Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 19 de junho de 2022
Getúlio Vargas (1882-1954)
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O Grande Presidente - Martinho da Vila
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Mangueira 1956 - Exaltação à Getúlio Vargas - Emancipação nacional
12.263 visualizações 30 de jun. de 2016 1956 - 3 º lugar - Grupo 1 (AESB/CBES)
Carnavalesco: Funcionários da Casa da Moeda
Intérprete: Jamelão
Compositor: Padeirinho
Samba-enredo ♫ ♪
No ano de 1883
No dia 19 de abril
Nascia Getúlio Dornelles Vargas
Que mais tarde seria o governo do
Nosso Brasil
Ele foi eleito deputado
Para defender as causas do nosso país
E na revolução de 30 ele aqui chegava
Como substituto de Washington Luiz
E do ano de 30 pra cá
Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um Brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova em Volta Redonda, a cidade do aço
Existe a grande Siderúrgica Nacional
Que tem o seu nome elevado no grande Espaço
Na sua evolução industrial
Candeia a cidade petroleira
Trabalha para o progresso fabril
Orgulho da indústria brasileira
Na história do petróleo do Brasil
Ô, ô, ô, ô..
Salve o estadista, idealista e realizador
Getúlio Vargas
O grande presidente de valor
Música neste vídeo
Música
O Grande Presidente
Artista
Leci Brandão
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Exaltação a Getúlio Vargas
Leci Brandão
Ouça Exaltação a Getúlio…
Salve o estadista, idealista e realizador
Getúlio Vargas
O grande presidente de valor
No ano de 1883
No dia 19 de abril
Nascia Getúlio Dornelles Vargas
Que mais tarde seria o governo do nosso Brasil
Ele foi eleito deputado
Para defender as causas do nosso país
E na revolução de 30 ele aqui chegava
Como substituto de Washington Luiz
E do ano de 1930 pra cá
Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um Brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova em Volta Redonda, a cidade do aço
Existe a grande Siderúrgica Nacional
Que tem o seu nome elevado no grande espaço
Na sua evolução industrial
Candeias a cidade petroleira
Trabalha para o progresso fabril
Orgulho da indústria brasileira
Na história do petróleo do Brasil
Ô ô
Ouça Exaltação a Getúlio…
Composição: Padeirinho.
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Esquerda e direita: significados, diferenças e partidos - Significados
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Luiz Sérgio Henriques*: A esquerda entre a História e a política
O Estado de S. Paulo
Com toda a certeza, uma frente unicamente de esquerda não bastará para reconstruir o País a partir de janeiro, em caso de vitória.
O debate sobre frentes e alianças, que compõe a rotina da política nos momentos de relativa calmaria, acende-se verdadeiramente nas situações em que se percebem ameaças existenciais à convivência civil e à natureza democrática dos Estados, como é evidente no caso brasileiro, e não só nele. Já existe, a propósito, um amplo inventário de exemplos clássicos que de certa forma nos assediam teimosamente quando buscamos parâmetros e termos de comparação. Examinemos um deles.
Weimar e a corrosão da sua república estiveram, há um século, no cerne da vaga reacionária que levaria ao nazismo. A cisão na esquerda – a partir dos anos 1920, dilacerada entre o “reformismo” social-democrata e o “revolucionarismo” bolchevique – abriria as portas para o nacional-socialismo. Do ponto de vista dos comunistas, os social-democratas não passavam de linha auxiliar da extrema-direita. Eram, pura e simplesmente, “social-fascistas”, ainda piores do que os adeptos declarados do nazismo.
A catástrofe que se evidenciaria depois produziu uma reviravolta na política de alianças. Desta vez, a precisa definição do adversário comum permitiu agregar em frentes populares não só os “irmãos inimigos”, socialistas e comunistas, como também uma ampla gama de liberais e democratas. Uma operação virtuosa, que levaria à extraordinária luta comum contra o nazifascismo. Mas, convenhamos, não tinha virtude alguma o fato de o comunismo no poder não se abrir aos ventos democratizantes advindos da frente, instalando assim a contradição grave: uma clarividente política de alianças “para fora”, uma repressão ensandecida “para dentro”, como nos processos de Moscou e demais crimes do comunismo stalinista.
