Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 13 de setembro de 2022
LIBERDADE DE OPINIÃO
Ministra Rosa Weber divulga pauta de julgamentos do Plenário do STF para setembro
HÁ 20 HORAS
A Corte realizará seis sessões plenárias presenciais este mês.
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A liberdade de expressão é garantida pela Constituição de 1988, principalmente nos incisos IV e IX do artigo 5º. Enquanto o inciso IV é mais amplo e trata da livre manifestação do pensamento, o inciso IX foca na liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação.
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Cansei de ilusões
Tito Madi
Ouça Cansei de ilusões
Mentira foi tudo mentira
Você não me amou
Mentira foi tanta mentira
Que você contou
Tão meigos seus olhos
Por Deus eu nem desconfiei
História tão triste
Você contou,
E acreditei
Pois quase chorei
E agora desfeita a farsa
Só resta esquecer
Mentiras que calam na alma fazendo sofrer
Rasguei suas cartas
Queimei suas recordações
Mentiras
Cansei de ilusões
Ouça Cansei de ilusões
Composição: Tito Madi.
“…Fatos são fatos! Versões podem mudar. Mentira é mentira. Verdade é verdade. Liberdade de opinião não é liberdade para cometer crime. Parece que mentir consta do Código Penal….”
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Artigo 342 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Ver legislação completa
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. (Vide Lei nº 12.850, de 2.013) (Vigência)
(Revogado)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º - Se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal:
(Revogado)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
(Revogado)
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se o crime é praticado mediante suborno.
(Revogado)
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Poder360
Sem Judiciário forte não há democracia", diz Rosa Weber
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“Em um regime democrático como o nosso, todos podem debater e defender a interpretação do texto constitucional que lhes pareça mais correta, merecendo repulsa a deformação dos sentidos”, declarou. “Há um instante em que se impõe a palavra final, o encerramento da controvérsia e a instituição incumbida da última palavra é, sem dúvida, este Supremo Tribunal Federal”
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Leia a íntegra da entrevista de Lula à CNN Brasil
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Lula foi o quinto candidato à Presidência da República entrevistado pela emissora; Bolsonaro não respondeu, segundo apresentador
Imagem: Reprodução/CNN Brasil
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Hygino Vasconcellos
Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)
12/09/2022 21h38Atualizada em 12/09/2022 22h06
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi entrevistado hoje pelo apresentador William Waack, da CNN Brasil. O petista é o quinto candidato à Presidência da República sabatinado pela emissora —antes dele, Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D´Ávila (Novo), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram até a emissora.
O ex-presidente criticou o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à Presidência da República nas eleições de 2014, e disse que o tucano é responsável por criar o clima de animosidade na política brasileira. Além disso, Lula chamou de "companheiro" o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, vice em sua chapa nas eleições presidenciais deste ano, e afirmou que ele deve negociar com o Congresso, em caso de vitória.
Leia aqui a íntegra da sabatina com Lula na CNN:
(...)
[William Waack]: Vamos então à entrevista. Muito obrigado pela sua participação, obrigado pela sua presença aqui no nosso estúdio, boa noite.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Boa noite, William, é um prazer. [William Waack]: Hoje, o senhor não pode comparecer à posse da nova presidente do STF, sabemos porque o senhor está aqui. O senhor... caso o senhor vença as eleições, assume o ano que vem com o STF num papel inédito de protagonista político. E, ao longo da sua enorme carreira política, o senhor tem repetido que aprendeu a lidar com a política, mas não com o Judiciário. O que o senhor vai fazer com o STF?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: O problema, William, é que no Brasil nós temos uma certa anormalidade hoje, porque tem hora que o Poder Legislativo se mete no Poder Judiciário, se mete em ser Poder Executivo. O Poder Executivo afronta o Legislativo e afronta o Judiciário, e, às vezes, o Poder Judiciário se comporta fazendo política. Eu acho que se nós voltarmos à normalidade, ou seja, cada um cumprir com a sua função; o governo governa, o Poder Legislativo legisla e o Poder Judiciário cumpre o papel de ser o garantidor da nossa Constituição, eu acho que as coisas voltam tranquilamente à normalidade. Eu tive o prazer de indicar para a Suprema Corte—
[William Waack]: O senhor se arrependeu de alguma indicação?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Não me arrependi nenhum. Não me arrependo porque eu nunca indiquei ninguém para a Suprema Corte para depender de favor dele. Eu indiquei pelo currículo, pela competência das pessoas, e ele foi referendado pelo Senado. Portanto, eu não me arrependo, acho que eles fizeram coisas extraordinárias. Aprovaram a Raposa Serra do Sol, aprovaram a união civil, aprovaram as cotas, aprovaram célula-tronco, ou seja, coisas muito importantes que pareciam difíceis, foram aprovadas.
