segunda-feira, 30 de abril de 2018

Relação de “co-responsabilidade”.


Trilogia do poder - Blindada?

O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.
- Machado de Assis


A TRILOGIA DO PODER
Lula, Palocci e Dirceu, os intocáveis na cadeia
Os três devem ocupar celas diferentes do mesmo sistema penitenciário
19/04/2018 por ROBERTO MALTCHIK



RIO — Há 14 anos, falava-se em Brasília que José Dirceu era o primeiro-ministro, o homem que, na prática, comandava o Brasil. Não era verdade.

Dirceu, de fato, era o todo-poderoso chefe da Casa Civil que mandava na relação com o Congresso e tinha muita força junto a Lula. Cuidava da relação do Planalto com os aliados, que, soube-se em 2005, estava contaminada por mesadas criminosas a políticos e partidos, esquema desbaratado no escândalo do mensalão.

Lula era o líder popular que fazia do PT um sucesso nacional. E levava para o mundo a imagem de um país que entrava nos trilhos.

Antonio Palocci tinha papel decisivo. Caiu nas graças do mercado e do empresariado por meio de uma gestão econômica calçada na segurança e previsibilidade.

Os três eram intocáveis.

Hoje, Dirceu é o único livre, condição que mudará nos próximos dias com a inevitável expedição da ordem de prisão pelo juiz Sergio Moro.

Palocci ainda não foi condenado, mas está preso porque, livre, pode prejudicar as investigações da Lava-Jato. Chegou a sair do PT com a esperança de — ao delatar os velhos companheiros — livrar-se da cadeia. Mas não convenceu.

Uma década e meia depois, um mensalão depois, uma Lava-Jato depois, a constelação deve ocupar celas diferentes do mesmo sistema penitenciário. O que recebe os investigados e condenados em Curitiba.

Fonte: O Globo




Lula filmado com Palocci, Zé Dirceu e a máfia do PT.


Lula e José Dirceu - Uma longa história de cumplicidade


Trilogia - Relação Blindada (Clipe Oficial)

“Mas comunista em que sentido?
Há uma citação de Marx e Engels que usei em um de meus livros e que resume tudo: "Se o homem é formado pelas circunstâncias, é preciso formar as circunstâncias humanamente." As circunstâncias nos formam, mas só um louco, um idiota, dirá que as circunstâncias que nos estão formando agora são circunstâncias humanas. É justamente o contrário, embora eu seja consciente do fracasso do projeto comunista.” 



“Concluímos parafraseando Saramago, no filme Janelas da Alma, quando diz: “para conhecer as coisas, é preciso dar-lhes a volta”; e para conhecer a vida, para ler o mundo, o sujeito-leitor deve dar voltas neste mundo com os fios da leitura crítica.”



“A festa da congada não é só a quebra espaçotemporal do cotidiano pela instauração liminar do eterno retorno mítico. É também o exercício da margem que esvaece e suspende sua própria borda, e assim tambores, chicotes, pés descalços e gungas ancestrais ganham espaço nas ruas da cidade, dando visibilidade a essa forma específica de rememorar e de ser religioso que reverencia Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia, São Domingos, Santa Catarina e São Jerônimo, lado a lado com Pai João, Pai Benedito, Pai Cambinda, Vovó Cambinda, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina, Zumbi dos Palmares e Zambi.11



Sinônimo de trilogia

6 sinônimos de trilogia para 1 sentido da palavra trilogia:
Conjunto de três coisas relacionadas:
1 trio, trindade, tríade, tríada, terno, trinca.



NOVA DELAÇÃO PODE SER LETAL
AS BALAS NA AGULHA DE PALOCCI
Veja o que o ex-ministro dos governos Lula e Dilma pode revelar em sua delação premiada
26/04/2018 por Redação





