segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

E SE O SALÁRIO EVOLUIR?

E Se... Chico Buarque E se o oceano incendiar? E se cair neve no sertão? E se o urubu cocorocar? E se o Botafogo for campeão? E se o meu dinheiro não faltar? E se o delegado for gentil? E se tiver bife no jantar? E se o carnaval cair em abril? E se o telefone funcionar? E se o pantanal virar pirão? E se o Pão-de-Açúcar desmanchar? E se tiver sopa pro peão? E se o oceano incendiar? E se o Arapiraca for campeão? E se à meia-noite o sol raiar? E se o meu país for um jardim? E se eu convidá-la para dançar? E se ela ficar assim, assim? E se eu lhe entregar meu coração? E meu coração for um quindim? E se o meu amor gostar então De mim? Composição: Chico Buarque / Francis Hime. Francis Hime "E Se" | Francis Hime Ao Vivo (Vídeo Oficial) E Se... Chico Buarque E se o salário evoluir? E se avançar pra sete mil? E se o congresso não vetar? E se o Lula não vetar? E se o Gilmar embarrerar?
"segunda-feira, 15 de dezembro de 2025 Que tal um salário mínimo de R$ 7 mil? Por Carlos Alberto Sardenberg O Globo Políticas sociais bem-intencionadas podem, sim, causar desastres. É o caso da redução da jornada de trabalho O salário mínimo sobe para R$ 1.621 a partir de janeiro próximo. Pode-se dizer que esse valor é inconstitucional. Cabe alguma ação junto ao STF para obrigar os empregadores brasileiros, inclusive o governo, a pagar um mínimo de R$ 7.067,18. Está na Constituição, artigo 7º, inciso IV, que todo trabalhador tem direito a um salário mínimo “capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. Família-padrão é o casal com dois filhos. E está na cara que os R$ 1.621 não atendem àquelas necessidades. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é a fonte do cálculo que fixa o mínimo naqueles R$ 7.067. O leitor pode perguntar: como é que ninguém teve a ideia de apelar ao STF? Muitos já tiveram essa ideia. Não funcionou. A Corte rejeita todos os pedidos para que o valor do mínimo seja fixado pelo Judiciário, mesmo quando entende que o valor oficial não atende às necessidades listadas na Constituição. Para o Supremo, o mínimo deve ser definido em lei, sendo, portanto, atribuição política do governo e do Congresso. E, no exercício dessa política pública, considera-se que a norma constitucional é limitada. Limitada a quê? Obviamente, à realidade da economia nacional. Tem mais. Quando alguma entidade reivindica o “mínimo constitucional” para servidores públicos, o STF considera outro limite, o fiscal, a capacidade do governo de pagar mais. Faz sentido. Considerem as prefeituras do interior, que não conseguem pagar nem o mínimo oficial de hoje. Vai daí uma primeira conclusão: para os servidores que ganham o mínimo, o STF coloca a limitação fiscal. Mas não quando se trata dos supersalários pagos à elite do serviço público. Suponhamos que o Congresso aprovasse o mínimo do Dieese e que o governo impusesse a norma a todos os empregadores. Muitas empresas não conseguiriam pagar. O custo de produção ou prestação do serviço tornaria o negócio inviável. Resultado: desemprego em massa. E as empresas que conseguissem repassar ao consumidor o mínimo de R$ 7 mil? Provocariam uma baita inflação, tão elevada que levaria à desvalorização da moeda e, pois, do salário real. O trabalhador ficaria na pior, ganhando nominalmente mais, porém comprando até menos do que comprava antes do surto inflacionário. Quanto ao setor público, basta lembrar que a atual regra de correção do mínimo, com ganho real, tem provocado déficits seguidos nas contas públicas. Eis aí: políticas sociais bem-intencionadas podem, sim, causar desastres. É também o caso da redução da jornada de trabalho, conforme várias propostas em tramitação no Congresso. A riqueza de um país vem do capital e do trabalho. Aqui, a produção depende do número de horas trabalhadas e da produtividade do trabalhador. É muito baixa a produtividade do trabalhador brasileiro. No essencial, trata-se de consequência da baixa qualidade do ensino. Reduzir a jornada de trabalho por lei, sem levar em consideração a realidade da economia e as diferenças entre as empresas, provocará efeitos parecidos aos que surgiriam caso se adotasse um salário mínimo “constitucional”. As empresas que conseguissem contratar mais trabalhadores teriam custo maior, repassado para o consumidor. Inflação. Se não conseguirem contratar, produzirão menos. O negócio fica mais caro e, no limite, inviabilizado. Desemprego. Finalmente, há o problema da automação: robôs substituindo humanos. Sim, sabemos que, na origem da era industrial, os trabalhadores eram massacrados com 12 ou mais horas diárias. Mas também sabemos que a evolução dos métodos de produção, as máquinas e a tecnologia permitiram ganhos de produtividade e, pois, a redução progressiva das jornadas. Nosso problema é que não criamos as boas escolas e perdemos o bonde da produtividade. Uma lei não resolve isso." Traduzir-se Nara Leão Uma parte de mim é todo mundo Outra parte é ninguém Fundo sem fundo Uma parte de mim é multidão Outra parte estranheza e solidão Uma parte de mim, pesa Pondera Outra parte, delira Uma parte de mim almoça e janta Outra parte se espanta Uma parte de mim é permanente Outra parte se sabe de repente Uma parte de mim é só vertigem Outra parte, linguagem Traduzir uma parte noutra parte Que é uma questão de vida ou morte Será arte? Será arte? Composição: Fagner / Ferreira Gullar
Livro e seminário sobre democracia ajudam a pensar a lógica da política nacional Resumo sucinto, com densidade e intensidade argumentativa O artigo sustenta que a política brasileira foi progressivamente capturada pela lógica da guerra, em detrimento da lógica democrática da política, e que a esquerda governista hoje reproduz, com novos meios, um impulso antipolítico antigo. Ao atacar o Congresso como “inimigo do povo”, reatualiza um desejo autoritário de cancelamento institucional, semelhante ao da extrema-direita, apenas com estética e narrativa invertidas. O autor distingue duas tradições históricas da esquerda: a esquerda democrática e agregadora, que construiu a transição política dos anos 1970–80 por meio de alianças, anistia, institucionalidade e pluralismo (com papel central do MDB e de setores responsáveis da esquerda); a esquerda adversativa, herdeira do desprezo pela política, que trocou a guerrilha armada por uma guerra simbólica permanente, mantendo o antagonismo como método. Essa segunda tradição, derrotada militarmente, venceu no plano simbólico ao revisar a memória democrática, obscurecendo o artesanato institucional da redemocratização e exaltando uma narrativa belicosa que reduz a política a amigo versus inimigo. Esse ethos contaminou o PT ao longo do tempo (voto nulo, recusa da Constituição de 1988, demonização do Congresso) e reapareceu com força no impeachment de Dilma, na retórica do “golpe” e na polarização extrema que abriu espaço ao bolsonarismo. O texto argumenta que PT e extrema-direita se alimentaram mutuamente ao substituir a política plural pela guerra eleitoral. O resultado é um sistema congelado entre dois mitos: um no poder, outro preso, ambos mobilizados simbolicamente como se definissem o destino nacional — uma ficção que paralisa alternativas democráticas no centro e à esquerda. Conclusão: embora o governo atual seja ambíguo e heterogêneo, Lula governa sem horizonte, apoiado mais na força simbólica do passado do que em um projeto capaz de recompor a política como espaço de mediação institucional. O passado não retorna; e a persistência da guerra simbólica aprofunda a doença política do país.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2025 Esquerdas, política e guerra. Por Paulo Fábio Dantas Neto* "Antes que governistas atentos tentem me alcançar com críticas morais para mudarem de assunto, concedo-lhes uma palavra explicativa, embora, de tão óbvia, seja desnecessária a quem lê de modo isento o que escrevo. Penso que a composição do atual Congresso é ruim e não tenho a menor disposição de me comprometer com seus erros e trapalhadas coletivas, muito menos com transgressões éticas e delitos de parlamentares individualmente, não importa a facção política a que pertençam, nem se eles seguem script de herói ou de vilão. Mas tenderei a me indispor com tentativas de desqualificar a instituição. É exatamente isso o que faz o slogan “Congresso, inimigo do povo”. Sejam bons ou maus - a meu juízo, ou até mesmo a juízo coletivo de numerosos cidadãos - são todos eles seus representantes." https://gilvanmelo.blogspot.com/2025/12/esquerdas-politica-e-guerra-por-paulo.html
👆"4. Síntese O trecho não absolve o Congresso, mas também não aceita sua demonização. Ele se posiciona contra dois extremos igualmente estéreis: a defesa acrítica do status quo; o discurso antipolítico que transforma a política em inimiga da sociedade. Trata-se de uma crítica que exige responsabilidade dupla: dos parlamentares, por seus atos; dos cidadãos, por compreenderem que a democracia não funciona por slogans, mas por confronto institucional, participação e escolha. Em última instância, o texto afirma que destruir simbolicamente a representação não corrige seus vícios — apenas prepara o terreno para algo pior."
"👆 **Do Farol da Barra a Copacabana: Ibsen Revolvido, o Povo Invocado e a Política Reduzida a Slogan** Em 14 de dezembro de 2025, do Farol da Barra à Avenida Atlântica, passando pela Avenida Paulista e pisando — sem cerimônia — nas calçadas de pedrinha portuguesa, um velho fantasma europeu foi convocado de maneira ruidosa e imprópria. Henrik Ibsen, dramaturgo norueguês do século XIX, teve sua obra Um Inimigo do Povo arrancada do contexto trágico e ético que a sustenta para servir de rótulo barato e inflamável: “Congresso inimigo do povo” . A cena é exemplar do nosso tempo. Um conceito literário complexo, nascido como crítica à manipulação da maioria, à corrupção econômica e ao conformismo social, é reduzido a palavra de ordem. O que em Ibsen era conflito moral e político vira slogan de megafone. O que era drama se converte em adesivo."
👆" 5. Conclusão: quando o povo vira álibi Invocar Ibsen para atacar o Congresso é usar a literatura como verniz para o ressentimento. É transformar um alerta contra a tirania da maioria em justificativa para ela. É confundir crítica com demolição. Se há algo que Um Inimigo do Povo ensina é que a verdade raramente marcha em bloco , raramente grita em coro, raramente cabe em faixas. Quando isso acontece, convém desconfiar. Do Farol da Barra a Copacabana, passando pela Paulista, o que se viu não foi Ibsen em ação — foi sua caricatura. E caricaturas, como sabemos, fazem barulho, mas não iluminam."