Trata-se de situações paradigmáticas que, com nomes e circunstâncias diversas, se repetiriam para a esquerda ao longo do século. No Brasil dos anos 1930, a política de frente – a “aliança nacional libertadora” – abdicaria do seu traço inicial de mobilização popular para se perder numa aventura militar em tardio molde tenentista. Algumas décadas depois, o partido-motor da “aliança nacional” leria em outros termos a conjuntura de desafio existencial inerente ao regime militar. De fato, o então PCB, mesmo clandestino, contribuiria para a definição da resistência ao regime segundo o modelo da frente única ou, o que é aproximadamente a mesma coisa, da frente democrática.
A História nem sempre – ou quase nunca – segue rotas e traçados predefinidos. A frente ampla aos poucos tomaria corpo no MDB e na programática valorização da sociedade civil, mas seu propositor à esquerda estava limitado pela marca de nascença: a relação com a União Soviética e seu “socialismo de Estado”, em vias de esgotamento. Mesmo assim, aquela frente inaugurava um novo modo de proceder e de pensar a política, a ser recolhido e levado adiante pelos outros atores. Em palavras sintéticas, a política como hegemonia em ambiente plural e democrático; como capacidade de influenciar os demais e, também, deixar-se influenciar. Afinal, segundo a frase famosa, o educador – o partido que inova e transforma – também precisa ser educado.
A exigência a ser feita ao PT, eixo principal da esquerda pós-comunista e novamente protagonista das eleições de 2022, nasce exatamente deste conjunto de problemas. Pode bem ser que não baste uma frente unicamente de esquerda para ganhar em outubro e, com toda a certeza, ela não bastará para reconstruir o País a partir de janeiro, em caso de vitória. A extensão e a profundidade dos danos trazidos por quatro anos de governo Bolsonaro à economia e à sociedade – e à própria ideia de bem comum – ainda não estão sequer delimitadas, mas já se sabe que não são de pouca monta. Este quadro sombrio é o que nos adverte contra uma visão da realidade que oponha, num jogo de soma zero, esquerda e direita, como se não houvesse atores legítimos ao centro e mesmo à direita, com forte inserção, capacidade de formulação e agregação.
Impossível prever se a ampla convergência capaz de rodear com um cordão sanitário a direita “rupturista” se dará no primeiro ou no segundo turnos. Trata-se, aqui, de reivindicar que toda e qualquer ação se inspire na ideia de que, acima das rivalidades entre candidatos e partidos, existe a oposição básica entre democracia e autocracia, que está hoje por toda parte como a principal contradição política do nosso tempo. E, como sabemos, há também autocratas e populistas de esquerda, o que é uma advertência severa contra pretensões de monopólio da verdade. Aquela contradição é que permite riscar um campo comum, do qual só se autoexclui quem deliberadamente abandona a linguagem da política e adere à apologia das armas e, portanto, à linguagem da violência.
A República de Weimar – dizem – caiu porque era, no fundo, uma democracia sem democratas. Essa fragilidade, associada à imaturidade conflituosa das forças que deveriam defendê-la, foi a precondição da tragédia que se seguiu. Entre nós, a repetição de uma infeliz sequência deste tipo teria, talvez como nunca antes, todos os atributos da mais perigosa das chanchadas.
domingo, 19 de junho de 2022
https://www.fundacaoastrojildo.org.br/frente-democratica-e-cada-vez-mais-urgente-analisa-luiz-sergio-henriques/
*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das Obras de Gramsci no Brasil
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GREGÓRIO DUVIVIER: O HUMOR É DE DIREITA OU DE ESQUERDA? - 20 Minutos entrevista
106.969 visualizações Transmitido ao vivo em 9 de jun. de 2022 O ator e escritor Gregório Duvivier comparou os estilos de humor que caracterizam a direita, a esquerda e o centro em entrevista ao programa 20 MINUTOS desta quinta-feira (09/06), com o jornalista Breno Altman. Para o humorista, líderes de direita como Jair Bolsonaro, Donald Trump e Boris Johnson agem como bufões que usam um humor grotesco e escatológico, sublinhando as próprias falhas e pontos fracos, numa estratégia tradicional dos palhaços.
