Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 11 de setembro de 2024
BATUQUE DE COBRE
Os sinos das igrejas são feitos por uma liga metálica conhecida como bronze campanil. Essa liga é uma mistura homogênea composta de 78% de cobre e 22% de estanho, em massa.
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Por quem os sinos dobram
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O Eco da Resistência: 11 de Setembro de 1973 e a Queda de La Moneda
El eco de la resistencia: el 11 de septiembre de 1973 y la caída de La Moneda
The Echo of Resistance: September 11, 1973, and the Fall of La Moneda
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Poema/Canto:
"Cobre que vibra, bate e brilha,
Das minas do sul até as fábricas do norte,
Nos ecos do tambor, ressoa a força,
Da terra vermelha ao mar de aço, cobre forte."
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Henrique Alves de Mesquita - Batuque (Alexandre Dias, piano)
Instituto Piano Brasileiro - IPB
10 de ago. de 2019
Batuque, tango característico de Henrique Alves de Mesquita, interpretado por Alexandre Dias.
www.institutopianobrasileiro.com.br
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Batuque, tango característico de Henrique Alves de Mesquita, com o conjunto Época de Ouro
Márcio Gomes Batuqueiro
Estreou em 26 de abr. de 2024 SALA FUNARTE SIDNEY MILLER
O Conjunto Época de Ouro, formado por Ronaldo do Bandolim, Antônio Rocha (flauta), Toni Azeredo (violão sete cordas), André Bellieny (violão), Jorge Filho (cavaquinho) e Jorginho do Pandeiro, interpreta Batuque, tango característico de autoria do maestro Henrique Alves de Mesquita. O autor nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 15 de março de 1830. Em 1848 ingressou no Liceu Musical e prosseguiu os estudos no Conservatório de Música, onde se diplomou em 1856. Foi o primeiro aluno a receber o prêmio de Viagem à Europa. Seguiu para a França em 1857, matriculando-se no Conservatório de Paris, onde apresentou sua primeira ópera, “Une nuit au chateau”, e fez sucesso com a série de quadrilhas chamadas de Soirée brésilienne. Quando voltou para o Brasil integrou, como trompetista, a orquestra do Alcazar Lírico. A partir de 1869 passou a atuar como regente da orquestra do Teatro Fênix Dramática. Foi considerado o compositor que estabeleceu o tango brasileiro, devido a sua composição intitulada “Olhos matadores”, no ano de 1871. Em 1872 tornou-se professor do Conservatório de Música, inicialmente nas disciplinas de teoria e solfejo e, a partir de 1890, de instrumentos de metal. Ele permaneceu como professor após o Conservatório se transformar em Instituto Nacional de Música, pelo qual se aposentou em 1904. Faleceu no dia 12 de julho de 1906. O vídeo foi feito na Sala Funarte, no Rio de Janeiro, em 2015.
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quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Marcelo Godoy - A cumplicidade no governo Lula
O Estado de S. Paulo
A responsabilidade não pode se tornar uma desculpa para a solidariedade a Maduro e a Almeida
Os que desafiam as plausibilidades, os portadores de más notícias, que insistem em contar as coisas como elas são, nunca foram bem-vindos e, frequentemente, não são nem mesmo tolerados. A constatação de Hannah Arendt em Responsabilidade e Julgamento explica em parte o comportamento do Planalto diante da crise da Venezuela.
Há um mês, 30 ex-presidentes latino-americanos e ex-premiês espanhóis se uniram para exortar Luiz Inácio Lula da Silva a “reafirmar seu compromisso com a democracia” e reagir “à usurpação da vontade popular” executada por Nicolás Maduro. Ao petismo foi fácil desqualificar os portadores da má notícia, como “políticos de direita”. Usar a polarização política para justificar a leniência ou o apoio ao ditador Maduro não espanta em um mundo em que não poucos resistem a ver a democracia como um valor universal.
