Mundial completa 103 anos e ganha homenagem do Exército
O 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes completou 103 anos este mês e ganhou uma homenagem militar na porta de casa, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O vídeo do cortejo viralizou.
A comemoração emocionou muitos na internet e a família dele. O pracinha Walfrid embarcou para a Itália em novembro de 1944, junto a outros 25 mil homens, para participar do maior conflito armado da história.
Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação
Emocionado, ele contou curiosidades daquele tempo e relembra os amigos que fez pelo caminho. No início, não se acreditava que o Brasil iria lutar, e as pessoas comentavam que “era mais fácil a cobra fumar”.
“Me sinto feliz e agradeço a Deus, em primeiro lugar, por eu estar vivo. Na época, houve uma pressão, quase uma exigência, para uma tropa brasileira, e autorizaram a Expedicionária. Nós fomos, e lá no front a cobra fumou”, brinca Walfrid.
Em casa, ele ainda guarda medalhas que ganhou durante o combate e até mesmo sua farda. Ele tinha 23 anos quando foi enviado para a guerra e conta que sentiu saudade dos pais, além da dificuldade de se adaptar às terras estrangeiras.
Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação
“No começo, eu senti frio e não tinha comida brasileira, era aquela latinha americana. E aí depois começou a chegar comida brasileira, peru, e a gente começou a comer melhor. Eu tive muita saudade da minha família, dos meus pais, das minhas irmãs”, relembra.
“Mas deu tudo certo, na ida e na volta. Contato bom que eu tive lá foi com criancinhas de uma família que morava perto de uma igreja e nós íamos lá comer. Não sei se eles estão vivos, eu que tô aqui até hoje. São boas lembranças”, afirma Walfrid.
Oitenta anos depois, ele olha as fotos e reconhece os amigos que fez, e de onde eles eram. Walfrid recorda ainda que estava fugindo de uma briga que estava tendo em uma casa entre combatentes quando recebeu a notícia da vitória.
Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação
“No fim da guerra, eu estava aguardando uma ordem e estava tendo uma brincadeira em um sobrado. Eu estava correndo em um parreiral, a lua estava clara, e foi ali que eu recebi a notícia de que a guerra tinha acabado”, conta o combatente.
Walfrid recorda que os italianos eram fumantes e, assim, um comércio paralelo se formava entre os militares, que vendiam cigarro em troca de comidas ou dinheiro.
“Os italianos procuravam muito cigarro. O dinheiro era uma nota grandona, parecia um pedaço de jornal”, brinca.
Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação
Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação
Combatentes cariocas
No Rio de Janeiro, há 8 combatentes da Força Expedicionária Brasileira vivos, contando com o sr. Walfrid. Dois deles participaram da cerimônia alusiva ao Dia do Veterano na última semana, no Palácio Duque de Caxias, no Centro do Rio.
Em 18 de julho de 1945, data escolhida como o Dia do Veterano, ocorreu o Desfile da Vitória, quando os nossos heróis retornaram dos campos de batalha da Itália e foram recepcionados por mais de 800 mil pessoas pelas ruas do Rio de Janeiro.
Seu Walfrid lembra do dia como “uma festa linda, que nos abraçaram”.
Veterano da Segunda Guerra Mundial faz 103 anos com festa no RJ — Foto: Divulgação"
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Sem Cortesia
Síntese
Letra
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SEM CORTESIA
"CONSELHEIRO - Calma lá, rapaz. Isso aqui é uma história de outros tempos. Do tempo do antigamente. Do tempo do era uma vez. Pode esperar sentado. Todos riem e dançam e cantam. FIM DA CENA 3 / FIM DO 3º ATO / FIM"
Leo Cunha, O Reino Adormecido, Peça em 3 Atos.
A análise da realidade política contemporânea se entrelaça com a intemporalidade das fábulas e das canções, revelando uma narrativa onde o velho e o novo se encontram em um palco de constantes transformações.
Marco Aurélio Nogueira descreve um cenário de polarizações enrijecidas, onde a energia se perde na negação mútua, e a extrema direita cresce alimentada por fantasias desinformadas. O antagonismo estreito entre os polos paralisa a formulação de projetos consistentes para a sociedade, criando um ciclo interminável de conflito. Nesse contexto, a melodia melancólica de "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim, ecoa o anseio por um retorno a tempos de conciliação e esperança. "Vou voltar, sei que ainda vou voltar, para o meu lugar," canta Chico, refletindo o desejo por um ambiente político menos polarizado.
