Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 30 de junho de 2024
ANOS 30 REAL
1 CHOPPS E 30 REAL
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"Sem Itamar Franco não teria havido Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda, nem a equipe que FHC atraiu, nem o Plano Real. A ele se deve a criação das condições políticas do Real."
RUBENS RICUPERO,
ex-ministro da Fazenda
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30 anos do Plano Real: o marco histórico na economia do Brasil
Depois de vários fracassos, surgia, em 1º de julho de 1994, o real, que é considerado por especialistas como um marco histórico da economia do país. Integrantes da equipe que criou a moeda contam ao Correio os bastidores de como o Brasil venceu a inflação
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"O Plano Real foi realizado durante o governo de Itamar Franco (segundo em destaque da esquerda para a direita).[1]"
"Contexto histórico do Plano Real"
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O Plano Real nasceu durante o governo de Itamar Franco, presidente do Brasil entre 1992 e 1994. Itamar Franco era um político mineiro que foi convidado por Fernando Collor de Mello a ser seu vice durante a disputa eleitoral em 1989. Apesar dos atritos de Itamar com Fernando Collor, a chapa sustentou-se e foi eleita para assumir a presidência do Brasil.
Itamar Franco assumiu oficialmente a presidência, em dezembro de 1992, quando Fernando Collor sofreu impeachment por conta dos escândalos de corrupção que estouraram nos dois primeiros anos desse governo. Quando Itamar assumiu, a grande questão que mobilizava o país era o retorno ao caminho da estabilidade econômica.
A crise econômica que o país vivia na década de 1990 era resultado das gestões do período da Ditadura Militar. Os impactos da ditadura para nossa economia foram duros e, na década de 1990, o país sofria com o endividamento externo, uma inflação elevada que impactava diretamente no aumento do custo de vida para os trabalhadores."
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Plano Real
O Plano Real foi um dos planos de estabilização econômica mais importantes da história do Brasil e por meio dele foi lançada a moeda em vigência atualmente: o real.
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Quando a imagem formada por um espelho é invertida em relação ao seu objeto, essa imagem é chamada de imagem real
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"👆Uma real e duas virtuais em 30 anos de Real, na Avenida Presidente Itamar Franco, Engenheiro Civil e Eletrotécnico. O Presidente da República que implantou 'O Plano Real', em 1º de julho de 1994, foi um marco na economia brasileira, estabilizando os preços após um período de hiperinflação."
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30 ANOS REAL / 1 CHÔPIS 30 PASTEL /
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VEJA REAL 30 ANOS / A MOEDA QUE SALVOU O BRASIL / COMO O PLANO REAL, QUE COMPLETA 30 ANOS BEM-SUCEDIDOS, O PAÍS FOI CAPAZ DE VENCER O ABOMINÁVEL TORMENTO DA HIPERINFLAÇÃO. O DESAFIO DE MANTER A ESTABILIDADE ECONÔMICA E ACHAR SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS COMO GASTOS PÚBLICOS, PRODUTIVIDADE, CRESCIMENTO, ENTRE OUTROS / "segunda-feira, 24 de junho de 2024
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Entrevista | Pedro Malan: Brasileiro não aceita mais que hiperinflação volte
Por Lu Aiko Otta / Valor Econômico
Nos 30 anos do Plano Real, ex-ministro da Fazenda alerta que nova reforma da Previdência Social pode ser necessária ainda nesta década
Prestes a completar 30 anos no próximo dia 1º, a estabilização de preços proporcionada pelo Plano Real foi apenas um primeiro passo de um projeto de transformação da economia brasileira, disse ao Valor o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que comandou a área econômica do governo nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Após domar a inflação, havia toda uma agenda de reformas econômicas a ser implementada. Muitas delas ainda estão sobre a mesa. É o caso do debate sobre a estrutura das despesas obrigatórias do governo, tema que foi levado na semana passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento).
Documentos elaborados antes do lançamento do Real continuam atuais nesse debate, ressaltou o ex-ministro, que nesta terça-feira (25) lança em São Paulo, o livro “30 Anos do Real - Crônicas no Calor do Momento”, pela editora Intrínseca.
A publicação reúne artigos publicados por Malan e outros dois “pais” do plano de estabilização, Edmar Bacha e Gustavo Franco (organizador), além de um artigo escrito por Fernando Henrique Cardoso em 2019. O livro é dedicado ao ex-presidente, cuja liderança política é apontada como peça fundamental do sucesso do plano de estabilização.
O propósito do livro não é trazer bastidores sobre a elaboração do plano, e sim discutir a tentativa de consolidação do projeto do Real ao longo dos últimos 30 anos, além de contribuir para o debate atual, explicou o ex-ministro.
Organizado em seis partes - primeiros anos, dez anos, 15 anos, 20 anos, 25 anos e 30 anos -, mostra a batalha da construção do tripé macroeconômico que persiste até hoje e como o projeto resistiu à alternância do poder, com a eleição de Lula em 2002.
O Real completou 20 anos em meio ao experimento da Nova Matriz Macroeconômica e, na definição de Franco à época, o momento “mais cercado de dúvidas sobre a coisa conquistada”.
Também hoje há o debate em torno da adoção de uma política keynesiana, apesar dos resultados da tentativa anterior. Ao mesmo tempo, outros integrantes do governo se esforçam para colocar em debate a estrutura do orçamento - algo que deve ser intensificado, na visão do ex-ministro.
“Acredito que a história é um diálogo infindável entre o passado e o futuro”, afirmou ele, a respeito do livro. “O objetivo é mostrar como essas coisas estão ligadas: o passado estabelece certas restrições, mas também certas oportunidades e possibilidades que o futuro sempre encerra.”
A seguir, os principais trechos da entrevista.
O pré-Real - não foi só o “Larida”
Havia um debate acadêmico uma década antes do lançamento do Real. Para muitos, o ponto de partida é o trabalho do André Lara Resende e Persio Arida [Larida], mas houve várias outras contribuições. Em 1977 começou a ser conversada a criação do programa de mestrado e de ensino e pesquisa do Departamento de Economia da PUC [do Rio]. O Dionísio Dias Carneiro organizou um livro e tem um excelente artigo chamado “Brasil, Dilemas de Política Econômica”, que vale a pena ser lido hoje. Meu artigo é sobre o setor externo, o do Francisco Lopes, sobre problemas da inflação no Brasil, o do Rogério Werneck, sobre crescimento rápido e equidade distributiva.
O pré-Real - planos fracassados
Teve um aprendizado com a experiência de seis tentativas de estabilização: Cruzado I, Cruzado II, de 1986, o Plano Bresser, de 1987, Plano Verão, na virada de 1988 para 1989, Plano Collor I, em 1990, Collor II, em 1991. Foi uma tentativa de, na prática, lidar com a marcha da insensatez que era a inflação brasileira: estava em 20% no início dos anos 1970, mais de 40% em meados dos anos 1970, 100% em 1980, 240% em 1985, 1.000% em 1988, 1989, 2.300% em 1993.
Origem da força do Real - aprendizados
Houve um aprendizado derivado da discussão acadêmica de uma década. E as tentativas de estabilização, que, se não deram certo, têm aprendizados e envolvidos. O Edmar Bacha, o André Lara e o Persio, por exemplo, se envolveram muito no Cruzado e descobriram a força enorme do efeito do congelamento de preços sobre o sistema político e sobre o eleitorado. Era para durar pouco tempo, mas durou até as eleições. [Nas eleições daquele ano, o PMDB elegeu 22 dos então 23 governadores.]
Origem da força do Real - o time
A força do Real vem de uma da combinação única. Primeiro, a ida de Fernando Henrique Cardoso do Ministério das Relações Exteriores para o da Fazenda, na terceira semana de maio de 1993. E da capacidade de um político experimentado como o Fernando Henrique. Ele conseguiu juntar em torno de si um grupo de pessoas: Clóvis Carvalho como secretário-executivo; Winston Fritsch e Gustavo Franco para a Secretaria de Política Econômica; Edmar Bacha, que não pôde assumir uma posição lá. E, em agosto de 1993, ele conseguiu atrair para o governo a mim, ao André Lara e ao Persio. E foi ali, em agosto de 1993, que formou-se a massa crítica que permitiu um ataque à inflação.
Origem da força do Real - o povo e as urnas
A força do Real foi o seu sucesso e a aceitação que teve por parte da população. Vem do fato que a esmagadora maioria da população brasileira hoje percebe que a preservação da inflação sob controle é a preservação do poder de compra do salário do trabalhador brasileiro. E antes - para usar uma expressão do Millôr Fernandes - sobrava cada vez mais mês no fim do salário do trabalhador. É a preservação do poder de compra das transferências diretas de renda, que hoje assumiram uma dimensão extraordinariamente significativa no Brasil. Para ter uma ideia: dos 26 Estados brasileiros mais Distrito Federal, em 15 a população que recebe essas transferências diretas de renda é superior àquela que tem carteira assinada. Então, eu acho que criou raízes entre nós a ideia de que qualquer governante que tenha uma atitude excessivamente leniente, complacente, descuidado com a inflação será punido nas urnas. É uma característica da democracia que é importante preservar. Isso não aparecia com clareza durante a vigência do regime militar, mas numa democracia é muito importante essa consideração.
Sem risco de retrocesso no Real
Acho que não voltaremos, em hipótese alguma, àquele tipo de hiperinflação que nós tivemos. Porque o governo no qual essa aceleração começa certamente é substituído nas urnas pelo eleitorado, que percebeu a importância da preservação da inflação sob controle.
Ajuste fiscal, velho desafio
Há alguns marcos importantes. Eu mencionei aqui que o Fernando Henrique foi nomeado ministro da Fazenda em maio de 1993. Três semanas depois, o governo lançou um Programa de Ação Imediata (PAI). Ele merece ser lido hoje. São 13 ou 14 páginas, que começam lembrando que só havia quatro países no mundo que tinham inflação de mais de 1.000%. Eram a Rússia - o império soviético havia colapsado dois anos antes -, a Ucrânia, associada a isso, e o Congo, em guerra civil. E o Brasil era o quarto desses países. As outras eram economias totalmente desarticuladas, mas o Brasil não. A economia, bem ou mal, com a indexação, ela vinha funcionando, mas a hiperinflação era o grande desafio. Esse Programa de Ação Imediata, ele fala abertamente, no começo, da desordem das contas públicas.
Dívida externa
Outro marco importante foi que em 29 de novembro de 1993 nós encerramos o processo de renegociação da dívida externa brasileira. Assinamos nosso acordo com 700 e tantos credores privados do Brasil. O acordo com os credores oficiais já havia sido alcançado em janeiro de 1992.
Real sem susto
E teve um documento que eu acho fundamental. No dia 7 de dezembro de 1993, o Ministério da Fazenda encaminhou ao presidente Itamar Franco uma exposição de motivos - 395, se não me engano. O primeiro pilar ali era a parte fiscal. O equilíbrio tinha que ser obtido para o biênio 1994-95, e exigia ações no Congresso. O segundo era uma lista grande das propostas de emendas constitucionais. E o terceiro era a reforma monetária. Foi dito que nós estaríamos lançando uma unidade de conta, uma referência para contratos [a Unidade Real de Valor, URV]. Ela não teria propriedade de meios de pagamento de início, mas circularia, estaria em vigência junto com o Cruzeiro Real, que era a moeda, até que a economia se recontratasse em URVs. Quando aquela recontratação tivesse assumido um certo ponto, ela seria convertida no Real, como foi.
Consolidação do Real - reformas
Nós estamos comemorando agora os 30 anos do lançamento do Real, mas também os 25 anos e meio do regime de taxa de câmbio flutuante, os 25 anos agora em junho do regime de metas de inflação, os 24 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal. E fizemos inúmeras reformas ao longo desse período, ainda nos anos 1990. Reduzimos o número de bancos estaduais de mais de 30 para pouco mais de meia dúzia. Vários deles estavam insolventes, não podiam sobreviver após perder a receita inflacionária. Fizemos capitalização do Banco do Brasil e da Caixa, interviemos nos bancos privados - houve processo de consolidação, vários foram liquidados. Fizemos privatização de siderúrgica, do setor elétrico, das telecomunicações.
Além da inflação, social
As transferências diretas de renda começaram ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Entre 3,5 milhões e 4 milhões já recebiam transferências diretas de renda sob várias denominações. O Lula, depois de tentar o Fome Zero, juntou todos os programas do governo Fernando Henrique Cardoso.
Vai mudar?