[William Waack]: Sua própria carreira política recente esteve pendurada numa decisão do STF, foi por culpa dela que o senhor foi para a cadeia, e foi por culpa de outra decisão do STF que o senhor está podendo participar da eleição agora. O que o senhor faria diferente? O impeachment de ministros do STF, por exemplo, estaria na sua agenda?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Deixa eu te contar uma história fantástica. Eu sou, pela primeira vez na história do Brasil, eu sou culpado de ser inocente. É fantástico, porque eu disse o tempo inteiro que tinha um juiz mentindo, eu disse o tempo inteiro que tinha um grupo tarefa do Ministério Público, que é grave, que induziram a sociedade brasileira e induziram a imprensa brasileira a vender as mentiras que eles contavam como se fossem verdade. Eu tive que provar na Justiça a minha inocência e provar a culpa deles, porque fomos nós que provamos toda maracutaia e falcatrua que foram feitas. Eu tive juiz da Suprema Corte que evitou que eu fosse ministro.
[William Waack]: Ministro-chefe da Casa Civil, no caso, do governo Dilma.
[William Waack]: Eu vou voltar evidentemente a esses pontos que o senhor acabou de mencionar, mas há uma pergunta que a sua resposta suscita imediatamente, um pouco mais abrangente, que é a judicialização da política. A política está completamente judicializada. Agora, imagine o senhor: o senhor vence a eleição, assume o ano que vem, como é que vai lidar com a judicialização da política do jeito que ela está?
[William Waack]: Deixa eu fazer um contraponto aqui nesse momento da nossa conversa. Quem ganhou quatro eleições seguidas, ali, foi o seu partido. Quem tinha a caneta ali, nós estamos falando até 2014, para gerar um clima assim ou assado, era o seu partido. O senhor está atribuindo uma essencial mudança de clima político a alguém que tinha o direito de pedir a contagem de votos.
[William Waack]: O que o senhor chama de golpe, que foi a destituição da Presidente Dilma Rousseff, ocorreu dentro das leis e da Constituição brasileira. É possível, do ponto de vista histórico, chegar à interpretação que o senhor faz; do ponto de vista jurídico, não. A outra colocação que o senhor faz, a respeito de quem são os responsáveis pelo clima atual, a gente pode, de novo, do ponto de vista histórico, debater, e debater durante um longo tempo, mas eu queria voltar a um ponto que o senhor mencionou a respeito dos instrumentos, quando o senhor se referiu aos acontecimentos de corrupção no seu governo, imediatamente o senhor abordou o que tem sido sua recorrente argumentação, mostrando todos os instrumentos que levaram à descoberta de um esquema de corrupção inédito. Quem foi o culpado?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Posso lhe dizer uma coisa?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: O culpado fomos nós, que criamos todos os mecanismos para que nada ficasse embaixo do tapete.
[William Waack]: Descobriu-se quem é o culpado.
[William Waack]: O senhor tem uma explicação a oferecer ao eleitorado sobre o que aconteceu, quem foi o culpado de tudo aquilo?
[William Waack]: Qualquer que tenha sido o erro cometido pela Lava Jato, ela, em boa medida, lavou a alma do brasileiro. Ela levou poderosos à cadeia. Ela descobriu e enunciou esquemas de corrupção inéditos no seu alcance, e na sua profundidade, e na sua ramificação. Isso ocorreu no seu período, ou no período do seu partido. Agora, a pergunta é a seguinte: parece razoavelmente provado que boa parte da capacidade de competição dessas empresas, por exemplo, as empreiteiras, se dava por serem beneficiadas por um esquema de corrupção.
[William Waack]: Você está falando dos delatores?