00:00:00 - Abertura
00:07:14 Gregório estreia nos debates eleitorais com Ciro Gomes
00:11:37 Eleitor bolsonarista já tem Bolsonaro
00:14:02 Greg News: programa humorístico ou político?
00:16:55 Contra tudo e contra todos, jovem Gregório era despolitizado
00:20:58 Existem limites que não podem ser ultrapassados pelo humor?
00:27:16 Esquetes sobre religião são permitidos
00:30:52 Porta dos Fundos, na contramão do humor
00:35:03 Líderes atuais de direita compreendem melhor importância do humor na política
00:41:01 Lula como palhaço de si mesmo
00:45:35 Quando o humor toma partido
00:51:38 Bolsonaro provoca mais risos ou mais medo?
00:56:59 O que é pior: bolsonarista, cirista ou isenção?
01:03:34 Gregório: programa de governo é a autocrítica do PT
01:07:14 Humor pode ser a favor?
01:11:14 Gregório: nunca caí na esparrela da Lava Jato
01:14:14 Presidente humorista da Ucrânia não tem graça
https://www.youtube.com/watch?v=2NZHjVxzXiI
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JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
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CULTURA
JOSÉ EDUARDO AGUALUSA
O melhor presente
Já me aconteceu de tudo em festivais literários. Algumas vezes enfrentei multidões; outras encontrei-me diante de meia dúzia de pessoas, que não faziam ideia de quem eu era
18/06/2022 - 04:30
Após uma tentativa, frustrada, regressei finalmente ao Brasil, aonde não vinha desde o início da pandemia. A primeira tentativa, para participar do Salão Carioca do Livro, falhou, ao receber um teste positivo para a Covid, dois dias antes da viagem. Desta vez deu tudo certo, tendo conseguido desembarcar em Teresina, a convite do Salão do Livro do Piauí.
Para um escritor, festivais literários são importantes porque nos permitem avaliar a forma como os leitores estão recebendo os nossos livros, algo que o colapso da crítica literária tornou ainda mais urgente. São também uma oportunidade para rever amigos e descobrir outros escritores.
Festivais virtuais, como aqueles que a pandemia popularizou, não permitem nada disso. Estou certo de que vieram para ficar, como tantas outras invenções pandêmicas, e que continuarão conosco, mesmo depois que o vírus deixar de ser notícia — mas acho que nunca me habituarei a eles.
Além do mais, estava ansioso por abraçar pessoas. Gosto da confusão que se gera após os debates, com os leitores pedindo autógrafos, selfies e beijos. Agrada-me, sobretudo, a surpresa que tais encontros permitem.
Há 30 anos que frequento festivais literários e já me aconteceu um pouco de tudo. Algumas vezes enfrentei multidões; outras encontrei-me diante de meia dúzia de pessoas, que não faziam a menor ideia de quem eu era. Recordo uma ocasião, numa aldeia perdida, no interior da Normandia, em que palestrei para uma plateia de duas pessoas — e as duas adormeceram enquanto eu contava piadas no meu francês hesitante.
Por vezes, os leitores trazem-nos presentes: poemas, livros, doces ou histórias. Gosto sobretudo das histórias. “Vou lhe contar uma história que daria um romance” — começam. Muitas vezes são histórias que realmente dariam um romance. Não, contudo, um romance escrito por mim. Nessas alturas, sempre insisto com os meus leitores para que eles próprios escrevam a história.