Essa é a discussão do momento, não é? Acho que o segundo governo Lula, assim como o primeiro, foi ajudado enormemente por um ciclo [de crescimento da economia global] que foi o mais longo, o mais profundo e o mais amplamente disseminado da história. Aquilo se expressou no apoio que ele recebeu nas urnas, a eleição para Lula 2, e depois fazer a sua sucessora em 2010. O que eu acho é que a ideia de que é possível fazer uma aceleração do crescimento através de uma política keynesiana de caráter permanente, é aquilo que o André Lara Resende chamou de armadilha macroeconômica brasileira. Quando a demanda cresce de maneira significativa, na expectativa de que a oferta doméstica responda em prazo hábil [mas isso não ocorre], o país enfrenta pressões inflacionárias ou então desequilíbrio em balanço de pagamentos, porque passa a depender de importações. Então, não bastam as intenções.
Revisão de gastos
Isso é algo que vem sendo cobrado há muito tempo. Não é simples, não é trivial. Escrevi em 14 de abril deste ano um artigo que se chama “Em Busca da Eficiência no Gasto Público”. E eu faço menção a uma entrevista coletiva da presidente Dilma Rousseff no fim de outubro de 2014, logo após a eleição. Eu vou citar textualmente: “Ao longo do governo, você descobre várias contas que podem ser reduzidas. O que vamos tentar é um processo de ajuste em todas as contas do governo. Vamos revisitar cada uma e olhar com lupa o que dá para reduzir, o que dá para tirar, o que dá para modificar”. E eu escrevi: “Surpreendentes palavras. Tardias, sem dúvida, para quem passara cinco anos e meio como ministra-chefe da Casa Civil e mais quatro na Presidência da República”. E não deixei de notar que os jornais registraram também o recado complementar da presidente Dilma: “Mas estou dizendo que vou manter o emprego e a renda, ponham na cabeça isso”. Os brasileiros de boa informação e memória sabem o que aconteceu com essas duas variáveis em 2015 e 2016. No segundo mandato de Dilma, nós tivemos uma recessão seriíssima, derivadas das dificuldades de fazer isso que ela intuiu muito tardiamente: que é preciso tentar um processo de ajuste. Não é trivial, mas governar é fazer escolhas, definir prioridades.
Indústria naval
É perfeitamente razoável que se queira expandir os gastos em uma determinada coisa considerada prioritária pelo governo. Mas a boa prática sugere identificar qual é a fonte de financiamento e, segundo, qual é o outro gasto que será reduzido ou modificado. Não basta a intenção de construir uma indústria naval que vai competir com as melhores do mundo porque é desejável o objetivo. Nossa experiência mostra que nem sempre tudo que é desejável é factível. Exige discussão, e o locus dessa discussão deve ser o Orçamento, assim nos outros países do mundo.
Nova reforma da Previdência
No nosso Orçamento sobram menos de 10% para decisões discricionárias de gasto. A tendência é que esse espaço, que já é muito reduzido hoje, vá se reduzindo a ponto de - se nada for feito até lá - praticamente desaparecer. É uma questão de longo prazo, mas tem que ter consciência dela. Decisões difíceis têm que ser tomadas. Eu espero que isso tenha lugar ao longo dos próximos três anos, e nos próximos quatro que se seguirão depois, pelo menos. Tem questões de longuíssimo prazo: a área de demografia e previdência. Nós vamos ter uma nova reforma da Previdência Social, em algum momento, logo no começo dos anos 2030 - se não antes. Porque as pessoas precisam fazer conta.
Luz no fim do túnel
Mas não significa que não haja solução. Eu acho que tem solução para isso, mas o grau de percepção da natureza do problema tem que ser maior do que tem sido até o momento. Tem aumentado. Eu acho que tem gente no governo que está fazendo um esforço sério para tentar fazer com que essa questão assuma uma importância crescente no debate público.
O livro
Não é um livro que procura contar uma história de bastidores. E não é que alguém agora, neste ano de 2024, com o benefício de sabedor de tudo o que aconteceu, fala sobre o que aconteceu. Foram textos escritos no calor da hora. Mostram a nossa preocupação com o processo de consolidação do Real. Para nós, era uma agenda pós-Real, e ela se confundia, era parte integrante, da própria agenda do desenvolvimento econômico, social e político-institucional do Brasil. Acredito que a história é um diálogo infindável entre o passado e o futuro. O objetivo é mostrar não só o que aconteceu, para revolver a memória, mas para mostrar como essas coisas estão ligadas: o passado estabelece certas restrições, mas também certas oportunidades e possibilidades que o futuro sempre encerra." / "segunda-feira, 24 de junho de 2024
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Fernando Gabeira - Limites da paciência popular
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O Globo
O papel da sociedade poderia ser estendido a discussões mais áridas, como a qualidade dos gastos do governo
A reação social a dois projetos, sobre aborto e praias, abre caminho para alguns ensinamentos. O primeiro deles, e mais óbvio, revela que as pessoas não querem retrocesso, sobretudo os que podem nos fazer voltar à Idade Média, sem algumas qualidades daquela fase histórica.
Isso acende um sinal amarelo para as forças conservadoras, sobretudo as que investem contra o Estado laico e querem substituir a Constituição pela Bíblia.
Creio que o campo oposto, o governista, também tem material para refletir sobre o que se passou nas últimas semanas. Talvez tenha de rever a ideia de que o foco único de seu esforço seja a economia. Alguns especialistas em eleições repetem a frase: “É a economia, estúpido”. E muitos acreditaram que tudo realmente se resume à economia, ou que as pessoas são apenas fisiológicas, como alguns políticos que as representam.
Numa volumosa pesquisa feita pela Universidade de Oxford na Europa, no fim do século XX, foi possível produzir um tomo chamado “O impacto dos valores”. Em 1995 já havia expectativa de mudança de valores, derivada da sensação de segurança econômica e física experimentada nos anos do Pós-Guerra. Essa mudança apontava para o declínio da preocupação material que sempre esteve no centro dos conflitos, abrindo caminho a uma sociedade mais impessoal, participativa, valorizando autoexpressão e estética.
As coisas mudaram, a Europa hoje vive certa insegurança, marcada pelo avanço da extrema direita e uma reação ao processo migratório. Mas a vertente pós-material não desapareceu no Ocidente e, fragmentariamente, também existe em sociedades complexas como a brasileira.
A visão de um mundo dominado pelo conflito de classes, e só por ele, já não corresponde a toda a realidade. Da mesma forma, a suposição de que um governo, e só ele, apenas o próprio presidente, é responsável por fazer as coisas andarem é muito precária. Às vezes, a autoestima do próprio governante produz promessas do tipo “vou trazer a felicidade” e involuntariamente exclui o papel da própria sociedade.
O que aconteceu nas últimas semanas mostra que o papel da sociedade é essencial e poderia ser estendido também a discussões mais áridas, como a qualidade dos gastos do governo.
Um debate eleitoral centrado em valores favorece a direita que trabalha com o medo e o fato real de que a maioria tende a uma posição conservadora. Mas isso não significa que todas as suas propostas, sobretudo as que implicam retrocesso, sejam aceitas. A compreensão desses fatos pode animar os deputados que se sentem em minoria, mas descobrem que há uma força latente na sociedade capaz de ajudá-los.
Acho necessário criar uma barreira social para todos os absurdos produzidos no Congresso. Alguns passam batidos, como o perdão para os partidos. Eles criam regras, anistiam-se a si próprios e querem pagar as multas com dinheiro público. É fantástica a sensação de onipotência. Esses fatos, mesmo sem oposição ruidosa na sociedade, acabam contribuindo para acumular revolta.
A vantagem das reações pontuais é corrigir o rumo no cotidiano. Se as coisas seguem sem controle, o Parlamento vai ao limite, e a reação social acaba explodindo em algum momento, como aconteceu em 2013. Em horas como essas, alguns desavisados se perguntam:
— Todo esse barulho por causa de 20 centavos?
Vinte centavos no transporte público, ou qualquer outra pequena fagulha, bastam para incendiar o circo.
Se a sociedade vigiar um pouco mais não só o que se passa com deputados, mas também essa história dos gastos do governo, evitará situações extremas. Entregues a si próprios, os políticos tendem a caminhar para o abismo.
É mais forte que eles."
ChatGPT
Entrevista com Pedro Malan: Reflexões sobre os 30 anos do Plano Real
Contexto histórico:
O Plano Real, implementado em 1º de julho de 1994, foi um marco na economia brasileira, estabilizando os preços após um período de hiperinflação. A taxa de inflação, que alcançou níveis alarmantes de mais de 2.000% ao ano, foi drasticamente reduzida. O plano incluiu a criação de uma nova moeda, o Real, e medidas fiscais rigorosas.
Principais pontos da entrevista:
Continuidade das Reformas:
Pedro Malan destacou que a estabilização dos preços foi apenas o início de uma série de reformas econômicas necessárias.
Muitas dessas reformas ainda estão em discussão, como a estrutura das despesas obrigatórias do governo.
Importância da Liderança Política:
A liderança de Fernando Henrique Cardoso foi crucial para o sucesso do Plano Real.
Malan ressalta a formação de uma equipe econômica forte, incluindo nomes como Edmar Bacha, Gustavo Franco, André Lara Resende e Persio Arida.
Aprendizado das Tentativas Fracassadas:
Antes do Real, várias tentativas de estabilização, como os Planos Cruzado, Bresser e Collor, falharam, mas forneceram lições valiosas.
A experiência acumulada ajudou na formulação do Plano Real.
Aceitação Popular:
O sucesso do Plano Real foi amplamente aceito pela população, que viu a preservação do poder de compra dos salários.
A percepção de que a inflação controlada é crucial para a estabilidade econômica é uma conquista duradoura.
Desafios Futuros:
Malan alerta para a necessidade contínua de ajustes fiscais e reformas, especialmente na Previdência Social.
Ele prevê que uma nova reforma da Previdência será necessária no início dos anos 2030.
Lições para o Futuro:
A história econômica do Brasil demonstra que governar envolve fazer escolhas difíceis e definir prioridades.
A importância de manter o debate público sobre questões econômicas e fiscais é enfatizada.
Reflexões de Fernando Gabeira: O Papel da Sociedade
Contexto:
Fernando Gabeira, jornalista e político, refletiu sobre o papel da sociedade brasileira na vigilância das ações do governo e na promoção de mudanças significativas.
Principais pontos:
Reações Sociais Recentes:
Gabeira observa que recentes reações sociais a projetos controversos mostram a resistência da população a retrocessos.
Ele sugere que o foco exclusivo na economia pode ser insuficiente, e valores e direitos sociais também são cruciais.
Impacto dos Valores:
Uma pesquisa da Universidade de Oxford mostrou que mudanças nos valores sociais podem influenciar políticas e governança.
A sociedade valoriza cada vez mais a autoexpressão e a participação cívica.
Vigilância e Participação:
Gabeira destaca a necessidade de a sociedade ser mais vigilante em relação aos gastos públicos e ações dos políticos.
A pressão popular pode corrigir rumos e evitar crises políticas e econômicas.
Reformas e Limites:
A importância de debater e ajustar os gastos governamentais é ressaltada.
Gabeira alerta para a tendência dos políticos de buscar o limite de suas ações, o que pode levar a reações extremas da sociedade.
Conclusão:
Os 30 anos do Plano Real representam não apenas uma conquista econômica, mas também um ponto de reflexão sobre a importância de reformas contínuas e a vigilância da sociedade para garantir a estabilidade e o progresso do Brasil.
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Plano Real: 30 anos do projeto econômico que transformou o Brasil - Forbes
"👆Uma real e duas virtuais em 30 anos de Real, na Avenida Presidente Itamar Franco, Engenheiro Civil e Eletrotécnico. O Presidente da República que implantou 'O Plano Real', em 1º de julho de 1994, foi um marco na economia brasileira, estabilizando os preços após um período de hiperinflação."
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Saudosa Maloca Adoniran Barbosa
Adoniran Barbosa
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1 CHOPPS E 30 REAL
30 ANOS REAL / 1 CHÔPIS 30 PASTEL / VEJA REAL 30 ANOS / A MOEDA QUE SALVOU O BRASIL / COMO O PLANO REAL, QUE COMPLETA 30 ANOS BEM-SUCEDIDOS, O PAÍS FOI CAPAZ DE VENCER O ABOMINÁVEL TORMENTO DA HIPERINFLAÇÃO. O DESAFIO DE MANTER A ESTABILIDADE ECONÔMICA E ACHAR SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS COMO GASTOS PÚBLICOS, PRODUTIVIDADE, CRESCIMENTO, ENTRE OUTROS."**
"uma real e duas virtuais" para iniciar com letra maiúscula e melhor divisão das frases para clareza.
