Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 26 de maio de 2022
DEMOCRACIA E REVOLUÇÃO
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É uma coisa singular esta vida. Sabes que às vezes eu
quereria ser uma daquelas estrelas para ver de camarote essa
Comédia que se chama Universo? essa Comédia onde tudo
que há mais estúpido é o homem que se crê um espertalhão?
Vês aquela vaca que rumina ali deitada sonolenta no pasto?
Talvez seja uma filósofa profunda que se ri de nós. (ÁLVARES
DE AZEVEDO, Macário)
O BEM VIVER E O BEM MORRER
SEGUNDO SÓCRATES
Edivar Noronha
"O que a Revolução Russa de 1905 ensina à de 1917?"
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"Se o Muro de Berlim caiu, um paredão desse facilmente cai também. Quando a história segue em frente, não tem muro que interrompa", compara.
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"Gente, imagina ele agora, ele deve temer mais o ridículo do que a morte. Pelo amor de Deus."
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Dora Kramer: “Não dá para afirmar para onde vão os votos do Dória”
17.690 visualizações 25 de mai. de 2022
https://www.youtube.com/watch?v=gPvxVLW4oeA
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Eleição presidencial no Brasil em 1989 – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Nas entrelinhas: PSDB ainda negaceia apoio a Simone Tebet
Publicado em 26/05/2022 - 08:10 Luiz Carlos AzedoCongresso, Eleições, Governo, Memória, Partidos, Política, Política
Simone Tebet é uma novidade na disputa eleitoral, por seu perfil liberal progressista e por carregar a bandeira do empoderamento das mulheres, além de um olhar feminino sobre os problemas nacionais.
Ao lado dos presidentes do MDB, Baleia Rossi (SP), e do Cidadania, Roberto Freire, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse, ontem, que contará com apoio do PSDB para consolidar sua candidatura de “centro democrático”, como preferiu denominar a chamada terceira via. O presidente tucano, Bruno Araújo, grande artífice da retirada da candidatura do ex-governador João Doria, não participou da entrevista coletiva. Há tensões ainda no PSDB, embora o grupo responsável pela remoção de Doria da disputa, encabeçado pelo governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, apoie Simone.
A Pesquisa CNN/RealTime Big Data para as eleições presidenciais, divulgada ontem, sem o nome de Doria entre os candidatos, foi um banho de água fria nas articulações internas da legenda a favor da emedebista. O levantamento mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 40% das intenções de voto no primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%; e por Ciro Gomes (PDT), com 9%. Depois aparecem André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB), com 2%, e Luciano Bivar (União Brasil), com 1%.
Na pesquisa com todos os candidatos, Doria aparecia com 4%. Esses votos foram redistribuídos entre Lula (1%), Bolsonaro (1%), Ciro Gomes (1%) e Simone (1%). Não pontuaram os pré-candidatos Vera Lúcia (PSTU), Pablo Marçal (Pros), Sofia Manzano (PCB), Felipe d’Avila (Novo), Leonardo Péricles (UP) e José Maria Eymael (DC). Brancos ou nulos somam 9%. Os indecisos e os que não responderam são 5%. Foram ouvidas por telefone três mil pessoas entre segunda-feira (23) e a terça (24). A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Com esses números, a ala do PSDB que defende uma candidatura própria ganhou novo fôlego, com o argumento de que seria preciso aguardar mais algumas semanas para decidir os rumos da legenda, apesar das expectativas das cúpulas do MDB e do Cidadania de que o apoio a Simone Tebet se consolide logo. O adiamento dessa decisão reforça a percepção de que o objetivo principal da maioria dos deputados tucanos seria cuidar da própria reeleição e da manutenção dos governos estaduais, principalmente o de São Paulo.
O presidente do MDB, Baleia Rossi, é o grande patrono da candidatura de Simone, não apenas porque controla 20 dos 27 diretórios regionais do partido, mas porque também tem um papel importante nas eleições em São Paulo. O governador Rodrigo Garcia está numa situação difícil, em quarto lugar nas pesquisas, atrás de Fernando Haddad (PT), que lidera, Márcio França (PSB) e Tarcísio Freitas (Republicanos). Precisa do apoio do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), para garantir uma base de apoio robusta na maior metrópole do país. Sem isso, corre o risco de não ir sequer ao segundo turno.