O futuro de uma comunidade depende menos da figura que a governa e mais da força das instituições e da clareza moral que sustentam sua existência. Bibliografia sugerida • Cícero – Da República, Dos Em suma, o mito ainda protege o governo. Mas, sem horizonte, o mito governa olhando para trás — e o tempo político não costuma conceder esse luxo por muito tempo.
Understanding Salary Progression: Key Factors Influencing Pay Growth in the Workplace Purity Kajuju Publicado em 2 de set. de 2024 Salary progression refers to the systematic increase in an employee’s salary over time, often tied to performance, skills, experience, and other key factors. It is an essential component of a company’s total rewards strategy, influencing employee motivation, retention, and overall satisfaction. For organizations, an effective salary progression strategy can help attract and retain top talent, foster a performance-driven culture, and ensure equity within the workforce. Key Factors Influencing Salary Progression 🎶 E SE O SALÁRIO EVOLUIR? Constituição, economia e canção num país que pergunta demais 1. O artigo — o ponto de partida Que tal um salário mínimo de R$ 7 mil? Carlos Alberto Sardenberg — O Globo, 15 de dezembro de 2025 O salário mínimo brasileiro sobe para R$ 1.621 a partir de janeiro. À luz da Constituição, esse valor pode parecer insuficiente — até inconstitucional. O artigo 7º, inciso IV, estabelece que todo trabalhador tem direito a um salário mínimo capaz de atender às necessidades vitais básicas e às de sua família: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Segundo o DIEESE, para cumprir esse mandamento constitucional, o mínimo deveria girar em torno de R$ 7.000 para uma família padrão (casal e dois filhos). Por que, então, o salário não é esse? Sardenberg explica: o STF entende que essa norma constitucional é programática, dependente da realidade econômica. Cabe ao Congresso e ao Executivo, não ao Judiciário, fixar o valor — levando em conta limites fiscais, produtividade, capacidade das empresas e do Estado. Fixar um mínimo muito acima da realidade produtiva poderia gerar: fechamento de empresas desemprego inflação desvalorização do salário real O mesmo raciocínio vale para propostas como a redução da jornada de trabalho por lei, sem ganho prévio de produtividade. Boa intenção, sem base econômica, pode produzir o efeito oposto ao desejado. 📄 Artigo original (pode exigir assinatura): O Globo — Carlos Alberto Sardenberg 2. A música — o espelho simbólico Poucas parcerias traduziram tão bem o Brasil entre promessa e frustração quanto Chico Buarque & Francis Hime. 🎵 “Vai Passar” (1984) nasceu como samba de esperança na redemocratização, mas carrega algo mais profundo: a ideia de que o país vive ciclos de promessa, euforia, choque com a realidade — e recomeço. ▶️ Ouça a canção (vídeo oficial): https://www.youtube.com/watch?v=IKKLQ3XL9h4 📚 Contexto histórico e análise: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vai_Passar_(canção) Essa estrutura — o sonho anunciado, a multidão animada, a conta que chega depois — ecoa perfeitamente no debate do salário mínimo. 3. Resumo declamado do artigo (introdução musical) (voz falada, sobre acordes sustentados) Segunda-feira. Dezembro pesa no bolso e na pergunta. Alguém olha o contracheque como quem lê uma partitura torta e pergunta — sem ironia, quase em oração: e se desse pra viver? A Constituição responde bonito, em tom maior, bem escrito: casa, comida, escola, remédio, lazer, transporte, dignidade. No papel, tudo cabe. Na vida real, não fecha a conta. Dizem que o justo seria sete mil. Dizem que está na letra da lei. Dizem também: cuidado — boa intenção, sem base, desafina a economia inteira. Entre o sonho prometido e o orçamento possível, o país segue nesse compasso instável. E é daí que nasce a canção. 4. Paródia — fechamento musical do texto E SE O SALÁRIO EVOLUIR? (Canção em três partes) PARTE I — IRÔNICA E se o salário evoluir? E se pular pra sete mil? Tá na letra da Constituição, Assinada em papel Brasil E se a conta for tão clara Que até dói de explicar? Casa, escola, saúde, feira, Tudo num mínimo legal E se o Dieese fez a soma Sem poesia, só razão? Casal, dois filhos, pão na mesa, Não fecha a conta no balcão E se alguém bater no Supremo Com o artigo na mão? “Tá escrito, Excelência, É direito do cidadão” Mas o juiz coça a cabeça, Olha o teto, olha o chão: “Isso é norma programática, Depende da situação” PARTE II — DRAMÁTICA E se a firma não aguentar? E se a porta não abrir? O salário sobe no papel, Mas o emprego deixa de existir E se o custo virar peso Que ninguém consegue erguer? Ou repassa pro consumidor Ou aprende a fechar e sofrer E se o preço subir calado Mais ligeiro que o contracheque? O ganho cresce no holerite E morre na fila do supermercado E se a inflação fizer justiça Com a frieza de um juiz? Corrige tudo pra cima E condena quem sempre quis Não foi lei que fez o progresso, Foi escola, máquina e chão. Foi trabalho bem ensinado Virando produtividade e pão PARTE III — BARGANHA (política) (entra outra voz) E se acabar o seis por um? Quem é que vai dizer que não? Descanso vira promessa Em época de eleição Não falo em custo nem planilha, Isso não dá voto, não Eu falo em gente cansada E voto é coisa do coração E se a conta ficar pra depois, Depois que a gente vencer? Primeiro vem a promessa, Depois… a gente vê CODA FINAL E se o sonho virar voto? E se o voto virar poder? E se a conta ficar pra depois, Depois que a gente vencer? 5. Encerramento Entre a Constituição que promete, a economia que limita, e a política que seduz, o Brasil segue perguntando: E se…? Como num samba que nunca acaba, a harmonia depende menos da vontade e mais do compasso certo entre sonho, trabalho e realidade. S
Hoje MOMENTO POLÍTICO - PREFEITA SIMONE RIBEIRO O HOJE Estreou em 26 de nov. de 2025 segunda-feira, 15 de dezembro de 2025
O que seria chamado de escândalo institucional em qualquer outro contexto vira “detalhe irrelevante” quando envolve ministros alinhados à causa certa. A régua moral muda conforme o réu, o juiz e a ideologia. Justiça ética e transparente não pode operar por exceções convenientes. Quando a coerência é seletiva, o problema já não é político — é moral. 7:07 AM · 15 de dez de 2025 de São Paulo, Brasil· Leonard Clérel @LeonardBLco · 11 h O fim da previsibilidade das leis, de fato, é característica básica de todo e qualquer regime de exceção. O STF e a esquerda. Por Diogo Schelp O Estado de S. Paulo Com notórias exceções, a esquerda prefere ignorar ou justificar os conflitos de interesse na Corte Milhares de pessoas foram às ruas de diversas capitais neste domingo, 14, convocadas por organizações de esquerda. A maior fonte de indignação dos manifestantes, conforme expresso nas faixas e nos cartazes, era o Congresso Nacional — principalmente por causa do PL da Dosimetria, cujo intuito é reduzir o tempo de cadeia de Jair Bolsonaro e outros condenados por tentativa de golpe de Estado. Foram atos mais minguados do que os de 21 de setembro passado, contra a infame PEC da Blindagem, que pretendia proteger deputados e senadores de processos. Não têm faltado na nossa República razões para a revolta da população. As notícias das últimas semanas foram especialmente ultrajantes. Esquemas bilionários para distribuição de emendas parlamentares, acordos para livrar deputados da cassação e chantagens da cúpula do Senado contra o Poder Executivo, entre outros temas, estavam na pauta dos manifestantes. “Congresso inimigo do povo” era o slogan preferido. Algumas personalidades até mencionaram, em discursos e em postagens de convocação nas redes sociais, outra reivindicação urgente: mais ética e transparência na atuação do Supremo Tribunal Federal. Mas foi pouco, muito pouco, diante dos escândalos que vêm afetando a corte máxima do país. São histórias como a do ministro que resolveu impedir os cidadãos de solicitar o impeachment de membros do STF, voltando atrás apenas depois de uma promessa do Legislativo de discutir uma mudança na lei para atender sua exigência. Ou do juiz supremo que, de maneira voluntariosa, interveio em uma investigação sobre fraudes financeiras, favorecendo com sigilo e outras perfumarias um banqueiro cujo advogado viaja de jatinho com esse mesmo ministro. E de outro todo-poderoso integrante do STF, cuja esposa advogada tem contratos milionários com o tal banqueiro. Se não há nada de errado com essas relações pessoais e financeiras, o que custa prestar contas sobre elas? O campo da esquerda, com notórias exceções, prefere ignorar ou até mesmo justificar esses conflitos de interesse. Tudo por causa da lógica binária da polarização: se o STF colocou Bolsonaro e outros golpistas na cadeia, deve ser aplaudido cegamente até a morte — da democracia, se for preciso. Além disso, identificar abusos de ministros da corte é uma pauta da direita. E se é assim, só pode estar errada. Ora, que estupidez. Uma Justiça ética e transparente deveria ser uma agenda apartidária.
INTERFERÊNCIAS Censura, apagamento e outros temas contemporâneos DIRCE WALTRICK DO AMARANTE Resumo com densidade e intensidade argumentativa Diogo Schelp critica a postura da esquerda, que, com exceções notáveis, ignora ou justifica os conflitos de interesse no STF, preferindo apoiar cegamente a Corte por suas ações contra Bolsonaro e outros golpistas. Apesar dos escândalos envolvendo ministros, como interferências em investigações e conexões questionáveis com interesses financeiros, a esquerda segue silenciosa, adotando uma lógica binária onde a defesa do STF se sobrepõe à ética e à transparência. Schelp ressalta que, embora a polarização política tenha levado à justificativa desses abusos, a busca por uma Justiça ética e transparente deveria ser uma agenda apartidária, e não um tema exclusivo da direita.