RIO - Preso há um ano e meio em Curitiba, o ex-ministro dos governos petistas Antonio Palocci pode agora detalhar em seu acordo de delação premiada assinado com a Polícia Federal o que prometeu ter como "bala na agulha" em seu primeiro depoimento ao juiz Sergio Moro, em abril de 2017. Naquela ocasião, o principal alvo da 35ª fase da Lava-Jato, afirmou que poderia entregar "nomes e operações" que ajudariam os procuradores a avançar na comprovação do esquema de corrupção investigado pela força-tarefa. "Apresento todos os fatos com nomes, endereços e operações realizadas. Posso lhe dar um caminho que vai lhe dar mais um ano de trabalho, que faz bem ao Brasil", prometeu.
Entre as acusações e suspeitas que pesam contra o ex-deputado e ex-prefeito de Ribeirão Preto, estão desde o uso de caixa 2 em campanhas eleitorais até aprovação e interferências em medidas provisórias que beneficiaram empreiteiras. Confira abaixo as revelações que Palocci pode fazer em seu acordo de colaboração com a PF, um ano depois de prometer a Moro contar tudo o que sabia:
Um dos casos associados ao ex-ministro é o de uma negociação com a Odebrecht sobre a não aprovação da Medida Provisória 460/2009. A MP geraria uma série de benefícios fiscais e tributários para a empreiteira, que teria fechado um acordo de propina com Palocci para que ele usasse de sua influência para apoiar a aprovação da medida. A mudança, porém, foi rejeitada em veto presidencial.
A partir daí, Palocci teria tentado oferecer uma série de "compensações" em troca dos valores já pagos pela sua colaboração. O petista teria falado com o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, para que ele sugerisse possíveis maneiras alternativas de beneficiar a empresa após a derrota da MP 460/2009.
O caso foi revelado na delação do próprio Marcelo e corroborado com acesso da Polícia Federal (PF) à mensagens trocadas por executivos da Odebrecht e da Braskem. Nesses textos e em tabelas de distribuição de propina, Palocci era citado sob o pseudônimo de "Italiano", fato que foi originalmente negado pelo ex-ministro. Após um ano, porém, em declaração, confessou que era ele mesmo o "Italiano".
Conexão Angola
O ex-ministro Antonio Palocci - Pedro Kirilos / Agência O Globo/26-9-16
Outro tema que poderia ser abordado em delação é o de um suposto aumento de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos em Angola. Também revelado na delação de Marcelo Odrebecht, o esquema seria feito para que o BNDES investisse em países com atuação da empreteira, que, por sua vez, conseguiria contratos naquela localidade.
No caso da Angola, onde há presença da Odebrecht, o valor teria chegado a R$1 bilhão e Palocci teria sido um dos interlocutores junto ao órgão, tentando aprovar as negociações para beneficiar os negócios da empresa. Segundo Marcelo, o valor pago ao ex-ministro pela colaboração teria sido de R$ 64 milhões.
Licitação de navios sonda
Navio-sonda para perfuração , na Baía de Guanabara - Divulgação Petrobras
Um dos motivos de sua prisão em 2016, Palocci foi acusado pela Lava-Jato de interferir em uma licitação envolvendo a Petrobras. O ex-ministro teria tentado direcionar a compra de 21 navios sonda.
1º de janeiro de 2003
É nomeado ministro da Fazenda de Lula. Sua gestão seria marcada pelo controle da inflação, com altas taxas de juros, e baixo crescimento do PIB. Ao mesmo tempo que obteve estabilidade na economia, recebeu críticas por não estimular o crescimento no mesmo ritmo de outros países.
Caixa 2
Para o ex-ministro, a eleição de 2014 foi quando "o crime se sofisticou no campo eleitoral". Em depoimento ao juiz Sergio Moro, ele falou sobre como as empresas teriam percebido que o "problema era o Caixa 2" nas propinas e teriam passado a realizar pagamentos de vantagens indevidas por meio de doações oficiais. Segundo o petista, a origem dos valores era ilegal. Se tratava um esquema onde "a ilicitude está fora do pagamento", que segundo Palocci "a própria Lava-Jato já desvendou".
Ele ainda destacou, na época, que teria diversas vezes pedido a empresas depósitos de R$50 milhões para "a campanha de presidente tal, da presidente tal", "sabendo que o tesoureiro depois ia lá e fazia os pagamentos".
Submarino Nuclear
Em outra negociação entre a Odebrecht e o PT, intermediada pelo ex-ministro, o valor de propina teria sido de R$ 40 milhões. Trata-se do caso da construção de um submarino nuclear brasileiro em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro.
Nas delações de Marcelo Odebrecht e de Benedicto Junior, Palocci aparece como intermediador, o ponto de referência dentro do partido com quem fechavam os negócios. O ex-ministro chegou a negociar com João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, para fechar o acordo.

Versões convergentes
O depoimento de Antonio Palocci confirmou pontos que haviam sido revelados pelas delações de Marcelo e Emílio Odebrecht
Instituto Lula
Sede do Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, em São Paulo - Edilson Dantas / Agência O Globo
Palocci estaria envolvido em dois esquemas de propina feitos entre o Instituto Lula e, novamente, a Odebrecht.
O primeiro caso envolve a negociação da compra de um prédio para se tornar sede do Instituto, mas que acabou não se concretizando. Operada por Palocci, a compra seria feita pela Odebrecht e envolveria o advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira, e o pecuarista José Carlos Bumlai. A informação foi revelada após emails serem apresentados como provas por Marcelo Odebrecht.
Houve também uma captação de recursos para o Instituto na forma de propinas. Palocci disse, em depoimento, que teria conseguido cerca de R$ 4 milhões com a Odebrecht para que o Instituto Lula pudesse pagar as contas de fim de ano, após diversos pedidos do presidente da instituição Paulo Okamotto.
'Pacto de sangue'
PA Rio de Janeiro (RJ) 16/05/2017 Lula, sítio atibaia. Foto reprodução - Foto reprodução
Em depoimento, Palocci também falou sobre como teriam funcionado esquemas envolvendo o ex-presidente Lula e a empreiteira. Para ele, as denúncias sobre sítio e apartamento seriam verdadeiras:
"Eu diria apenas que os fatos desta denúncia dizem respeito a um capítulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens".
No caso, o sítio citado é o de Atibaia, associado ao ex-presidente, e que passou a ser investigado por conta de uma reforma. As acusações contra Lula seriam de que os gastos com essa reforma teriam sido pagos pela Odebrecht como um favor ao petista.
Já o apartamento é um imóvel vizinho à residência de Lula, em São Bernardo do Campo, cidade da Grande São Paulo. A unidade teria sido dada como presente pela empreiteira. A defesa de Lula, por sua vez, argumenta que o ex-presidente pagava aluguel pelo uso do apartamento. No entanto, o imóvel está no nome de Glaucos da Costamarques - primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigos de Lula -, que já disse em depoimento que os recibos de pagamento de aluguel foram forjados.


Fonte: OGlobo.com
Tags: as balas na agulha de palocci


30/10/2002 - 08h56
PMDB cogita fazer aliança com Lula
JULIA DUAILIBI
da Folha de S.Paulo

O presidente do PMDB, Michel Temer, defendeu ontem que seu partido faça uma "oposição responsável" ao governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não descartou a possibilidade de compor com o petista, caso a legenda se decida por esse caminho.

"Se o PT, se o presidente eleito conversar institucionalmente com o PMDB e propuser uma aliança, aí vamos examinar", disse Temer, que integra a base governista e foi articulador do apoio do partido ao tucano José Serra.

Questionado sobre a possibilidade de o PMDB, ao apoiar o PT, assumir algum ministério, Temer disse: "Esse é um assunto sobre o qual nós começamos a conversar. Evidentemente pode ser que a decisão seja dessa natureza. Mas eu quero dizer o seguinte: não é a intenção do PMDB, ao não fazer oposição, querer ministérios".

O PMDB, que já enfrentou críticas por fisiologismo, é estrategicamente importante para garantir a governabilidade a partir de 2003: elegeu cinco governadores, 74 deputados e 19 senadores.

Ciente desse "bom momento" do partido, Temer disse que aguardará ser chamado por Lula para conversar. "A palavra não é nossa neste momento."

Na próxima semana ocorrerá uma reunião com a bancada e os governadores eleitos do PMDB para a discussão da posição em relação ao governo petista.