Concordância Verbal e Nominal: Ajustado "Engenheiro Civil e Eletrotécnico. o Presidente da República" para "Engenheiro Civil e Eletrotécnico. O Presidente da República".
Ortografia: Mantida a brincadeira com "1 CHOPPS E 30 REAL" e "1 CHÔPIS 30 PASTEL" como homenagem a Adoniran Barbosa.
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Saudosa Maloca
Os Originais do Samba
Letra
Significado
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra, meu bem
Se o sinhô não tá lembrado
Dá licença de contar
Já que aonde agora está
Esse ardifício árduo
Era uma casa velha
Um palacete assobradado
Foi aqui, seu moço, que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos nossa maloca
Mas, um dia, nóis nem pode se alembrá
Veio os home com as ferramenta
O dono mandou derrubá
Peguemos todas nossas coisas
E fumos pro meio da rua
Apreciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caia
Doia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei
Os home tá com a razão
Nóis arranja outro lugar
Só se conformemos
Quando o Joca falou
Deus dá o frio conforme o cobertô
E hoje nóis pega paia
Nas grama do jardim
E pra esquece nóis cantemo assim
Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida
Saudosa maloca, maloca querida
Dim dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá, meu bem
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá, meu bem
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá
Joga as cascas pra lá, meu bem
Composição: Adoniran Barbosa.
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Adoniran Barbosa é, de fato, um ícone da cultura paulista, e sua obra "Saudosa Maloca" é um hino da classe trabalhadora brasileira. Aqui está a versão revisada do editorial, incluindo a brincadeira e homenagem a Adoniran Barbosa:
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Plano Real: 30 anos do projeto econômico que transformou o Brasil - Forbes
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30 Anos do Plano Real - Um Marco de Estabilidade Econômica e Democrática no Brasil
Em 1º de julho de 1994, o então Presidente da República, Itamar Franco, Engenheiro Civil e Eletrotécnico, implementou 'O Plano Real', um marco na economia brasileira que estabilizou os preços após um período de hiperinflação. Ao celebrarmos os 30 anos desta conquista, reconhecemos a coragem e a visão de um líder capaz de congregar todas as forças que resistiram bravamente aos descalabros do sistema econômico que levou o Brasil à chamada Década Perdida de 1980.
O Plano Real, completando três décadas de sucesso, salvou o Brasil de um abominável tormento. A hiperinflação corroía a economia, destruindo o poder de compra e gerando insegurança. Itamar Franco, com determinação e compromisso, conduziu o país para longe deste caos, demonstrando que era possível estabilizar a economia e restaurar a confiança no futuro.
Hoje, celebramos não apenas a moeda que salvou o Brasil, mas também o espírito de um governo que soube respeitar as instituições democráticas dentro de um Estado de Direito. A estabilização econômica alcançada com o Plano Real trouxe inúmeros desafios, entre eles, a necessidade contínua de manter a estabilidade econômica e encontrar soluções para problemas como gastos públicos, produtividade e crescimento. Entretanto, o êxito desta política não pode ser subestimado: foi um pilar fundamental para que o país pudesse avançar no desenvolvimento e na diminuição das gritantes desigualdades sociais que fazem parte de nossa história.
O legado de Itamar Franco e do Plano Real é, portanto, um testemunho da importância de uma liderança comprometida com o bem-estar da nação e com a construção de um futuro próspero e igualitário para todos os brasileiros. Esta vitória do Real é também a vitória de todos aqueles que resistiram ao regime autoritário e insistiram em remar contra a maré, em favor da marcha democrática e do Estado de Direito. Ao olhar para trás, vemos que a resistência das forças que não violaram a Constituição de 1946, pelos idos de 1964, permitiu que o Brasil trilhasse o caminho do respeito às instituições democráticas. É esta herança de estabilidade e desenvolvimento que celebramos hoje, com gratidão e esperança renovada para os próximos 30 anos.
**"1 CHOPPS E 30 REAL"
30 ANOS REAL / 1 CHÔPIS 30 PASTEL / VEJA REAL 30 ANOS / A MOEDA QUE SALVOU O BRASIL / COMO O PLANO REAL, QUE COMPLETA 30 ANOS BEM-SUCEDIDOS, O PAÍS FOI CAPAZ DE VENCER O ABOMINÁVEL TORMENTO DA HIPERINFLAÇÃO. O DESAFIO DE MANTER A ESTABILIDADE ECONÔMICA E ACHAR SOLUÇÕES PARA PROBLEMAS COMO GASTOS PÚBLICOS, PRODUTIVIDADE, CRESCIMENTO, ENTRE OUTROS."**
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domingo, 30 de junho de 2024
Roberto Luis Troster - 40 anos do real
Correio Braziliense
O correto seria falar do processo do real, e de 40 anos em vez de 30. A bem da verdade, começou em 1984, com a publicação do trabalho conhecido como proposta Larida, de Pérsio Arida e André Lara Resende
Mais do que plano, o correto seria falar do processo do real, e de 40 anos em vez de 30. A bem da verdade, começou em 1984, com a publicação do trabalho conhecido como proposta Larida, de Pérsio Arida e André Lara Resende, e teve como última medida a publicação do decreto presidencial oficializando a meta de inflação contínua em 3%, na quarta-feira passada, 26 de junho de 2024.
Não foi uma ideia mágica que fez a mudança. Foi um trabalho que combinou teoria econômica, habilidade política, aprendizado com os erros e criatividade. Além da proposta Larida, que inspirou o Plano Real, houve um processo de aprendizado com o Plano Cruzado, em 1986, depois o Plano Bresser, o Plano Verão, o Plano Collor I e o Plano Collor II. Todos fracassaram em acabar com a inflação, mas deixaram ensinamentos para a formulação do Plano Real.
Um ensinamento importante foi a comunicação. Enquanto os planos anteriores eram comunicados na véspera, o Real começou a ser anunciado quase um ano antes. A academia, a classe política e a população tiveram explicações detalhadas das causas da inflação e da estratégia proposta para acabar com ela.
As primeiras medidas foram em 1993, com destaque para a abertura da caixa-preta, que deu mais transparência à atuação do Banco do Brasil e melhorou o controle das políticas monetária e cambial. Outra medida foi a criação do Fundo Social de Emergência, que facilitou a geração de superavits fiscais.
Em 1º de março de 1994, começou a fase da Unidade Referencial de Valor (URV) e atrelou todos os preços em cruzeiros reais ao novo padrão, que era alterado diariamente. Em 1º de julho, data comemorada amanhã, foi feita a transição, e a sincronização retirou pressões inflacionárias da nova moeda, o real.
No primeiro semestre do Plano Real, tentou-se o controle de agregados monetários, que foi substituído pelo uso da taxa de juros como principal instrumento. A política cambial também mudou; em um primeiro momento, até março de 1995, flutuou e, depois, passou a ser desvalorizado à taxa de 7% ao ano.
A boa comunicação explicando o real foi importante para a sua aceitação. Foi majoritária, mas não total. O fracasso dos cinco planos anteriores, todos diferentes entre si, deixou a sensação de que era mais um apenas para alguns. O convencimento de que esse era definitivo demorou, mas chegou.
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O sucesso inicial foi meritório, a economia cresceu e a inflação despencou. Todavia, os sinais de esgotamento apareceram em 1997, com um desempenho mais fraco da atividade econômica e pressões fortes no balanço de pagamentos. O governo atuou dois anos depois, quando desvalorizou o real, adotou o regime de metas de inflação e a lei de Responsabilidade Fiscal. Corrigiu a rota.
Outro avanço foi uma abertura maior do sistema financeiro, permitindo a entrada de mais bancos estrangeiros, uma maior transparência do mercado e uma preocupação com uma regulamentação mais eficiente. Por outro lado, registraram-se algumas falhas na gestão prudencial, na questão cambial e no controle dos agregados monetários.
Dois pontos a destacar: regimes de política econômica se esgotam no tempo e o imobilismo tem custos. Na maioria dos casos, as alterações de rota ocorrem, ou após uma crise, ou após uma mudança de governo. Um dos méritos do Plano Real é que alguns dos ajustes se anteciparam aos problemas. A medida de meta contínua de inflação em vez da meta do ano-calendário, oficializada semana passada, é um exemplo.
O Plano Real promoveu uma transformação estrutural irreversível na economia brasileira e criou condições para um desenvolvimento sustentável. Mais que um plano de estabilização criativo e eficiente, foi, e continua sendo, um processo de ajustes ao longo do tempo, em que todos os governos deram sua contribuição.
Há necessidade de mais ajustes para que o país usufrua mais do potencial que o Plano Real propicia. Há também uma agenda de reformas que deve ser retomada. Existem alguns problemas estruturais importantes que devem ser superados — entre os quais, podem ser destacados a tributação das operações financeiras, o controle fiscal, a reforma administrativa e o regime cambial. Um passo de cada vez faz com que o Brasil avance cada vez mais.
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Economia Dia a Dia com o Prof. Roberto Luis Troster
I - ITARARÉ
No meio de indicIado pela Polícia Federal (PF) tinha indIcado pelo União Brasil (UB)
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No Meio do Caminho
Carlos Drummond de Andrade
Letra
Significado
No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
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Revista Time dedica capa para Joe Biden com a palavra 'pânico'
A canção "Itararé" de José Luis Rodrigues Calazans, gravada em 1930 por Jararaca, é uma embolada que reflete um momento histórico e cultural do Brasil. A letra da música faz referências diretas à Revolução de 1930, um evento marcante na história política brasileira que resultou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder. A Revolução de 1930 foi um movimento armado liderado por Vargas que colocou fim à República Velha, dominada pela política do café com leite, um revezamento de poder entre as elites de São Paulo e Minas Gerais.
Análise da Letra
A letra de "Itararé" narra a jornada de um homem que, após uma desavença conjugal, deixa sua terra natal em Bagé, Rio Grande do Sul, e se junta aos combatentes na cidade de Itararé, um ponto estratégico durante a Revolução de 1930. A cidade de Itararé, situada no estado de São Paulo, ficou famosa pela batalha que nunca ocorreu, pois a revolução foi vitoriosa antes que o confronto se iniciasse.
Estrofes e Temas Principais
Deslocamento e Desafios:
O narrador relata sua viagem forçada e as dificuldades encontradas no caminho, simbolizando a determinação dos revolucionários.
"Sou fio do Rio Grande / Da cidade de Bagé / Fiz uma marcha forçada / Vim parar em Itararé"
Preparação e Ambiente:
Descreve a atmosfera de preparação para a batalha, com a presença de armamentos e alimentos típicos da cultura gaúcha, como churrasco, mate e café.
"Itararé, Itararé / Tava tudo em pé do fogo, / Churrasco, mate, café"
União e Liderança:
Menciona a presença de figuras militares de diferentes patentes e a participação de civis, mostrando a ampla mobilização em torno da causa.
"Tudo ali se reunia / Generá e coroné / Cabo, sargento e sordado / Pai, criança e muié"
Liderança de Juarez Távora:
Referência ao general Juarez Távora, um dos líderes revolucionários, destacando sua atuação no Nordeste e seu impacto na revolução.
"Generá Juarez Távora / Montado num corcé / Dominando todo o Norte / Provou o que o Norte é"
Objetivo Revolucionário:
O objetivo dos revolucionários de tomar o Catete, sede do governo federal, refletindo o desejo de mudança política.
"Vamos tomar o Catete / Porque o povo requer"
Contexto Histórico
A Revolução de 1930 foi um divisor de águas na história brasileira. Getúlio Vargas, com o apoio de diversos setores da sociedade, incluindo militares, políticos dissidentes e a classe média, conseguiu destituir o presidente Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes, o presidente eleito em 1930. A revolução marcou o fim da Primeira República e o início da Era Vargas, caracterizada por profundas reformas políticas, econômicas e sociais.
Importância Cultural
A música "Itararé" é uma expressão cultural que captura o espírito da época e os sentimentos dos participantes da revolução. A embolada, um gênero musical popular do nordeste brasileiro, é utilizada aqui para narrar eventos históricos de forma ritmada e envolvente, preservando a memória e o folclore associados ao movimento revolucionário.