5 sem liliprata 3 anos e 1 mês, muito cedo para aprender a meditar? 😅❤️ Há 3 anos 1 mês e 4 dias segunda-feira, 15 de dezembro de 2025 Opinião do dia - Luiz Werneck Vianna* “O horizonte que se revela para o governo Lula-Alckmin, diante dessa cultura antidemocrática que germinou entre nós, reclama por ações ainda mais inventivas e audaciosas do que as mobilizadas na vitoriosa disputa eleitoral. Nesse objetivo, o raio de ação da frente política a dar sustentação ao governo deve sondar, sem qualquer limitação, todas as possibilidades de expandir seu âmbito no sentido de incorporar todo aquele que recuse o fascismo como ideologia política. Nesse sentido, o agrupamento político conhecido como o Centrão e demais forças representativas do conservadorismo brasileiro, inclusive as que na disputa eleitoral se alinharam à candidatura Bolsonaro, devem ser objeto de interpelações em pautas específicas por parte do governo democrático.” “(...)Remover raízes tão fundas leva tempo e exige coragem, sabedoria e prudência, virtudes presentes nos articuladores, Lula à frente, que souberam nos levar à vitória sobre as hostes fascistas na sucessão presidencial. O mesmo caminho deve guiar o nascente governo democrático, pautando cada passo no sentido de devolver ao país os rumos de que fomos desviados em busca do reencontro com os ideais civilizatórios de que um governo criminal tentou nos afastar.” *Luiz Werneck Vianna (1938-2024) Sociólogo, “Remover as raízes do fascismo”. Blog Democracia Política e novo Reformismo, 5.11.22 Resumo sucinto, com densidade e intensidade argumentativa Werneck Vianna afirma que a vitória eleitoral não basta para enfrentar a cultura antidemocrática enraizada no país. O governo Lula-Alckmin precisa ir além da disputa eleitoral e agir com audácia política, ampliando a frente democrática sem restrições ideológicas, desde que haja recusa explícita ao fascismo. Isso inclui dialogar pragmaticamente com o Centrão e setores do conservadorismo, inclusive aqueles que apoiaram Bolsonaro, em pautas específicas. A erradicação do fascismo é descrita como um processo longo, que exige coragem, prudência e sabedoria, as mesmas virtudes que permitiram a derrota eleitoral da extrema-direita. O governo democrático deve manter esse método: reconstruir o país passo a passo, restaurando rumos civilizatórios desviados por um governo de natureza criminal, por meio de amplas alianças e ação política responsável.

domingo, 14 de dezembro de 2025

CUMPRIDA SUA PARTE NO ACORDO: ACÓRDÃO INÓCUO E DEPUTADOS ACORDAM SOSSEGADOS

Martinho da Vila - Século do Progresso (Noel Rosa) José Antonio Kast é eleito presidente do Chile Ultradireitista receberá a faixa do presidente Gabriel Boric e assumirá o Palácio de La Moneda em março do ano que vem Da CNN Brasil 14/12/25 às 19:35 | Atualizado 14/12/25 às 20:12 José Antonio Kast é eleito presidente do Chile O candidato da ultradireita José Antonio Kast foi eleito neste domingo (14) presidente do Chile ao derrotar, no segundo turno, Jeannette Jara, do Partido Comunista. Kast assumirá o comando do país em março do próximo ano, quando receberá a faixa presidencial do atual presidente, Gabriel Boric. Jara telefonou ao adversário para reconhecer a derrota. “A democracia falou alto e claro. Desejei sucesso ao presidente eleito para o bem do Chile”, afirmou em publicação nas redes sociais. Perfil Filho de um imigrante alemão que integrou o partido nazista e deixou a Europa após a Segunda Guerra Mundial, Kast afirma que o pai foi recrutado à força. A família construiu um negócio no setor alimentício no sul de Santiago. Católico, casado há mais de 30 anos com a advogada Maria Pia Adriasola, Kast é pai de nove filhos. Seu irmão mais velho, Miguel Kast, foi ministro e presidente do Banco Central durante a ditadura do general Augusto Pinochet. Formado em direito, ingressou no fim dos anos 1990 na União Democrática Independente (UDI). Foi deputado por mais de uma década e deixou o partido em 2016 para disputar a Presidência como independente, obtendo menos de 10% dos votos. Em 2021, voltou à corrida presidencial pelo Partido Republicano, fundado por ele. Agenda política Com mais de duas décadas de atuação política, Kast se beneficiou do desgaste do governo de esquerda de Boric e da fragmentação do centro político, segundo analistas. Na campanha, defendeu o endurecimento das políticas de segurança pública e imigração. Inspirado em modelos dos Estados Unidos e de El Salvador, propõe a criação de uma força policial especializada, a militarização de fronteiras e a aceleração de deportações. Também elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump. Na área econômica, defende flexibilização das leis trabalhistas, redução de impostos corporativos e diminuição da regulação estatal, com sinalização de moderação nos cortes de gastos. Conservador nos costumes, Kast já declarou que pretende restringir o aborto e proibir a venda da pílula do dia seguinte. “Defendo a vida desde a concepção até a morte natural”, afirmou em debate.
José Antonio Kast, candidato presidencial do Partido Republicano durante 2º turno, em Santiago, Chile, em 14 de dezembro de 2025 — Foto: REUTERS/Rodrigo Garrido José Antonio Kast é eleito presidente do Chile O ex-deputado e advogado José Antonio Kast, de 59 anos, foi eleito neste domingo (14) presidente do Chile. Fundador e líder do Partido Republicano, de direita, ele assume o comando do país após duas tentativas anteriores frustradas. Casado há mais de três décadas com a advogada Maria Pia Adriasola, Kast é pai de nove filhos. Em 2016, então parlamentar da União Democrática Independente (UDI), renunciou ao mandato para disputar a Presidência da República, mas ficou com menos de 10% dos votos. Em 2021, voltou à corrida presidencial pelo Partido Republicano, criado por ele, sendo derrotado por Gabriel Boric, atual chefe do Executivo chileno. Na campanha vitoriosa, Kast defendeu o endurecimento das políticas de segurança pública, com ampliação do poder de atuação das polícias e o uso das Forças Armadas em regiões consideradas sensíveis. Também prometeu deter e expulsar cerca de 340 mil imigrantes em situação irregular. Entre suas propostas está a implementação de um “escudo fronteiriço” na fronteira com a Bolívia, que prevê a construção de um muro, a abertura de trincheiras e o deslocamento de 3 mil militares. Embora tenha defendido no passado o legado do regime de Augusto Pinochet, Kast afirma ser um defensor da democracia.
JOGUE FLORES NA ZAMBELLI "Pogressio, pogressio Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar" Conselho de Mulher Adoniran Barbosa Renúncia de Zambelli exime Motta de obedecer ordem de Moraes Adriana Ferraz Século do Progresso Noel Rosa A noite estava estrelada Quando a roda se formou A Lua veio atrasada E o samba começou Um tiro a pouca distância No espaço forte ecoou Mas ninguém deu importância E o samba continuou Entretanto ali bem perto Morria de um tiro certo Um valente muito sério Professor dos desacatos Que ensinava aos pacatos O rumo do cemitério Chegou alguém apressado Naquele samba animado Que cantando assim dizia No século do progresso O revólver teve ingresso Pra acabar com a valentia Um tiro a pouca distância Compositor: Noel de Medeiros Rosa (Noel Rosa) Do UOL, em São Paulo
14/12/2025 16h25 Resumo da notícia Carla Zambelli renunciou ao cargo de deputada, o que liberou Hugo Motta de seguir a ordem de cassação imposta por Alexandre de Moraes do STF. A decisão de Zambelli de renunciar alivia a tensão entre a Câmara e o STF, após tentativas da Câmara de manter seu mandato. Zambelli foi condenada por invasão hacker e outros crimes; seus direitos políticos foram cassados, mas ela fugiu para o exterior antes da prisão A renúncia da agora ex-deputada Carla Zambelli (PL-SP), anunciada hoje pela Câmara dos Deputados, exime o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de obedecer à ordem de cassação dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O que aconteceu Decisão de Zambelli oficializa suplente. No comunicado enviado à imprensa, Motta deixa claro que a convocação do suplente decorre do anúncio de Zambelli e não da ordem dada por Moraes na quinta-feira passada — e confirmada pela Primeira Turma do STF no dia seguinte. Em decorrência disso [a renúncia], o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse. Nota da Presidência da Câmara dos Deputados Motta desobedece ordem do STF desde junho. Quando a primeira condenação de Zambelli transitou em julgado, em junho, a ordem para cassar o mandato da então deputada já havia sido expedida pelo STF. Mas, por um cálculo político, Moraes e os demais ministros da Corte aguardaram a Câmara seguir com o trâmite de votar a perda do mandato. Mas como o plenário resolveu protegê-la, a decisão foi reforçada na semana passada. Decisão ajuda a aliviar tensão entre os Poderes. Na avaliação da defesa de Zambelli, a decisão pela renúncia ajuda a aliviar a tensão estabelecida entre a Câmara dos Deputados e o STF (Supremo Tribunal Federal) após o plenário votar pela manutenção do cargo da agora ex-deputada. "Achamos que essa seria a melhor estratégia para aliviar a tensão. Motta se sentiu aliviado", disse o advogado Fabio Pagnozzi. Condenação criminal transitada em julgado anula direitos políticos. A Constituição Federal define que "perderá o mandato o deputado ou senador que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado". Já a Lei Complementar 64/90 acrescenta que, nestes casos, a inelegibilidade é automática, ou seja, não requer nenhum tipo de ratificação. O anúncio de Zambelli, portanto, não muda o quadro, segundo juristas ouvidos pelo UOL Zambelli fugiu após a primeira condenação transitar em julgado. Desde junho, quando transitou em julgado a primeira condenação de Zambelli — por invasão hacker ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) —, seu mandato e seus direitos políticos estão oficialmente cassados pelo tribunal. Foi nessa época que a parlamentar fugiu do país — primeiro para os EUA e, depois, para a Itália, onde está presa. Ela também foi condenada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Proteção dada pela Câmara exigiu nova decisão. Horas depois de o plenário da Câmara votar por manter o mandato de Zambelli, adotando o entendimento de que cabe à Mesa Diretora decidir sobre "cassação derivada da perda ou suspensão dos direitos políticos", Moraes reforçou que é o Poder Judiciário quem determina a perda de mandatos de parlamentares condenados criminalmente com decisão transitada em julgado. Cabe à Mesa da Câmara dos Deputados, nos termos do §3º do artigo 55 da Constituição Federal, tão somente declarar a perda do mandato, ou seja, editar ato administrativo vinculado. Alexandre de Moraes, ministro do STF Ordem de Moraes foi ratificada por demais ministros. A ordem dada por Moraes, de declarar nula a votação que manteve o mandato de Zambelli, já é apreciada pelos demais ministros da Corte, foi ratificada pelos demais ministros da Primeira Turma do STF, responsáveis por condenar tanto Zambelli como Ramagem. Palavra final é da Câmara só em caso de infração ética. Diferentemente dos casos que envolvem condenações criminais, a decisão sobre a inelegibilidade por perda de mandato derivada de infração ética ou crime de responsabilidade cabe ao plenário da Câmara. Seria o caso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), por exemplo, que foi punido com uma suspensão de seis meses.