[William Waack]: O senhor tem uma longa trajetória política e uma grande sabedoria popular, que o senhor traduz em frases políticas. Talvez a mais famosa em relação ao contexto que o senhor acabou de abordar foi de um ex-presidente da Câmara dos deputados, que dizia assim: "Eu quero uma diretoria na Petrobras, mas eu quero uma diretoria que fura poço". Nós temos uma tradição de partidos políticos loteando entre si cargos em estatais e autarquias em órgãos federais, isto faz parte da história do Brasil, fez parte da sua história. De novo, nós estamos, de novo, na mesma situação.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Fará parte da sua história se você for Presidente da República.
[William Waack]: Não, eu não tenho essa pretensão nem sirvo para isso. Só para completar a pergunta, desculpe minha falta de cortesia. Pelo amor de Deus, não quero parecer agressivo, nem interrompê-lo. Só gostaria de pontuar o seguinte: Sim, houve loteamento político na diretoria da Petrobras. O senhor não sabia disso?
[William Waack]: Está descrevendo como se faz a política, a política como realmente ela é. Agora, supondo que o senhor vença a eleição, o senhor assume agora, no começo de 2023, numa situação muito diferente daquela que o senhor enfrentou 20 anos atrás, no seu primeiro mandato, em termos de governabilidade. Um exemplo que talvez seja bom para fazer o nosso público pensar é a capacidade que o Legislativo desenvolveu de alocar recursos via orçamento público. É um poder, é uma ferramenta de poder que não existia 20 anos atrás, quando o senhor, pela primeira vez, ocupou o Palácio do Planalto. Isso significa que o Presidente da República é muito mais vulnerável, frágil e suscetível a manobras de partidos políticos do que era quando senhor foi presidente pela primeira vez. Como é que o senhor pretende lidar com essa situação?
[William Waack]: Sim, a descrição que o senhor faz corresponde aos fatos. [Luiz Inácio Lula da Silva]: Isso é muito grave! [William Waack]: Como é que o senhor vai lidar com isso?
[William Waack]: Refém do Congresso Nacional? É pior ainda. Nunca se viu o Congresso Nacional com o tipo de ferramenta de poder que tem hoje. Isso implica ao senhor, como articulador político, montar uma coligação muito maior do que a que o senhor acabou de anunciar, de dez pequenos partidos. Como é que o senhor vai montar essa coligação?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Está montada a coligação. Primeiro temos que ganhar as eleições.
[William Waack]: Assumindo. Por partes, ok, assumindo.
[William Waack]: É ótimo o senhor ter introduzido o assunto da economia, porque está bem grande aqui a minha pauta, evidentemente que nós íamos abordar isso. Mas veja só, nesse ponto da nossa conversa, quanta coisa nova a gente assinalou que vão lhe tornar a vida mais difícil: o STF, um super protagonista, Legislativo partiu para cima do presidente e lhe tirou grande parte dos poderes. Agora, o ponto que eu gostaria de abordar, nesses 20 anos, quebrou um contrato social brasileiro. O contrato social brasileiro foi: vamos construir um estado de bem-estar social ao longo desses 20 anos. O que o senhor pretende, por exemplo, e tem trazido a público, em termos de programas de transferência de renda, valorização do salário mínimo, de onde o senhor vai buscar recursos?
[William Waack]: Não, eu nem gosto muito, mas é que tem que?
[William Waack]: Não, eu só queria separar um pouquinho os assuntos, que são vários que o senhor colocou.
[William Waack]: Está feito o convite, já, assumindo, na hipótese que o senhor seja o vencedor da eleição, sempre colocar isso antes. Deixa eu pegar alguns dos pontos que o senhor levantou. Quando eu falo de contrato social, eu falo da capacidade que a nossa sociedade tem de sustentar o que ela acha que as pessoas merecem, e as pessoas estão merecendo e necessitando de muita ajuda. O senhor descreve uma situação, e o senhor a descreveu, me parece, em palavras adequadas, quando o senhor aborda o dilema no qual o senhor, por hipótese, sendo vencedor das eleições, estará no meio dele em janeiro, que é o seguinte, o senhor mesmo se referiu: a economia crescendo menos, ao mesmo tempo o senhor precisa gastar mais. O senhor precisará de uma política monetária contracionista, senão o senhor terá inflação, e o senhor terá uma política fiscal expansionista, porque o senhor precisa garantir às pessoas a ajuda emergencial que o senhor vem prometendo na sua campanha. Como?