Conclusão
"Itararé" de Jararaca é mais do que uma simples canção; é um documento histórico que oferece um vislumbre das emoções e das condições enfrentadas pelos revolucionários de 1930. Através de sua letra e melodia, a música perpetua a memória de um período crucial na história do Brasil, destacando a coragem e a determinação daqueles que lutaram por mudanças políticas e sociais no país.
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Jararaca - ITARARÉ - José Luis Rodrigues Calazans - gravação de 1930
luciano hortencio
31.968 visualizações 25 de nov. de 2014
Jararaca - ITARARÉ - José Luis Rodrigues Calazans.
Gravação de 1930.
http://www.jornalggn.com.br/blog/luci...
Quando vim de minha terra
Vim brigado com a muié
Invêis di vim a cavalo
Eu vim mesmo de a pé
Sou fio do Rio Grande
Da cidade de Bagé
Fiz uma marcha forçada
Vim parar em Itararé
Itararé, Itararé
Tava tudo em pé do fogo,
Churrasco, mate, café (bis)
Espingarda, carabina
Revolver, laço e cuité
Metralhadora e facão
(...............)
arioplano e granada.
Carro forte, Chevrolet
Cavalaria e trincheira
Tudo tinha em Itararé
Itararé, Itararé
Tava tudo em pé do fogo,
Churrasco, mate, café (bis)
Tudo ali se reunia
Generá e coroné
Cabo, sargento e sordado
Pai, criança e muié
A gente andava deitado
E dormia mesmo em pé.
Tinha cobra na picada
Mas chegamo em Itararé
Itararé, Itararé
Tava tudo em pé do fogo,
Churrasco, mate, café (bis)
Generá Juarez Távora
Montado num corcé
Dominando todo o Norte
Provou o que o Norte é
De Sergipe ao Amazonas
O chefe batendo pé
Quando ia pra Bahia
Nós ia pra Itararé
Itararé, Itararé
Tava tudo em pé do fogo,
Churrasco, mate, café (bis)
Que batuta os nossos chefes
Todos os dias estão em pé
Que nunca temeram a morte
Dizendo por São José
Vamos tomar o Catete
Porque o povo requer
Agora você me diga
Se é assim mesmo ou não é
Itararé, Itararé
Tava tudo em pé do fogo,
Churrasco, mate, café (bis)
Quando vim de minha terra
Vim brigado com a muié
Invêis di vim a cavalo
Eu vim mesmo de a pé
Sou filho do Rio Grande
Da cidade de Bagé
Fiz uma marcha forçada
Vim parar em Itararé
Samuel Machado Filho: Embolada em gravação lançada pela Columbia em outubro de 1930, disco 7039-A, matriz 380911.
https://youtu.be/i8qaEIvX9kE
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O artigo de Luiz Carlos Azedo, publicado no Correio Braziliense, oferece uma análise detalhada sobre os desafios enfrentados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu atual mandato. Após 546 dias no poder, Lula encontra um cenário político muito diferente de seus governos anteriores, enfrentando um Congresso conservador, oposição de massas liderada por Jair Bolsonaro e governadores adversários em estados chave como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná.
Desafios Políticos de Lula
Congresso Conservador: Lula se depara com um Congresso que frequentemente se opõe a ele, tornando a governabilidade mais difícil.
Oposição de Massas: Bolsonaro, mesmo inelegível, continua a exercer influência significativa, buscando eleger o maior número possível de prefeitos aliados nas próximas eleições municipais.
Governadores Adversários: Em estados importantes, Lula enfrenta governadores que não são aliados, o que complica ainda mais sua administração.
Estratégias e Adaptações
Para não sucumbir a esses desafios, Lula tem adotado algumas estratégias:
Apoio em Eleições Locais: Para evitar conflitos com aliados poderosos, Lula tem apoiado candidatos de outros partidos em cidades chave, como Guilherme Boulos (PSol) em São Paulo e Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro.
Possível Ajuste Ministerial: Após as eleições municipais, Lula poderá considerar um balanço geral do ambiente político e realizar mudanças significativas em sua equipe ministerial.
Influências Externas e a Reeleição de Biden
A análise também destaca a importância das eleições presidenciais dos Estados Unidos para Lula. A reeleição de Joe Biden seria positiva para o governo brasileiro, enquanto uma vitória de Donald Trump poderia representar uma ameaça, dada a provável aliança com Bolsonaro.
Encontros Políticos e Diagnósticos
O artigo menciona reuniões organizadas por Gilberto Kassab, presidente do PSD, onde políticos de várias tendências discutem a conjuntura política. As conclusões dessas reuniões apontam que:
O Congresso inverteu a relação de dependência com o Executivo.
O ministério de Lula é politicamente fragmentado.
A narrativa do governo está descolada das redes sociais.
O cenário internacional está repleto de incertezas econômicas e políticas.
Reflexões Finais
O artigo conclui com uma reflexão sobre a necessidade de adaptação às novas realidades do mundo, citando o clássico "As Mil e Uma Noites" e "O Príncipe" de Nicolau Maquiavel. Lula precisará usar suas virtudes políticas para se manter no poder diante das mudanças conjunturais, um tema central também discutido em reuniões políticas que sinalizam a necessidade de um governo mais conectado com as redes sociais e adaptado às novas dinâmicas do Congresso e do cenário internacional.
Considerações
Em resumo, o texto de Luiz Carlos Azedo destaca a complexidade do cenário político enfrentado por Lula e a necessidade de estratégias adaptativas para continuar governando eficazmente. O panorama apresentado reforça a importância de uma liderança política que sabe navegar entre alianças, oposição e influências externas, especialmente em tempos de grande polarização e incertezas globais.
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"...ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvio de verbas de emendas do Orçamento da União."
domingo, 30 de junho de 2024
Luiz Carlos Azedo - Para não sucumbir, Lula precisa adaptar-se à nova realidade
Correio Braziliense
Joe Biden, aos 81 anos, após perder o debate com Trump, resiste às pressões para desistir da reeleição. Repete o roteiro dos que não querem se retirar antes de o sol se pôr
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa hoje 546 dias de governo, 34 dias a menos do que o período em que esteve preso em Curitiba. São, portanto, 78 semanas, quase 18 meses e pouco menos do que um ano e meio de poder. Ao contrário de seus governos anteriores, divide o protagonismo político da nação com um Congresso conservador, que muitas vezes lhe dá uma invertida; um ex-presidente capaz de lhe fazer oposição de massas, o que antes era uma quase exclusividade do petismo; e governadores adversários — em São Paulo, Tarcísio de Freitas (PR); Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); e Paraná, Ratinho Jr. (PSD).
A menos de 100 dias das eleições municipais, que se caracterizam por fortes disputas locais, o que se vê é uma tendência de polarização nas grandes cidades, protagonizada por Jair Bolsonaro, que está inelegível e precisa manter seu poder de influência elegendo o maior número possível de prefeitos aliados. Ao contrário, Lula pisa em ovos para não confrontar interesses locais de aliados poderosos, o que significa abrir mão de candidaturas petistas em muitas cidades, algumas de muita projeção nacional, como São Paulo — onde apoia Guilherme Boulos (PSol) — e Rio de Janeiro — vai de Eduardo Paes (PSD), o atual prefeito, que busca a reeleição. Se no âmbito nacional a polarização o beneficia, nas eleições municipais o atrapalha.
Será inevitável um balanço geral do ambiente político após as eleições e um ajuste de rota do governo, talvez até uma mexida forte na equipe ministerial, o que Lula tenta evitar —, mesmo em casos como o do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvio de verbas de emendas do Orçamento da União.
Quando Lula decidir se disputará ou não a reeleição, lá pelos mil dias de governo, um dos fatores que pesarão na balança será o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Não por acaso, já manifestou apoio incondicional à reeleição do presidente Joe Biden.
As eleições americanas são para Lula o que os manuais de planejamento estratégico chamam de externalidade, uma variável que não depende do seu governo. Se Biden for reeleito, será positiva (oportunidade) e o assessor especial para relações internacionais Celso Amorim poderá continuar flertando com o antiamericanismo. Porém, será negativa (ameaça) caso Donald Trump continue favorito e vença a eleição, porque seu apoio ao candidato de Bolsonaro será inequívoco e ostensivo. A águia americana tem asas longas e voa longe, mas seu rumo dependerá desse resultado.
O debate eleitoral entre Biden e Trump mostrou que as eleições americanas representam uma ameaça para o governo Lula. O atual presidente dos EUA, que isolou o líder russo Vladmir Putin em praticamente todo o Ocidente e tenta conter o avanço da China na economia global, era um homem acuado, hesitante, com falhas de raciocínio e frases desconexas ou incompletas.
Mesmo com todas as mentiras de Trump, seu desempenho deixou em pânico os democratas e acendeu uma luz amarela nas chancelarias de seus aliados. Além disso, as pesquisas dão resiliente vantagem para Trump. Lula precisa considerar esse cenário.
Fortuna e virtude
O The New York Times, em editorial, traduziu as preocupações do establishment norte-americano: “Para servir este país, o presidente Biden deveria deixar a corrida”. Aos 81 anos, porém, ele não jogou a toalha e resistiu às pressões para abandonar a reeleição. Repete o roteiro dos que não querem se retirar antes de o sol se pôr: “Sei que não sou mais um jovem. Não caminho com tanta facilidade, não falo com tanta fluidez, não debato tão bem quanto antes, mas sei o que sei: como dizer a verdade”, disse no dia seguinte, na Carolina do Norte. “Dou a vocês minha palavra. Não voltaria a me candidatar se não acreditasse, com todo o meu coração e minha alma, que posso fazer esse trabalho”, completou.
Trump, com 78 anos, é apenas três anos mais jovem, mas aparenta muito vigor físico e rapidez de raciocínio, ainda que minta muito, tenha ideias estapafúrdias e agenda reacionária.
“Aquele que não sabe adaptar-se às realidades do mundo sucumbe infalivelmente aos perigos que não soube evitar. Aquele que não prevê a consequência dos seus atos não pode conservar os favores do século”, diz o Grão Vizir para sua filha, a princesa Sherazade, em “O pescador e o gênio”, do clássico da literatura árabe As mil e uma noites. A obra anônima reúne contos populares do Oriente Médio e do Sul da Ásia, entre os quais as histórias de Aladim e a lâmpada mágica e de Ali Baba e os 40 ladrões.
Uma vez por mês, num domingo à noite, o ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, reúne um grupo de políticos de diversas tendências para jantar em sua casa, entre os quais velhas raposas do Congresso. Nessas reuniões, discute-se conjuntura e se fazem diagnósticos, que dias depois começam a circular em conversas com outros políticos e jornalistas.
No último encontro, chegou-se a quatro conclusões: o governo Lula lida com um Congresso rico e poderoso, que inverteu a relação de dependência com o Executivo; seu ministério é um arquipélago político, no qual cada ministro cuida do seu quintal; a narrativa do governo está descolada das redes sociais, que hoje formam a opinião política da sociedade; e o cenário internacional carrega incertezas econômicas e políticas com as quais Lula não está sabendo lidar.
Como aquele príncipe que já não pode contar com muita fortuna diante da mudança de conjuntura, Lula dependerá muito mais das próprias virtudes para manter-se no poder. A propósito, O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, clássico dos clássicos da política e publicado em 1532, está entre os livros mais vendidos da semana. Trata, fundamentalmente, de como chegar, exercer e manter o poder. Vale a pena a edição comentada por Napoleão Bonaparte e Cristina da Suécia.
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https://www.youtube.com/shorts/EzDWu5iHavI?app=desktop
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A FRANÇA E A INGLATERRA INISTEM EM CONTRARIAR O LEMA "AONDE A VACA VAI O BOI VAI ATRÁS"
ChatGPT
O ditado "aonde a vaca vai o boi vai atrás" geralmente implica que um país segue o exemplo de outro em determinadas decisões ou políticas. No caso da França e do Reino Unido, historicamente, eles têm tradições políticas, sistemas eleitorais e contextos sociais bastante distintos, o que muitas vezes os leva a adotar abordagens diferentes mesmo diante de desafios semelhantes.
Por exemplo, nas eleições mencionadas, ambos os países têm sistemas eleitorais e políticos únicos. Enquanto a França utiliza um sistema distrital com a possibilidade de dois turnos nas eleições legislativas, o Reino Unido adota um sistema "first past the post" para suas eleições parlamentares. Essas diferenças refletem as características únicas de suas democracias e as preferências políticas de seus eleitores.
