Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 31 de dezembro de 2024
PARALELOS
PARALELOS
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Nada ali indica que um ano novo começa. E não começa nem no céu nem no chão do planeta: começa no coração. Começa como a esperança de vida melhor que entre os astros não se escuta nem se vê nem pode haver: que isso é coisa de homem esse bicho estelar que sonha (e luta). Ferreira Gullar
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terça-feira, 31 de dezembro de 2024
Poesia | Ano novo, de Fernando Pessoa
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Fernando Pessoa – Ano Novo
Ficção de que começa alguma coisa!
Nada começa: tudo continua.
Na fluida e incerta essência misteriosa
Da vida, flui em sombra a água nua.
Curvas do rio escondem só o movimento.
O mesmo rio flui onde se vê.
Começar só começa em pensamento
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Cadeia de Markov - Conceitos Fundamentais
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Prof. Francisco Rodrigues
Estreou em 31 de mai. de 2020
Nesse vídeo, vamos aprender sobre o que é uma cadeia de Markov, como calcular as probabilidades e modelar processos em que o tempo é uma variável aleatória discreta.
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Rosalynn Carter no Brasil, 1977
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Memória Audiovisual Brasileira - MAB
8 de fev. de 2015
A primeira-dama norte-americana Rosalynn Carter visita o Brasil durante governo do presidente Geisel. Na ocasião, desagradou os militares ao se reunir com grupos que denunciavam as torturas e violações de direitos humanos promovidas pelo regime.
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PARALELOS
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Principais paralelos da Terra.
Os textos transcritos de Murilo Mendes (Isidoro da Flauta) e Mário de Andrade (“E estamos embebedados pela cultura européia, em vez de esclarecidos”) oferecem pontos de contato importantes no que diz respeito à busca pela identidade cultural brasileira e à crítica à dependência de modelos estrangeiros. Vamos analisar os paralelos entre esses autores e seus contextos:
1. A valorização do Brasil autêntico
Murilo Mendes em Isidoro da Flauta
O texto de Murilo Mendes enaltece a figura de Isidoro da flauta como um símbolo da música e da cultura popular brasileira, destacando suas características singulares, como sua "intemporalidade" e sua ligação visceral com a música. Isidoro é um representante de uma cultura viva e orgânica, que nasce do povo e transcende as imposições culturais externas.
Mário de Andrade na citação
A frase de Mário aponta para uma alienação cultural, na qual a dependência de modelos europeus obscurece as características genuínas da cultura brasileira. Mário foi um defensor fervoroso da valorização do que é brasileiro, promovendo, por exemplo, manifestações culturais como o samba, as danças populares e a literatura regional.
Paralelo: Ambos os autores buscam resgatar o valor do que é genuinamente brasileiro, seja na figura de Isidoro, um músico popular e pacífico, ou na crítica à "embriaguez" cultural que afasta o Brasil de suas raízes.
2. A relação com a cultura europeia
Murilo Mendes
Embora Isidoro da Flauta seja profundamente brasileiro, Murilo Mendes não deixa de citar referências europeias como Rimbaud e compositores italianos (Porpora e Caldara). Ele parece sugerir que o contato com a cultura europeia não é negativo por si só, mas deve coexistir com o reconhecimento da riqueza local, como simbolizado por Isidoro e sua flauta.
Mário de Andrade
A citação de Mário é mais crítica. Ele não rejeita a cultura europeia, mas denuncia a forma como ela é absorvida de maneira acrítica, impedindo um esclarecimento e uma emancipação cultural. Para ele, é fundamental que o Brasil desenvolva uma relação de troca, não de submissão.
Paralelo: Ambos reconhecem o valor da cultura europeia, mas enquanto Murilo incorpora essas referências em harmonia com as brasileiras, Mário enfatiza a necessidade de romper com a dependência para construir algo autenticamente nacional.