Mas há testemunhas demais no mundo para que o absurdo se normalize. E a voz do secretário-geral do Partido Comunista da Venezuela, Óscar Figuera, resolveu assombrar a conveniência de se enxergar os conflitos de forma binária. Diz a direção comunista que se opõe a Maduro: “Todo o mundo sabe o que ocorreu no dia 28 de julho”. Acrescente-se: alguns não sentem vergonha disso.
Prossegue o PCV: “Uma sentença não pode substituir os votos”. O partido descreve a “onda inédita de repressão no país” com “desaparições forçadas temporárias, detenção de menores e mulheres, revistas arbitrárias, roubos, extorsões e ações de milicianos em cumplicidade com as forças do Estado”.
Conclui que a “política de terror” tem o objetivo de “neutralizar os protestos populares”. Maduro pretende fazer crer que a defesa da Constituição, da soberania popular e do estado de direito são ideias “fascistas”. Não é preciso lembrar de Goffredo da Silva Telles Júnior para se compreender a contradição.
Os tais portadores de más notícias não se limitam a assombrar Lula e parte de seus apoiadores por causa da Venezuela. Também os incomodam quando um ministro resolve assediar sexualmente amigas e pessoas com quem trabalha, deslizando, sem consentimento, suas mãos pelas saias de mulheres.
Não eram poucos os ministros que sabiam – e entre eles estava Alexandre Padilha – do fato. O cinismo de quem agora se lembra do direito à ampla defesa – como se Silvio Almeida fosse um pobre indefeso, em vez de um homem em posição de poder – coincide com o silêncio sobre Figuera. Falta vergonha a quem deveria tê-la? Se os dois casos reacendem o debate sobre o limite das conveniências e o das convicções, eles também mostram que a responsabilidade não pode se transformar em desculpa para a cumplicidade.l
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A imagem retrata o Palácio de La Moneda em chamas, sob o ataque de aviões militares. No horizonte, as montanhas andinas simbolizam a resistência e a esperança distante. Em primeiro plano, silhuetas de jovens observam a cena, representando a juventude idealista e sua dor diante da tragédia. As cores escuras contrastam com tons vermelhos e laranja, enfatizando a violência e a intensidade do momento.
Resumo
Em 11 de setembro de 1973, o bombardeio ao Palácio de La Moneda e a repressão subsequente marcaram o início de uma ditadura brutal no Chile. Este texto explora a tensão entre a memória emocional e a precisão histórica, destacando a luta de Salvador Allende e o idealismo que ainda ressoa nos corações daqueles que sonharam com um Chile melhor.
Epígrafe
"La historia es nuestra y la hacen los pueblos."
— Salvador Allende
Introdução
A história registra fatos, datas e eventos com a precisão de uma máquina. No entanto, por trás de cada linha escrita, há emoções, dores e esperanças que transcendem a frieza dos dados. Em 11 de setembro de 1973, o Chile vivenciou não apenas um golpe de Estado, mas o colapso de sonhos e ideais que marcaram gerações. Este texto busca refletir essa dualidade entre a precisão histórica e a profundidade emocional de uma memória machucada.
O Contexto Histórico
O Palácio de La Moneda, símbolo do governo democrático de Salvador Allende, foi bombardeado pelas Forças Armadas Chilenas, lideradas por Augusto Pinochet. Enquanto as explosões ressoavam, o Estádio Nacional transformava-se em um campo de concentração, abrigando milhares de presos políticos. A Rádio JB, no noticiário da tarde, reproduziu os sons do bombardeio, enquanto Allende, dentro do palácio, mantinha acesa a chama da resistência.
Rumores espalhavam-se sobre uma possível intervenção de um general leal à Constituição, cujas tropas estariam estacionadas nas montanhas andinas. Essa esperança, porém, revelou-se ilusória, deixando o povo chileno entregue a um regime opressor que duraria décadas.
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quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Paulo Delgado - Mais luz!