Certa madrugada, numa pequena cidade do leste da Alemanha, fui acordado pelo zumbido agressivo do telefone do quarto do hotel onde me haviam alojado. Era o recepcionista, dizendo-me que alguém esperava por mim, no hall. Vesti-me às pressas e desci, despenteado, mal-humorado, e um pouco assustado. Quem poderia querer falar comigo às seis da manhã? Era um jovem angolano. Viera para a Alemanha dois anos antes. Trabalhava na construção civil, durante o dia, e de noite estudava enfermagem. Ao comentar sobre a minha palestra com os outros operários, quase todos alemães, estes haviam troçado dele, duvidando que na África existissem escritores. Então, o meu jovem compatriota desafiara-os a todos, e, na noite anterior, tinha ido com eles assistir ao debate.
https://oglobo.globo.com/cultura/o-melhor-presente-25529211
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https://www.letras.mus.br/leci-brandao/exaltacao-a-getulio-vargas/
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Exaltação a Getúlio Vargas
Leci Brandão
Ouça Exaltação a Getúlio…
Salve o estadista, idealista e realizador
Getúlio Vargas
O grande presidente de valor
No ano de 1883
No dia 19 de abril
Nascia Getúlio Dornelles Vargas
Que mais tarde seria o governo do nosso Brasil
Ele foi eleito deputado
Para defender as causas do nosso país
E na revolução de 30 ele aqui chegava
Como substituto de Washington Luiz
E do ano de 1930 pra cá
Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um Brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova em Volta Redonda, a cidade do aço
Existe a grande Siderúrgica Nacional
Que tem o seu nome elevado no grande espaço
Na sua evolução industrial
Candeias a cidade petroleira
Trabalha para o progresso fabril
Orgulho da indústria brasileira
Na história do petróleo do Brasil
Ô ô
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Composição: Padeirinho.
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Segundo governo de Vargas
O segundo governo de Vargas foi o segundo governo democrático da Quarta República e ficou marcado por crise política, crise econômica e grande tensão social.
Getúlio Vargas retornou à presidência após elaborar uma ótima estratégia durante a eleição de 1950. [1]
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Getúlio Vargas retornou à presidência após elaborar uma ótima estratégia durante a eleição de 1950. [1]
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O segundo governo de Vargas é conhecido como o governo democrático de Getúlio Vargas e iniciou-se em 1951, quando Vargas foi empossado na presidência. Esse governo teve como grandes marcas a permanente crise política e a tensão social causada pela crise política e econômica do país. Em razão da grande pressão exercida sobre Getúlio Vargas, ele cometeu suicídio em agosto de 1954.
Acesse também: Populismo: uma prática política que ficou muito associada a Vargas
Tópicos deste artigo
1 - Formação da Quarta República
2 - Eleição de 1950
3 - Como foi o segundo governo de Vargas?
Formação da Quarta República
O segundo governo de Getúlio Vargas está inserido dentro de um período da nossa história conhecido como Quarta República (1946-1964). Esse período, por sua vez, só foi iniciado quando o próprio Vargas foi forçado a renunciar em 1945. A partir daí, foi necessário construir uma democracia para o Brasil – a primeira de sua história.
Novos partidos políticos foram formados, e uma eleição presidencial foi organizada, ainda em 1945. O general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente, e uma nova Constituição foi promulgada em 1946. Apesar de tantas mudanças em curso, Vargas permaneceu como uma figura influente na nossa política.
Entre 1946 e 1949, Vargas manteve-se presente na política, uma vez que se elegeu senador pelo Rio Grande do Sul após se candidatar pelo Partido Social Democrático (PSD). Nesse período, conciliou suas funções de senador com períodos de descanso na sua residência, no Rio de Grande do Sul, e com a montagem de uma estratégia política para retornar ao poder o mais breve possível.
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Eleição de 1950
Vargas concorreu à presidência na eleição de 1950. A estratégia de Vargas foi perfeita e deu-lhe grande vantagem sobre seus adversários. Primeiramente, Vargas procurou apoio de pessoas importantes e que lhe garantiriam uma grande quantidade de votos, como demonstrou sua aliança com Ademar de Barros, político populista muito forte em São Paulo.
Além disso, Vargas procurou realizar alianças com membros do PSD e, até mesmo, aliou-se com membros da União Democrática Nacional (UDN), partido abertamente antivarguista. Candidatou-se pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e enfrentou Cristiano Machado (PSD) e Eduardo Gomes (UDN).
Na campanha, defendeu uma política de bem-estar social, com a ampliação dos benefícios para os trabalhadores, e defendeu a priorização da industrialização para promover o desenvolvimento econômico do Brasil. Vargas também soube moldar seu discurso para cada local do país em que passava e dizia aquilo que as pessoas queriam ouvir.