Parte do PMDB apoiou Lula nas eleições, como o ex-presidente José Sarney, que quer se eleger presidente do Congresso.

Veja também o especial Governo Lula





12 de dezembro, 2002 - Publicado às 20h06 GMT
Lula anuncia Henrique Meirelles no Banco Central


Lula chega a Brasília para se encontrar com Meirelles

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou que Henrique Meirelles será o presidente do Banco Central no governo petista.

Meirelles é deputado federal pelo PSDB de Goiás e ex-presidente mundial do BankBoston.

Na mesma entrevista, Lula reafirmou que Antonio Palocci será o ministro da Fazenda e confirmou a indicação do ex-presidente do PT José Dirceu para a Casa Civil.

O presidente eleito pediu licença aos eleitores de Goiás por estar levendo Meirelles, o deputado mais votado no Estado, para o BC.

Trânsito

O nome de Meirelles já havia sido citado durante a campanha e após a vitória de Lula como uma possibilidade para o cargo, mas até a quarta-feira o nome mais citado era o do presidente do banco Icatu Pedro Brodin.

Meirelles esteve no topo do BankBoston por quase cinco anos e teve uma longa carreira de sucesso no mercado financeiro.

Ele presidiu o banco no Brasil por mais de uma década e se formou em Engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Neste ano, foi o deputado mais votado em Goiás pelo partido do senador José Serra, partido PSDB.

Apesar de ser do PSDB - partido do presidente Fernando Henrique Cardoso e de José Serra, candidato derrotado na disputa pela Presidência com Lula -, Meirelles tem bom trânsito no PT.

Mesmo durante a campanha, manteve contatos esporádicos com o partido e mais de uma vez disse que uma vitória de Lula não geraria uma crise econômica.

Meirelles tem um perfil executivo e, em alguma medida, diferente do de outros ocupantes do cargo, como o atual presidente, Armínio Fraga.

Além de ser formado em engenharia, ele fez um MBA na Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Programa Avançado de Administração de Harvard.

Clique aqui para ler o especial A Transição no Brasil




30/12/2003 - 11h00
Base do governo Lula na Câmara infla em 2003
da Folha Online

Uma das marcas do primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva foi a ampliação da base aliada no Congresso Nacional, sobretudo na Câmara dos Deputados.

De uma contabilidade "apertada" em janeiro, com número insuficiente de votos para conseguir aprovar as reformas constitucionais, a base saltou de 311 para 376 deputados --de um total de 513.




Base

A base governista começou a ser formada antes mesmo da campanha presidencial, durante as negociações das alianças eleitorais do PT. Cresceu após o primeiro turno, com a incorporação de legendas derrotadas. Com a vitória de Lula e a posterior formação do ministério, voltou a aumentar. A última adesão foi o PMDB, segunda maior bancada da Casa, atrás do PT.

Dos 15 partidos representados na Câmara, 11 apóiam o governo. Esse grupo reúne 376 deputados, ou cerca de 73% da Casa. São eles: PT (90 deputados, já considerada a recente expulsão dos três radicais), PMDB (77), PTB (52), PP (49), PL (43) PPS (21), PSB (20), PC do B (10 deputados), PSC (7), PV (6) e PSL (1).

Apenas quatro legendas estão fora da base: PFL (68 deputados), PSDB (50), PDT (13) e Prona (2). Somadas, essas bancadas reúnem 133 deputados, cerca de 26% dos integrantes da Câmara.

Ganhos e perdas

Em relação à base parlamentar no início da legislatura, o governo incorporou o apoio do PMDB, PP e PSC, que reúnem hoje 133 deputados --mesmo número de toda a oposição. Em compensação, perdeu os 13 deputados do PDT, embora o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, nomeado na cota do partido no Executivo, ainda permaneça no cargo.

A base também engordou com o crescimento de alguns partidos como o PTB (passou de 41 para 52 deputados) e o PL (de 34 para 43). Ao mesmo tempo, as legendas de oposição sofreram perdas: o PFL caiu de 76 para 68 deputados; o PSDB, de 63 para 50; o PDT, de 18 para 13; e o Prona, de 6 para 2.

O partido que mais perdeu quantitativamente foi o PSDB, que ficou sem 13 deputados. Depois vem o PFL que perdeu 12. Proporcionalmente a maior perda foi do PMN, que perdeu os dois integrantes que tinha, deixando de ter representantes na Casa.

Entre os que incharam as bancadas o maior crescimento em quantidade de adesões ocorreu com o PTB, que teve a filiação de mais 11 deputados. Mas proporcionalmente nenhuma legenda cresceu mais do que o PSC, que saltou de apenas um integrante para sete.

Instabilidade

Em termos quantitativos, o governo nunca teve tanto apoio no Legislativo. Mas os números não devem ser tomados de modo absoluto porque, dependendo da importância da matéria, as bancadas dificilmente votam fechadas. É por isso que as negociações são pontuais, recomeçam a cada novo projeto submetido a votação.

Foi assim, por exemplo, na votação das reformas tributária e da Previdência. Como envolviam temas polêmicos, foram necessárias muitas negociações e concessões por parte do governo para garantir o apoio da base.

Ondas de mudança

A primeira onda de mudanças partidárias, entre a eleição e a posse dos parlamentares, é explicada pelo resultado do pleito majoritário. Muitos deputados procuram realinhar-se à nova correlação de forças políticas, tendo como centro de gravidade os campos do governo e da oposição.

Esse processo explica, por exemplo, o crescimento das legendas da base aliada nesse primeiro ano de alta popularidade do novo presidente da República.

Já a segunda onda de migrações justifica-se pelo vencimento do prazo de filiação para as eleições municipais do próximo ano. Na esteira dos acordos regionais, os parlamentares que são candidatos tratam de fazer a opção partidária mais viável à disputa. Nesse caso, a troca de partido responde mais a interesses paroquiais do que a alinhamentos ideológicos.

O resultado das eleições de 2004 também deverá influir na composição das bancadas. Trata-se de uma influência indireta, ligada ao cenário que começará a se delinear para as eleições de 2006 --quando voltarão a estar em jogo os mandatos parlamentares.