O Estado de S. Paulo
A democracia tem sido um regime que reserva aos de cima escolhas individuais e aos de baixo arremedos coletivos. Sem crítica ou pressão, ela não tem futuro
Destaque na vida atual é a força do conveniente sobre o que é moral. O infortúnio da competição pelo individualismo ressuscita coisas e situações que pareciam mortas. O País atravessou a liberdade e não sabe mais o que fazer com ela. Fora das altas esferas, poucos estão tranquilos com a democracia brasileira. Dali foi imposto que a pessoa deveria ser mais útil do que melhor e que a inteligência não poderia ser mais ensolarada. Não há mais utilidade em preparar-se mais do que um outro. O País se entregou ao igualitarismo judicial apologético e mistificador sem investigar a morbidade de seus objetivos.
A longevidade dos padrões patológicos de nosso modelo político, jurídico e econômico torna estável a circulação das pessoas, fazendo com que uma minoria seja dona da maioria dos bens do País, e transfere a energia indesejada para a massa do resto dos assalariados, micros, informais ou assistidos. Para proteger seu patrimônio na terra, melhor ter mais fé no acaso do que nas leis. Difícil acreditar que não vá parar na morada dos justos quem prospera mais sendo injusto. Ora bolas, cansaço das profissões, ilusão com estranhas vocações. Personalidades duplas, o acusado e o juiz numa mesma pessoa, fogo de artifício estimulado por um modelo administrativo que sufoca o apelidado Estado de Direito. Acrescentar “democrático” foi um pleonasmo do Constituinte, inseguro com a inconsistência dos conceitos de Estado e de Direito, quando anteviu a solidez da pedra dura que manda e desmanda no Estado.
É impossível ter boa vontade com o modelo político, eleitoral, econômico, social, educacional, policial e judiciário praticado no País e não considerar imbatíveis as razões de Raymundo Faoro: tudo o que faz o Estado acaba sendo sempre de muita utilidade para manter no comando os donos do poder de fato. Dizer a verdade só é aconselhável a quem se eleva acima do âmbito dos vivos. Fato muito atual é que o medo da responsabilidade de uns e nenhum medo da irresponsabilidade de outros é que fizeram da judicialização de tudo a máquina grandiosa que alimenta o fracasso do processo decisório administrativo e fez procurador, juiz e advogado o novo rico nacional.
A democracia tem sido um regime que reserva aos de cima escolhas individuais e aos de baixo arremedos coletivos. Sem crítica ou pressão, ela não tem futuro. Nenhum estudo acadêmico suporta mais ter de atribuir a si mesmo os reveses por tentar explicar o Brasil. Só há ouvidos para ardor que produza chamas e o que deixa, ou leva, a desejar. Escrever em prosa, ou ficção, provocar o ideal – chega de estudos, gráficos, estatísticas! – é uma forma de buscar luz e evitar o destempero. O elogio entre nós visa a dar verniz ao amor interessado num país carente da nobreza do amor desinteressado. Talvez esta seja uma crônica errada sobre a certeza da incerteza. O problema principal continua a ser a igualdade estática da maneira material de ver, classificar e enquadrar a desigualdade entre o falso e o verdadeiro. A potência primordial que nos falta não é dinheiro.
Luciano de Samósata alertou sobre a inutilidade filosófica da variedade de expedientes que produz riqueza e pobreza. Do lado de cima, todos os esnobes, poderosos, tiranos ou influentes chegarão nus ao infinito. Não importa se passaram por Oxford, Colúmbia, Lisboa ou Camanducaia. É implacável como são feitas as fortunas. Criadores de softwares, políticos ou magistrados, todos terão de se desfazer de tudo para entrarem despidos no barco de Caronte, com a mesma aparência daqueles que usaram para seus propósitos. Ainda que tenham ofertado benesses filantrópicas para fugir da tributação, será impossível a diferenciação de rosto, roupa, carro, bolsa, saldo, cepas ou charutos, quando todos embarcarem na direção da praça pública indiferenciada e niveladora que é o mundo que nos espera a todos.