O resultado da ótima estratégia de campanha não poderia ter sido outro: Vargas venceu por uma larga vantagem os seus adversários e obteve 48,7% dos votos. Com isso, garantiu – dessa vez de maneira democrática – o seu retorno à presidência.
Acesse também: Jânio Quadros: o único governo que a UDN conseguiu eleger no Brasil
Como foi o segundo governo de Vargas?
O segundo governo de Vargas ficou marcado por forte crise política e muita tensão social. Isso foi resultado da postura intransigente da UDN, que prestou oposição ferrenha ao governo e contribuiu para travar a governabilidade de Vargas. A tensão social, por sua vez, resultava da crise política, mas também dos problemas que a economia brasileira enfrentava.
Crise política
Visita de Vargas a Minas Gerais poucos dias antes de cometer suicídio, em 1954. [1]
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Visita de Vargas a Minas Gerais poucos dias antes de cometer suicídio, em 1954. [1]
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Na crise política, é importante ressaltar o papel da UDN de tornar a situação insustentável para que Vargas pudesse governar. Um dos grandes nomes da oposição udenista foi o jornalista Carlos Lacerda, que defendia a ideia de “recorrer à revolução para impedir Vargas de governar”|1|.
A crise política concentrou-se em um assunto central do debate político brasileiro na época – o caminho para o desenvolvimento econômico do Brasil. Existiam duas tendências abertamente opostas para o crescimento do país: uma tinha uma postura mais nacionalista, e a outra, uma postura mais liberal.
Os nacionalistas defendiam que o desenvolvimento do país deveria passar pela atuação de empresas estatais que explorassem recursos e áreas fundamentais da economia. Além disso, a influência do capital estrangeiro deveria ser limitada por meio da intervenção do Estado na economia. A proposta liberal defendia que o desenvolvimento brasileiro deveria ser realizado com a utilização de capital estrangeiro, e a intervenção do Estado na economia deveria ser limitada ao máximo.
Getúlio Vargas tendia para a proposta desenvolvimentista-nacionalista, e a ação do governo que mais repercutiu foi a proposta de criação de uma estatal para explorar o petróleo e de outra para a produção de energia elétrica – a Petrobras e a Eletrobras, respectivamente. A Petrobras acabou sendo fundada em um clima de mobilização nacional muito grande, enquanto o projeto da Eletrobras não avançou.
O fato de Vargas estar na presidência e seu histórico de uma política próxima dos trabalhadores já desagradavam à elite do país. Essa insatisfação só aumentou com as medidas do presidente na economia. A intervenção estatal e a ação do governo para retirar investimentos estrangeiros em áreas importantes prejudicaram os interesses de grupos poderosos, que se voltaram contra o governo.
Vargas procurou contornar essa situação ao tentar aproximar-se dos grandes partidos do Brasil. Ele era vinculado ao PTB, tinha muito apoio no PSD e tentou garantir o apoio da UDN. A situação irritou muitos políticos do PTB e PSD, e a situação saiu do controle de Vargas. Quem se aproveitou dessa situação foi a própria UDN, que conseguiu se fortalecer e travou o governo.
Os debates e a divisão do país eram tão grandes que até o Exército dividiu-se, sobretudo na questão da política de desenvolvimento do país. Esse racha no Exército prejudicava a sustentação de Vargas no poder, uma vez que o Exército era uma figura fundamental naquela época para garantir a manutenção dos governos.
Os ataques que eram realizados a Vargas concentravam-se na questão da corrupção, com acusações de que governo era corrupto, mas também se aproveitavam do temor que existia no país em relação ao comunismo. Com isso, Vargas passou a ser acusado de procurar construir uma “república sindicalista”, aos moldes do que acontecia na Argentina peronista.
Além do Exército e da UDN, a imprensa brasileira também atuou abertamente para desestabilizar o governo de Getúlio Vargas. Jornais como O Estado de São Paulo, O Globo e Tribuna da Imprensa teciam críticas constantemente. Tudo se agravou com a descoberta de empréstimos concedidos a um jornal situacionista (que apoiava o governo) chamado “Última Hora”, o que levou à abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). A imprensa explorou amplamente o assunto como demonstração da corrupção do governo.