[William Waack]: Vamos ver o que aconteceu nesse período, logo depois que o senhor... o senhor teve dois mandatos, depois veio Dilma. Nós tivemos, como o senhor descreve, uma política voltada para criar superávits primários, ou seja, capacidade de criar o superávit sem considerar o pagamento de dívida, isto foi se deteriorando lá no seu segundo mandato. As propostas foram... são os números, eu não vou brigar com o IBGE.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Me dê os números.
[William Waack]: Não, os números são. O senhor passou de 3.5% de superávit primário para um déficit de 4,5 ao final do governo Dilma.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Não, não é verdade.
[William Waack]: OK. A gente checa. O que eu quero descrever.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Eu tenho aqui para lhe mostrar.
[William Waack]: O que eu quero descrever e, a partir daí, lhe perguntar, é o seguinte: A ideia de que o Estado seria um grande indutor do crescimento através de volumosos investimentos e papel dos bancos públicos, essa ideia acabou no maior desastre econômico brasileiro do século. Nenhum país que não esteve em guerra perdeu tanta renda como o Brasil perdeu ali entre 2014, 15 e 16. Ou seja, a fórmula aparentemente não funcionou.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Oh, William.
[William Waack]: Desoneração é uma renúncia fiscal importante. O senhor pretende manter? [Luiz Inácio Lula da Silva]: É importante...
[William Waack]: Mas não houve.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: ... em tempo de crise, com contrapartida. No meu governo, eu fiz 47 bilhões acertados entre patrão e sindicato. E depois, no governo da Dilma, eu acho que foi feito 540 bilhões...
[William Waack]: Quando o senhor começou o governo, o senhor não reviu nenhuma privatização do seu antecessor Fernando Henrique, agora o senhor está falando em rever as privatizações.
[William Waack]: Há um setor importantíssimo da economia que é hora de a gente abordar agora, que é a produção de grãos e proteínas. O Brasil se tornou um campeão, uma enorme potência, nesse setor. O senhor causou considerável irritação nesse setor, que, em boa parte forneceu apoio político ao seu principal adversário nessas eleições, ao xingá-los. O que o senhor diria para eles agora?
[William Waack]: O senhor considera o agro responsável pelo desmatamento?
[William Waack]: Há uma ligação óbvia entre atividade agrícola e o meio ambiente. Hoje, nessa segunda-feira, aqui em São Paulo, registramos a reconciliação entre o senhor e a sua ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva. Foi uma dolorosa separação, com acusações severas de parte a parte e palavras nada bonitas de parte a parte. A reconciliação vem junto de uma série de exigências que Marina Silva faz para lhe prestar apoio político, entre elas: demarcação de terras indígenas, demarcação de quilombolas, que são questões políticas que têm gerado enorme conflito social. Como é que o senhor pretende lidar com isso? Que são assuntos importantes para o agronegócio.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Primeiro deixa eu dizer para você bem tranquilo, ou seja, eu tenho consciência que foi no nosso governo que nós fizemos a maior quantidade de reservas de proteção ambiental, que foi a maior quantidade de legalização, de demarcação de terras indígenas e que foi a maior quantidade de demarcação de terras quilombolas.
[William Waack]: Que é o que leva o apoio do agronegócio ao Bolsonaro.
[William Waack]: Nós estamos com um problema sério lá fora hoje quando a gente fala de meio ambiente e fala de possibilidade de exportação em nossos mercados. O Brasil tem sido violentamente criticado lá fora por políticas ambientais. Quanto disso é protecionismo de nossos competidores e quanto disso o senhor atribui como críticas, corretas, ao que foi feito ou não foi feito?
[William Waack]: O senhor tem alguma medida de impacto para o público exterior já na sua cabeça?
[William Waack]: O senhor está encaminhando a um novo assunto. Nós vamos abordar. Não quero é cortar seu raciocínio, vou pedir sua licença, nós vamos a um breve intervalo e voltamos daqui um pouquinho, dá tempo do senhor tomar uma água, a gente vem daqui a instantes, de volta do intervalo. Estamos entrevistando o candidato à Presidência, pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Até já.