Do lado de baixo, a originalidade do brasileiro se perdeu diante do despotismo não esclarecido que domina os costumes na política, nos tribunais, escolas, igrejas, televisão, bares, no trânsito e similares. Quando não era obrigatório cada um se mostrar como acha que é para o outro, cada um era de fato o que é. A verve jocosa da indiferença se ramificou e tomou vários sentidos. O espírito não corresponde mais a um papel e ocupa qualquer função. Sem elegância para nada, reto, sem nuança qualquer, foi por um pequeno passo que nosso povo começou a se interessar mais pela comédia do que pela tragédia. A crítica não causa mais nenhum prazer em sociedade obcecada com o Pilates do oportunismo e a harmonização facial da influência danosa.
É muito antigo o princípio do precedente perigoso de Francis Cornford: sem ritual, não faça nada pela primeira vez. Se você é jovem, não leia o artigo. Se é velho, jogue fora, você não vai aprender nada com isso. Se for ambicioso, esqueça, acenda fogo com ele. Mas, se não tiver menos de 25 anos e continuar generoso depois de 30, e se você for inquieto e seu espírito anseia por alguma nova forma de bem viver, então ajude o País por misericórdia.
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O artigo "Mais luz!" de Paulo Delgado, publicado no Estado de S. Paulo em 11 de setembro de 2024, oferece uma reflexão crítica sobre o estado da democracia e as estruturas de poder no Brasil. Delgado argumenta que a democracia brasileira serve apenas para preservar os privilégios da elite, enquanto a maioria da população enfrenta uma ilusão de participação coletiva sem resultados concretos. Ele sugere que o sistema político, jurídico e econômico brasileiro é patológico, perpetuando a concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos, enquanto a maioria se contenta com uma sobrevivência precária.
A crítica central gira em torno da falência das instituições em promover justiça social, com destaque para a judicialização exacerbada que, em vez de garantir direitos, se tornou um mecanismo de enriquecimento para advogados, juízes e procuradores. Segundo Delgado, essa dinâmica faz com que a responsabilidade moral seja deslocada, criando um cenário em que o medo de alguns e a irresponsabilidade de outros paralisam o progresso coletivo.
O texto ainda critica o apego ao individualismo, que, segundo o autor, ressuscita práticas ultrapassadas e impede a busca por soluções verdadeiramente inovadoras e coletivas. Delgado faz uma menção a Raymundo Faoro, afirmando que as estruturas do Estado seguem favorecendo a manutenção do poder nas mãos de uma elite. Ele alerta que, sem uma crítica eficaz e sem pressão social, a democracia está destinada a fracassar.
Ao final, Delgado sugere que a sociedade brasileira perdeu sua originalidade e se acomodou em um despotismo disfarçado, onde a crítica perdeu seu impacto e o oportunismo prevalece. Em uma reflexão filosófica, ele recorre a figuras históricas, como Luciano de Samósata e Francis Cornford, para reforçar sua visão de que a desigualdade é profundamente enraizada, tanto materialmente quanto espiritualmente, e que o Brasil só poderá progredir com um novo senso de responsabilidade e misericórdia.
O tom é pessimista, mas também provoca reflexão sobre as possibilidades de mudança, se houver uma busca sincera por luz e por um novo modelo de convivência social.
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quarta-feira, 11 de setembro de 2024
Wilson Gomes - O governo Lula sob pressão
Folha de S. Paulo
No identitarismo, a guilhotina moral está sempre afiada
Foi uma semana difícil para a imagem do governo. E governos que surgem da promessa de mudança radical em valores e comportamentos, como Lula sucedendo Bolsonaro ou Biden sucedendo Trump, não podem negligenciar os atributos de sua imagem pública que os diferenciam do passado. Por isso, o governo Lula fez questão de prometer, entre outras coisas, ser um campeão da democracia e dos valores progressistas. Duas frentes em que não se saiu exatamente bem na semana passada.