Com Agência Câmara

Leia mais

Bancada de deputados do Prona mingua; PSC cresce 600%

Reforma política será prioridade na Câmara em 2004



São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002 FOLHA DE S. Paulo brasil




Bolsonaro dá apoio a comunista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Defensor da pena de morte, o deputado federal e capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro (PPB-RJ) apareceu de surpresa ontem na Granja do Torto para fazer lobby pela indicação do deputado comunista Aldo Rebelo (SP) para a Defesa.
"Vim tentar um espacinho na agenda do Lula para desmentir essa história de que o Aldo tem restrições nas Forças Armadas. Pelo contrário, é uma pessoa que entende do assunto e tem grande respeito", disse ele, que votou em Ciro Gomes (PPS) no primeiro turno e em Lula, no segundo.
Segundo Bolsonaro, não é estranho um representante histórico da direita trabalhar em favor de um esquerdista. "As coisas mudaram. Hoje, comunista toma uísque, mora bem e vai na piscina."
Sem horário marcado, o deputado esperou por 45 minutos por uma chance de falar com Lula, mas ela não apareceu. No meio da tarde, com o início de uma forte chuva, ele foi embora. (FÁBIO ZANINI)


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PPS decide apoiar governo do PT

REVISTA ÉPOCA
O governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva terá o apoio do PPS. Neste domingo, o diretório nacional do partido aprovou o apoio “sem qualquer condição”. De acordo com o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, a decisão levará os integrantes a um apoio político efetivo a Lula no “Congresso Nacional e na sociedade”. Entretanto, o senador não falou sobre cargos a serem ocupados pelo PPS no futuro governo. Freire tratou a aliança entre PT e PPS como uma relação de “co-responsabilidade”.
O candidato derrotado à Presidência da República Ciro Gomes (PPS) defendeu em seu discurso, no encontro do partido, a participação no futuro governo. Ele disse esperar que o PPS tenha co-responsabilidade na administração Lula e não apenas o apóie. “Acho que o Brasil merece que o próximo governo acerte. O país precisa que o próximo governo acerte, a democracia precisa que o próximo governo acerte. Temos o dever de cooperar, sob o meu ponto de vista”, disse Ciro, que quer que o PPS seja consultado sobre assuntos como juros, dívida pública e financiamento externo.
Uma participação de políticos do PPS no futuro Governo federal, segundo Roberto Freire, dependerá ainda de conversas com o PT. A tese “O Novo Brasil Possível”, aprovada pelo diretório do PPS, será formalmente entregue nesta semana ao presidente do PT e articulador político do governo Lula, o deputado José Dirceu.



domingo, 29 de abril de 2018
Luiz Carlos Azedo: Lula, Dirceu e Palocci
- Correio Braziliense

O mito fundador do PT foi a ideia de um partido operário que chegasse ao poder pela via eleitoral e fosse capaz de construir uma alternativa socialista com base na democracia. Reuniu em torno de um líder sindical operário, que aparecera na cena política nacional com a eclosão das greves dos metalúrgicos do ABC, em 1982, correntes de esquerda que haviam participado da luta armada, lideranças estudantis, o clero progressista e intelectuais marxistas que divergiam da linha do velho PCB, que aderiu ao reformismo, e sua antiga dissidência stalinista, o PCdoB. A fundação do PT foi viabilizada na brecha aberta pela reforma partidária de João Figueiredo, em 1979, enquanto a fracassada concorrência comunista somente conquistou a legalidade em 1985, em razão da estratégia bem-sucedida de abertura gradual e segura adotada pelos militares para se retirar do poder, cujo nó górdio foi a anistia ampla, mas recíproca, ou seja, dos torturadores aos ex-guerrilheiros.

O sucesso do PT foi garantido pelo ambiente favorável, tanto no plano internacional — o chamado “socialismo real” dava sinais de esgotamento na União Soviética e seus satélites do Leste europeu desde as greves operárias de Gdansk, na Polônia, e o surgimento do Solidariedade —, como no plano interno, com a crise do modelo de “capitalismo de Estado” adotado pelos militares (baseava-se no tripé investimentos estrangeiros, setor produtivo estatal e concentração de capital nacional) e as sucessivas vitórias eleitorais da oposição. O método de construção do PT foi uma inovação: a convivência pluralista entre suas correntes internas, algumas das quais oriundas de antigas organizações trotskistas ou da luta armada. O conceito que serviu de base para a essência do partido e a inspiração de seu nome, porém, não era novo, mas é o que mantém o partido unido até hoje. Tem inspiração no velho Manifesto Comunista de 1848, de Marx e Engels: a ideia do ser operário como “classe geral”, que, ao se libertar, é capaz de libertar todos os explorados e oprimidos da sociedade.

Quando o PT finalmente chegou ao poder, em 2002, a esquerda mundial estava impactada pelo fim da União Soviética e o colapso do socialismo no Leste Europeu. A ofensiva neoliberal comandada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan e pela primeira-ministra inglesa Margareth Tatcher havia sido um sucesso. Mesmo nos países onde a social-democracia europeia era hegemônica, houve reformas do “Estado do bem-estar social”. A nova realidade imposta pela terceira revolução industrial era implacável com as velhas ideias de pleno emprego e redistribuição da riqueza pela via do setor produtivo estatal e da seguridade social. Os primeiros sinais de que uma quarta revolução estava se iniciando também não foram devidamente percebidos pela esquerda. Pelo contrário, a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi comemorada como uma espécie de ascensão de um novo Salvador Allende, capaz de liderar uma nação em desenvolvimento no rumo do socialismo democrático. Teve tanta repercussão que o presidente democrata Barack Obama, ao receber a visita de Lula nos Estados Unidos, saudou com entusiasmo a presença do petista na cena mundial: “Esse é o cara!”.