3. O papel da música como símbolo cultural
Murilo Mendes
A música é central em Isidoro da Flauta, representando tanto a identidade cultural brasileira quanto uma força pacificadora e espiritual. A flauta de Isidoro transcende a materialidade e se torna um elo entre o popular e o sublime, o cotidiano e o eterno.
Mário de Andrade
Mário também atribui à música um papel central em sua obra, seja como pesquisador de manifestações populares, seja como poeta e escritor. Em Macunaíma, por exemplo, ele valoriza expressões musicais como o canto popular e os instrumentos regionais como símbolos da alma brasileira.
Paralelo: Ambos os autores veem a música como um elemento essencial na definição e celebração da identidade cultural brasileira, algo que nasce do povo e reflete a diversidade do país.
4. Crítica ao apagamento das culturas populares
Murilo Mendes
A escolha de Isidoro, um músico negro, como protagonista sugere um resgate da contribuição das culturas afro-brasileiras, frequentemente marginalizadas no Brasil. Isidoro é descrito como intemporal e resistente, uma figura que transcende o apagamento histórico.
Mário de Andrade
Mário também foi um defensor das culturas populares, especialmente as afro-brasileiras e indígenas, que ele considerava pilares da identidade nacional. Sua crítica à dependência europeia é, em parte, um chamado para valorizar essas culturas que resistem à homogeneização imposta pelos modelos estrangeiros.
Paralelo: Ambos os textos apontam para a importância de reconhecer as culturas populares como fontes legítimas de identidade nacional e resistência às imposições culturais externas.
5. Poética da identidade
Murilo Mendes
A narrativa de Isidoro da Flauta é poética, carregada de lirismo e mistério, mas também de referências concretas ao Brasil. É uma celebração da cultura local, que resiste ao tempo e às adversidades, uma música que transcende o contexto imediato e atinge a universalidade.
Mário de Andrade
Mário também utiliza a poesia e a literatura como ferramentas para explorar e celebrar o Brasil. Sua escrita, como em Paulicéia Desvairada ou Macunaíma, mescla o regional e o universal, mostrando que o Brasil pode dialogar com o mundo sem perder sua autenticidade.
Paralelo: Ambos fazem da arte uma ferramenta de afirmação cultural e de resistência contra o apagamento das identidades locais.
Conclusão
Murilo Mendes e Mário de Andrade convergem na valorização do que é autêntico e na crítica à alienação cultural causada pela dependência de modelos externos. Enquanto Murilo ilustra essa identidade através da figura lírica de Isidoro da Flauta, Mário o faz por meio de uma crítica explícita à "embriaguez" cultural. Ambos, no entanto, apontam para a mesma necessidade: a construção de uma cultura brasileira autônoma, que valorize suas raízes e dialogue com o mundo de maneira esclarecida e consciente.
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Rosalynn Carter no Brasil, 1977
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Memória Audiovisual Brasileira - MAB
8 de fev. de 2015
A primeira-dama norte-americana Rosalynn Carter visita o Brasil durante governo do presidente Geisel. Na ocasião, desagradou os militares ao se reunir com grupos que denunciavam as torturas e violações de direitos humanos promovidas pelo regime.
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Aqui está a imagem gerada para o cenário descrito. Caso precise de ajustes ou modificações, é só pedir!
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Roteiro Teatral: "Tropical Ironia"
Ato Único
Cenário:
Um salão do Palácio do Planalto. A decoração mistura o austero e o tropical: móveis de madeira escura, bandeiras do Brasil e dos EUA dispostas lado a lado, e uma pintura vibrante de um horizonte verde-amarelo ao fundo. O palco está dividido em duas partes: de um lado, um ambiente formal com uma mesa e cadeiras; do outro, uma pequena representação de uma cela, com grades enferrujadas e uma cama simples. Um holofote ilumina a cela esporadicamente.