Na democracia, lembra Marx, o Estado não cria o povo: é o povo que cria o Estado. Quando a lei se emancipa do homem e passa a servi-lo apenas como forma, a política adormece — e os acordos seguem, sossegados. CUMPRIDA SUA PARTE NO ACORDO: ACÓRDÃO INÓCUO E DEPUTADOS ACORDAM SOSSEGADOS domingo, 14 de dezembro de 2025 Opinião do dia – Karl Marx (Democracia)* “Hegel parte do Estado e faz do homem o Estado subjetivado; a democracia parte do homem e faz do Estado o homem subjetivado. Do mesmo modo que a religião não cria o homem, mas o homem cria a religião, assim também não é a constituição que cria o povo, mas o povo a constituição. A democracia, em um certo sentido, está para as outras formas de Estado como o cristianismo para outras religiões… O homem não existe em razão da lei, mas a lei existe em razão do homem.” Karl Marx, Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, p. 50. Boitempo Editorial, 2005. 🔗 Referência: Boitempo Editorial – Crítica da Filosofia do Direito de Hegel https://www.boitempoeditorial.com.br
O Chile como bússola quebrada do ciclo progressista: entre a fadiga das promessas, a centralidade tardia da segurança e o retorno da geopolítica dura no Cone Sul. O relógio político avança — uns veem tarde, outros agem primeiro. O governo Boric, sucessão chilena e isolamento de Lula Por Luiz Carlos Azedo Correio Braziliense 🔗 Correio Braziliense https://www.correiobraziliense.com.br As eleições no Chile simbolizam o esgotamento de um ciclo da esquerda latino-americana, que não traduziu vitória eleitoral em hegemonia social nem em avanço econômico sustentável. Os chilenos vão às urnas para escolher seu novo presidente entre Jeannette Jara, militante comunista e representante das esquerdas, e José Antonio Kast, líder do Partido Republicano e expressão da direita radical. O presidente Gabriel Boric encerra um ciclo político iniciado com a promessa de renovação geracional e moral, mas marcado por maximalismos identitários, incapacidade de construir maiorias sociais estáveis e leitura equivocada das prioridades abertas após o estallido social (2019–2021). Ao final do mandato, o Chile apresenta-se mais inseguro, fragmentado politicamente e desconfiado do Estado. A aprovação presidencial manteve-se próxima de 30%, enquanto a rejeição orbitou 60%. A frustração social se consolidou quando a proposta de nova Constituição foi rejeitada em setembro de 2022 (62% a 38%), marcando o ponto de inflexão do ciclo progressista chileno. Nesse ambiente, Jeannette Jara, apesar do bom desempenho no Ministério do Trabalho e da vitória nas primárias da esquerda, chega isolada à disputa, associada à continuidade de um governo impopular. A esquerda perde capilaridade junto às classes populares, que migram para alternativas conservadoras ou populistas. A ascensão de José Antonio Kast não é episódica. Representa a consolidação de uma direita ideológica, disciplinada e conectada internacionalmente. Após a derrota em 2021, Kast moderou a forma e concentrou o discurso em segurança, crescimento econômico e controle migratório — temas centrais do novo humor social. Doutrina Monroe e o novo tabuleiro do Cone Sul Uma eventual vitória de Kast insere o Chile em um rearranjo regional mais amplo: Argentina (Javier Milei), Paraguai conservador, alternância no Uruguai e o provável realinhamento chileno desenham um Cone Sul marcado pela crítica ao Estado, centralidade da ordem e rejeição às agendas progressistas identitárias. Esse movimento articula-se à disputa geopolítica global entre Estados Unidos, China e Rússia. Washington substituiu a retórica da promoção da democracia por uma lógica de segurança hemisférica, reativando operacionalmente a Doutrina Monroe, agora sob a influência do nacionalismo trumpista. O objetivo estratégico é conter a expansão chinesa em infraestrutura, energia, minerais críticos e telecomunicações, além de bloquear a presença russa associada à cooperação militar e à desinformação. A crise venezuelana ocupa papel central nesse tabuleiro, funcionando como alerta e justificativa para políticas mais duras no continente. Líderes como Javier Milei, Nayib Bukele e, potencialmente, José Antonio Kast tornam-se parceiros preferenciais dessa estratégia. O Brasil, sob o governo Lula, encontra-se relativamente isolado: sua política externa de autonomia estratégica e diálogo com China e Rússia contrasta com o novo eixo conservador do Cone Sul e com a agenda de Washington.
Traduções simultâneas – três registros do mesmo fenômeno 1. Técnico / Análise de conjuntura ES (Boric — balanço de governo) Al ver, constató que ya había visto aquello que ahora veía: el cierre de un ciclo y la dificultad de transformar legitimidad simbólica en gobernabilidad real. EN (Trump — leitura estratégica) Seeing it, he realized he had already seen it before: a cycle ending, weak governments, and voters demanding order and security. Compatibilidade: Boric reconhece tardiamente; Trump traduz imediatamente em poder, ordem e segurança. 2. Literário / Transição de poder ES (Boric — despedida implícita) Al ver, vio que ya había visto lo que ahora veía: un país cansado de promesas y urgido de certezas. EN (Trump — narrativa política) When he saw it, he knew he’d seen it before: people tired of talk, ready for strength and results. Compatibilidade: fadiga social, centralidade da segurança e mudança de humor coletivo. 3. Experimental / Geopolítica do poder ES (Boric — consciência histórica) Viendo, se vio viendo el final de un tiempo que ya se había visto terminar en otros lugares del mundo. EN (Trump — Doutrina Monroe revitalizada) Seeing it, he saw it clearly: the same pattern again — and this time, America acts first. Compatibilidade: Boric como parte de um movimento histórico; Trump como agente de ação direta. Síntese final O Chile explicita o fim de um ciclo da esquerda latino-americana que venceu eleições, mas não construiu hegemonia social nem respondeu às prioridades de segurança e economia. No novo arranjo geopolítico do Cone Sul, o Brasil aparece relativamente isolado. Boric fala a linguagem da memória e do encerramento. Trump traduz o mesmo fenômeno em oportunidade, alinhamento e poder. A mesma realidade: um vê tarde; o outro vê primeiro. Legenda da imagem O Chile como bússola quebrada do ciclo progressista: entre a fadiga das promessas, a centralidade tardia da segurança e o retorno da geopolítica dura no Cone Sul. O relógio político avança — uns veem tarde, outros agem primeiro. P

sábado, 13 de dezembro de 2025

DEMOCRACIA EM TRÊS REGISTROS

Gilson Peranzzetta e Mauro Senise | Último desejo | Noel Rosa 100 anos Biscoito Fino 28 de dez. de 2023 #canalbrasil #noelrosa #biscoitofino Vídeo oficial da faixa "Último desejo", do álbum "Noel Rosa 100 anos" Gravado ao vivo Teatro Sesc Ginástico (Rio de Janeiro), em 7 de outubro de 2010 por Gilson Peranzzetta e Mauro Senise com particação esperial de Alaíde Costa e Zeca Assumpção, Amoy Ribas e Quarteto Bessler How Insensitive (Insensatez) Frank Sinatra
Ensaiar, Denunciar, Satirizar Caderno de Linguagem, Política e Cultura Sábado, 13 de dezembro de 2025 EDITORIAL DE ABERTURA Democracia em Três Registros (e Duas Canções) Por decisão editorial A democracia não se sustenta por uma única linguagem. Ela exige análise, crítica e, quando necessário, ironia. Exige teoria social, vigilância institucional e humor — não como ornamento, mas como forma legítima de resistência intelectual. Este dossiê reúne três textos distintos, deliberadamente contrastantes em estilo, mas convergentes em propósito: pensar a democracia brasileira em seus impasses contemporâneos, evitando tanto o negacionismo quanto a sacralização acrítica das instituições. Defender a democracia hoje implica defendê-la: da desertificação social, da hipertrofia institucional, e da redução da política a rito, carimbo e sanção. Para acompanhar esta leitura, recomendamos duas canções emblemáticas — homenagens a dois artistas que, cada qual em seu tempo e idioma, souberam extrair da experiência humana o que ela tem de mais universal. Frank Sinatra - That´s life (1966) 🎙️ Frank Sinatra (1915–1998) — “That’s Life” Uma lição de resiliência sem ilusão: cair, levantar e insistir. Democracia como processo, não como conforto. Noel Rosa - Palpite Infeliz (Aracy de Almeida) Noel Rosa Noel Pela Primeira Vez (Volume 5 CD 9 Faixa 8) Intérprete: Aracy de Almeida // Músicos: Conjunto Regional RCA Victor Composição: Noel Rosa Ano de composição: 1935 Quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do Céu, que palpite infeliz! Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz Que sempre souberam muito bem Que a Vila Não quer abafar ninguém, Só quer mostrar que faz samba também Fazer poema lá na Vila é um brinquedo Ao som do samba dança até o arvoredo Eu já chamei você pra ver Você não viu porque não quis Quem é você que não sabe o que diz? Quem é você que não sabe o que diz? Meu Deus do Céu, que palpite infeliz! Salve Estácio, Salgueiro, Mangueira, Oswaldo Cruz e Matriz Que sempre souberam muito bem Que a Vila Não quer abafar ninguém, Só quer mostrar que faz samba também A Vila é uma cidade independente Que tira samba mas não quer tirar patente Pra que ligar a quem não sabe Aonde tem o seu nariz? Quem é você que não sabe o que diz? Transcrição 🎶 Noel Rosa (1910–1937) — “Palpite Infeliz” A ironia como antídoto contra o autoritarismo cotidiano e a arrogância moral. Democracia como crítica viva. Boa leitura. Boa escuta. ARTIGO I — ENSAIO Opinião do Dia Democracia, Deserção Social e os Riscos da Restauração Incompleta Luiz Werneck Vianna (1938–2024) Sociólogo “Bons remédios não se esquecem” Blog Democracia Política e Novo Reformismo — 7/12/2022 “O sucesso da democracia nas urnas, importante como foi, não ocultou a forte presença das forças antagonistas que, derrotadas, se insurgem em movimentações concertadas a fim de tentar subverter a ordem sob o pretexto de fraude eleitoral, num arremedo farsesco das táticas de Trump. O verdadeiro legado de Bolsonaro foi deixar em sua esteira uma extrema-direita orientada a embaraçar os caminhos da restauração democrática, objetivo central do novo governo Lula–Alckmin, que ainda enfrenta o desafio de reanimar uma sociedade conscientemente desorganizada ao longo de quatro anos. Essa tarefa torna-se mais árdua pela subestimação, por parte dos partidos, de sua perda de enraizamento no mundo popular, hoje sob influência do pentecostalismo e de sua ideologia da prosperidade, agravada pela condenação da teologia da libertação por setores da hierarquia católica. A desertificação da política, contudo, tem remédio conhecido: a ida ao povo por parte de políticos e intelectuais — uma medicação de uso continuado, que exige tempo e persistência. Nossa história republicana já nos ofereceu essa lição. Ignorá-la novamente seria um erro grave.” ARTIGO II — CRÔNICA CRÍTICA INSTITUCIONAL O Juiz Venceu Carlos Andreazza O Estado de S. Paulo Ainda que anestesiado pelo ritmo dos despachos em Brasília, o cronista resiste à normalização de acordos informais entre ministros do Supremo Tribunal Federal e lideranças do Congresso. Admitiu-se como prática corrente que uma ADPF possa ser instrumentalizada para forçar reformas legislativas segundo “orientações” judiciais. O juiz que legisla passou a “orientar”. O controle de constitucionalidade converteu-se em consultoria preventiva. A exceção tornou-se método. O Judiciário brasileiro, poderoso como poucos no mundo, venceu — jogou e venceu. Reinventou-se como ator político onipresente, capaz de condenar, orientar, negociar e, se necessário, absolver estrategicamente. Não se trata de retórica golpista, mas de descrição institucional: uma democracia que funciona, porém fora de eixo, onde o arbítrio pode vestir toga e chamar-se solução. ARTIGO III — SÁTIRA POLÍTICO-JURÍDICA A Democracia, o Carimbo e o Destino Coluna satírica com fundamentos excessivamente sérios Há frases que não pedem debate; pedem protocolo. Quando se afirma que “a democracia é feita para o cumprimento de regras”, inaugura-se uma concepção peculiar de regime democrático: aquela em que a política comparece apenas para assinar ciência. Nesta República, não há dissenso — há fluxo processual. Não há Parlamento deliberativo — há instituição que aprende quando deve calar. Não há conflito legítimo — há insurgência. A democracia converte-se em manual de instruções. O cidadão vira usuário. A pena já vem embutida no discurso, como juros no carnê. O humor nasce do excesso de certeza. Tudo é simples. Tudo é claro. Tudo é inevitável. E quando a defesa da democracia dispensa a política, resta à sátira lembrar que ordem sem conflito não é democracia — é rotina. ENCERRAMENTO DO DOSSIÊ Três Textos, Um Compromisso Este conjunto não busca consenso, mas lucidez democrática. A democracia corre riscos quando atacada, mas também quando simplificada, tutelada ou ritualizada. Pensá-la exige múltiplas vozes, registros e linguagens. Quando até a defesa da democracia se torna excessivamente solene, o humor crítico deixa de ser irreverência e passa a ser responsabilidade cívica. Edição: Caderno de Linguagem, Política e Cultura Projeto editorial: Democracia em Três Registros Data: 13 de dezembro de 2025 S EDITORIAL DE ABERTURA Democracia em Três Registros (e Duas Canções) Por decisão editorial Esta série nasce de uma convicção simples — e cada vez menos trivial: a democracia não se sustenta por uma única linguagem. Ela precisa ser pensada, criticada e, quando necessário, ironizada. Precisa de teoria, de denúncia e de humor. Precisa, sobretudo, de pluralidade expressiva, porque regimes democráticos morrem não apenas quando são atacados frontalmente, mas também quando passam a ser defendidos por um só tom, uma só voz, uma só instituição. Reunimos aqui três textos distintos — um ensaio sociológico, uma crônica político-institucional e uma sátira — não para produzir consenso, mas para compor um campo de reflexão sobre os impasses contemporâneos da democracia brasileira: sua erosão social, suas deformações institucionais e seus riscos quando convertida em ritual automático, despido de política viva. Este projeto editorial parte da ideia de que defender a democracia é também defendê-la de seus excessos, de suas caricaturas e de suas falsas simplificações. A democracia não é apenas regra; é conflito legítimo. Não é apenas decisão; é processo. Não é apenas ordem; é tensão regulada. Duas canções para um mesmo problema Em homenagem aos 110 anos de nascimento de Francis Albert Sinatra (1915–1998) e aos 115 anos de nascimento de Noel Rosa (1910–1937), propomos que esta leitura seja acompanhada por duas canções que, cada uma a seu modo, iluminam o tema central da série: a relação entre indivíduo, sociedade e autoridade. 🎙️ Frank Sinatra — “That’s Life” Sinatra deu o melhor de sua arte quando transformou a experiência individual em declaração pública de dignidade. Em That’s Life, não há conformismo, mas resiliência crítica: cair, levantar, insistir. A canção ecoa a ideia democrática de que a vida social não é linha reta, mas ciclo — e que desistir do jogo é a verdadeira derrota. Num tempo em que a democracia oscila entre o cansaço e a rigidez, Sinatra lembra que persistir sem ilusão, mas sem cinismo, é também um gesto político. “I’ve been a puppet, a pauper, a pirate, a poet, a pawn and a king.” 🎶 Noel Rosa — “Palpite Infeliz” Ao sul do Equador, Noel Rosa foi mestre em fazer da ironia uma forma elevada de crítica social. Em Palpite Infeliz, ele desmonta o moralismo, ridiculariza o autoritarismo cotidiano e expõe a arrogância de quem acredita ter soluções fáceis para problemas complexos. Noel oferece o que a democracia mais precisa quando se torna excessivamente solene: o riso inteligente, aquele que desarma o poder sem despolitizar o conflito. “Quem é você que não sabe o que diz?” É a pergunta que atravessa gerações — e instituições. Uma nota final ao leitor Este conjunto de textos não pretende ensinar a democracia, muito menos encerrá-la em definições. Pretende mantê-la em movimento, aberta ao dissenso, à crítica e à autocorreção. Se a democracia corre riscos quando é atacada, corre outros tantos quando deixa de ser pensada. E pensar a democracia — como mostra esta série — exige mais de uma linguagem, mais de uma chave interpretativa, mais de uma melodia. Boa leitura. E boa escuta.
sábado, 13 de dezembro de 2025 Opinião do dia - Luiz Werneck Vianna* “O sucesso da democracia nas urnas, importante como foi, não ocultou uma forte presença das forças antagonistas que, derrotadas, se insurgem em movimentações consertadas a fim de tentar subverter a ordem sob o pretexto de que teria havido fraude no processo eleitoral num arremedo farsesco das táticas de Trump. O verdadeiro legado de Bolsonaro foi, como se constata, deixar em sua esteira uma extrema-direita orientada a embaraçar os caminhos da restauração democrática, objetivo principal do novo governo Lula-Alckmin, que também enfrenta os desafios de animar uma sociedade desorganizada conscientemente pelas práticas do governo Bolsonaro em seus quatro anos de mandato. Tal tarefa ainda se faz mais difícil em razão dos partidos terem subestimado sua radicação no mundo popular que ficou sob a influência dos pentecostais e de sua canhestra ideologia da prosperidade, cenário agravado pela condenação por parte da hierarquia da Igreja católica da teologia da libertação com que seus intelectuais tentavam se comunicar com os seres subalternos. Os efeitos nefastos dessas orientações produziram uma limpeza de terreno favorável a destituição da política e à difusão de valores antidemocráticos nesses setores. Tal desertificação da política, contudo, tem remédio já conhecido, uma ida ao povo por parte de seus políticos e intelectuais, uma medicação de uso continuado a demandar tempo na sua aplicação. Em nossa desastrada experiência republicana já fizemos uso dessa recomendação, e já está passando da hora o momento de aprendermos as boas lições do nosso passado.” *Luiz Werneck Vianna (1938-2024), Sociólogo, “Bons remédios não se esquecem”. Blog Democracia Política e novo Reformismo, 7/12/22. sábado, 13 de dezembro de 2025 O juiz venceu. Por Carlos Andreazza O Estado de S. Paulo Ainda que anestesiado pelo ritmo dos despachos em Brasília, operações a cada lance mais