São Paulo
Garcia é a principal âncora da candidatura de Tebet no PSDB, mas isso pode não se traduzir em intenções de votos. É o que as pesquisas estão mostrando. No momento, a prioridade dele é construir uma aliança pirata com Márcio França, que passou a ser o principal obstáculo para que chegue ao segundo turno. O ex-governador divide mais votos com o tucano do que com Haddad. Isso explica a razão de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de o próprio PT não se esforçarem para remover a candidatura de França ao Palácio dos Bandeirantes.
A situação é tão dramática que a eventual candidatura de França ao Senado, na chapa de Haddad e na aba do chapéu do vice de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin, já seria de grande serventia para Garcia, pois amplia as condições para que ultrapasse Freitas, o candidato de Bolsonaro, o que está sendo muito difícil. A verdade é que o xadrez eleitoral paulista continua sendo um vetor decisivo das articulações da terceira via, porém, não é a prioridade dos tucanos de São Paulo. A preocupação maior é manter o controle do Palácio dos Bandeirantes. Doria pagou por isso.
Em contrapartida, bem ao estilo dos caciques do MDB, a cúpula da legenda endossou a candidatura de Simone Tebet. Nem os que apoiam Lula, a maioria do Nordeste, nem os que estão defendendo a reeleição de Bolsonaro, no Sul do país, têm força para impor suas orientações ao partido. A candidatura de Simone se equilibra nessa igualdade dos contrários, numa sigla que tem tradição de cristianizar candidatos, como aconteceu com Ulysses Guimarães, em 1989; Orestes Quércia, em 1994; e Henrique Meirelles, em 2018.
Simone Tebet é uma novidade na disputa eleitoral, por seu perfil liberal progressista e por carregar a bandeira do empoderamento das mulheres, além de um olhar feminino sobre os problemas nacionais. Sobretudo a agenda dos direitos humanos e do combate à exclusão e às desigualdades sociais.
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Eleição presidencial no Brasil em 2018 – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Nas entrelinhas: Dragão da inflação contra mito guerreiro
Publicado em 25/05/2022 - 07:08 Luiz Carlos AzedoEconomia, Eleições, Governo, Imposto, Partidos, Política, Política, Ucrânia
A Guerra da Ucrânia será uma desculpa para medidas que visam segurar os preços, reduzir impostos e mitigar o impacto da inflação no orçamento doméstico, principalmente na cesta básica de alimentos
Com perdão para o trocadilho — Glauber Rocha que nos perdoe —, o presidente Jair Bolsonaro está convencido de que seu maior adversário nas eleições é a inflação. Os números corroboram esse temor, pois a alta dos preços, principalmente dos combustíveis e dos alimentos, pode levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à vitória no primeiro turno. O que se discute no governo é a adoção de medidas de contingenciamento dos preços, seja pelo congelamento puro e simples, seja pela via de incentivos fiscais. A nova mudança na direção da Petrobras tem esse objetivo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado uma prévia da inflação oficial do país, está em 0,59% em maio, após ter registrado taxa de 1,73% em abril, somando 12,20% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante disso, Bolsonaro resolveu demonizar a Petrobras, que seria o grande dragão da inflação. Vestiu a armadura de mito guerreiro e defenestrou mais um presidente da empresa, o terceiro. José Mauro Ferreira Coelho durou 40 dias do cargo, sendo demitido por telefone pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Saschida. Para o seu lugar, Bolsonaro indicou Caio Mario Paes de Andrade, atual secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.
Empreendedor em tecnologia da informação, mercado imobiliário e agronegócio, Caio Mario Paes de Andrade tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduação em administração e gestão pela Harvard University e é mestre em administração de empresas pela Duke University. Foi presidente do Serpro até agosto de 2020, quando passou a fazer parte do Ministério da Economia. Mas é um neófito na área de energia e petróleo.
A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras. Dois presidentes anteriores da empresa, Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna, também foram demitidos do cargo. Ambos por causa dos aumentos dos preços dos combustíveis.