Personagens Principais:
Rosalynn Carter – Elegante, firme e serena, carrega a convicção dos direitos humanos em cada gesto.
Ernesto Geisel – Sóbrio, fala com pausas calculadas, refletindo o controle de seu regime.
O Poeta – Um narrador onisciente que interage com os outros personagens por meio de monólogos líricos e irônicos.
Preso Político – Representa as vozes caladas pela ditadura, suas falas são carregadas de emoção e denúncia.
Cena 1: O Encontro
(Geisel e Rosalynn estão sentados frente a frente. Servidores discretos colocam café e água nas mesas. O Poeta surge de uma sombra no canto do palco, observando a cena.)
Poeta (recitando, irônico):
Dizem que o verde e o amarelo brilham,
Mas o brilho cega quem insiste em olhar.
Chega a visita do Norte, com olhos azuis,
Para ver o Brasil que insiste em cantar.
Rosalynn Carter:
Presidente, agradeço a recepção. Jimmy me pediu para trazer uma mensagem clara:
os direitos humanos não são privilégio, mas um direito universal.
Geisel (sereno, mas cortante):
Senhora Carter, a soberania do Brasil é tão verde quanto nossas florestas.
Respeitamos sua preocupação, mas a segurança nacional é prioridade.
Poeta (à plateia):
"Segurança nacional", diz o general,
Enquanto os gritos abafados vibram nas paredes de concreto.
Duas línguas aqui se enfrentam:
A da diplomacia e a do silêncio imposto.
Cena 2: A Cela
(A luz se desloca para a cela. O Preso Político, descalço e com roupas gastas, olha para o público como se encarasse Rosalynn. Ele fala como se estivesse lendo uma carta, sua voz frágil no início, mas ganhando força.)
Preso Político:
Senhora Carter, a sua chegada trouxe um sopro de ar,
Mas aqui, o ar é pesado.
Cada palavra dita se torna crime,
Cada sonho sonhado vira ameaça.
Quantos rostos mutilados a senhora precisará ver
Para entender o que se cala além dessas grades?
Poeta (aproximando-se da cela):
E no silêncio que ela carrega,
Está o peso de um continente.
O que vale mais: a bandeira que voa
Ou a vida que respira?
Cena 3: O Embate Poético
(Rosalynn se levanta, caminhando lentamente pela sala. Geisel a observa com uma expressão impenetrável. O Poeta, agora entre os dois, declama.)
Poeta:
De um lado, a diplomata,
Com flores e palavras macias.
Do outro, o militar,
Com botas pesadas e leis que ninguém via.
Rosalynn Carter (dirigindo-se a Geisel):
Presidente, é impossível ignorar os relatos.
Os homens que clamam por liberdade não podem ser vistos como inimigos.
Um governo forte não teme o diálogo.
Geisel (levantando-se):
Senhora Carter, entendo suas preocupações,
Mas quem vive no tropical aprende que há perigos na floresta.
Nem todas as vozes clamam por justiça;
Algumas querem apenas derrubar o tronco que sustenta o país.
Poeta (sarcástico):
Ah, os troncos que sustentam!
Será que eles também ouvem o estalo das costas
De quem carrega o machado?
Cena 4: O Epílogo
(A luz se apaga na parte formal e foca novamente na cela. O Preso Político fala em um tom de resignação, mas também de esperança. Rosalynn olha na direção da cela, como se pudesse ouvi-lo pela primeira vez.)
Preso Político:
Quem nos visita, que leve daqui não só o cheiro da terra,
Mas o peso de nossas lágrimas.
Que o canto do poeta alcance os que governam,
E que o futuro não precise mais de grades.
Poeta (finalizando):
E assim, o Brasil se despede da visita:
Com um sorriso tropical e um segredo amargo.
Pois, no fim, a diplomacia é um palco,
Mas os aplausos vêm do povo que espera a cortina cair.
(As luzes se apagam, deixando apenas uma faixa de luz sobre o Poeta, que olha para o público com um sorriso irônico.)