Além disso, as decisões internas de antecipar eleições, como descrito no texto anterior, também destacam como esses países podem agir de maneira independente em relação às suas próprias leis e tradições políticas, sem necessariamente seguir um ao outro.
Portanto, apesar de serem países próximos geograficamente e com algumas interações históricas significativas, França e Reino Unido muitas vezes optam por caminhos diferentes em termos políticos e eleitorais, mostrando que cada um segue sua própria trajetória conforme as circunstâncias e as demandas internas.
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Arquivos Arlindo Fernandes de Oliveira - Fundação Astrojildo Pereira
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Eleições na França e no Reino Unido
Arlindo Fernandes de Oliveira
Regimes democráticos estáveis convivem com eleições regulares e previsíveis, com calendário previsto nas leis. Entretanto, dois países com maior tradição democrática do Ocidente realizam eleições neste domingo (dia 30 de junho, a França, em 1º turno, o 2º será no dia 6 de julho) e no próximo dia 4 (o Reino Unido, em turno único), em contexto opostos seja no que diz respeito aos resultados, seja quanto à sua previsibilidade.
Ambos os pleitos foram antecipados, em relação do calendário eleitoral da legislação de regência, e sua antecipação ocorreu dentro de regras previstas nessa legislação: na França, o Presidente, Chefe de Estado, tem esse poder (depois de decorrido um ano após a última eleição), e, no Reino Unido, o Primeiro-Ministro tem a prerrogativa. Ambos anteciparam a eleição em meses (UK) ou em mais de um ano (França) diante das dificuldades políticas que enfrentaram.
As eleições são nacionais no sentido de que se realizam em todo o País, mas não no sentido da forma de disputa concreta. A França e no Reino Unido adotam o sistema eleitoral distrital, com diversas distinções entre um e outro país. Nesse sistema, ocorrem tantas eleições quantos distritos houver. Ou seja, há 577 eleições na França, neste domingo, cada uma definindo um deputado da Assembleia Nacional; e, no Reino Unido, há 650 pleitos, em número igual de distritos, neste caso um único turno.
Quer dizer, no Reino Unido prevalece a maioria relativa dos eleitores de cada distrito; quem tiver mais votos no distrito está eleito (sistema first past the post), ainda que obtenha apenas poucos votos mais do que o segundo colocado, e que a soma dos votos dos adversários seja maior do que sua votação.
Na França é mais complicado para um candidato ser eleito em primeiro turno: ele tem que receber mais votos do que a soma dos votos de seus adversários com os votos em branco e os nulos e, além disso, receber a votação de 25% do total de eleitores inscritos na circunscrição, exigência que se torna mais difícil de alcançar quanto o comparecimento às eleições é mais baixo.
O voto não é obrigatório, nem na França nem no Reino Unido, o que traz outro complicador para a análise. Estima-se alta abstenção no Reino Unido e comparecimento expressivo (dois terços do eleitorado) na França.
Os trabalhistas de Keir Starmer
No Reino Unido as pesquisas indicam a provável vitória do Partido Trabalhista, liderado pelo advogado, que representa um distrito da região de Essex, Keir Starmer, um moderado que substitui a Jeremy Corbyn, ligado à esquerda, na liderança do Labour, partido que está há 14 anos na oposição a diversos gabinetes conservadores.
Apontado pela mídia como pouco carismático por não entusiasmar muito o eleitorado, o trabalhista é assessorado por uma economista do Banco da Inglaterra, a quem se atribui um programa econômico à moda “Tony Blair”. Ele responde aos críticos dizendo ser “candidato a Primeiro-Ministro, e não a diretor de circo”.
Por falar em diretor de circo, o previsível fracasso de Partido Conservador ampliou o espaço a extrema direita, liderada pelo histriônico Nigel Farage, conhecido por sua campanha em favor do Brexit, e por liderar esse segmento político, tendo por instrumento diversas siglas (Ukip, em primeiro, lugar, depois outro, e agora o Partido da Reforma).
As pesquisas apontam a possibilidade de que o Partido Trabalhista alcance mais do que 400 cadeiras na Casa dos Comuns, uma maioria bastante expressiva. A ver.
França
Cenário bastante distinto é o francês, seja nas perspectivas de resultados do pleito seja quanto à previsibilidade desse resultado, em face do sistema eleitoral. Como dito, adota-se o sistema distrital, aqui com a possibilidade, que em regra acontece, de dois turnos, que eles chamam de ballotage.
Quanto aos resultados porque as pesquisas indicam a liderança do Ressemblement nacional, o RN, de extrema direita, com alguma possibilidade de alcançar a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, a Assembleia Nacional. O sistema semiparlamentarista, ou semipresidencialista, da França, só exige que o primeiro-ministro tenha a confiança, a maioria, na Assembleia, câmara baixa do Parlamento, e não do Senado.
Ocorre que na França o resultado final é difícil de prever por conta das regras eleitorais, por conta de um sistema peculiar para definir quem irá ao segundo turno. Diversamente da regra brasileira, por exemplo, que é a mais comum, em que os dois mais votados vão ao segundo turno, na França pode ocorrer de três candidatos, ou até mais, irem ao segundo turno, o que complica o cenário.
Para ir ao segundo turno, o ballotage, o candidato precisa ter o apoio de um oitavo (12,5%) dos eleitores inscritos em sua circunscrição: aqui é o pulo do gato, não é de 12,5% dos votos válidos, mas do total de eleitores do distrito. Ainda assim, é possível que três, ou até mais, candidatos em um dado distrito alcance a votação necessária para participar do segundo turno.
Avalia-se que um distrito em que os candidatos das três formações políticas mais fortes façam campanha, o macronismo, as esquerdas e a extrema direita, pode favorecer a eleição, mesmo sem maioria absoluta, do candidato da Frente Nacional
Ou seja, como o cenário político eleitoral revela três formações com maior apoio (o RN, de extrema-direita, a Nova Frente Popular, das esquerdas, e o Ensemble, liderado pelo Presidente Macron), pode ocorrer (e se estima que ocorrerá em mais de 150 distritos) a chamada “triangulação”, ou seja, a participação de três candidatos no segundo turno, quando o mais votado é eleito, sem exigência de maioria absoluta.
A tradição francesa tem sido, até o momento, de que o candidato melhor posicionado que vai ao segundo turno contra a extrema direita receber o apoio dos demais. Nesse caso, mesmo habilitado legalmente, o terceiro candidato mais votado, seja de esquerda ou de centro, abre mão em favor de seu adversário melhor colocado para derrotar a Frente Nacional. Esse acordo pode ocorrer de forma mais frágil, no chamado “caso a caso”, um acordo em cada distrito, seja em face de um acordo político nacional entre as direções partidárias.
Ocorre que desta vez não se sabe se os macronistas, situados neste pleito ao centro, votarão nos candidatos da Nova Frente Popular, em caso de seu favoritismo contra a RN, e também não se sabe se os eleitores das esquerdas, especialmente aqueles lidados à França Insubmissa, de Melenchon, votarão em um macronista no segundo turno, tendo em vista a questão democrática, uma vez que a liderança desse partido equivale Macron com a extrema direita, quanto à política econômica.
Isso somente se decidirá após conhecidos os resultados do primeiro turno.
O que já se sabe é que lideranças do Partido “Ecologistas” (que integra a Nova Frente Popular), e dos Partidos Socialista e Comunista, também da NFP, tendem a votar em que se oponha à extrema direita no segundo turno. E que dois terços dos eleitores macronistas, especialmente da maior formação da coligação de centristas, a Renaissance, liderada pelo próprio Macron, tendem a votar no candidato das esquerdas no segundo turno, diante da extrema direita. É o que apontam algumas pesquisas.
Aí é que reside alguma esperança. A ver."
ChatGPT
Este texto aborda as eleições na França e no Reino Unido, destacando suas peculiaridades políticas e eleitorais. Na França, as eleições ocorrem em dois turnos, onde é possível que mais de dois candidatos avancem para o segundo turno, conhecido como "ballotage". Isso se deve ao sistema eleitoral distrital francês, que exige que um candidato obtenha o apoio de pelo menos 12,5% dos eleitores inscritos em sua circunscrição para participar do segundo turno.
Já no Reino Unido, utiliza-se o sistema "first past the post", onde o candidato com mais votos em cada distrito é eleito, mesmo que não alcance a maioria absoluta. As eleições britânicas são previstas para um único turno, e as pesquisas indicam uma provável vitória do Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, sobre o Partido Conservador.
Ambos os países enfrentam desafios políticos e suas eleições foram antecipadas dentro das regras legais vigentes. Na França, há incertezas quanto ao resultado final devido à possibilidade de triangulação no segundo turno, enquanto no Reino Unido, espera-se uma maioria expressiva do Partido Trabalhista, segundo as pesquisas.
Essas eleições são cruciais para definir os rumos políticos dessas nações, refletindo também as dinâmicas internas dos partidos e suas estratégias para lidar com questões como o Brexit, no caso britânico, e o crescimento da extrema direita na França.
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Literatura Poesia
Poema No Meio do Caminho de Carlos Drummond de Andrade (análise e significado)
Equipe Editorial Equipe Editorial Criado e revisado pelos nossos editores
O poema No Meio do Caminho é uma das obras-primas de autoria do escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade.
Os versos, publicados em 1928 na Revista de Antropofagia, abordam os obstáculos (pedras) que as pessoas encontram na vida.
No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Análise do poema No Meio do Caminho
As pedras mencionadas nesta poesia podem ser classificadas como obstáculos ou problemas que as pessoas encontram na vida, descrita neste caso como um "caminho". Essas pedras podem impedir a pessoa de seguir o seu percurso, ou seja, os problemas podem impedir de avançar na vida.
Os versos "nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas" transmitem uma sensação de cansaço por parte do autor, e do acontecimento que ficará sempre na memória do poeta. Assim, as pedras mencionadas também podem indicar um acontecimento relevante e marcante para a vida de uma pessoa.
As críticas ao poema
Assim que publicado, o poema No Meio do Caminho foi profundamente criticado pela sua simplicidade e repetição. Com o passar do tempo, os versos foram sendo compreendidos pelo público e pela crítica. Atualmente o poema é uma espécie de cartão postal da obra de Carlos Drummond de Andrade.
Para alguns, No Meio do Caminho é considerado como o produto de um gênio, para outros é descrito um poema monótono e sem sentido. É possível afirmar que as críticas e ofensas feitas ao autor foram pedras no meio do seu caminho.
Interpretação biográfica
Uma das teorias sobre a gênese do poema No Meio do Caminho remonta para a própria biografia de Carlos Drummond de Andrade.
Drummond se casou em 26 de fevereiro de 1926 com a amada Dolores Dutra de Morais. Um ano depois nasceu o primeiro filho do casal: Carlos Flávio. Por uma tragédia do destino, o menino sobreviveu apenas por meia hora.
Entre janeiro e fevereiro de 1927 foi encomendado ao escritor um poema para o primeiro número da Revista de Antropofagia. Drummond, imerso na sua tragédia pessoal, mandou então o tal polêmico poema No Meio do Caminho. A publicação da revista saiu no ano a seguir, em 1928, consagrando o trabalho poético do autor.
O teórico Gilberto Mendonça Teles sublinha o fato da palavra pedra conter as mesmas letras da palavra perda (trata-se da presença da hipértese, uma figura de linguagem). O poema teria sido então uma espécie de túmulo para o filho e também uma lição de como o Drummond escolheu processar esse triste acontecimento pessoal.
O poema se opõe ao parnasianismo
No Meio do Caminho é uma criação de Drummond que dialoga com o soneto Nel mezzo del camin..., escrito pelo poeta parnasiano Olavo Bilac (1865-1918).
O soneto de Olavo Bilac também usa o recurso da repetição, embora siga uma estética muito mais elaborada, com uma linguagem enfeitada e uma estrutura muito calculada.
A criação de Drummond é uma espécie de deboche a poesia parnasiana. O poeta modernista faz uso de uma linguagem simples, cotidiana, clara, através de uma estrutura sem rima, musicalidade ou métrica. O objetivo de Drummond é produzir uma poesia mais pura, mais voltada para a essência.
Muitos teóricos interpretam que a pedra no meio do caminho de Drummond eram os parnasianos, que impediam o desenvolvimento de uma arte acessível e inovadora.
Tanto Drummond quanto Olavo Bilac criaram os seus poemas inspirados na mais famosa criação do italiano Dante Alighieri (1265-1321). A frase “No meio do caminho” é um verso presente no canto I da importante Divina Comédia, escrita em 1317.