criativas-ousadas, o cronista peleja para não se acomodar ante as notícias recentes que comunicam – como se prática natural – acordos políticos firmados entre ministro do STF e os donos do Senado; de repente admitido que uma ADPF possa ser instrumentalizada, ademais cassando um direito político, para forçar que o Congresso, submetido, reforme a lei nos termos das “orientações” do juiz-parlamentar. Não faltaria ao rito viciado a corrupção da palavra, de modo que o juiz que legisla, na verdade, orienta. O juiz venceu. Jogou e venceu. Sem surpresas. O Judiciário brasileiro – para prazer do Direito Xandônico – é o mais forte do mundo. (Venceu a Magnitsky!) O vencedor, incansável, tem o mérito de se reinventar sempre. Você terá percebido o advento influente deste tipo peculiar de perversão na República depravada: o ministro do Supremo, instituição onipresente, que é também consultor de constitucionalidades; que examina preventivamente, por fora, projetos de parlamentares e lhes dá fé. Ou não, vetando-os ainda na origem. Estabelecida assim, e recebida-tratada com normalidade, a anomalia do ministro de Corte constitucional – aquele que tem a palavra final, que declara inconstitucionalidades – prestador do serviço informal de antecipação de juízos. Uma forma gentil de condicionar a prerrogativa de deputados e senadores. Maneira hábil de legislar. Modo adicional de esculhambação do controle de constitucionalidade. Viu-se isso – esse processo consultivo – como elemento fundamental para que o projeto de lei da redução de penas avançasse. Não bastaria somente a palavra do fiador-geral da República Davi Alcolumbre, de que faria o troço andar celeremente no Senado. Tampouco seria suficiente o pacto entre o candidato-negócio Flávio Bolsonaro e o consórcio centrônico Ciro Nogueira/Antonio Rueda, de que não seriam apresentados destaques pela anistia “ampla, geral e irrestrita” e de que haveria os votos para aprovar a matéria. Esse conjunto, por urdidura complexa que tivesse, restaria aquém. A blitz só se impôs porque ministros do STF, aqueles agentes políticos que controlam o tribunal, avalizaram o texto de Paulinho da Força. A rigor, para desespero (e galho dentro) dos bolsonaristas que acusam a “ditadura do Supremo”, ministros do STF firmaram um acordo com Jair Bolsonaro – que aceitou a “solução possível” e mandou a turma engoli-la. Sejamos ainda mais claros: parte do tribunal que condenou os golpistas duramente chancelou o movimento parlamentar que ora pretende tirar o ex-presidente do regime fechado em pouco mais de dois anos. Um acordão, “com Supremo, com tudo” – de mãos dadas Bolsonaro, o centrão tarcisista, o censor Hugo Motta, Alcolumbre e os ministros do STF que mandam na Corte. E talvez ainda Donald Trump. •
sábado, 13 de dezembro de 2025 O juiz venceu. Por Carlos Andreazza O Estado de S. Paulo Ainda que anestesiado pelo ritmo dos despachos em Brasília, operações a cada lance mais criativas-ousadas, o cronista peleja para não se acomodar ante as notícias recentes que comunicam – como se prática natural – acordos políticos firmados entre ministro do STF e os donos do Senado; de repente admitido que uma ADPF possa ser instrumentalizada, ademais cassando um direito político, para forçar que o Congresso, submetido, reforme a lei nos termos das “orientações” do juiz-parlamentar. Não faltaria ao rito viciado a corrupção da palavra, de modo que o juiz que legisla, na verdade, orienta. O juiz venceu. Jogou e venceu. Sem surpresas. O Judiciário brasileiro – para prazer do Direito Xandônico – é o mais forte do mundo. (Venceu a Magnitsky!) O vencedor, incansável, tem o mérito de se reinventar sempre. Você terá percebido o advento influente deste tipo peculiar de perversão na República depravada: o ministro do Supremo, instituição onipresente, que é também consultor de constitucionalidades; que examina preventivamente, por fora, projetos de parlamentares e lhes dá fé. Ou não, vetando-os ainda na origem. Estabelecida assim, e recebida-tratada com normalidade, a anomalia do ministro de Corte constitucional – aquele que tem a palavra final, que declara inconstitucionalidades – prestador do serviço informal de antecipação de juízos. Uma forma gentil de condicionar a prerrogativa de deputados e senadores. Maneira hábil de legislar. Modo adicional de esculhambação do controle de constitucionalidade. Viu-se isso – esse processo consultivo – como elemento fundamental para que o projeto de lei da redução de penas avançasse. Não bastaria somente a palavra do fiador-geral da República Davi Alcolumbre, de que faria o troço andar celeremente no Senado. Tampouco seria suficiente o pacto entre o candidato-negócio Flávio Bolsonaro e o consórcio centrônico Ciro Nogueira/Antonio Rueda, de que não seriam apresentados destaques pela anistia “ampla, geral e irrestrita” e de que haveria os votos para aprovar a matéria. Esse conjunto, por urdidura complexa que tivesse, restaria aquém. A blitz só se impôs porque ministros do STF, aqueles agentes políticos que controlam o tribunal, avalizaram o texto de Paulinho da Força. A rigor, para desespero (e galho dentro) dos bolsonaristas que acusam a “ditadura do Supremo”, ministros do STF firmaram um acordo com Jair Bolsonaro – que aceitou a “solução possível” e mandou a turma engoli-la. Sejamos ainda mais claros: parte do tribunal que condenou os golpistas duramente chancelou o movimento parlamentar que ora pretende tirar o ex-presidente do regime fechado em pouco mais de dois anos. Um acordão, “com Supremo, com tudo” – de mãos dadas Bolsonaro, o centrão tarcisista, o censor Hugo Motta, Alcolumbre e os ministros do STF que mandam na Corte. E talvez ainda Donald Trump. • Cauby Peixoto / 01- Alguém Que Olhe Por Mim (Someone to Watch Over Me) Álbum: Cauby Canta Sinatra 01- Alguém Que Olhe Por Mim (Someone to Watch Over Me) Autoria: George Gershwin / Ira Gershwin (Vers. Zé Rodrix / Miguel Paiva) Participação: Gal Costa Faixa do álbum "Cauby Canta Sinatra" do excepcional cantor Cauby Peixoto. Gravado e lançado em 1995 com participações de convidados em cada uma das 13 faixas. Gilberto Gil, Gal Costa, Zizi Possi, Ney Matogrosso e Dionne Warwick são algumas das vozes que integram no repertório do álbum. A produção musical ficou a cargo de José Maurício Machline DEMOCRACIA EM TRÊS REGISTROS II – Do humor involuntário: a República como repartição O efeito satírico emerge precisamente da ausência de humor. A frase é tão reta, tão segura de si, que se torna cômica por excesso de convicção. A democracia, nesse registro, deixa de ser um processo histórico imperfeito e passa a ser um elevador institucional: Apertou o botão errado? Tentou sair antes do andar correto? Pulou uma regra do condomínio constitucional? Multa. Pena. Exterior. Extradição. Tudo muito limpo. Tudo muito claro. Tudo muito… definitivo. III – Ecos solenes e fantasmas conhecidos O leitor mais atento ouvirá ecos familiares: O tom pedagógico-punitivo que transforma condenação em aula de moral cívica; A ideia de que certos crimes não violam apenas a lei, mas “a própria democracia”, entidade etérea, porém seletivamente ofendida; A noção de que a pena não é apenas sanção, mas rito de purificação institucional. Não se nomeia ninguém. Não é preciso. A retórica já tem CPF próprio. IV – Conclusão (com o devido respeito ao rito) O trecho analisado não revela apenas uma opinião política; revela uma cosmovisão jurídica: A democracia como sistema fechado; A política como risco controlável; O Parlamento como órgão que deve saber a hora de não falar; E a punição como linguagem suprema da moral pública. É uma visão coerente, austera e perfeitamente compatível com colunas, votos, sentenças e editoriais que começam sempre do mesmo modo: “Não se trata de perseguição. Trata-se de regras.” E contra regras — já nos foi avisado — não cabe insurgência. Cabe, no máximo, nota de rodapé. Esta coluna é uma sátira. Qualquer semelhança com discursos, votos, sentenças ou convicções reais não é coincidência: é método. JORNAL DA CULTURA | 12/12/2025 Jornalismo TV Cultura e TV Cultura Transmitido ao vivo em 12 de dez. de 2025 #JC #JornalDaCultura No Jornal da Cultura desta sexta-feira (12), você vai ver: Casa Branca retira Alexandre de Moraes e a esposa da Lei Magnitsky; 1ª turma do STF anula decisão da Câmara e determina cassação de Carla Zambelli; e problemas de fornecimento não são isolados e ampliam pressão sobre a Enel. Para comentar essas e outras notícias, Rodrigo Piscitelli recebe a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, e o economista e doutor em ciência política Ricardo Sennes. #JC #JornalDaCultura Transcrição Último Desejo- Cauby Peixoto Paulo Martan Barítono 18 de abr. de 2014 Compositor|: Noel Rosa Música Dvd - Cauby Peixoto sings Sinatra Nilson Santos 9 de fev. de 2016 Cauby peixoto interpretando Frank sinatra maravilhosamente !! Música

A vinha

Sua bênção, Heitor dos Prazeres
MOENDA. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obras/89478-moenda. Acesso em: 13 de dezembro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
O escritor de "As Vinhas da Ira" é o aclamado autor americano John Steinbeck [1].