A missão de Caio de Andrade é uma cobra de duas cabeças: de um lado, segurar os aumentos dos combustíveis até as eleições (fala-se, inclusive, em congelamento do preço do gás de cozinha e do diesel); de outro, avançar com o projeto de privatização da empresa. Em ambos os casos, será preciso mudar a composição do conselho de administração da estatal e a legislação vigente. A narrativa do governo para fazer essa alteração está começando a ser construída. Como a pandemia foi controlada, graças à vacinação em massa, o pretexto para a mudança seria o impacto da Guerra da Ucrânia nos preços dos combustíveis, fertilizantes e alimentos.
A Guerra da Ucrânia será uma desculpa para outras medidas populistas, que visam manipular preços artificialmente, reduzir impostos e mitigar o impacto da inflação no orçamento doméstico, principalmente da população de baixa renda, que deriva para a oposição. O que parecia improvável, está acontecendo: uma aliança do ministro da Economia, Paulo Guedes, com os políticos do Centrão para segurar a alta de preços e conceder benefícios a empresas e famílias de baixa renda. A entrega da Petrobras, que era controlada pelos militares, à área econômica, com a perspectiva de sua privatização, um sonho de consumo das grandes petroleiras.
Teto de gastos
Como o mercado não é bobo e sabe que qualquer projeto econômico de médio e longo prazos depende das eleições, a primeira reação foi negativa: as ações da Petrobras fecharam em queda de mais de 3% no Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo. Em Nova York, devido à nova troca, as ações amanheceram, ontem, em queda de mais de 11% no pré-mercado. A recuperação e a valorização da Petrobras, que voltou a ser uma empresa muito lucrativa, estão atreladas à política de paridade internacional adotada em 2016, durante o governo Michel Temer.
O ex-presidente Lula endossa as críticas à política de preços da Petrobras, mas manifesta-se contra a privatização da empresa. Ontem, comentando a mudança no comando da empresa, sugeriu que Bolsonaro desvincule os custos dos combustíveis da cotação do dólar: “Ele pode fazer uma reunião com o Conselho Nacional de Política Energética, trazer a Petrobras para a mesa, trazer o conselho da Petrobras e decidir que o preço não será dolarizado, que nós não vamos pagar o preço internacional, nós vamos pagar o preço do custo da gasolina aqui no Brasil”, afirmou.
Lula também atacou a política de teto de gastos, resgatando a velha retórica contra os banqueiros e as elites do país: “Por que aprovaram teto de gastos? Porque os banqueiros são gananciosos. Eles exigiram que o governo garantisse o que eles têm direito de receber e tentaram criar problemas para investimento na Saúde, na Educação, na Ciência e Tecnologia”. Segundo o petista, “o teto de gastos foi uma forma de a elite econômica brasileira e que a elite política fez para evitar que o pobre tivesse aumento dos benefícios, das políticas sociais, da educação e da saúde para garantir que os banqueiros não deixem de receber as coisas que o governo deve para eles”.
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Marcelo Godoy: A austeridade dos bolsonaristas
O Estado de S. Paulo.
‘Projeto de Nação’ dos generais contou com a estrutura dos ministérios para ser elaborado
O País se deu conta nesta semana de que o projeto dos militares que apoiam o governo de Jair Bolsonaro prevê a manutenção do poder até 2035. Até lá, eles terão avançado na tarefa de remodelar o Estado, vencendo uma nova guerra. Na falta do Movimento Comunista Internacional, identificam o “globalismo” como a doutrina inimiga que pretende subjugar a Pátria.
São os banqueiros internacionais, a alta finança, que ocupa o lugar que um dia foi dos bolcheviques, criando uma situação interessante. O discurso contra a plutocracia, tão em moda entre os radicais da direita dos anos 1920, orgulha-se em dividir a mesa com Elon Musk, mas é refratário ao dinheiro de George Soros.
O plano dos generais Eduardo Villas Bôas e Hamilton Mourão defende a austeridade pública. Quer cobrar o atendimento no SUS de quem ganha mais de três salários mínimos. Pretende impor mensalidades aos alunos das universidades federais enquanto os cadetes das Forças Armadas e das polícias recebem soldo nas suas escolas porque o estudo ali é visto como serviço.
Ao tratar da Educação, a intenção do plano fica mais nítida. Ele quer “desideologizar” o ensino no País. Como fazer isso sem afrontar a liberdade de cátedra, a autonomia universitária e a liberdade de pensamento é algo que não se explica. É curioso que generais se sintam à vontade para impor ao mundo acadêmico aquilo que acusavam o PT de tentar impor às escolas de formação de oficiais: um currículo ao gosto de sua visão de mundo.