Implosão
A eleição de Lula resultou de seu enorme carisma popular, mas também de uma estratégia eleitoral concebida e comandada por dois quadros do PT que ocupariam lugar de destaque no seu governo: os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda). O primeiro era ex-guerrilheiro; o segundo, ex-militante trotskista da Libelu. Ambos foram responsáveis pela nova clivagem da campanha de 2002, que derrotou o candidato governista José Serra (PSDB), graças à ampliação das alianças do PT em direção às oligarquias políticas articuladas pelo ex-presidente José Sarney e dos grupos empresariais descontentes com o governo de Fernando Henrique Cardoso. Nessa operação, uma mão lavava a outra, ou seja, os grupos empresariais que desejavam se beneficiar das benesses do Estado financiavam os políticos ligados às oligarquias, o que não era nenhuma novidade, pois o PSDB e o DEM também recorriam ao mesmo expediente. A diferença foi a entrada do PT como eixo organizador de todo o sistema, o que nunca havia ocorrido antes. O resto é consequência.

Lula, Dirceu e Palocci estão muito enrolados na Operação Lava-Jato, assim como Aécio Neves e Eduardo Azeredo, do PSDB. Mesmo o presidente Michel Temer, que assumiu o poder como o impeachment de Dilma Rousseff, padece na crise ética, como outros caciques do PMDB, PP, DEM etc. Entretanto, Lula é o único cuja liderança ainda não foi parar no fundo do poço. A explicação para isso é a resiliência de seu partido, que preserva o seu velho mito fundador como ideia-força. As injustiças sociais e desigualdades no Brasil também realimentam essa crença na base social do PT, enquanto seus intelectuais e artistas ainda acreditam na existência de uma “classe geral”, mesmo que o “ser operário” como materialização dessa tese esteja em extinção. José Dirceu acredita na energia que isso ainda desperta e na possibilidade de o PT voltar ao poder, por isso, admite mofar na prisão; Palocci, não, ao fazer sua delação premiada, para se livrar da cadeia, se dispôs a implodir o que restou do partido como encarnação desse mito fundador.



Recordar É Viver
Marchinhas de Carnaval

Recordar é Viver - Aldacir Marins e Macedo (Carnaval de 1955)
 
Recordar é viver
Penedo acabou com você
Recordar é viver
Penedo acabou com você
Eu sonhei
Meu grande amor
Que você foi embora
E nunca mais voltou, meu amor


A Fonte Secou - Raul Moreno (Carnaval de 1954)
Composição: Mossuneto Menezes, Tufic Lauar, Marcelo Interpretação: Raul Moreno.


Conceito de co-responsabilidade 

A responsabilidade partilhada recebe o nome de co-responsabilidade. Isto significa que essa responsabilidade é comum a duas ou mais pessoas, as quais partilham de uma obrigação ou de um compromisso.

Exemplos: “O Governo fez referência à co-responsabilidade dos empresários e dos sindicatos nesta situação”, “Para a Justiça, a co-responsabilidade do médico na morte do cantor já está provada”, “Eliminar a pobreza implica uma co-responsabilidade para todos os membros da sociedade”.

Para entender a noção de co-responsabilidade, em primeiro lugar, devemos conhecer o conceito de responsabilidade. Este termo evoca uma obrigação ou o cargo moral resultante de um possível erro cometido num certo assunto.

A responsabilidade está associada à capacidade existente no sujeito activo de direito para entender as consequências das suas acções, da qual surge a obrigação de satisfazer e reparar uma culpa.

Quando se entende que a obrigação compete a mais de um indivíduo, fala-se de co-responsabilidade. Peguemos no caso de um assassinato. Se a planificação e a execução do crime correram por conta de uma única pessoa, esta será a responsável do delito. No entanto, se a ideia e a concretização forem planeadas por duas pessoas, ambas têm co-responsabilidade no crime. A Justiça deverá determinar, chegado o momento, se o grau de responsabilidade dos dois assassinos é o mesmo.

A co-responsabilidade pode ser mais abstracta e envolver toda a sociedade. Certos males sociais, como a indigência ou a marginalidade, são responsabilidade de todos os membros de uma comunidade, já que cada sujeito deveria ter uma obrigação com o próximo.




Referências

http://www.correiodopovo-al.com.br/thumb/exibir?src=imagens%2Ftrilogia-da-corrupcao1524187259.jpg&width=280&height=200&crop=1&keepRatio=1
http://www.correiodopovo-al.com.br/index.php/noticia/2018/04/19/lula-palocci-e-dirceu-os-intocaveis-na-cadeia
https://youtu.be/oq2ETKbLwZQ
https://youtu.be/YbdiDajIFhk
https://youtu.be/TusSdWGxAuk
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/entrevistas/16445/saramago+parte+3+israelenses+aprenderam+bem+as+licoes+recebidas+dos+nazistas.shtml
http://alb.org.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais16/sem05pdf/sm05ss06_09.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832012000200008
https://www.sinonimos.com.br/trilogia/
http://correiodopovo-al.com.br/thumb/exibir?src=imagens%2Fpalocci-delatando1524794730.jpg&width=280&height=200&crop=1&keepRatio=1
http://correiodopovo-al.com.br/noticia/2018/04/26/as-balas-na-agulha-de-palocci


http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u41856.shtml
http://www.bbc.com/staticarchive/f2a92059774e26f475ecd2e6dbbf91d1bc763d6c.jpg
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2002/021212_meirellesep1.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/images/20031230-troca_troca_de_partidos.gif
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u56811.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1912200206.htm
http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI33658-9531,00-PPS+DECIDE+APOIAR+GOVERNO+DO+PT.html
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2018/04/luiz-carlos-azedo-lula-dirceu-e-palocci.html
https://youtu.be/_LJgxEpOrvg
https://www.letras.mus.br/marchinhas-de-carnaval/1869278/
https://youtu.be/19MmZjhyUQQ
https://conceito.de/co-responsabilidade

sábado, 28 de abril de 2018

Com todo o respeito de Moro ao STF



“Na Zona da Mata de Minas, quando jovem, conheci dois casos de santos que curavam feridas e faziam andar: Padre Antônio, em Urucânia, e Lola, em Rio Pomba.”