[William Waack]: WW Presidenciáveis voltando do intervalo e prosseguindo a nossa conversa com o candidato à Presidência da República pelo PT Luiz Inácio Lula da Silva. Outra coisa que mudou muito nesse mundo foi a situação internacional. O senhor fez uma das figuras de linguagem às quais o senhor sempre recorre, falando que a questão, por exemplo, da agressão da Rússia contra a Ucrânia poderia eventualmente ser resolvida numa cervejinha, que é uma bebida social. Lá bebe-se vodca, e é uma garrafa por participante.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Ô louco? [William Waack]: Encararia isso? Não. Agora, vamos ao assunto: nós voltamos para trás de 1989. Nós estamos hoje com blocos de força, e o mundo multilateral ao qual o senhor há pouco fez elogios deixou de existir. Onde é que está o Brasil nesse meio?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Olha, o Brasil desapareceu, e o Brasil tem que voltar. Veja, uma coisa importante, William, é que o Brasil não tem contencioso internacional. Quem criou contencioso é o atual presidente, que não gosta de ninguém, que não quer conversar com ninguém, que vem o presidente da França aqui, ele vai cortar a barba para não receber o cara, ofende a mulher do presidente, ou seja, é um? uma paranoia total.
[William Waack]: Mas nós temos dois blocos lá fora.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Então veja, deixa eu lhe falar uma coisa: quando a gente é chefe de estado, a gente não escolhe amigo para conversar. Eu não tenho contencioso com ninguém, sabe? O Brasil precisa estar muito bem com os Estados Unidos, o Brasil precisa estar muito bem com a China, o Brasil tem que estar muito bem com a União Europeia, o Brasil tem que estar muito bem com a América Latina, o Brasil precisa estar bem com a África. Nós vamos voltar a fazer uma política, sabe, de investimento diplomático muito grande.
[William Waack]: Quando o senhor assumiu, 20 anos atrás, a China era uma potência comercial. Hoje, ela quer ser uma superpotência que desafia os Estados Unidos. Ela já é a maior parceira comercial da Argentina. Como é que o senhor vai manobrar nesse mundo de dois monstros?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Nós não queremos entrar na segunda Guerra Fria.
[William Waack]: Já estamos.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Não queremos disputar quem é melhor, se a China ou os Estados Unidos. O que nós queremos discutir é qual é o papel do Brasil. Por isso que é extremamente importante o Brasil se juntar junto com a Europa e junto com a América Latina para que a gente crie um bloco capaz de sentar numa mesa com força para negociar.
[William Waack]: Para isso, o senhor precisa gastar e investir em infraestrutura.
[William Waack]: Para a gente voltar a ter orgulho da situação internacional do Brasil, a gente precisa de um mínimo de capacidade de projeção de poder; não temos nenhuma.
[William Waack]: Minha última pergunta. O senhor ganhando a eleição vai assumir um país conturbado por uma inédita violência verbal, troca de palavras, aparentemente, sem limites, e altamente polarizado. E o senhor assumindo vai encontrar uma oposição aguerrida como a gente talvez não tenha visto no país, comandada por um líder que provavelmente terá problemas com a Justiça. Para pacificar o país, o senhor anistiaria o presidente Jair Bolsonaro?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Primeiro nós tivemos um pouco isso dessa violência no tempo da luta entre os comunistas e integralistas aqui em São Paulo, que trocavam tiro na avenida São João. Desde que eu comecei a fazer política, eu nunca tinha visto, nunca assisti, e disputei todas as eleições, eu nunca tinha visto um comportamento incivilizado como eu estou vendo agora, sabe? Já houve duas mortes em 2018, já houve tiro, já houve bomba no meu escritório, duas mortes agora. Semana passada mataram mais um cidadão. Você viu a humilhação que tentaram fazer com uma moça com a cesta básica. Deixa eu te dizer uma coisa, você não vai querer presidir o país para tentar instigar, sabe, a confusão. Ou seja, esse país precisa de paz para crescer. Esse país precisa de paz para melhorar e quem pode fazer isso é o Presidente da República, é o comportamento dele que dita um pouco as regras do que vai acontecer na sociedade. E esse atual presidente vive disso, ele vive de provocar, ele vive de instigar, ele vive de desrespeitar, ele vive de ofender ministro da Suprema Corte.