“E disse-lhes: — Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.” — (MATEUS, 20.4) 1 Ninguém poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu na imensidade universal. 2 O Planeta não é um barco desgovernado. 3 As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. 4 Essa verificação nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. 5 Aí, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que, de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor. 6 A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre Divino. 7 Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos da razão, corporificados na Crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente. 8 Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo. 9 Vives sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio? Trabalha para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o material conveniente e justo. Emmanuel Texto extraído da 1ª edição desse livro. 29 A vinha PÃO NOSSO CAP 29 - A VINHA - ARTHUR SILVA C.E.K. Fraternidade Luiz Sergio 21 de dez. de 2021 TRATA-SE DO PROJETO GOTAS FRATERNAS - ESTUDO DO LIVRO PÃO NOSSO, AUTORIA DE EMMANUEL, PSICOGRAFADO POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. ESTUDO SEMANAL, CAPÍTULO A CAPÍTULO, POR VOLUNTÁRIOS DO C.E.K. FRATERNIDADE LUIZ SÉRGIO - VINHEDO - SP. Transcrição
11 de novembro de 1918: acaba a Primeira Guerra Mundial Você sabia? No dia 11 de novembro de 1918, a Alemanha e os Aliados assinam o Armistício de Compiègne, representando a rendição alemã e o fim da Primeira Guerra Mundial. Em 12 de novembro, o jornal 'Correio da Manhã' estampou a notícia em sua primeira página com a seguinte manchete: "A AURORA DA PAZ AMSTERDAM, 11 - (Correio da Manhã) - O armistício foi assignado pelos delegados allemães, ás 6 horas da manhã de hoje. A's 11 horas terminaram as hostilidades." Leia a matéria na íntegra em: http://memoria.bn.br/DocReader/089842_02/37262
CONSIDERAÇÕES FINAIS O legado do educador espírita "... A febre abatia-o de momento a momento, mas milhares de receitas partiam da sua abençoada boca e os medicamentos eram manipulados sob a sua carinhosa vigilância. Quadro doloroso: milhares de medicamentos áquêle que se queimava numa febre de 40 graus! E eram todos atendidos..." (433) chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://geae1992.com.br/wp-content/Dissertacao_Tese/dissertacoes/Dissertacao_2006_BRETTAS_ACF_EuripedesBarsanulphoColegioKardecParte2.pdf CORINA NOVELINO EURÍPEDES O HOMEM E A MISSÃO pp. 232-233 #53 Estudando O Evangelho Segundo o Espiritismo - A Beneficência FEBtv Transmitido ao vivo em 1 de dez. de 2022 "Estudando O Evangelho Segundo O Espiritismo" Um estudo sistemático e continuado da obra O Evangelho Segundo O Espiritismo, de Allan Kardec. O estudo é coordenado por Carlos Campetti, coordenador nacional da área de estudo do espiritismo FEB/CFN. Semanalmente, toda quinta-feira, às 21h30, no horário de Brasília, com transmissão ao vivo pelos canais da FEB no Facebook e FEBtv no YouTube e Facebook. Encontro 53 - Capítulo 13 - Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita, de ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ — Instruções dos Espíritos: A Beneficência – Itens 11 até 16. Link de acesso ao Estudo: https://febtv.live/estudo_evangelho Para complementação do conteúdo, acesse: Site: https://febtv.com.br/estudo-ese Telegram: https://t.me/estudo_ese_febtv Podcast: https://febpodcast.com/estudo_ese https://febtv.com.br Transcrição
Beneficência (Correto) Significado: Ato de fazer o bem, ajudar o próximo, caridade, filantropia. Origem: Do latim beneficentia. Exemplos: "A campanha de arrecadação é para a beneficência" ou "O hospital realiza obras de beneficência". A beneficência 11. A beneficência, meus amigos, dar-vos-á nesse mundo os mais puros e suaves deleites, as alegrias do coração, que nem o remorso, nem a indiferença perturbam. Oh! Pudésseis compreender tudo o que de grande e de agradável encerra a generosidade das almas belas, sentimento que faz olhe a criatura as outras como olha a si mesma, e se dispa, jubilosa, para vestir o seu irmão! Pudésseis, meus amigos, ter por única ocupação tornar felizes os outros! Quais as festas mundanas que podereis comparar às que celebrais quando, como representantes da Divindade, levais a alegria a essas famílias que da vida apenas conhecem as vicissitudes e as amarguras, quando vedes nelas os semblantes macerados refulgirem subitamente de esperança, porque, faltos de pão, os desgraçados ouviam seus filhinhos, ignorantes de que viver é sofrer, gritando repetidamente, a chorar, estas palavras, que, como agudo punhal, se lhes enterravam nos corações maternos: “Estou com fome!...” Oh! compreendei quão deliciosas são as impressões que recebe aquele que vê renascer a alegria onde, um momento antes, só havia desespero! Compreendei as obrigações que tendes para com os vossos irmãos! Ide, ide ao encontro do infortúnio; ide em socorro, sobretudo, das misérias ocultas, por serem as mais dolorosas! Ide, meus bem-amados, e tende em mente estas palavras do Salvador: “Quando vestirdes a um destes pequeninos, lembrai-vos de que é a mim que o fazeis!” Caridade! Sublime palavra que sintetiza todas as virtudes, és tu que hás de conduzir os povos à felicidade. Praticando-te, criarão eles para si infinitos gozos no futuro e, enquanto se acharem exilados na Terra, tu lhes serás a consolação, o prelibar das alegrias de que fruirão mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do Deus de amor. Foste tu, virtude divina, que me proporcionaste os únicos momentos de satisfação de que gozei na Terra. Que os meus irmãos encarnados creiam na palavra do amigo que lhes fala, dizendo-lhes: É na caridade que deveis procurar a paz do coração, o contentamento da alma, o remédio para as aflições da vida. Oh! quando estiverdes a ponto de acusar a Deus, lançai um olhar para baixo de vós; vede que de misérias a aliviar, que de pobres crianças sem família, que de velhos sem qualquer mão amiga que os ampare e lhes feche os olhos quando a morte os reclame! Quanto bem a fazer! Oh! não vos queixeis; ao contrário, agradecei a Deus e prodigalizai a mancheias a vossa simpatia, o vosso amor, o vosso dinheiro por todos os que, deserdados dos bens desse mundo, enlanguescem na dor e no insulamento! Colhereis nesse mundo bem doces alegrias e, mais tarde... só Deus o sabe!... – Adolfo, bispo de Argel. (Bordéus, 1861.) 12. Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos. Toda a eterna felicidade se contém neste preceito: “Amai-vos uns aos outros.” Não pode a alma elevar-se às altas regiões espirituais, senão pelo devotamento ao próximo; somente nos arroubos da caridade encontra ela ventura e consolação. Sede bons, amparai os vossos irmãos, deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, abrir-se-vos-á o caminho da felicidade eterna. Ao demais, qual dentre vós ainda não sentiu o coração pulsar de júbilo, de íntima alegria, à narrativa de um ato de bela dedicação, de uma obra verdadeiramente caridosa? Se unicamente buscásseis a volúpia que uma ação boa proporciona, conservar-vos-íeis sempre na senda do progresso espiritual. Não vos faltam os exemplos; rara é apenas a boa vontade. Notai que a vossa história guarda piedosa lembrança de uma multidão de homens de bem. Não vos disse Jesus tudo o que concerne às virtudes da caridade e do amor? Por que desprezar os seus ensinamentos divinos? Por que fechar o ouvido às suas divinas palavras, o coração a todos os seus bondosos preceitos? Quisera eu que dispensassem mais interesse, mais fé às leituras evangélicas. Desprezam, porém, esse livro, consideram-no repositório de palavras ocas, uma carta fechada; deixam no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm todos do abandono voluntário a que votais esse resumo das leis divinas. Lede-lhe as páginas cintilantes do devotamento de Jesus, e meditai-as. Homens fortes, armai-vos; homens fracos, fazei da vossa brandura, da vossa fé, as vossas armas. Sede mais persuasivos, mais constantes na propagação da vossa nova doutrina. Apenas encorajamento é o que vos vimos dar; apenas para vos estimularmos o zelo e as virtudes é que Deus permite nos manifestemos a vós outros. Mas, se cada um o quisesse, bastaria a sua própria vontade e a ajuda de Deus; as manifestações espíritas unicamente se produzem para os de olhos fechados e corações indóceis. A caridade é a virtude fundamental sobre que há de repousar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não existem as outras. Sem a caridade não há esperar melhor sorte, não há interesse moral que nos guie; sem a caridade não há fé, pois a fé não é mais do que pura luminosidade que torna brilhante uma alma caridosa. A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por ele à criatura. Como desprezar essa bondade suprema? Qual o coração, disso ciente, bastante perverso para recalcar em si e expulsar esse sentimento todo divino? Qual o filho bastante mau para se rebelar contra essa doce carícia: a caridade? Não ouso falar do que fiz, porque também os Espíritos têm o pudor de suas obras; considero, porém, a que iniciei como uma das que mais hão de contribuir para o alívio dos vossos semelhantes. Vejo com freqüência os Espíritos a pedirem lhes seja dado, por missão, continuar a minha tarefa. Vejo-os, minhas bondosas e queridas irmãs, no piedoso e divino ministério; vejo-os praticando a virtude que vos recomendo, com todo o júbilo que deriva de uma existência de dedicação e sacrifícios. Imensa dita é a minha, por ver quanto lhes honra o caráter, quão estimada e protegida é a missão que desempenham. Homens de bem, de boa e firme vontade, uni-vos para continuar amplamente a obra de propagação da caridade; no exercício mesmo dessa virtude, encontrareis a vossa recompensa; não há alegria espiritual que ela não proporcione já na vida presente. Sede unidos, amai-vos uns aos outros, segundo os preceitos do Cristo. Assim seja. – S. Vicente de Paulo. (Paris, 1858.) 13. Chamo-me Caridade; sigo o caminho principal que conduz a Deus. Acompanhai-me, pois conheço a meta a que deveis todos visar. Dei esta manhã o meu giro habitual e, com o coração amargurado, venho dizer-vos: Oh! meus amigos, que de misérias, que de lágrimas, quanto tendes de fazer para secá-las todas! Em vão, procurei consolar algumas pobres mães, dizendo-lhes ao ouvido: Coragem! há corações bons que velam por vós; não sereis abandonadas; paciência! Deus lá está; sois dele amadas, sois suas eleitas. Elas pareciam ouvir-me e volviam para o meu lado os olhos arregalados de espanto; eu lhes lia no semblante que seus corpos, tiranos do Espírito, tinham fome e que, se é certo que minhas palavras lhes serenavam um pouco os corações, não lhes reconfortavam os estômagos. Repetia-lhes: Coragem! Coragem! Então, uma pobre mãe, ainda muito moça, que amamentava uma criancinha, tomou-a nos braços e a estendeu no espaço vazio, como a pedir-me que protegesse aquele entezinho que só encontrava, num seio estéril, insuficiente alimentação. Alhures vi, meus amigos, pobres velhos sem trabalho e, em conseqüência, sem abrigo, presas de todos os sofrimentos da penúria e, envergonhados de sua miséria, sem ousarem, eles que nunca mendigaram, implorar a piedade dos transeuntes. Com o coração túmido de compaixão, eu, que nada tenho, me fiz mendiga para eles e vou, por toda a parte, estimular a beneficência, inspirar bons pensamentos aos corações generosos e compassivos. Por isso é que aqui venho, meus amigos, e vos digo: Há por aí desgraçados, em cujas choupanas falta o pão, os fogões se acham sem lume e os leitos sem cobertas. Não vos digo o que deveis fazer; deixo aos vossos bons corações a iniciativa. Se eu vos ditasse o proceder, nenhum mérito vos traria a vossa boa ação. Digo-vos apenas: Sou a caridade e vos estendo as mãos pelos vossos irmãos que sofrem. Mas, se peço, também dou e dou muito. Convido-vos para um grande banquete e forneço a árvore onde todos vos saciareis! Vede quanto é bela, como está carregada de flores e de frutos! Ide, ide, colhei, apanhai todos os frutos dessa magnificente árvore que se chama a beneficência. No lugar dos ramos que lhe tirardes, atarei todas as boas ações que praticardes e levarei a árvore a Deus, que a carregará de novo, porquanto a beneficência é inexaurível. Acompanhai-me, pois, meus amigos, a fim de que eu vos conte entre os que se arrolam sob a minha bandeira. Nada temais; eu vos conduzirei pelo caminho da salvação, porque sou – a Caridade. – Cárita, martirizada em Roma. (Lião, 1861.) 