Tudo isso está no Projeto de Nação, o Brasil em 2035, estudo do Instituto Villas Bôas que contou com o apoio de Mourão e com a estrutura dos ministérios, que distribuíram questionários pelo País, cujas repostas moldaram o documento, conforme disse seu coordenador, o general Rocha Paiva. Assim é fácil.
O leitmotiv do trabalho seria a tutela ideológica da sociedade? Se não, como explicar que até no capítulo que trata do combate à corrupção conste como diretriz para atingir esse objetivo “coibir a pregação ideológica radical nos três níveis da Educação”? É como se a corrupção fosse problema da ideologia que se pretende combater: a dos outros. Ela não existe no ouro dos pastores da Educação, no orçamento secreto, na compra de caminhões de lixo e na rachadinha.
Por fim, quem oferece um projeto à Nação silencia sobre o exemplo que deve dar ao País. Ele não trata do fim dos privilégios das corporações da burocracia civil e militar. Não se toca no acúmulo de salários, na aposentadoria integral de militares e nas gratificações e auxílios deles e de carreiras, como a dos magistrados. Fica-se, assim, com a impressão de que a austeridade do projeto é só uma pimenta jogada nos olhos dos outros.
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Folha - UOL
Quanto custaria o golpe de Bolsonaro, na opinião de gente do mercado - 10/05/2022 - Vinicius Torres Freire - Folha
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Vinicius Torres Freire: Conta da eleição de Bolsonaro aumenta
Folha de S. Paulo
Conta vai aparecer em algum lugar, como no descrédito financeiro do país
A Câmara dos Deputados está para aprovar um subsídio federal para o consumo de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte. Isto é, quer fazer o governo federal bancar parte do custo do consumo desses bens e serviços.
Como? Obrigando o governo federal bancar parte das perdas que estados e municípios terão com a redução do ICMS sobre esses bens e serviços (segundo projeto que tramita na Câmara).
E daí?
A inflação não está altíssima? Sim.
O governo federal tem dinheiro para bancar esse subsídio? Não. Caso não corte outras despesas (o que não vai fazer), será obrigado a tomar mais empréstimos para bancar essa conta, essa perda de receita dos estados. Isto é, vai fazer mais dívida, ao custo de mais de juros de mais de 13% ao ano.
A conta vai aparecer em algum lugar, na dívida e no descrédito financeiro do país. Assim como vai aparecer, mais cedo ou mais tarde, nas finanças de estados e municípios.
Enfim, é a conta da tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro e de seus amigos do centrão. Reduzem impostos, aumentam o rombo das contas federais etc. Depois da eleição, vem o rolo. Quantas vezes já vimos esse filme? Chama se "Estelionato Eleitoral". Na verdade, é uma série.
A Câmara quer baixar o ICMS que estados cobram sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transportes. Um projeto de lei determina que esses bens e serviços sejam classificados como "essenciais". Isto é, não podem ter alíquota de ICMS maior do que a alíquota padrão ("modal") de cada estado, que é de 17% ou 18%.
Os estados reclamaram que perderiam R$ 64,2 bilhões. Por tabela, as cidades perderiam também, porque parte da receita do ICMS é repassada para os municípios.
A fim de não perder dinheiro, os estados apareceram com essa ideia de "dividir" a dolorosa com o governo federal.
Se essa conta de perdas do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) está certa, o governo federal deve ter de bancar perdas de uns R$ 27 bilhões por ano.
O Bolsa Família custava uns R$ 34 bilhões por ano. O Auxílio Brasil deve pagar uns R$ 89 bilhões neste ano.
O ministério da Economia vinha dizendo que não queria o subsídio federal para combustíveis. Dizia que faria efeito pequeno e custaria caro. Agora, a Câmara pode aprovar um subsídio para diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transportes.
O subsídio saiu por uma porta, entrou pela outra. Fez esse passeio com estímulo do próprio governo federal. Paulo Guedes e turma vinham dizendo que o governo está com "excesso de arrecadação". Portanto, queria "devolver recursos à sociedade".
O governo teve receita além do previsto. Mas, ainda assim, gasta mais do que arrecada (mesmo descontada a despesa com juros da dívida. Ou seja: tem déficit primário). Logo, ao reduzir impostos, não está devolvendo nada. Está fazendo mais dívida.