[William Waack]: Só fico preocupado com o seu tempo.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Não, eu não faço isso. Eu acho que nós vamos voltar a ganhar as eleições para reconstruir a paz nesse país, para que a família brasileira possa viver bem e voltar a ter esperança, é para isso que nós vamos ganhar as eleições.
[William Waack]: Posso considerar essas as suas observações finais? Nós temos um minuto e meio—
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Pode. Eu só queria dizer para o povo brasileiro...
[William Waack]: O tempo está chegando ao final.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Quero dizer ao povo brasileiro o seguinte: Olha, esse país precisa efetivamente de muita paz para voltar a crescer, para as pessoas viverem bem. Eu falo que eu não quero governar o Brasil, eu quero cuidar do Brasil, eu quero cuidar do povo brasileiro, e é isso que nós vamos fazer a partir de 1º de janeiro.
[William Waack]: Muito obrigado pela sua presença, pela participação aqui no WW Presidenciáveis, e boa noite.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Muito obrigado a você. Mas foi muito rápido, que eu nunca vi 50 minutos passar tão rápido. Bem, obrigado. [William Waack]: Boa noite. Obrigado.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Até a próxima. [William Waack]: WW Presidenciáveis termina aqui. CNN, você por dentro de tudo. Boa noite, estamos de volta amanhã.
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CNN: Waack entrevista Lula (PT) | WW Especial Presidenciáveis - 12/09/2022
432.660 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 15 horas Assista à entrevista com o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no programa WW Especial desta segunda-feira, 12 de setembro de 2022.
Leia a íntegra da entrevista de Lula à CNN Brasil... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2022/09/12/leia-a-integra-da-entrevista-de-lula-a-cnn.htm?cmpid=copiaecola
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Leia aqui a íntegra da sabatina com Lula na CNN:
[William Waack]: Boa noite. Esta é a CNN ao vivo na TV e no YouTube. A CNN, como vocês estão acompanhando, realiza uma série de entrevistas com os seis principais candidatos à presidência da República. De todos eles, o único que decidiu não participar foi o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição pelo PL. Diversos convites foram feitos ao candidato e à coordenação da campanha, sem nenhuma resposta até aqui. O prazo limite para confirmação ou solicitação de nova data se encerrou às oito horas da noite de hoje, agora. Lamentamos a ausência de Bolsonaro, porque entendemos que estamos cumprindo o nosso papel, nossa missão, de informar ao público da CNN quais são as propostas dos candidatos para os desafios do Brasil nos próximos quatro anos. Lembrando a vocês, já conversamos com Ciro Gomes, Simone Tebet, Luiz Felipe d'Avila e Soraya Thronicke. Hoje, vamos receber o convidado do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Nós preparamos, como fizemos com outros candidatos também, um breve resumo, coisa bem curta, do candidato. Vamos conferir.
[Repórter]: Nascido em Caeté, Pernambuco, Lula é o sétimo filho de uma família de oito irmãos. Quando tinha apenas sete anos, migrou com a família para São Paulo. Aos 14 anos, fez o curso técnico de torneiro mecânico, ganhou projeção nacional pela atuação como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Em 1980, surgiu o PT, do qual Lula foi o primeiro presidente. Em 1982, disputa sua primeira eleição para o governo de São Paulo. Foi candidato derrotado à presidência em 1989, 1994 e 1998. Conseguiu a vitória em 2002. Apesar dos escândalos de corrupção de seu primeiro mandato, em 2006 consegue a reeleição, e em 2010 elege sua sucessora, Dilma Rousseff. Em 2018, Lula foi preso após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, isso o impediu de disputar as eleições daquele ano. Ele ficou detido por 580 dias. Em abril de 2021, teve todas as condenações anuladas pelo Supremo Tribunal Federal, o que o tornou novamente elegível. Aos 76 anos, Lula está de volta à corrida pelo Palácio do Planalto, pela sexta vez.