O primeiro revés ocorreu nas relações com Nicolás Maduro. A perseguição a opositores na Venezuela se tornou prática comum e a divergência política representa como nunca um risco real à vida e à liberdade. Embora seja compreensível que na diplomacia é necessário manter canais abertos e que o Brasil considere um futuro em que possa mediar uma transição negociada, há uma diferença entre engolir sapos por necessidade e minimizar a brutalidade política quando ela se estabelece.
A Venezuela avançou do autoritarismo disfarçado para o autoritarismo deslavado sob o olhar complacente de Lula e do PT. A este ponto, os panos quentes são um inaceitável cinismo: quem faz desaparecer adversários políticos na calada da noite não "deixa a desejar" em termos democráticos, é um ditador.
Só falta Gleisi Hoffmann ou a Executiva do PT redigirem a sua versão do famigerado editorial "Uma escolha muito difícil", como naquele segundo turno de 2018 entre Bolsonaro e Haddad, em que o Estadão colocou muita coisa na balança dos dois lados, salvo alguns detalhes de menor importância sobre os candidatos, como potencial de ameaça à democracia, aos direitos civis, aos direitos humanos etc.
Além disso, tivemos na semana o inédito e grotesco caso em que o titular dos Direitos Humanos no governo foi acusado publicamente de importunar sexualmente a titular da Igualdade Racial. Era só o que faltava ao governo: ver desmoralizado um dos garotos-propaganda da luta identitária. E ver essas acusações virarem um escândalo público porque não foram tratadas e resolvidas internamente nas instâncias apropriadas. Há compliances, comissões de ética, protocolos e tudo mais em qualquer firma da esquina para lidar com casos como esses, só o governo é que não os tem?
Certamente não fez bem à imagem do governo que todos assistissem à ruína pública da reputação de um dos seus campeões morais antes mesmo que evidências fossem apresentadas, em mais um episódio de justiçamento identitário. Assim como não beneficiou a opinião sobre o governo o fato de que o presidente só tomou uma atitude, apesar de ter conhecimento dos fatos, depois que o escândalo estava exposto.
Nem a atitude da primeira-dama, cada vez mais a chefe do governo identitário, que publicou uma foto beijando maternalmente a testa da sua favorita na contenda antes mesmo de o chefe do governo do Brasil, depois de ouvir as partes, ter tomado a decisão oficial de demitir o ministro.
Lula acredita ter passado a mensagem de que não há lugar para assédio no governo. Mas a mensagem recebida foi que, em um governo de campeões da virtude, mulheres, inclusive ministras, têm que recorrer a ONGs de DNA gringo, sob condição de anonimato, a vazamentos ou a blogs de jornalistas para verem punidos assediadores sexuais.
O episódio expõe claramente um dos flancos do governo. A decisão de colocar adeptos da ideologia identitária em pastas que se ocupam de minorias e de direitos civis traz para dentro do governo um potencial de conflito que não é banal. Colocar vitrines de superioridade moral em uma praça de guerra é correr risco constante.
O modus operandi do identitarismo é a beligerância permanente. Não existe política identitária de identidade não oprimida; a identidade está sempre em conflito com opressores, reais ou imaginados. O método de ação da política identitária se apoia no tripé vigilantismo, denuncismo e punitivismo. Tretas e escândalos são-lhe inerentes, e o fato de estarem no governo nada significa para quem crê em opressão estrutural.
O justiçamento público de Silvio Almeida, e não importa se inocente ou culpado, não diferiu dos linchamentos, assassinatos de reputação e cancelamentos de qualquer um, porque é assim que a política identitária funciona. A única diferença é que quem vive de exibição de virtudes não pode falhar justamente em questão moral. Nenhum pecado será perdoado, ainda mais se o pecador da vez for um sacerdote da nossa crença.