“Entendo que há aqui com todo o respeito uma precipitação das partes, pois, verificando o trâmite do processo no Egrégio Supremo Tribunal Federal, o respeitável acórdão sequer foi publicado, sendo necessária a medida para avaliar a extensão do julgado do colegiado.”

“É certo que a r. decisão deverá ser considerada para a avaliação da competência deste Juízo para a presente ação penal, mas isso não é algo automático.”

“Por outro lado, o local próprio para discutir competência na ação penal é a exceção de incompetência e não o corpo da própria ação penal.”

“Já foi interposta pela Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva a exceção de incompetência 5036131-90.2017.4.04.7000 em relação a presente ação penal, pendente de julgamento.”

“Aliás, foi a única parte, entre treze acusados, a reclamar da competência.”

“Observo, contudo, que a reabertura da questão e dos prazos na exceção precisam aguardar, por todo evidente, a publicação do acórdão para melhor análise do julgado.”

“2. Não tendo a exceção de incompetência efeito suspensivo, conforme art. 111 do CPP, o feito deve prosseguir, sem prejuízo do aproveitamento dos atos instrutórios caso ocorra posterior declinação.”

“Decido questões relativas às testemunhas de Defesa e outras questões probatórias.”



28.abr.2018 às 01h59
STF está se tornando ‘corte penal de segunda classe’, diz ex-presidente do tribunal



Sem saudade Ex-presidente do Supremo, Carlos Velloso fez críticas severas ao tribunal em almoço do Instituto dos Advogados de SP. “Desgraçadamente, o STF vem se transformando em uma corte penal, e corte penal de segunda classe”, disse, atribuindo o fenômeno “à excrecência do foro privilegiado”. Só jesus na causa Ao comentar a polêmica decisão que […]




STF está se tornando ‘corte penal de segunda classe’, diz ex-presidente do tribunal

Operação Lava Jato
Moro decide manter processo sobre sítio em Atibaia/SP em Curitiba
STF remeteu termos de colaboração sobre ação penal movida contra ex-presidente Lula à Justiça Federal em SP.
quinta-feira, 26 de abril de 2018

O juiz Federal Sérgio Moro decidiu manter na 13ª vara Federal de Curitiba/SP o andamento da ação penal movida contra o ex-presidente Lula no caso envolvendo o sítio em Atibaia/SP. Na última terça-feira, 24, a 2ª turma do STF remeteu os termos de colaboração do processo à seção judiciária de SP.


Na decisão, publicada nesta quinta-feira, 26, o magistrado afirma que houve "precipitação das partes", que requereram o envio dos processos envolvendo o ex-presidente Lula à Justiça Federal em São Paulo, uma vez que o "respeitável acórdão" da 2ª turma do STF sobre os embargos de declaração de Lula sequer foi publicado.
No despacho, Moro observou que o local próprio para discutir a competência de juízo sobre a ação penal é a exceção de incompetência e não o corpo da própria ação penal - no caso, a 13ª vara Federal. Por isso, determinou a reabertura de prazos para manifestação das partes até a publicação do acórdão para "melhor análise do julgado".
Moro ainda pontuou que a investigação penal envolvendo o ex-presidente foi iniciada "muito antes" da disponibilização, ao juízo da 13ª vara Federal de Curitiba/PR, dos termos de depoimentos dos executivos da Odebrecht.
Remessa
Na última terça-feira, 24, a 2ª turma do STF decidiu remeter à seção judiciária de SP os termos de colaboração premiada que apontam repasse de verbas indevidas ao ex-presidente para favorecer o grupo Odebrecht. A decisão, por maioria, foi dada em análise dos embargos de declaração interpostos pela defesa de Lula no Supremo.
De acordo com as investigações, Lula seria beneficiário de vantagens ilícitas, tais como a reforma de um sítio em Atibaia/SP, a aquisição de imóveis para uso pessoal e para a instalação do Instituto Lula e o pagamento de palestras, realizadas em retribuição aos favorecimentos recebidos do grupo Odebrecht.
Entre os depoimentos remetidos à Justiça Federal em SP, estão os termos de Marcelo Odebrecht, João Nogueira, Alexandrino Alencar, Carlos Paschoal, Emyr Costa, Paul Altit, Paulo Baqueiro e Luiz Eduardo Soares.
Competência
Nesta quarta-feira, 25, os procuradores da força-tarefa da operação Lava Jato enviaram uma petição a Moro na qual afirmaram que o magistrado não teve sua competência para julgar casos envolvendo o ex-presidente Lula afetada pela decisão do STF. Para os procuradores, a determinação da 2ª turma do Supremo gerou um "lamentável tumulto processual".
No documento, a força-tarefa ressaltou que a decisão não tem qualquer repercussão sobre a competência de Moro para promover e julgar a ação penal envolvendo o ex-presidente.
Processo: 5021365-32.2017.4.04.7000
leia mais
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"PRECIPITAÇÃO DAS PARTES"
Moro só enviará processos de Lula a SP depois da publicação do acórdão do STF

26 de abril de 2018, 14h08
Por Tadeu Rover
Embora o Supremo Tribunal Federal tenha determinado o envio dos processos de corrupção do ex-presidente Lula nos casos do sítio de Atibaia e do terreno do Instituto Lula a São Paulo, o juiz Sergio Moro decidiu não fazê-lo. Segundo ele, antes da publicação do acórdão da decisão da 2ª Turma do STF, não dá para "avaliar a extensão do julgado".