Luiz Sérgio Henriques alerta sobre a resistível ascensão do nacional-populismo, especialmente nos Estados Unidos. A visão de uma América fechada, onde imigrantes são vistos como inimigos, e a democracia é subvertida, pinta um quadro sombrio de um futuro autocrático. "Noite dos Mascarados", de Chico Buarque e Zé Ketti, encapsula essa atmosfera de tensão, onde fantasia e realidade se entrelaçam. "Quem é você? Adivinha se gosta de mim hoje à noite," canta Chico, questionando as máscaras usadas tanto na vida pessoal quanto na política.
Ruy Castro, com seu estilo mordaz, expõe a dualidade da sociedade americana, onde a linha entre realidade e fantasia é borrada. Em tempos dourados de Hollywood, atores personificavam heróis de guerra, mas na vida real nunca vestiram uma farda. Essa dualidade reflete a política atual, onde a imagem e a retórica frequentemente divergem da realidade, criando um cenário onde é difícil discernir o verdadeiro do fictício. A canção "João e Maria", de Chico Buarque e Sivuca, ilustra perfeitamente essa mistura de fantasia e realidade. "Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim," canta Chico, apontando para a inevitável colisão entre a ilusão e a verdade.
O texto de Thaís Espírito Santo traz uma perspectiva humana e histórica à narrativa, celebrando a vida e as memórias do 2º tenente do Exército Walfrid de Moraes, veterano da 2ª Guerra Mundial. A homenagem ao tenente, que completou 103 anos, lembra-nos da importância de preservar as histórias e experiências daqueles que viveram tempos difíceis, mas também da capacidade humana de encontrar beleza e camaradagem em meio à adversidade. "Antonico" de Ismael Silva, com seu apelo por solidariedade e reconhecimento, ressoa com a vida de Walfrid. "Oh Antonico, vou lhe pedir um favor, que só depende da sua boa vontade," implora Ismael, lembrando-nos das dificuldades enfrentadas por aqueles que sustentam a cultura popular, assim como os líderes que se esforçam para manter a democracia viva.
A canção "Sabiá" de Luiz Gonzaga se encaixa perfeitamente na narrativa de Walfrid. "A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem," canta Luiz Gonzaga, simbolizando a busca incessante por um amor perdido, um tempo de esperança e harmonia que parece distante mas ainda desejado. A história de Walfrid, com suas memórias de saudade e alegria, traz à tona a busca por conexão e paz em tempos de conflito.
Ordem de Introdução das Músicas:
"Sabiá" (Chico Buarque e Tom Jobim) – Após a introdução do cenário de polarização política descrito por Marco Aurélio Nogueira.
"Noite dos Mascarados" (Chico Buarque e Zé Ketti) – Após a descrição da ascensão do nacional-populismo por Luiz Sérgio Henriques.
"João e Maria" (Chico Buarque e Sivuca) – Durante a análise de Ruy Castro sobre a dualidade da sociedade americana.
"Antonico" (Ismael Silva) – Encaixada como uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos defensores da cultura e da democracia, ressoando com a vida de Walfrid de Moraes.
"Sabiá" (Luiz Gonzaga) – Encerrando a narrativa com um apelo à busca contínua por tempos melhores e pela reconciliação, ilustrando a história de vida do veterano.
Todos esses textos e canções, ao serem analisados e reescritos no estilo de fábula, revelam a natureza atemporal dos conflitos políticos atuais. Utilizando o pretérito imperfeito, evocam uma sensação de continuidade e inevitabilidade, como se os desafios de hoje fossem reflexos de histórias de outrora, repetidas em um ciclo sem fim. Em "Sem Cortesia", vemos que a política, como nas fábulas, é um jogo de ilusões e poder. As narrativas dos nossos tempos se entrelaçam com as dos tempos do "era uma vez", mostrando que a luta pela democracia e pela justiça é um conto antigo, mas sempre presente. Assim como nas fábulas, a moral da história é clara: sem cortesia, sem diálogo e sem compreensão, a sociedade permanece adormecida, presa em um reino de conflitos e divisões intermináveis.
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