Poeta:
Abençoado por Deus? Sim.
Mas bonito por natureza? Só quando a verdade aparece.
(Cai o pano.)
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Paralelas
Belchior
Letra
Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó, meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho
E fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor
Em cada luz de mercúrio
Vejo a luz do teu olhar
Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar
No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão
E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu
No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão
Composição: Belchior.
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Senador Fernando Henrique Cardoso entrevistado por Mino Carta, 1985
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Memória Audiovisual Brasileira - MAB
11 de dez. de 2024
O senador, líder do governo e candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso (PMDB-SP), é entrevistado pelo jornalista Mino Carta em seu programa O Homem e Seu Tempo, em 1985. Os temas passam por cinema, filosofia, exílio, política e poesia.
Fernando Henrique Cardoso nasceu em 18 de junho de 1931, na cidade do Rio de Janeiro, em uma família de tradição militar. Formou-se em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e construiu uma sólida carreira acadêmica, que incluiu passagens como professor em renomadas instituições do Brasil e do exterior. FHC, como é amplamente conhecido, despontou como intelectual de destaque ao publicar estudos sobre desenvolvimento, desigualdade social e dependência, tornando-se um dos teóricos mais influentes da sociologia brasileira.
Na política, Fernando Henrique Cardoso iniciou sua trajetória no partido MDB (Movimento Democrático Brasileiro) durante o regime militar, atuando na oposição ao governo autoritário. Posteriormente, com a redemocratização, foi eleito senador e, em 1993, assumiu o Ministério da Fazenda durante o governo Itamar Franco. Ali, liderou a implementação do Plano Real, que controlou a hiperinflação e estabilizou a moeda brasileira, ganhando ampla popularidade e credibilidade política. Em seguida, foi eleito presidente do Brasil em 1994, sendo reeleito em 1998. Em seus dois mandatos (1995–2002), promoveu reformas estruturais, como a privatização de estatais, a modernização do Estado e a abertura da economia ao capital estrangeiro, apesar das críticas e controvérsias em relação a algumas de suas políticas.
Após deixar a presidência, FHC manteve ativa participação no debate público, seja por meio de palestras, artigos, entrevistas ou pela atuação em instituições voltadas para a promoção da democracia e do desenvolvimento. Recebeu diversos prêmios e honrarias internacionais, reforçando seu reconhecimento como intelectual e estadista. Sua trajetória continua a influenciar a vida política e acadêmica brasileira, sendo constantemente lembrado pela marca que deixou na estabilização econômica do país e nas discussões sobre políticas públicas.
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Mino Carta, nascido Domenico Carta em 1933, em Gênova, na Itália, mudou-se para o Brasil ainda criança, em 1946. Desde jovem, interessou-se pela comunicação e pelo jornalismo, ingressando em redações de veículos impressos e construindo, ao longo das décadas, um dos nomes mais influentes da imprensa brasileira. Passou por diversas publicações e foi cofundador de revistas de grande impacto nacional, como Veja, IstoÉ e CartaCapital, sempre se destacando pela ousadia editorial e pela busca de um jornalismo independente.
Ao longo de sua carreira, Mino Carta firmou-se não apenas como um jornalista de renome, mas também como um crítico atento da cena política e social do país. Sua atuação intensa e seu compromisso com a liberdade de expressão o levaram a enfrentar tanto pressões de ordem econômica quanto desafios de caráter político, especialmente durante períodos conturbados da história nacional. À frente da revista CartaCapital, mantém uma linha editorial crítica e reflexiva, pautada pelo jornalismo investigativo e por análises aprofundadas que influenciam o debate público no Brasil.
Mais sobre Fernando Henrique Cardoso:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernand...
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PARALELAS-VANUSA-VIDEO ORIGINAL DE 1975 ( HQ )
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25 de jun. de 2012
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