Tensão social
A tensão social também marcou fortemente esse governo, sobretudo a partir de 1952. Essa tensão foi, em partes, influenciada pela crise política e pelos ataques que Vargas sofria, mas a sua principal causa era a crise econômica. O fator que mais pesava era o aumento no custo de vida.
A situação no Rio de Janeiro, por exemplo, pode ser um bom indicativo desse quadro, pois o custo de vida havia aumentado 11% em 1950, 11% em 1951 e 21% em 1952|2|. Isso tudo ainda ecoava no fato de que o trabalhador não tinha um reajuste salarial desde 1943, o que representava a perda do seu poder de compra.
Um aumento salarial havia sido determinado no final de 1951, mas não foi suficiente para aplacar a insatisfação da população. Como os sindicatos nesse governo foram reorganizados, a mobilização dos trabalhadores foi certa e, assim, manifestações exigindo melhorias salariais começaram a acontecer no país.
A tensão social encontrou seu auge em 1953, e dois grandes momentos foram a Marcha das Panelas Vazias e a Greve dos 300 mil, ambas em março de 1953. O tamanho das mobilizações deixou uma mensagem clara para Vargas: ele estava perdendo o apoio dos trabalhadores operários. Para impedir que isso acontecesse, Vargas ousou e nomeou João Goulart (figura que tinha boa relação com os sindicatos) para o Ministério do Trabalho.
A situação crítica em que a economia brasileira encontrava-se foi resultado de uma junção de acontecimentos. O preço elevado do café encheu o país de divisas (dólar) e deixou a nossa balança comercial positiva, mas o temor de que a Guerra da Coreia se estendesse por muitos anos fez com que o governo gastasse muito mais do que deveria com a importação de bens para a industrialização, deixando a balança comercial negativa.
Outro fator importante para a crise econômica do Brasil na época foi o fim de um incentivo econômico importante dado pelos Estados Unidos. Isso aconteceu porque houve uma mudança de interesses no governo americano. Primeiro, o início da Guerra da Coreia fez com que o país realocasse recursos investidos no Brasil para impedir o avanço do comunismo na Ásia. Além disso, o novo governo estadunidense (do presidente Eisenhower), por questões ideológicas, não achava viável realizar investimentos econômicos em países da América Latina, como o Brasil.
Acesse também: Entenda por que a Quarta República foi encerrada com um golpe militar
A questão do salário mínimo
João Goulart, conhecido como Jango, era um quadro promissor do PTB e próximo de Getúlio Vargas. Conhecido por ter uma boa relação com o sindicalismo e por boa capacidade de negociação, João Goulart foi nomeado como Ministro do Trabalho com o papel de aproximar o trabalhador urbano do governo. Goulart conseguiu ter certo sucesso e reaproximou o operariado do governo, mas a classe média distanciou-se.
Isso aconteceu porque João Goulart não era uma figura popular na classe média, que o considerava um “agitador” e, assim, a nomeação dele para o Ministério do Trabalho reforçou os temores dessa classe em relação à implantação de uma república sindicalista no Brasil. A UDN, percebendo esse temor, passou a atacar constantemente o ministro do Trabalho.
Para agravar a situação de Vargas, João Goulart propôs o aumento do salário mínimo em 100%. Essa proposta, quando anunciada, enfureceu militares, a imprensa e a UDN. A pressão sobre Vargas foi tão grande que o levou a negociar com o próprio Jango a sua demissão do Ministério do Trabalho.
O grupo mais insatisfeito com Vargas foi o Exército, que considerava seus soldos baixos e temia que o aumento salarial fosse diminuir as diferenças existentes entre o operariado não qualificado e os militares que possuíam qualificação.
A demissão de Jango tinha como objetivo conter a insatisfação dos grupos de oposição, mas Vargas foi além e colocou no Ministério da Guerra um militar anticomunista. O objetivo era manter os militares sob controle. De toda forma, mesmo pressionado, Vargas manteve sua posição e garantiu o aumento salarial em 100%.