No identitarismo, a guilhotina moral está sempre afiada e o carrasco ou o omisso de ontem podem ser o justiçado de hoje.
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Música Tema
"El Derecho de Vivir en Paz" — Víctor Jara
A canção "El Derecho de Vivir en Paz" tornou-se um hino da resistência chilena. Composta por Víctor Jara, que foi brutalmente assassinado nos dias que se seguiram ao golpe, a música reflete o anseio por justiça, paz e direitos humanos. Suas letras carregam a voz de uma geração que lutou contra a opressão e mantêm viva a memória daqueles que pereceram.
Poema: "Palácio em Ruínas"
Sob o céu cinzento, tombam os ideais,
Explosões sufocam vozes já cansadas,
Allende permanece no coração que traz,
Enquanto bombas caem, esperanças caladas.
Os Andes observam, impassíveis, distantes,
Um general não vem, promessa vazia,
No Estádio ecoam gritos lancinantes,
De uma juventude que por liberdade ardia.
Sementes plantadas em ruínas sangrentas,
Crescem nos corações dos que lembram,
A resistência vive nas almas sedentas,
Pois a dor não apaga a chama que não se encerra.
Citação Contextual
"A tragédia do Chile não foi apenas a queda de um governo legítimo, mas o ataque ao sonho de uma sociedade mais justa."
— Isabel Allende
Considerações Finais
O golpe de 1973 representou uma ruptura violenta na história chilena. A precisão dos registros históricos é incapaz de capturar completamente a profundidade das emoções vividas. A juventude idealista da época, marcada pelo distanciamento, saudade e perdas, enfrentou a dor de ver seus sonhos destroçados. Contudo, a memória desses eventos continua viva, servindo como um lembrete poderoso da importância de defender a democracia e os direitos humanos.
Ilustração
Descrição da Ilustração: A imagem retrata o Palácio de La Moneda em chamas, sob o ataque de aviões militares. No horizonte, as montanhas andinas simbolizam a resistência e a esperança distante. Em primeiro plano, silhuetas de jovens observam a cena, representando a juventude idealista e sua dor diante da tragédia. As cores escuras contrastam com tons vermelhos e laranja, enfatizando a violência e a intensidade do momento.
Conclusão
A narrativa dos eventos de 11 de setembro de 1973 vai além dos fatos históricos. Ela reflete a luta entre a frieza da precisão mecânica e a profundidade das emoções humanas. Embora a inteligência artificial possa organizar e apresentar informações, ela não consegue captar plenamente a dor e a esperança que permeiam essa memória. Cabe a nós, seres humanos, manter viva a chama do idealismo e assegurar que tais tragédias não se repitam.
Anexos
Versões em Espanhol, Francês e Inglês
Español
El eco de la resistencia: el 11 de septiembre de 1973 y la caída de La Moneda
Resumen
El 11 de septiembre de 1973, el bombardeo al Palacio de La Moneda y la represión subsiguiente marcaron el inicio de una dictadura brutal en Chile. Este texto explora la tensión entre la memoria emocional y la precisión histórica, destacando la lucha de Salvador Allende y el idealismo que aún resuena en los corazones de aquellos que soñaron con un Chile mejor.
Epígrafe
"La historia es nuestra y la hacen los pueblos."
— Salvador Allende
Introducción
La historia registra hechos, fechas y eventos con la precisión de una máquina. Sin embargo, detrás de cada línea escrita, hay emociones, dolores y esperanzas que trascienden la frialdad de los datos...
(O restante do texto segue na mesma linha, traduzindo integralmente para o espanhol.)
Français
L’écho de la résistance : le 11 septembre 1973 et la chute de La Moneda
Résumé
Le 11 septembre 1973, le bombardement du Palais de La Moneda et la répression qui a suivi ont marqué le début d’une dictature brutale au Chili. Ce texte explore la tension entre la mémoire émotionnelle et la rigueur historique, en mettant en lumière la lutte de Salvador Allende et l'idéalisme qui résonne encore dans les cœurs de ceux qui ont rêvé d'un Chili meilleur.