14. Várias maneiras há de fazer-se a caridade, que muitos dentre vós confundem com a esmola. Diferença grande vai, no entanto, de uma para outra. A esmola, meus amigos, é algumas vezes útil, porque dá alívio aos pobres; mas é quase sempre humilhante, tanto para o que a dá, como para o que a recebe. A caridade, ao contrário, liga o benfeitor ao beneficiado e se disfarça de tantos modos! Pode-se ser caridoso, mesmo com os parentes e com os amigos, sendo uns indulgentes para com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando não ferir o amor-próprio de ninguém. Vós, espíritas, podeis sê-lo na vossa maneira de proceder para com os que não pensam como vós, induzindo os menos esclarecidos a crer, mas sem os chocar, sem investir contra as suas convicções e, sim, atraindo-os amavelmente às nossas reuniões, onde poderão ouvir-nos e onde saberemos descobrir nos seus corações a brecha para neles penetrarmos. Eis aí um dos aspectos da caridade. Escutai agora o que é a caridade para com os pobres, os deserdados deste mundo, mas recompensados de Deus, se aceitam sem queixumes as suas misérias, o que de vós depende. Far-me-ei compreender por um exemplo. Vejo, várias vezes, cada semana, uma reunião de senhoras, havendo-as de todas as idades. Para nós, como sabeis, são todas irmãs. Que fazem? Trabalham depressa, muito depressa; têm ágeis os dedos. Vede como trazem alegres os semblantes e como lhes batem em uníssono os corações. Mas, com que fim trabalham? É que vêem aproximar-se o inverno que será rude para os lares pobres. As formigas não puderam juntar durante o estio as provisões necessárias e a maior parte de suas utilidades está empenhada. As pobres mães se inquietam e choram, pensando nos filhinhos que, durante a estação invernosa, sentirão frio e fome! Tende paciência, infortunadas mulheres. Deus inspirou a outras mais aquinhoadas do que vós; elas se reuniram e estão confeccionando roupinhas; depois, um destes dias, quando a terra se achar coberta de neve e vós vos lamentardes, dizendo: “Deus não é justo”, que é o que vos sai dos lábios sempre que sofreis, vereis surgir a filha de uma dessas boas trabalhadoras que se constituíram obreiras dos pobres, pois que é para vós que elas trabalham assim, e os vossos lamentos se mudarão em bênçãos, dado que no coração dos infelizes o amor acompanha de bem perto o ódio. Como essas trabalhadoras precisam de encorajamento, vejo chegarem-lhes de todos os lados as comunicações dos bons Espíritos. Os homens que fazem parte dessa sociedade lhes trazem também seu concurso, fazendo-lhes uma dessas leituras que agradam tanto. E nós, para recompensarmos o zelo de todos e de cada um em particular, prometemos às laboriosas obreiras boa clientela, que lhes pagará à vista, em bênçãos, única moeda que tem curso no Céu, garantindo-lhes, além disso, sem receio de errar, que essa moeda não lhes faltará. – Cárita. (Lião, 1861.) 15. Meus caros amigos, todos os dias ouço entre vós dizerem: “Sou pobre, não posso fazer a caridade”, e todos os dias vejo que faltais com a indulgência aos vossos semelhantes. Nada lhes perdoais e vos arvorais em juízes muitas vezes severos, sem quererdes saber se ficaríeis satisfeitos que do mesmo modo procedessem convosco. Não é também caridade a indulgência? Vós, que apenas podeis fazer a caridade praticando a indulgência, fazei-a assim, mas fazei-a largamente. Pelo que toca à caridade material, vou contar-vos uma história do outro mundo. Dois homens acabavam de morrer. Dissera Deus: Enquanto esses dois homens viverem, deitar-se-ão em sacos diferentes as boas ações de cada um deles, para que por ocasião de sua morte sejam pesadas. Quando ambos chegaram aos últimos momentos, mandou Deus que lhe trouxessem os dois sacos. Um estava cheio, volumoso, atochado, e nele ressoava o metal que o enchia; o outro era pequenino e tão vazio que se podiam contar as moedas que continha. Este o meu, disse um, reconheço-o; fui rico e dei muito. Este o meu, disse o outro, sempre fui pobre, oh! quase nada tinha para repartir. Mas, oh! surpresa! postos na balança os dois sacos, o mais volumoso se revelou leve, mostrando-se pesado o outro, tanto que fez se elevasse muito o primeiro no prato da balança. Deus, então, disse ao rico: deste muito, é certo, mas deste por ostentação e para que o teu nome figurasse em todos os templos do orgulho e, ao demais, dando, de nada te privaste. Vai para a esquerda e fica satisfeito com o te serem as tuas esmolas contadas por qualquer coisa. Depois, disse ao pobre: Tu deste pouco, meu amigo; mas, cada uma das moedas que estão nesta balança representa uma privação que te impuseste; não deste esmolas, entretanto, praticaste a caridade, e, o que vale muito mais, fizeste a caridade naturalmente, sem cogitar de que te fosse levada em conta; foste indulgente; não te constituíste juiz do teu semelhante; ao contrário, todas as suas ações lhe relevaste: passa à direita e vai receber a tua recompensa. – Um Espírito protetor. (Lião, 1861.) 16. A mulher rica, venturosa, que não precisa empregar o tempo nos trabalhos de sua casa, não poderá consagrar algumas horas a trabalhos úteis aos seus semelhantes? Compre, com o que lhe sobre dos prazeres, agasalhos para o desgraçado que tirita de frio; confeccione, com suas mãos delicadas, roupas grosseiras, mas quentes; auxilie uma mãe a cobrir o filho que vai nascer. Se por isso seu filho ficar com algumas rendas de menos, o do pobre terá mais com que se aqueça. Trabalhar para os pobres é trabalhar na vinha do Senhor. E tu, pobre operária, que não tens supérfluo, mas que, cheia de amor aos teus irmãos, também queres dar do pouco com que contas, dá algumas horas do teu dia, do teu tempo, único tesouro que possuis; faze alguns desses trabalhos elegantes que tentam os felizes; vende o produto dos teus serões e poderás igualmente oferecer aos teus irmãos a tua parte de auxílios. Terás, talvez, algumas fitas de menos; darás, porém, calçado a um que anda descalço. E vós, mulheres que vos votastes a Deus, trabalhai também na sua obra; mas, que os vossos trabalhos não sejam unicamente para adornar as vossas capelas, para chamar a atenção sobre a vossa habilidade e paciência. Trabalhai, minhas filhas, e que o produto de vossas obras se destine a socorrer os vossos irmãos em Deus. Os pobres são seus filhos bem-amados; trabalhar para eles é glorificá-lo. Sede-lhes a providência que diz: “Aos pássaros do céu dá Deus o alimento.” Mudem-se o ouro e a prata que se tecem nas vossas mãos em roupas e alimentos para os que não os têm. Fazei isto e abençoado será o vosso trabalho. Todos vós, que podeis produzir, dai; dai o vosso gênio, dai as vossas inspirações, dai o vosso coração, que Deus vos abençoará. Poetas, literatos, que só pela gente mundana sois lidos!... satisfazei-lhe aos lazeres, mas consagrai o produto de algumas de vossas obras a socorros aos desgraçados. Pintores, escultores, artistas de todos os gêneros!... venha também a vossa inteligência em auxílio dos vossos irmãos; não será por isso menor a vossa glória e alguns sofrimentos haverá de menos. Todos vós podeis dar. Qualquer que seja a classe a que pertençais, de alguma coisa dispondes que podeis dividir. Seja o que for que Deus vos haja outorgado, uma parte do que ele vos deu deveis àquele que carece do necessário, porquanto, em seu lugar, muito gostaríeis que outro dividisse convosco. Os vossos tesouros da Terra serão um pouco menores; contudo, os vossos tesouros do céu ficarão acrescidos. Lá colhereis pelo cêntuplo o que houverdes semeado em benefícios neste mundo. –João. (Bordéus, 1861.)
"Um dos meus passeios favoritos em Jeri é curto mais entrega TUDO! O passeio de quadriciclo para a lagoa da Amâncio no por do sol é algo que me emociona, me relaxa, tem o poder de renovar minha mente e eu fico desacreditada das belezas que Deus fez nesse mundo pra gente apreciar de pertinho. Vc vai sair da Vila por volta das 16:00, rumo as dunas, e vai curtir esse espetáculo natural de tirar o fôlego. Tire suas fotos, filme, nas não esqueça de viver esse momento, afinal são coisas assim que fazem a vida valer a pena."
Foz do Rio Sauê - Aracruz (ES) No encontro do rio com o mar, a Foz do Rio Sauê é o destino certo pra quem busca tranquilidade e contato com a natureza. Um lugar para relaxar, tomar banho de rio e curtir a paisagem capixaba. Já conhece esse canto do Espírito Santo?
Heitor dos Prazeres - Soltando Balão Soltando Balão óleo sobre madeira 1961 46 x 38 cm "O rio bem protegido leva benefícios por toda parte. O sol comanda o dia, a lua, a noite, e a mente conduz você à felicidade."
Heitor dos Prazeres – Historia das Artes Além da produção visual, destacou-se como compositor, instrumentista e letrista da música popular brasileira. Participou ativamente da fundação das primeiras escolas de samba do Rio de Janeiro, incluindo a Estação Primeira de Mangueira. Pierrot Apaixonado Noel Rosa Um pierrô apaixonado Que vivia só cantando Por causa de uma colombina Acabou chorando, acabou chorando A colombina entrou num botiquim Bebeu, bebeu, saiu assim, assim Dizendo: Pierrô cacete Vai tomar sorvete com o arlequim Um grande amor tem sempre um triste fim Com o pierrô aconteceu assim Levando esse grande chute Foi tomar vermute com amendoim Pierro alegre a cantar caiu na farra P'ra se distrair, depois dessa desgraça Pegou na taça e começou a rir Composição: Heitor dos Prazeres / Noel Rosa. _____________________________________________ (1) Publicado originalmente em 1939, o romance é uma obra-prima da literatura americana e ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção em 1940 [1]. A história narra a jornada da família Joad, uma família de agricultores pobres do Oklahoma que, durante a Grande Depressão e a Dust Bowl, é forçada a migrar para a Califórnia em busca de trabalho e uma vida melhor [1]. Steinbeck foi posteriormente laureado com o Prêmio Nobel de Literatura em 1962, em grande parte por essa e outras obras que abordavam as realidades sociais e econômicas dos trabalhadores rurais americanos [1].