Atentado da Rua Tonelero
A situação em 1954 era muito complicada e Vargas enfrentava graves problemas na economia, os trabalhadores continuavam insatisfeitos e a oposição continuava implacável. As denúncias pipocavam, e uma delas falava na formação de um acordo de cooperação econômica do Brasil com Argentina e Chile – Pacto ABC.
A possibilidade de aproximação do país atemorizava a classe média e a elite do Brasil. Mesmo sem Vargas ter proposto nenhum tipo de aproximação com a Argentina, seu governo foi atacado por isso. Outra situação que Vargas precisou contornar naquele ano foi a tentativa de impeachment – a proposta foi barrada no Congresso.
Outro sinal da situação crítica do governo foi o “Manifesto dos Coronéis”, um documento assinado por 82 coronéis e tenentes-coronéis durante a crise acerca do aumento do salário mínimo. O documento atacava abertamente o governo de Vargas e demonstrava que a possibilidade de um golpe dos militares contra o governo existia.
A situação crítica do governo piorou quando, em 5 de agosto de 1954, uma tentativa de assassinato aconteceu durante o Atentado da Rua Tonelero. O alvo foi Carlos Lacerda, o maior nome da oposição. O jornalista feriu-se levemente, mas um de seus seguranças, o major da Aeronáutica Rubens Vaz, morreu. A crise que atingiu o governo deixou a situação insustentável.
As investigações descobriram que o mandante do crime tinha sido Gregório Fortunato, o chefe de segurança do palácio presidencial. As denúncias também descobriram que Gregório Fortunato estava envolvido em um grande esquema de corrupção. Nenhuma das denúncias, porém, indicava o envolvimento do presidente.
Acesse também: Veja cinco chefes de Estado brasileiros que renunciaram
Suicídio de Vargas
Funeral de Vargas em São Borja, no Rio Grande do Sul.[1]
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Funeral de Vargas em São Borja, no Rio Grande do Sul.[1]
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Em 23 de agosto, o vice-presidente Café Filho rompeu abertamente com Vargas e reforçou o isolamento do presidente. Os militares e a UDN exigiam a renúncia imediata de Vargas, e os militares o fizeram em um documento conhecido como “Manifesto à Nação”, no dia 24 de agosto. Por fim, Vargas recebeu um ultimato dos militares.
No mesmo dia, em seu quarto localizado no Palácio do Catete, Vargas cometeu suicídio atirando contra o próprio coração. Uma carta-testamento foi redigida pelo presidente, defendendo os feitos de seu governo. A reação da população foi de comoção e milhares de pessoas acompanharam o funeral de Vargas.
A comoção do povo converteu-se em fúria, e os alvos foram os opositores do governo. A embaixada americana foi atacada, e o grande nome da oposição, Carlos Lacerda, precisou fugir do país às pressas e só retornou quando os ânimos se acalmaram. Com o suicídio de Vargas, Café Filho assumiu a presidência.
Crédito das imagens
[1] FGV/CPDOC
Notas
|1| SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015, p. 403.
|2| SKIDMORE, Thomas. E. Brasil: de Getúlio a Castello 1930-1964. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 151.
Por Daniel Neves
Graduado em História
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
SILVA, Daniel Neves. "Segundo governo de Vargas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/getulio-vargas.htm. Acesso em 19 de junho de 2022.
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/getulio-vargas.htm
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Gilberto Milfont - HINO A GETÚLIO VARGAS - João de Barro - Continental
17.579-A - 09-10-1958
***
13.442 visualizações 24 de set. de 2016 Gilberto Milfont - HINO A GETÚLIO VARGAS - João de Barro.
Disco Continental 17.579-A.
Setembro-outubro de 1958.
Disco constante do Arquivo Nirez.
Getúlio Vargas,
Tu vais na História ficar.
Deixas os braços do povo
Para subir ao altar.
Getúlio Vargas,
Teu vulto audaz, varonil,
Há de ficar para sempre
No coração do Brasil.
Dorme, teu sono tranquilo,
Dorme que a tua bandeira
Há de pairar altaneira
Sempre no azul da amplidão.