Sobre a publicação do poema
O poema No Meio do Caminho foi publicado pela primeira vez em julho de 1928, no número 3 da Revista de Antropofagia dirigida por Oswald de Andrade e causou polêmica tendo recebido duras críticas.
Muitas das críticas eram se deviam ao fato do poeta utilizar a redundância e repetição: a expressão "tinha uma pedra" é usada em 7 dos 10 versos do poema.
O poema, mais tarde, veio a integrar o livro Alguma poesia (1930), o primeiro publicado pelo poeta e já caracteristicamente drummoniano: com uma linguagem simples, coloquial, um discurso acessível e despojado.
Ouça o poema No Meio do Caminho
Que tal ouvir os clássicos versos de Drummond declamados?
Descubra Carlos Drummond de Andrade
Nascido em 31 de outubro 1902 em Itabira, interior de Minas Gerais, Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores nomes da poesia brasileira.
Sua primeira infância foi passada no interior, em Itabira, ao lado dos pais, os proprietários rurais Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade. Muitos anos mais tarde, Drummond viria a dar o segundo nome da filha em homenagem a sua mãe.
Carlos Drummond de Andrade e a filha única, Maria Julieta.
Carlos Drummond de Andrade e a filha, Maria Julieta Drummond de Andrade.
Aos 14 anos, Drummond foi para Belo Horizonte onde ficou em um colégio interno. Quatro anos mais tarde foi a vez de se mudar para Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em busca de melhores oportunidades de ensino.
O jovem poeta acabou por se formar no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte embora tenha desde 1921 investido na sua carreira jornalística e literária.
Lançou em 1925 A Revista, publicação essencial do modernismo mineiro. Publicou no Diário de Minas onde mais tarde veio a ser redator. Mais tarde veio a se tornar funcionário público.
No serviço público atuou, a princípio, como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior. Depois assumiu a chefia do gabinete do Ministério da Educação. Entre 1945 e 1962 atuou como funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.
Sendo um dos nomes mais conhecidos do modernismo brasileiro, Carlos Drummond de Andrade marcou a literatura brasileira por expressar de maneira inspiradora as profundas inquietações que atormentam o ser humano.
Na vida pessoal o poeta casou com Dolores Dutra de Morais e foi pai de Maria Julieta Drummond de Andrade e de Carlos Flávio Drummond de Andrade.
O poeta faleceu no Rio de Janeiro em 1987. Há quem diga que a sua morte tenha sido de alguma forma influenciada pelo falecimento da filha, que morreu apenas doze dias antes do pai.
Obras publicadas
No Meio do Caminho, 1928
Alguma Poesia, 1930
Poema da Sete Faces, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, 1930
Brejo das Almas, 1934
Sentimento do Mundo, 1940
Poesias e José, 1942
Confissões de Minas (ensaios e crônicas), 1942
A Rosa do Povo, 1945
Poesia até Agora, 1948
Claro Enigma, 1951
Contos de Aprendiz (prosa), 1951
Viola de Bolso, 1952
Passeios na Ilha (ensaios e crônicas), 1952
Fazendeiro do Ar, 1953
Ciclo, 1957
Fala, Amendoeira (prosa), 1957
Poemas, 1959
A Vida Passada a Limpo, 1959
Lições de Coisas, 1962
A Bolsa e a Vida, 1962
Boitempo, 1968
Cadeira de Balanço, 1970
Menino Antigo, 1973
As Impurezas do Branco, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, 1978
O Corpo, 1984
Amar se Aprende Amando, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, 1987
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Quadrilha
Carlos Drummond de Andrade
Letra
Significado
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
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Oliver Stuenkel fala sobre o mundo desde o fim. Com Reinaldo Azevedo e Walfrido Warde. Reconversa 54
Reinaldo Azevedo
Estreou em 25 de jun. de 2024 SÃO PAULO
Um bate-papo fascinante com o professor, escritor e especialista em relações internacionais Oliver Stuenkel. Alemão, escolheu as lentes do Brasil para ver o mundo. Raramente, e ele diz por quê, vivemos dias tão perigosos. Acabou a fantasia do mundo unipolar, e ainda inexiste um caminho seguro, com canais claros, para articular os vários interesses em curso. Stuenkel avalia o lugar do nosso país nessa nova ordem, ou desordem, global e nos coloca frente a frente com os escombros da sonhada “pax americana”, onde se inserem a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e os desastres na Faixa de Gaza. Se há saída? Bem, mesmo quando se abriu a Caixa de Pandora, e todos os males de lá escaparam, restou, no fundo, a esperança. Imperdível.
sábado, 29 de junho de 2024
AGRADECER
“E sede agradecidos.” — Paulo. (COLOSSENSES, 3.15)
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Amanhecer com Emmanuel – Lição 163 – Agradecer – Pão Nosso
1 É curioso verificar que a multidão dos aprendizes está sempre interessada em receber graças, entretanto, é raro encontrar alguém com a disposição de ministrá-las.
2 Os recursos espirituais, todavia, em sua movimentação comum, deveriam obedecer ao mesmo sistema aplicado às providências de ordem material.
3 No capítulo de bênçãos da alma, não se deve receber e gastar, insensatamente, mas recorrer ao critério da prudência e da retidão, para que as possibilidades não sejam absorvidas pela desordem e pela injustiça.
4 É por isso que, em suas instruções aos cristãos de Colossos, recomenda o apóstolo que sejamos agradecidos.
5 Entre os discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias. Na comunidade dos trabalhadores fiéis a Jesus, agradecer significa aplicar proveitosamente as dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo.
6 Para os pais amorosos, o melhor agradecimento dos filhos consiste na elevada compreensão do trabalho e da vida, de que oferecem testemunho.
7 Manifestando gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao último sacrifício; Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve à Causa Divina, através de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos sucessivos.
8 Agradecer não será tão somente problema de palavras brilhantes; é sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a generosidade da confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos outros os tesouros da vida.
Emmanuel
Texto extraído da 1ª edição desse livro.
Pão nosso — Emmanuel
163
Agradecer
http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Pn/Pn163.htm
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18 - FILHO E IRMÃO
Muto valiosa para nós é a opinião das pessoas que viveram ao lado de Eurípedes, notadamente os familiares, que lhe anotaram com maior profundidade as fulgurâncias da Missão.
Ao meu querido pae
Mil felicidades atravez de sua existencia, com o pedido a Deus de o inspirar e amparar em todas as phases de sua vida.
Commemorando o seu anniverdario, nada acho digno de traduzir-lhe meu affecto e profundo amor, offereço-lhe, comtudo, este palido mimo a falta de melhor.
Aos dignos espíritos do Senhor suplico amparo e luzes para meu excellente e melhor amigo.
Do f.o que o venera
E. Barsanulpho
3-8-13
EURÍPEDES
O HOMEM
E A MISSÃO
CORINA NOVELINO
pp. 196-197
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Muito você pode fazer.
Quando você acredita que pode
fazer, as coisas ficam fáceis.
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Tudo pode ser melhor.
Quando você crê que pode mudar,
a mudança começa a aparecer.
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O MAL E O REMÉDIO - O Evangelho Segundo o Espiritismo #41
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O mal e o remédio.
19. Será a Terra um lugar de gozo, um paraíso de delícias? Já não ressoa mais aos vossos ouvidos a voz do profeta? Não proclamou ele que haveria prantos e ranger de dentes para os que nascessem nesse vale de dores? Esperai, pois, todos vós que aí viveis, causticantes lágrimas e amargo sofrer e, por mais agudas e profundas sejam as vossas dores, volvei o olhar para o Céu e bendizei do Senhor por ter querido experimentar-vos. . . Ó homens! dar-se-á não reconheçais o poder do vosso Senhor, senão quando ele vos haja curado as chagas do corpo e coroado de beatitude e ventura os vossos dias? Dar-se-á não reconheçais o seu amor, senão quando vos tenha adornado o corpo de todas as glórias e lhe haja restituído o brilho e a brancura? Imitai aquele que vos foi dado para exemplo. Tendo chegado ao último grau da abjeção e da miséria, deitado sobre uma estrumeira, disse ele a Deus: “Senhor, conheci todos os deleites da opulência e me reduzistes à mais absoluta miséria; obrigado, obrigado, meu Deus, por haverdes querido experimentar o vosso servo!” Até quando os vossos olhares se deterão nos horizontes que a morte limita? Quando, afinal, vossa alma se decidirá a lançar-se para além dos limites de um túmulo? Houvésseis de chorar e sofrer a vida inteira, que seria isso, a par da eterna glória reservada ao que tenha sofrido a prova com fé, amor e resignação? Buscai consolações para os vossos males no porvir que Deus vos prepara e procurai-lhe a causa no passado. E vós, que mais sofreis, considerai-vos os afortunados da Terra.
Como desencarnados, quando pairáveis no espaço, escolhestes as vossas provas, julgando-vos bastante fortes para as suportar. Por que agora murmurar? Vós, que pedistes a riqueza e a glória, queríeis sustentar luta com a tentação e vencê-la. Vós, que pedistes para lutar de corpo e espírito contra o mal moral e físico, sabíeis que quanto mais forte fosse a prova, tanto mais gloriosa a vitória e que, se triunfásseis, embora devesse o vosso corpo parar numa estrumeira, dele, ao morrer, se desprenderia uma alma de rutilante alvura e purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento.
Que remédio, então, prescrever aos atacados de obsessões cruéis e de cruciantes males? Só um é infalível: a fé, o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade dos vossos sofrimentos, entoardes hinos ao Senhor, o anjo, à vossa cabeceira, com a mão vos apontará o sinal da salvação e o lugar que um dia ocupareis. . . A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos pergunteis, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga, para tal tentação ou tal prova. Lembrai-vos de que aquele que crê é forte pelo remédio da fé e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as pungitivas angústias da aflição.
O Senhor pôs o seu selo em todos os que nele creem. O Cristo vos disse que com a fé se transportam montanhas e eu vos digo que aquele que sofre e tem a fé por amparo ficará sob a sua égide e não mais sofrerá. Os momentos das mais fortes dores lhe serão as primeiras notas alegres da eternidade. Sua alma se desprenderá de tal maneira do corpo que, enquanto se estorcer em convulsões, ela planará nas regiões celestes, entoando, com os anjos, hinos de reconhecimento e de glória ao Senhor.
Ditosos os que sofrem e choram! Alegres estejam suas almas, porque Deus as cumulará de bem-aventuranças.
Santo Agostinho.
Paris, 1863.
https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/887/o-evangelho-segundooespiritismo/2059/capitulo-v-bem-aventurados-os-aflitos
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quinta-feira, 27 de junho de 2024
DEMOCRACIA À BRASILEIRA
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"Há peru à brasileira, mas não há democracia à brasileira. A democracia é universal, sem adjetivos"
Sobral Pinto, advogado e jurista, em 01/12/1991, em declaração publicada um dia após a morte do jurista. Na ocasião em que a proferiu um oficial lhe deu voz de prisão justificando o regime de exceção no país com a edição do AI-5, em 1968
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Happy hour do 'Gilmarpalooza' em Portugal é oferecido pelo BTG
Foto: Weslley Galzo/Estadão / Estadão
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Happy Hour do Gilmarpalooza oferecido pelo BTG tem presidente do STF e candidatos a sucessor de Lira
Banco realizou um coquetel regado a vinho para um seleto grupo de juristas e autoridades, incluindo o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso
Weslley Galzo
27 jun
2024
- 19h43
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA - Uma das partes mais importantes do Fórum Jurídico de Lisboa, evento promovido pelo decano do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, acontece ao cair da noite na capital portuguesa. Nesta quinta-feira, 27, o local escolhido para o happy hour do 'Gilmarpalooza' foi o SUD Lisboa, restaurante luxuoso no bairro de Belém, onde o banco BTG Pactual realizou um coquetel regado a vinho para um seleto grupo de juristas e autoridades. Entre os presentes, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e ao menos dois candidatos ao cargo de presidente da Câmara.
Barroso foi recepcionado na porta do SUD por uma diretora do BTG. Ao subir as escadas que dão acesso ao rooftop do restaurante, onde a festa foi realizada, a recepção foi feita pelo CEO da instituição financeira, o banqueiro Andre Esteves. Antes de o chefe do Poder Judiciário chegar, Gilmar já confraternizava com os presentes. O decano deixou a festa minutos após a chegada de Barroso, que se atrasou porque a sua palestra encerrou a agenda oficial do Fórum nesta quinta-feira.