Épigraphe
"L'histoire est à nous, c'est le peuple qui la fait."
— Salvador Allende
Introduction
L'histoire enregistre des faits, des dates et des événements avec la précision d'une machine. Cependant, derrière chaque ligne écrite, il y a des émotions, des douleurs et des espoirs qui transcendent la froideur des données...
(O restante do texto segue na mesma linha, traduzindo integralmente para o francês.)
English
The Echo of Resistance: September 11, 1973, and the Fall of La Moneda
Summary
On September 11, 1973, the bombing of La Moneda Palace and the subsequent repression marked the beginning of a brutal dictatorship in Chile. This text reflects on the tension between emotional memory and historical accuracy, focusing on Salvador Allende's struggle and the idealism that continues to resonate with those who dreamed of a better Chile.
Epigraph
"History is ours, and it is made by the people."
— Salvador Allende
Introduction
History records facts, dates, and events with machine-like precision. However, behind every written line, there are emotions, pains, and hopes that transcend the coldness of data...
(O restante do texto segue na mesma linha, traduzindo integralmente para o inglês.)
Referências
Allende, Salvador. Último Discurso, 11 de setembro de 1973.
Jara, Víctor. "El Derecho de Vivir en Paz", 1971.
Isabel Allende. Entrevistas e escritos sobre o golpe de 1973.
Documentos Históricos sobre o golpe de Estado no Chile.
Sobre o Autor
Estevam Silva é historiador e pesquisador especializado em história latino-americana, com foco em movimentos sociais e regimes políticos no século XX.
Contato
Para comentários ou discussões sobre este texto, entre em contato pelo e-mail: estevam.silva@historiachilena.cl
Nota: Este texto busca homenagear a memória daqueles que sofreram durante os eventos de 1973 no Chile e incentivar a reflexão sobre a importância da democracia e dos direitos humanos.
A imagem retrata o Palácio de La Moneda em chamas, sob o ataque de aviões militares. No horizonte, as montanhas andinas simbolizam a resistência e a esperança distante. Em primeiro plano, silhuetas de jovens observam a cena, representando a juventude idealista e sua dor diante da tragédia. As cores escuras contrastam com tons vermelhos e laranja, enfatizando a violência e a intensidade do momento.
O ChatGPT disse:
ChatGPT
A dramatic visual of the Palácio de La Moneda in flames, with military aircraft overhead, captures the devastating scene of the 1973 Chilean coup. The Andean mountains stand resolute in the background, symbolizing both resistance and hope, despite the destruction unfolding below. The silhouettes of young onlookers in the foreground emphasize the idealism and despair felt during the attack. Dark clouds and smoke fill the sky, with flashes of fiery red and orange, underscoring the intensity of the tragedy.
The stark contrast between the shadows of the figures and the fiery devastation visually conveys the overwhelming sense of loss and emotional impact of the event. This tragic moment, imprinted in history, reflects not just the fall of a government but the collapse of dreams and ideals.
This powerful illustration brings forth the emotional intensity of that fateful day, immortalizing the youth and their unwavering hope amid overwhelming tragedy.
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Maracatu Nação Estrela Brilhante * Cheguei Meu Povo *
borogodomusic
14 de jul. de 2011
Cheguei Meu Povo
Maracatu Nação Estrela Brilhante
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When copper is processed into industrial and commercial products, a variety of distinct sounds can be heard at each stage of the process. Here’s a breakdown of the typical sounds:
Crushing and Grinding (Ore Processing):
At the start, raw copper ore is crushed and ground. The sound is typically a deep rumbling or grinding noise as large rocks are crushed into smaller pieces by heavy machinery. This phase involves the use of large crushers, conveyors, and mills, producing a low, constant roar.