E as gotas que deste de sangue
Teu povo amigo há de tê-las
Brilhando junto às estrelas
No dia da redenção.
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Clipe
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luciano hortencio
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49
vitor rodrigues
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49 comentários
vitor rodrigues
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Orlando Rincon
Orlando Rincon
há 3 anos
Getulio Vargas, brasileiro, patriota, o melhor presidente que o Brasil conheceu.Morreu tragicamente, NÃO MERECIA .
24
temer jogando basquete fodase
temer jogando basquete fodase
há 2 anos
Provavelmente o melhor presidente do Brasil, ele realmente deixou muita saudade
16
Gevane santos Ninho
Gevane santos Ninho
há 2 anos
Toda vez que eu ouço. Esse hino eu me sinto vivendo naquela Época inclusive minha Escola tem o nome dele
4
PLINIO CORREIA
PLINIO CORREIA
há 5 anos
Muito emocionante esse hino que, inclusive, não conhecia. Beleza!
9
Rafael S Vidal
Rafael S Vidal
há 1 ano
Eu chorei ouvindo isso, amo Getúlio.
Maria Aparecida Araujo
Maria Aparecida Araujo
há 1 ano
Eu era criança, não entendia de política, mas sei que ele era adorado pelo povo que chorou e lamentou a morte dele
1
luciano hortencio
luciano hortencio
há 5 anos
Gilberto Milfont - HINO A GETÚLIO VARGAS - João de Barro.
Disco Continental 17.579-A.
Setembro-outubro de 1958.
Disco constante do Arquivo Nirez.
Getúlio Vargas,
Tu vais na História ficar.
Deixas os braços do povo
Para subir ao altar.
Getúlio Vargas,
Teu vulto audaz, varonil,
Há de ficar para sempre
No coração do Brasil.
Dorme, teu sono tranquilo,
Dorme que a tua bandeira
Há de pairar altaneira
Sempre no azul da amplidão.
E as gotas que deste de sangue
Teu povo amigo há de tê-las
Brilhando junto às estrelas
No dia da redenção.
11
Samuel Machado Filho
Samuel Machado Filho
há 5 anos
Matriz C-3478. No verso, apareceu a mesma música executada instrumentalmente, pela Orquestra Continental.
7
Re Blue
Re Blue
há 3 anos
Amo Getúlio
3
alexandro B
alexandro B
há 1 ano
Grande Getulio, jamais irao sujar sua belissima luta por tentar construir um BRASIL. Construir uma NAÇÃO. Getulio o terror dos militares entreguistas. VIVA GETULIO.
Gukpa
Gukpa
há 5 anos
Pode postar "ode a revolução"?
10
Re Blue
Re Blue
há 3 anos
Que triste 😪😪
2
Marcio Souza
Marcio Souza
há 7 meses
Será que se suicidou mesmo?
Tenho minhas dúvidas!!!
https://www.youtube.com/watch?v=vLAzrbeBgZc
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Retrato do Velho (Getúlio Vargas) - interpretação de Francisco Alves
16 visualizações 12 de out. de 2021 Retrato do Velho
Bota o retrato do velho outra vez
Bota no mesmo lugar
Bota o retrato do velho outra vez
Bota no mesmo lugar
O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar
O sorriso do velhinho faz a gente trabalhar
Eu já botei o meu
E tu, não vais botar?
Já enfeitei o meu
E tu, vais enfeitar?
O sorriso do velhinho faz a gente se animar
O sorriso do velhinho faz a gente se animar
Música usada na comemoração da vitória de Getúlio Vargas na eleição presidencial de 1950, que o traria de volta ao cargo de Presidente da República depois de seis anos do fim do Estado Novo, sendo sucesso no carnaval de 1951.[1] A letra da marchinha, composta por Haroldo Lobo e Marino Pinto, fazia referência ao fato de Getúlio ter determinado que as repartições públicas tivessem o retrato do Presidente na parede, que então voltariam a ter seu retrato caso houvesse sucesso dele no pleito, como de fato aconteceu. Foi interpretada por Francisco Alves.
https://www.youtube.com/watch?v=PF8Y021fz0s
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