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Também foi embora cedo, por volta das 21h em Lisboa, o deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), que é candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara em 2025. Pouco tempo depois de Pereira deixar o local do evento, chegou o deputado Antônio Brito (PSD-BA), outro nome cotado para disputar a Presidência da Casa. Ele é apontado como o candidato favorito do Planalto.
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/happy-hour-do-gilmarpalooza-oferecido-pelo-btg-tem-presidente-do-stf-e-candidato-a-sucessor-de-lira,5845b1b90e5d75d7ccb58b35c1fdcbbepn9zolto.html?utm_source=clipboard
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"Não existe consenso na política pra nada, meu bem!" - Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, respondendo a uma pergunta de uma das jornalistas na entrevista coletiva concedida por ele à imprensa, diretamente de Portugal, em 26/06/2024, durante um intervalo do evento no qual participava, promovido por um Curso de Direito em Brasília, capital federal do Brasil, de propriedade do atual ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF). No julgamento finalizado no mesmo dia sobre o tema da liberação da maconha, Gilmar Mendes participou de forma virtual nas sessões da Corte Suprema do seu país, que deliberou provocado por Recurso Extraordinário submetido ao STF." / SFF e a Liberação da Maconha / Narrativas #175 com Madeleine - O Antagonista - há 23 h / Opinião da Madá.
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Malandragem dá um Tempo · Bezerra Da Silva
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Golpe do Tuca Maia
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Madalena
Ivan Lins
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"GilmarPazoolo", Samba e Democracia à Brasileira: Um Palco de Contradições
"Não existe consenso na política pra nada, meu bem!" - declarou o Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, durante uma entrevista coletiva em Portugal, em 26/06/2024. Lira participava do controverso evento "GilmarPazoolo", promovido por um Curso de Direito em Brasília, de propriedade do atual ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Este evento, criticado há doze anos por supostas violações éticas e promiscuidade entre os poderes da República, acontece sob um véu de pouca transparência e com possíveis repercussões significativas.
No mesmo dia, a Corte Suprema deliberava sobre a liberação da maconha, com o Ministro Gilmar Mendes participando de forma virtual. Mendes, presença constante no evento, exemplifica a confusão entre o legal e o informal, entre interesses e favores, numa dança que parece tirada de um samba de Bezerra da Silva:
Vou apertar, mas não vou acender agora
E se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora
Este samba reflete a hipocrisia e contradições da sociedade brasileira em relação ao uso de drogas. A decisão do STF de descriminalizar o porte de até 40 gramas de maconha é um avanço, mas o consumo ainda é proibido em locais públicos, perpetuando a discriminação e o preconceito, especialmente contra jovens pretos, pardos e pobres.
A ironia é ainda mais palpável quando consideramos a canção "Madalena" de Elis Regina:
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Assim como na canção, os prantos do povo são comparáveis a gotas no vasto mar de manobras políticas e judiciais. As relações entre autoridades parecem um romance conturbado, onde o que é de um não se divide e não se admite quem duvide do "amor" entre figuras de poder:
Ê, Madalena
O que é meu não se divide
Nem tampouco se admite
Quem do nosso amor duvide
No contexto da democracia brasileira, conforme analisado por Maria Hermínia Tavares na Folha de S. Paulo, o país apresenta um modelo democrático resiliente, descrito no livro "Por que a Democracia Brasileira Não Morreu?" de Marcus André Melo e Carlos Pereira. O peculiar arranjo institucional do Brasil, caracterizado por uma Federação forte, pluripartidarismo, separação de poderes, um Judiciário independente, um Banco Central autônomo, uma imprensa livre e uma sociedade civil vigorosa, freou o autoritarismo.
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
A democracia "consociativa" do Brasil incentiva a moderação através de soluções negociadas entre Executivo e Legislativo, bem como entre oposição e situação no Congresso. Contudo, essa mesma estrutura que impede a concentração de poder também torna o governo moroso e ineficaz em atender aos anseios populares:
Ê, ê, ê, Madalena
Madalena
Madalena
Madalena
O evento "GilmarPazoolo" e os arranjos institucionais que sustentam a democracia brasileira ilustram como a resistência a incursões autoritárias pode se traduzir em uma dança interminável de negociações e compromissos, onde a transparência e a responsabilidade são frequentemente sacrificadas no altar da governabilidade. Enquanto isso, o samba e a canção de Madalena nos lembram das contradições e dos desafios que permanecem no coração do Brasil.
A "GilmarPazoolo" continua, uma melodia dissonante onde o pranto do povo é uma gota no mar da política brasileira. E assim, a melodia de Elis Regina e a crônica de Bezerra da Silva nos conduzem a refletir sobre a fragilidade dos princípios éticos e a força das alianças informais que moldam os destinos da República.
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ALEXA, ACENDE O BASEADO
Agora lá em casa é assim. Obrigado, STF!
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Madalena
Elis Regina
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Melhor formatação das informações sobre a participação de Gilmar Mendes.
"Madalena
Canção de Elis Regina
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
Ê, Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide
Até a lua
Se arrisca no palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
Ê Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide
Até a lua
Se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste
Ê, ê, ê, Madalena
Madalena
Madalena
Madalena
Ê, Madalena
Ê, Madalena
Ê, Madalena, le-le-le-le, iê-iê, iê
Madalena
Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-madalena
Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-madalena
Ma, ma-ma-da, ma-ma-da-le, Madale-le-le-na
Ma, ma-ma-da, ma-ma-da-le, Madale-le-le-le-le-na
Ma, ma-ma-da, ê, ma-ma-da-le, ê, Madale-le-le-na
Ma, ê, ma-ma-da, ê, ma-ma-da-le, ê Madale-le-le-na
Ma, ma-da, ma-da-le, Madale-le-le-le-le-na
Ma, ma-da, ma-da-le, Madale-le-le-le-le-na
Fonte: LyricFind
Compositores: Ivan Guimaraes Lins / Ronaldo Pires Monteiro de Souza"
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ChatGPT
A letra da canção "Madalena" de Elis Regina está correta e bem transcrita. Abaixo, vou apenas ajustá-la para um formato mais organizado, preservando o conteúdo original:
Madalena
Canção de Elis Regina
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
Ê, Madalena
O que é meu não se divide
Nem tampouco se admite
Quem do nosso amor duvide
Até a lua
Se arrisca no palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
Ê, Madalena
O que é meu não se divide
Nem tampouco se admite
Quem do nosso amor duvide
Até a lua
Se arrisca no palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste
Ê, ê, ê, Madalena
Madalena
Madalena
Madalena
Ê, Madalena
Ê, Madalena
Ê, Madalena, le-le-le-le, iê-iê, iê
Madalena
Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-madalena
Ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-ma-madalena
Ma, ma-ma-da, ma-ma-da-le, Madale-le-le-na
Ma, ma-ma-da, ma-ma-da-le, Madale-le-le-le-le-na
Ma, ma-ma-da, ê, ma-ma-da-le, ê, Madale-le-le-na
Ma, ê, ma-ma-da, ê, ma-ma-da-le, ê, Madale-le-le-na
Ma, ma-da, ma-da-le, Madale-le-le-le-le-na
Ma, ma-da, ma-da-le, Madale-le-le-le-le-na
Fonte: LyricFind
Compositores: Ivan Guimaraes Lins / Ronaldo Pires Monteiro de Souza
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STF e a Liberação da Maconha - Narrativas#175 com Madeleine Lacsko
O Antagonista
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ChatGPT
Aqui está um texto que conecta a entrevista do Deputado Arthur Lira com a canção "Madalena" de Elis Regina, utilizando um tom crítico e satírico em relação à participação das autoridades no evento "GilmarPazoolo":
"Não existe consenso na política pra nada, meu bem!" - declarou o Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, respondendo a uma pergunta de uma jornalista na entrevista coletiva concedida à imprensa, diretamente de Portugal, em 26/06/2024. Lira fazia uma pausa durante o evento promovido por um Curso de Direito em Brasília, capital federal do Brasil, de propriedade do atual ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse evento, conhecido popularmente como "GilmarPazoolo", tem sido alvo de críticas há doze anos por supostas violações de princípios éticos, apontando para uma promiscuidade entre os três poderes da República, tudo isso em um cenário de pouca transparência e com possíveis repercussões gerais.
No mesmo dia, a Corte Suprema deliberava sobre a liberação da maconha, com o Ministro Gilmar Mendes participando de forma virtual nas sessões. Mendes, uma presença constante no evento, parece sintetizar o espírito da ocasião, onde o legal e o informal se confundem em uma dança de interesses e favores.
E é nesse contexto que a canção "Madalena" de Elis Regina ressoa com uma ironia mordaz:
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
A alegoria de Madalena e seu pranto imenso comparado ao mar ecoa os lamentos daqueles que, observando de fora, percebem a profundidade das tramas e dos conchavos que se desenrolam à sombra da legalidade. Enquanto o sol se desespera e se esconde na serra, o público observa perplexo as manobras que envolvem o STF, o Legislativo e o Executivo.
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
A relação entre as autoridades parece um romance conturbado, onde o que é de um não se divide e não se admite quem duvide do "amor" que une essas figuras de poder. O evento, portanto, transforma-se num palco onde a ética e a moral são questionadas pela lua que arrisca seu palpite sobre a existência desse amor promíscuo.
Ê, Madalena
O que é meu não se divide
Nem tampouco se admite
Quem do nosso amor duvide
Até a lua
Se arrisca no palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste
Como uma Madalena moderna, Gilmar Mendes e seus colegas dançam sob a lua do poder, enquanto a sociedade civil questiona a integridade e a transparência de tais eventos. A repetição do nome Madalena, quase como um mantra, lembra-nos das repetições cíclicas de escândalos e denúncias que parecem nunca encontrar resolução.
Ê, ê, ê, Madalena
Madalena
Madalena
Madalena
A "GilmarPazoolo" continua, uma canção dissonante onde o pranto do povo é uma gota no mar da política brasileira. E assim, a melodia de Elis Regina nos conduz a refletir sobre a fragilidade dos princípios éticos e a força das alianças informais que moldam os destinos da República.
Essa narrativa crítica e satírica visa destacar a complexa e muitas vezes questionável interação entre os três poderes da República no Brasil, utilizando a poética de "Madalena" para enfatizar a dimensão emocional e simbólica dessa realidade.
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"quinta-feira, 27 de junho de 2024
Luiz Carlos Azedo - Pode apertar, mas ainda não pode acender agora
Correio Braziliense
O samba de Bezerra da Silva continua atual, porque o Supremo apartou traficantes de usuários de drogas, mas o consumo de maconha continua sendo ilícito e proibido em locais públicos
Caso ainda fosse vivo, o cantor e compositor pernambucano José Bezerra da Silva (1938-2005) estaria cantando um dos seus sambas que falam da maconha, talvez até tivesse feito uma nova canção, para comemorar o resultado final do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu descriminalizar o porte de até 40 gramas de maconha para o uso pessoal, encerrado nesta quarta-feira, após nove anos de discussão na Corte.
Para fugir da fome, Bezerra saiu do Recife (PE) aos 15 anos, apenas com a roupa do corpo, embarcado num navio que transportava açúcar para o Rio de Janeiro. Como outros sambistas, foi trabalhar na construção civil, como pintor de paredes. Exímio ritmista (tamborim, surdo e outros instrumentos), começou a carreira de músico na Rádio Clube, com Jackson do Pandeiro, para quem compôs suas primeiras músicas: O Preguiçoso e Meu veneno. Em 1969, pela gravadora Copacabana, lançou seu primeiro compacto. Depois de estudar oito anos de violão e harmonia, passou a fazer parte da Orquestra da Globo. Mas ficou famoso e ganhou dinheiro como o inventor do chamado sambandido, assim denominado porque seus sambas faziam muito sucesso nos presídios.
“Não fumo maconha, não cheiro cocaína, não bebo cachaça, não vou a pagode nem a futebol e tenho alergia a cigarro. Sou mangueirense, mas não vou à Mangueira. Quando a maré está legal, o máximo que faço é dar um passeio com a patroa”, dizia Bezerra. Sua “transgressão” foi fazer a crônica da realidade social dos morros, dos subúrbios e das cadeias. “Dizem que sou malandro, cantor de bandido e até revoltado/ Porque canto a realidade de um povo faminto e marginalizado”, se apresentou, em Partideiro Sem Nó na Garganta, do disco Presidente Caô Caô.