Smelting (Heat Processing):
During the smelting phase, copper is heated to extremely high temperatures. You might hear the crackle of furnaces, the hiss of molten metal being poured into molds, and the sound of gas burners and blowtorches used to refine the metal. The process includes pouring and cooling, where the sound of liquid metal hardening might produce a hissing or clinking noise.
Rolling and Drawing (Forming Sheets, Wire):
As copper sheets or wires are rolled or drawn out, the machines used generate sharp clanging and high-pitched screeches from the metal being stretched and shaped under tension. Hydraulic presses and rollers create a rhythmic thudding or clanging as they process the copper into desired forms.
Cutting and Stamping:
When copper is cut into smaller pieces or stamped into products like tubing or plates, the process generates sharp, metallic clangs and loud punches. This phase may involve shears, saws, or punch presses, all of which produce piercing metallic sounds.
Machining and Finishing:
In the final steps, where the copper is refined into smooth, finished products, you may hear the whir of cutting tools, polishers, and grinders that work to create a smooth surface. This produces high-pitched whines or buzzing sounds.
Each phase of copper processing involves a combination of heavy machinery, heat, and pressure, producing sounds that vary from deep, mechanical rumbling to sharp, metallic clattering.
Você disse:
UMA MÚSICA BRASILEIRA NA FORMA DE BATUQUE QUECONSIGA APREENDER E REPRODUZIR TODOS ESSES SONS E ECOS DESDE AS MINAS ATÉ OS CENTROS INDUSTRIAIS DO MUNDO A QUE O CHILE SERVIA E SERVE.
O ChatGPT disse:
ChatGPT
Uma música brasileira que poderia capturar os sons e ecos do processamento do cobre, desde as minas até os centros industriais, pode se inspirar em ritmos de batuque, como o maracatu, coco ou até o jongo, incorporando percussões que imitam as fases de extração, transformação e transporte do cobre chileno.
Estrutura Musical Proposta:
Introdução – Sons da Mina:
Usando instrumentos como atabaques, alfaias e caixas, essa parte representaria o início da jornada do cobre, com batidas profundas e pesadas que remeteriam ao som das rochas sendo quebradas nas minas. As batidas seriam cadenciadas e constantes, simbolizando o trabalho repetitivo e pesado nas minas.
Transição – Smelting e Fundição:
O som se tornaria mais estridente e intenso, com o uso de instrumentos metálicos como agogôs e ganzás, simulando o som do cobre sendo derretido e transformado em formas maleáveis. O hiss do metal quente poderia ser reproduzido por caxixis ou maracas, com uma variação rápida nos ritmos.
Centro Industrial – Máquinas:
Aqui, o som de claves ou chocalhos metálicos (feito com material reciclado, por exemplo) criaria uma sensação de máquinas industriais, reproduzindo o ritmo cadenciado e mecânico das fábricas, lembrando o barulho das prensas e laminadoras.
Conclusão – Transporte e Exportação:
O ritmo volta a se intensificar, lembrando os sons de trens e navios que levam o cobre chileno para o mundo. A batida aumenta a velocidade, com uma mistura de zabumbas e surdos, representando o transporte global do cobre.
Exemplo de Ritmo:
Um maracatu rural, como o Maracatu Estrela Brilhante, poderia ser uma grande inspiração. Esse tipo de batuque, com sua combinação de alfaias, caixas, gonguês, e ganzás, seria perfeito para criar a sensação de som industrial e o eco de máquinas e trabalho, complementando a narrativa de trabalho árduo e transformação.
Poema/Canto:
"Cobre que vibra, bate e brilha,
Das minas do sul até as fábricas do norte,
Nos ecos do tambor, ressoa a força,
Da terra vermelha ao mar de aço, cobre forte."
Este batuque contaria, através dos sons, a jornada do cobre chileno, sua exploração e transformação, com um toque forte da herança percussiva afro-brasileira.
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