Moro decide que só poderá entender decisão do Supremo sobre sua competência depois que acórdão sair.
Divulgação/Ajufe

A decisão foi tomada nesta quinta-feira (26/4), depois que o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, pediu que os autos dos processos saíssem de Curitiba, onde estão com Moro, e fossem para São Paulo, conforme mandou o Supremo. Na terça-feira (24/2), a 2ª Turma decidiu que, como os fatos investigados não têm relação direta cm os desvios de dinheiro e fraudes na Petrobras, não devem correr na 13ª Vara Federal de Curitiba e devem ir para a a Justiça Federal em São Paulo, onde os crimes supostamente foram cometidos.
Na quarta-feira, a defesa de Lula pediu que Moro enviasse os autos a São Paulo, "a menos que se queira desafiar a autoridade da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal". Segundo o magistrado, no entanto, "há aqui uma verificação das partes". O correto, diz, é esperar a publicação do acórdão. Na leitura de Moro, o voto vencedor no STF, do ministro Dias Toffoli, não faz referência direta ou determinação expressa de declinação de competência da ação penal.
Embora a ata do julgamento da 2ª Turma seja clara quanto ao envio dos autos a São Paulo. O documento foi publicado na própria terça à tarde, minutos depois de terminado o julgamento: "A turma, por maioria, acolheu os embargos de declaração com efeitos modificativos para determinar a remessa dos termos de colaboração e de seus respectivos elementos de corroboração à Seção Judiciária do Estado de São Paulo, nos termos do voto do Ministro Dias Toffoli, vencidos os Ministros Celso de Mello e Edson Fachin (Presidente). Redator para o acórdão o Ministro Dias Toffoli".
A jurisprudência do Supremo também entende que um julgamento passa a produzir efeitos a partir da publicação da ata, e não do acórdão. O ex-presidente Lula, aliás, teve o cumprimento de sua pena adiantado pela publicação da ata do julgamento em que o Supremo negou um Habeas Corpus impetrado por sua defesa.
Diante desse quadro e da decisão do STF, Moro decidiu dar andamento a exceção de competência, e reabrir os prazos para que as defesas se manifestem. Mas isso só deve acontecer quando o Supremo publicar o acórdão. Já no outro processo, Moro, que já havia decidido e negado a exceção, entendeu que, após publicado o acórdão, seja dado um prazo de 10 dias para que a defesa de Lula faça um aditamento ao pedido.
No pedido feito a Moro na quarta, Zanin reclama da demora de Moro em decidir sobre a exceção de incompetência. O magistrado reconhece a morosidade, mas põe a culpa na "sucessão de requerimentos" das defesas dos acusados, que causou um "acúmulo de trabalho".
Clique aqui e aqui para ler os despachos.




sábado, 28 de abril de 2018
Merval Pereira: Moro respeita o STF
- O Globo

Enquanto a defesa do ex-presidente Lula e os procuradores de Curitiba se digladiam em torno da decisão da Segunda Turma, que mandou para a Justiça de São Paulo algumas delações de executivos da Odebrecht relativas ao sítio de Atibaia e ao prédio do Instituto Lula, o juiz Sergio Moro coloca-se como uma voz sensata, considerando que houve uma precipitação das partes em relação à decisão do STF.

Sua interpretação da decisão do relator, ministro Dias Toffoli, que teve a maioria na Turma, parece ser a mais correta, na visão dos próprios ministros do Supremo. Moro teve o cuidado de tratar a questão com todo o respeito que merece uma decisão do STF, ao contrário do que a defesa de Lula o acusou, de não respeitar a hierarquia judiciária.

Além de salientar que é preciso, para avaliar a extensão da decisão, esperar que “o respeitável acórdão” seja publicado, Moro afirmou em seu despacho que, pelas informações disponíveis “acerca do respeitável voto do eminente Relator Ministro Dias Toffoli, redator para o acórdão, não há uma referência direta nele à presente ação penal ou alguma determinação expressa de declinação de competência desta ação penal”.

Aliás, ressalta Moro, “o eminente Ministro foi enfático em seu respeitável voto ao consignar que a decisão tinha caráter provisório e tinha presente apenas os elementos então disponíveis naqueles autos”.

Mesmo assim, o juiz Sergio Moro decidiu que o processo de “exceção de incompetência” motivado pela defesa do ex-presidente Lula deve ser retomado, e pediu que as partes envolvidas se manifestem: “(...) Não tendo a exceção sido julgada, o mais apropriado é nela reabrir, à luz da decisão da maioria da Colenda Segunda Turma do Egrégio Supremo Tribunal Federal, o prazo para manifestação das partes e, após, decidir acerca dos possíveis reflexos na competência para a presente ação penal”, afirma Moro em seu despacho.

Como a exceção de incompetência não tem efeito suspensivo, Moro decidiu que a ação penal deve continuar em Curitiba até que haja uma definição do alcance da decisão da Segunda Turma. Já os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato partiram para a crítica à decisão da Segunda Turma, afirmando que a remessa de depoimentos a outra jurisdição provocou “lamentável tumulto processual”.

E afirmaram em nota que “a decisão majoritária da 2ª Turma do STF não tem qualquer repercussão sobre a competência desse douto Juízo para promover a processar a presente ação penal”. Aliás, quem se der ao trabalho de ler com atenção o voto do ministro Dias Toffoli verificará que a decisão não firmou, em caráter definitivo, a competência do juízo em São Paulo, tampouco importou em qualquer alteração de competência de eventual investigação ou ação penal que já tramita em qualquer dos juízos.

Portanto, não decorre da decisão tomada por maioria qualquer alteração automática de competência, nem era esse o objeto dos embargos que foram acolhidos. Seguindo fontes do próprio Supremo, “interpretação que vá além da indicação do juízo destinatário de informações (declarações de colaboradores) não é minimamente coerente com a deliberação da Segunda Turma”.

Estranhamento
A consulta que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez ao Supremo para saber se pode continuar no país quando o presidente da República viaja, sem se tornar inelegível por assumir interinamente a Presidência, causou estranheza no Supremo Tribunal Federal.

Isso porque uma decisão favorável quebra a tradição de colocar o presidente do STF na interinidade da Presidência da República, fazendo parte da linha de substituição direta.

Não se trata de uma desfeita pessoal à ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, mas à instituição.