No mesmo LP, no samba Vítima da Sociedade, cantou: “Se vocês estão a fim de prender o ladrão/ Podem voltar pelo mesmo caminho/O ladrão está escondido lá embaixo/Atrás da gravata e do colarinho”. Seus parceiros são desconhecidos do grande público: Barbeirinho do Jacaré, Baianinho, Em Cima da Hora, Embratel do Pandeiro, Trambique, Zé Dedão, Popular P., Pedro Butina, Simão PQD, Wilsinho Saravá, Rubens da Mangueira, Pinga, Dunga da Coroa, Jorge Laureano, Adelzo Nilto, Edson Show, entre outros.
Nas letras desses compositores, os conflitos sociais emergem como quem ri da própria desgraça, de forma irônica ou áspera. Bezerra não gostava que o chamassem de pagodeiro: “Quando a música é feita por pobre, analfabeto ou crioulo, eles dizem que é pagode. Eu não aceito isso!”. Filho de Ogum, assíduo frequentador do terreiro do Pai Nilo, em Belfort Roxo, Bezerra da Silva passou a ser cantado por compositores de rock e MPB, quando queriam defender a legalização da maconha. Marcelo D2 gravou um álbum só para ele.
Discriminação e hipocrisia
Há uns 10 sambas de Bezerra muitos conhecidos, um dos quais inspira a coluna: “Vou apertar/Mas não vou acender agora (s’eimbora gente) / Vou apertar/ Mas não vou acender agora/ E se segura malandro/ Pra fazer a cabeça tem hora”, diz a letra de Malandragem dá um tempo. A rigor, a letra dessa música continua atual, porque o STF estabeleceu regras para separar traficantes de usuários de drogas, mas o consumo de maconha continua sendo ilícito e proibido em locais públicos. A diferença é que o usuário flagrado pela polícia será autuado, terá a maconha apreendida e sofrerá sanções administrativas, mas não pode ser preso e processado criminalmente.
Ao limitar o porte para uso pessoal a 40 gramas, a Corte estabeleceu um critério objetivo, que beneficiará os jovens pretos, pardos e pobres, que são tratados como criminosos, enquanto jovens brancos de classe média ou alta, portando a mesma quantidade ou mais de maconha, vão embora para casa e não são sequer autuados. Há muito preconceito, discriminação e hipocrisia.
O Brasil gasta R$ 591,6 milhões ao ano para manter na prisão pessoas condenadas por portar até 100 gramas de maconha, de acordo com estimativa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). São 19.348 presos nessa condição. A pesquisa apurou também que 8.591 presos portavam menos 25 gramas de maconha; custa R$ 262,7 milhões mantê-los na prisão, R$ 30.580 para cada preso. O Brasil tem 852 mil presidiários, sendo 650 mil em regime fechado.
O cânhamo chegou ao Brasil nas velas e nos cordames das caravelas. A Diamba (maconha) passou a ser cultivada a partir de 1549, trazida pelos escravos, como “fumo de Angola”. A Coroa portuguesa incentivava sua exportação para a metrópole e a rainha Carlota Joaquina, esposa do Rei D. João VI, aqui adquiriu o hábito de tomar chá de maconha. Somente em 1889, com a República e a proibição da prática da capoeira, o governo passou a combater sistematicamente os cultos de origem africana e o uso da cannabis.
Desde então, a maconha passou a ser reprimida intensamente, principalmente durante o regime militar. Em 1976, quando Bezerra lançava seu segundo disco, Rita Lee e Gilberto Gil, que ainda fuma todo dia, foram presos em Florianópolis, na excursão dos Doces Bárbaros, flagrados com alguns baseados nos seus quartos de hotel. Foi nesse contexto que Bezerra começou a cantar a maconha. Seu nome foi associado à defesa da legalização dessa erva: “Não tem flagrante porque a fumaça já subiu pra cuca, diz aí”. O samba A fumaça já subiu pra cuca foi premonitório: “Se quiser me levar eu vou, nesse flagrante forjado eu vou/ Mas na frente do homem que bate o martelo, / é que a gente vai saber quem foi que errou”. "
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Gilmarpalooza' em Lisboa já não causa conflitos e nem espanto
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (à esq.), conversa com o decano do Supremo, Gilmar Mendes, em jantar do grupo Esfera Brasil no mês de março — Foto: Jefferson D. Modesto/Divulgação
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Malu Gaspar
Análises e informações exclusivas sobre política e economia
'Gilmarpalooza' em Lisboa já não causa conflitos e nem espanto
Por Malu Gaspar
29/06/2023 04h30 Atualizado há 11 meses
O último domingo marcou o aniversário do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas o dia não lhe trouxe boas notícias. A revista piauí e a Folha de S.Paulo publicaram que a Polícia Federal havia encontrado no carro do motorista de seu ex-assessor Luciano Cavalcante anotações de pagamentos de quase R$ 500 mil para um certo “Arthur”.
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Cavalcante é um dos alvos do inquérito que apura o desvio de R$ 8 milhões na compra de kits de robótica para escolas de Alagoas com dinheiro do orçamento secreto.
Lira não se abalou. Naquela noite, ele e a namorada celebraram com amigos no Praia no Parque, um bar de Lisboa sediado no elegante Parque Eduardo VII. À mesa, além do vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), e do vice-presidente do União Brasil, Antônio Rueda, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes era paparicado pelos comensais.
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O grupo estava entre os mais de mil inscritos para o Fórum Jurídico promovido na capital portuguesa pelo IDP, faculdade de Direito fundada por Gilmar e hoje dirigida por seu filho.
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Malandragem dá um Tempo · Bezerra Da Silva
"GilmarPazoolo" e a Canção de Madalena: Um Samba de Tramas e Poderes
"Não existe consenso na política pra nada, meu bem!" - declarou o Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal, respondendo a uma pergunta de uma jornalista durante uma entrevista coletiva, diretamente de Portugal, em 26/06/2024. Lira fazia uma pausa durante o evento promovido por um Curso de Direito em Brasília, capital federal do Brasil, de propriedade do atual ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse evento, popularmente conhecido como "GilmarPazoolo", tem sido alvo de críticas há doze anos por supostas violações de princípios éticos, apontando para uma promiscuidade entre os três poderes da República, tudo isso em um cenário de pouca transparência e com possíveis repercussões gerais.
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No mesmo dia, a Corte Suprema deliberava sobre a liberação da maconha, com o Ministro Gilmar Mendes participando de forma virtual nas sessões. Mendes, uma presença constante no evento, parece sintetizar o espírito da ocasião, onde o legal e o informal se confundem em uma dança de interesses e favores.
E é nesse contexto que a canção "Madalena" de Elis Regina ressoa com uma ironia mordaz:
Ê, Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu
A alegoria de Madalena e seu pranto imenso comparado ao mar ecoa os lamentos daqueles que, observando de fora, percebem a profundidade das tramas e dos conchavos que se desenrolam à sombra da legalidade. Enquanto o sol se desespera e se esconde na serra, o público observa perplexo as manobras que envolvem o STF, o Legislativo e o Executivo.
Eu, certo
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra
A relação entre as autoridades parece um romance conturbado, onde o que é de um não se divide e não se admite quem duvide do "amor" que une essas figuras de poder. O evento, portanto, transforma-se num palco onde a ética e a moral são questionadas pela lua que arrisca seu palpite sobre a existência desse amor promíscuo.
Ê, Madalena
O que é meu não se divide
Nem tampouco se admite
Quem do nosso amor duvide
Até a lua
Se arrisca no palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste
Como uma Madalena moderna, Gilmar Mendes e seus colegas dançam sob a lua do poder, enquanto a sociedade civil questiona a integridade e a transparência de tais eventos. A repetição do nome Madalena, quase como um mantra, lembra-nos das repetições cíclicas de escândalos e denúncias que parecem nunca encontrar resolução.
Ê, ê, ê, Madalena
Madalena
Madalena
Madalena
A "GilmarPazoolo" continua, uma canção dissonante onde o pranto do povo é uma gota no mar da política brasileira. E assim, a melodia de Elis Regina nos conduz a refletir sobre a fragilidade dos princípios éticos e a força das alianças informais que moldam os destinos da República.
Enquanto isso, Luiz Carlos Azedo comenta sobre o julgamento recente do STF que descriminalizou o porte de até 40 gramas de maconha para uso pessoal, encerrando uma longa discussão de nove anos. Azedo lembra do cantor e compositor pernambucano Bezerra da Silva, cujas crônicas musicais sobre a realidade social continuam a ressoar na atualidade:
Vou apertar, mas não vou acender agora
(Vou apertar, mas não vou acender agora)
E se segura malandro, pra fazer a cabeça tem hora
O samba de Bezerra da Silva reflete a hipocrisia e as contradições da sociedade brasileira em relação ao uso de drogas, especialmente a maconha. Apesar do avanço representado pela decisão do STF, o consumo de maconha continua proibido em locais públicos, e a discriminação persiste. A letra da música de Bezerra, assim como a situação atual, expõe a dualidade entre o reconhecimento legal e a realidade prática, onde os jovens pretos, pardos e pobres continuam a ser tratados de maneira desigual em comparação aos jovens brancos de classe média ou alta.
Se quiser me levar eu vou, nesse flagrante forjado eu vou
Mas na frente do homem que bate o martelo, é que a gente vai saber quem foi que errou
Assim como no evento "GilmarPazoolo", onde as figuras de poder se misturam e as decisões afetam diretamente a sociedade, o julgamento sobre a maconha e as crônicas de Bezerra da Silva nos lembram da necessidade de maior transparência, justiça e equidade na aplicação das leis. O samba, com sua capacidade de capturar e criticar a realidade, continua a ser uma ferramenta poderosa para refletir e questionar os rumos da política e da justiça no Brasil.
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Livro analisa a democracia à brasileira - 26/06/2024 - Maria Hermínia Tavares - Folha
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Maria Hermínia Tavares - Democracia à brasileira
Folha de S. Paulo
Para pesquisadores, modelo brasileiro se impôs ao autoritarismo de Bolsonaro
O modelo brasileiro de democracia se impôs ao autoritarismo de Jair Bolsonaro. Essa a conclusão do livro "Por que a Democracia Brasileira Não Morreu?", dos cientistas políticos Marcus André Melo (UFPe) e Carlos Pereira (FGV-RJ).
Do muito que se tem escrito sobre a turbulência política que engolfou o Brasil desde 2013, a obra é sem dúvida a mais ambiciosa e desafiadora. Na contramão do senso comum, sustenta que nossas instituições políticas são fortes —e o demonstra tratando não só dos quatro anos do governo Bolsonaro, mas de todo o agitado período que o antecedeu, incluindo o impeachment de Dilma Rousseff e o curto mandato de Michel Temer.
O argumento central do livro é que o peculiar arranjo institucional do país freou o impulso autoritário cevado no Palácio do Planalto. Esse arranjo, que os cientistas políticos chamamos "consociativo", constitui um mecanismo eficaz para impedir a concentração de poderes em um único centro de decisões.
De um lado, Federação, pluripartidarismo (e, em consequência, governos de coalizão); separação de Poderes; Judiciário forte e autônomo; Banco Central independente. Some-se a isso uma imprensa autônoma e uma vigorosa sociedade civil. O resultado é um breve contra as chances de êxito de um candidato a déspota.
De fato, as democracias chamadas "consociativas" incentivam a moderação ao favorecer soluções negociadas entre Executivo e Legislativo; entre oposição e situação no Congresso; e entre partidos da base do governo. Possuem assim instrumentos poderosos e eficazes de autopreservação.
Mas, como nem tudo é perfeito, aquilo que as faz resistentes a incursões autoritárias também as torna morosas para produzir resultados ansiados pelos eleitores. Nenhum líder —ou partido— consegue fazer prevalecer suas propostas.
A existência de governos de coalizão, expressando a diversidade das legendas que os compõem e sua força relativa no Legislativo, dificulta eventuais tentativas de atribuir responsabilidades por erros ou malfeitos. Tudo precisa ser negociado no Congresso —nem sempre de forma republicana— e pode ser submetido ao controle de constitucionalidade pela Suprema Corte.
Tais arranjos exigem dos governantes clareza dos limites de seu poder, bem como doses às vezes incomuns de paciência e habilidade para montar suas equipes e obter apoio parlamentar.
Por isso, embora seja firme a sua democracia, o país patina há anos para cortar privilégios; reduzir desigualdades; equilibrar o Orçamento; ou, enfim, achar a rota do crescimento sustentável. Como se vê, os tropeços do governo Lula também têm raiz institucional.
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