[William Waack]: Vamos então à entrevista. Muito obrigado pela sua participação, obrigado pela sua presença aqui no nosso estúdio, boa noite.
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Boa noite, William, é um prazer.
[William Waack]: Hoje, o senhor não pode comparecer à posse da nova presidente do STF, sabemos porque o senhor está aqui. O senhor... caso o senhor vença as eleições, assume o ano que vem com o STF num papel inédito de protagonista político. E, ao longo da sua enorme carreira política, o senhor tem repetido que aprendeu a lidar com a política, mas não com o Judiciário. O que o senhor vai fazer com o STF?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: O problema, William, é que no Brasil nós temos uma certa anormalidade hoje, porque tem hora que o Poder Legislativo se mete no Poder Judiciário, se mete em ser Poder Executivo. O Poder Executivo afronta o Legislativo e afronta o Judiciário, e, às vezes, o Poder Judiciário se comporta fazendo política. Eu acho que se nós voltarmos à normalidade, ou seja, cada um cumprir com a sua função; o governo governa, o Poder Legislativo legisla e o Poder Judiciário cumpre o papel de ser o garantidor da nossa Constituição, eu acho que as coisas voltam tranquilamente à normalidade. Eu tive o prazer de indicar para a Suprema Corte—
[William Waack]: O senhor se arrependeu de alguma indicação?
[Luiz Inácio Lula da Silva]: Não me arrependi nenhum. Não me arrependo porque eu nunca indiquei ninguém para a Suprema Corte para depender de favor dele. Eu indiquei pelo currículo, pela competência das pessoas, e ele foi referendado pelo Senado. Portanto, eu não me arrependo, acho que eles fizeram coisas extraordinárias. Aprovaram a Raposa Serra do Sol, aprovaram a união civil, aprovaram as cotas, aprovaram célula-tronco, ou seja, coisas muito importantes que pareciam difíceis, foram aprovadas.
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Boris Casoy: Se Lula repetir na economia o que já fez, será uma catástrofe
No Liberdade de Opinião desta terça-feira (13), Boris Casoy comenta a declaração do ex-presidente Lula (PT) à CNN, em que o petista fala não ter como anunciar "mágica" na economia
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Gabriel Fernedada CNN
Em São Paulo
13/09/2022 às 13:19
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No Liberdade de Opinião desta terça-feira (13), Boris Casoy comenta a declaração do ex-presidente Lula (PT) à CNN, em que o petista fala não ter como anunciar “mágica” na economia.
Veja mais no vídeo acima
Lula: Indicação no governo será feita pelos vencedores
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Rosa Weber: “STF sofre ataques injustos e reiterados”
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Alexandre Borges: Crescimento econômico baseado em crédito não se sustenta
No Liberdade de Opinião desta terça-feira (13), Alexandre Borges comenta a declaração do ex-presidente Lula (PT) à CNN, em que o petista fala não ter como anunciar “mágica” na economia
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Fernanda Pinottida CNN
em São Paulo
13/09/2022 às 13:18
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No Liberdade de Opinião desta terça-feira (13), Alexandre Borges comenta a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à CNN, em que o petista fala não ter como anunciar “mágica” na economia.
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Lula: Se cometer ilícito, meu governo vai investigar
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Lula: Indicação no governo será feita pelos vencedores
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Rosa Weber: “STF sofre ataques injustos e reiterados”
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https://www.cnnbrasil.com.br/politica/alexandre-borges-crescimento-economico-baseado-em-credito-nao-se-sustenta/
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Molica: Próximo presidente terá dificuldade para melhorar situação econômica
No Liberdade de Opinião desta terça-feira (13), Fernando Molica comenta a declaração do ex-presidente Lula (PT) à CNN, em que o petista fala não ter como anunciar "mágica" na economia
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Isabela Filardida CNN
Em São Paulo
13/09/2022 às 13:18
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No Liberdade de Opinião desta terça-feira (13), Fernando Molica comenta a declaração do ex-presidente Lula (PT) à CNN, em que o petista fala não ter como anunciar “mágica” na economia.
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Veja mais no vídeo acima
Lula: Se cometer ilícito, meu governo vai investigar
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Lula: Indicação no governo será feita pelos vencedores
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Rosa Weber: “STF sofre ataques injustos e reiterados”
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