O MINISTRO DOS AMIGOS SUSPEITOS
“Com base nessas informações levantadas pela polícia, procuradores de São Paulo sugeriram o afastamento de Dias Toffoli do caso. O juiz Paulo Bueno, da 6.ª Vara Criminal de São Paulo, ao analisar o pedido, escreveu um longo despacho, deixando claro que uma relação de amizade, não importa em que grau, não configura crime algum, mas “acarreta, por si, mera exceção de suspeição”. A questão foi remetida ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem cabe decidir se segue ou não o entendimento dos colegas paulistas. “Mandamos ao procurador-geral Rodrigo Janot no sentido de que existem elementos suficientes para pedir uma exceção de suspeição”, ressalta um dos procuradores do MPF de São Paulo. Procurado, Toffoli disse, por meio de nota enviada por seu gabinete, que “conheceu os ex-ministros Carlos Gabas e Paulo Bernardo, bem como o senhor Wagner Guimarães, mas nunca teve relação de amizade com nenhum deles, não tendo recebido nenhum tipo de pedido das referidas pessoas”. O ministro ainda destacou que “pauta suas decisões de impedimento e suspeição na legislação”, “analisando, caso a caso, os processos submetidos à apreciação do Tribunal”. O ex-ministro Carlos Gabas disse que não teve acesso ao relatório da Polícia Federal. Wagner Guimarães nega que seja lobista, confirma que Toffoli participou da festa em sua residência e diz que foi à casa do ministro do Supremo apenas para desejar boas-festas. O ex-prefeito Luiz Marinho disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não recorda de ter feito o pedido" a Gabas. THIAGO BRONZATTO E RODRIGO RANGEL
Veja Editora Abril edição 2516 - ano 50 - n.º 6 8 de fevereiro de 2017



sábado, 28 de abril de 2018
Fernando Gabeira: Peripécias na Segundona
- O Globo

Ações para proteger Lula aumentam a irritação popular. Em São Paulo, promotor chamou ministros de bandidos togados

Na semana passada, escrevi sobre um núcleo de resistência no STF. Afirmei que era algo atravessado no caminho do futuro. Estava preparando um artigo sobre um tema mais concreto, quando ele aprontou de novo. A Segunda Turma do STF decidiu tirar das mãos de Moro delações da Odebrecht e mandá-las para a Justiça de São Paulo, onde as espera um gigantesco engarrafamento. Tudo para proteger Lula.

Uma simples trinca de cartas na Segunda: Lewandowski, Toffoli e Gilmar Mendes. Gilmar se aliou ao PT que quer soltar os seus. Ele parece querer salvar todo o sistema político falido. Mencionei esta aliança no artigo anterior. Logo em seguida circulou um vídeo na internet no qual um deputado do PT afirmava: Gilmar é nosso aliado.

Li que o próprio Gilmar falou que o PT tendia a fazer do seu gabinete um pátio dos milagres. Se isso for verdadeiro, Gilmar é mais que um aliado para o PT: é um santo, desses que ainda não são reconhecidos pela Igreja, mas fazem milagres.

Na Zona da Mata de Minas, quando jovem, conheci dois casos de santos que curavam feridas e faziam andar: Padre Antônio, em Urucânia, e Lola, em Rio Pomba.

A última sessão da Segundona foi um pequeno milagre que aumenta as esperanças dos crentes na vitória maior contra a Lava-Jato.

Assim como escrevi, essas ações desesperadas aumentam a irritação popular, aumentam as responsabilidades de quem busca uma solução sem grandes conflitos. Em São Paulo, um promotor perdeu a cabeça e bateu duramente nos ministros, chamando-os de bandidos togados.

Creio que fui um pouco pessimista quando perguntei: o que podemos fazer contra eles? Agora, vejo com um olhar de esperança. Creio que é possível confiar que o Ministério Público e a Lava-Jato produzam um recurso e levem o caso ao plenário do Supremo. A própria correlação de forças na Segunda Turma, com dois votos contrários, indica que a trinca será derrotada no plenário.

Mas, de escaramuça em escaramuça, ela reduz, pela confusão que instala, o ritmo dos processos. E também o ritmo da minha atenção: tantas coisas para tratar no Brasil real.

Durante a semana em que faziam sua guerrilha processual, visitei algumas vezes a Cracolândia, em São Paulo. Parece-me um problema tão complexo. Saí de lá desejando que os dois grandes partidos de São Paulo encontrassem pontos consensuais para achar a saída. O grande obstáculo são as visões ideológicas. Mas uma boa razão para atenuá-las é o próprio drama cotidiano dos moradores que são obrigados a ver um cenário de horror das suas janelas.

Ao sair de lá, no final da reportagem, usuários de crack invadiram e vandalizaram os prédios populares que eram uma vitrine do governo. Mais uma razão para a busca do consenso. Tudo indica que o crime organizado é um grande ator.

Na verdade, iria escrever sobre isso num outro contexto: o da urgência de realizar as coisas. De como no Brasil é necessário um espaço de consenso, algo que permita como nos lançar com firmeza numa solução prática. Foi enfatizando as diferenças que viemos brigando desde a redemocratização para chegar à ruína do sistema político.

É preciso recomeçar, não ignorando as diferenças, ou ingenuamente supondo que essas discussões iradas vão terminar. Talvez seja coisa da idade, mas essa pressa nas soluções pede que se valorizem também as convergências. Não temos tempo a perder. As soluções foram empurradas, já estão no embargo do embargo. E seremos culpados de tornar o Brasil um país ingovernável.



Referências

http://www.migalhas.com.br/arquivos/2018/4/art20180426-09.pdf
http://painel.blogfolha.uol.com.br/files/2018/03/supremo.jpg
http://painel.blogfolha.uol.com.br/
https://youtu.be/XetDPW59FVo
http://www.globalframe.com.br/gf_base/empresas/MIGA/imagens/FF56E2F3D895A5BE58B77EF1D0162C40BA70_sergiomoroum.jpg
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI279223,61044-Moro+decide+manter+processo+sobre+sitio+em+AtibaiaSP+em+Curitiba
https://www.conjur.com.br/img/b/sergio-moro12.jpeg
https://www.conjur.com.br/2018-abr-26/moro-enviara-casos-lula-sp-publicacao-acordao-stf
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2018/04/merval-pereira-moro-respeita-o-stf.html
Veja Editora Abril edição 2516 - ano 50 - n.º 6 8 de fevereiro de 2017
http://mundovelhomundonovo.blogspot.com.br/2017/02/excecao-da-suspeicao.html
http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2018/04/fernando-gabeira-peripecias-na-segundona.html#more