Caso seja aprovada, a lei deve ter algum efeito temporário nos preços, embora parte desse desconto, dessa redução de impostos, possa ser apropriada por alguém na cadeia de negócios, ao menos no caso de combustíveis.
O subsídio vale para todo mundo, seja rico, remediado ou pobre. Ou seja, vai se fazer dívida a fim de baratear a conta de luz ou de gasolina também dos mais ricos, entre outros problemas. Para piorar, parte dos subsídios, ao menos, vai beneficiar os mais ricos, pois em vários casos os mais pobres pagam tarifas sociais.
Além do mais, quem ganha com os juros do governo? Os mais ricos, que têm dinheiro para emprestar ao governo.
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0:45 / 1:29:18
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Abertura
JOSÉ PAULO NETTO: DEMOCRACIA OU REVOLUÇÃO? - 20 Minutos Entrevista
28.189 visualizações Transmitido ao vivo em 16 de mai. de 2022 JOSÉ PAULO NETTO: DEMOCRACIA OU REVOLUÇÃO? - 20 Minutos Entrevista
JOSÉ PAULO NETTO: "O socialismo precisa de democracia para avançar"
No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (16/05), o professor, escritor e estudioso do marxismo José Paulo Netto modificou a proposição lançada ao debate por Breno Altman, trocando “democracia ou revolução” por “democracia e revolução”, e afirmou que a luta socialista depende da democracia como o organismo humano depende do oxigênio. “A democracia, para os socialistas revolucionários, é um valor instrumental e estratégico”, disse. “Não é algo descartável em sua estratégia de avanço para uma sociedade mais justa, sem exploração, opressão e alienação. Não se trata de defender a democracia hoje para abandoná-la amanhã.”
Para ele, a principal tarefa das forças socialistas brasileiras neste momento é lutar pela preservação da democracia no país. “Para mim, a luta pela democracia, especialmente agora, nos concerne a todos aqueles que repudiam os regimes de exceção e de atentados aos direitos fundamentais dos cidadãos. Em suma, a luta socialista depende da democracia assim como nosso organismo depende de oxigênio”, afirmou.
“Há uma visceral incompatibilidade, no limite eu diria uma contradição antagônica, entre desenvolvimento capitalista e expansão democrática. O capitalismo é visceralmente avesso às instituições democráticas. É só olhar a história da Europa Ocidental, para não ir muito longe, ou a história dos Estados Unidos da América”, provocou o professor. “No caso brasileiro, na nossa história republicana tivemos pouquíssimas experiências de democracia política. Nós nunca tivemos no Brasil a experiência de uma democracia operante no plano político, social e econômico.”
Quanto às relações do atual presidente com a democracia, José Paulo foi taxativo: “Não é algo aleatório ou casual, nós temos agora um sistema de provocações diárias, cotidianas, contra o que há de democracia política neste país. Principalmente na conjuntura que estamos vivendo, a luta democrática faz parte indescartável dos socialistas de qualquer matiz, revolucionários ou não. Neste momento, nossa questão é derrotar as forças antidemocráticas. Estou convencido de que isso é possível”. Atento para o processo eleitoral, ele defende que as eleições para o Congresso Nacional serão as mais importantes em 2022. “Não estou preocupado com a eleição para presidente, mas com o Congresso. Esse que está aí já não é mais uma sátira, é uma piada.”
José Paulo Netto é um reconhecido intelectual marxista. É professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Doutor honoris causa pela Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires e pela Universidade Lusíada de Lisboa, além de atuar junto à Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), centro de estudos e debates vinculado ao MST. Incansável divulgador do marxismo crítico no Brasil, é também responsável por traduções de textos de autores clássicos, entre eles Marx, Engels, Lênin e Lukács.
Figura importante na recepção de György Lukács no Brasil, é coordenador da “Biblioteca Lukács”, da Boitempo. Também pela Boitempo, lançou, em 2020, uma das mais qualificadas biografias de Karl Marx.
00:00:00 - Abertura
00:05:20 - A democracia é um valor universal?
00:07:35 - Para José Paulo, o desenvolvimento capitalista e a expansão democrática são incompatíveis
00:11:10 - O sistema de provocações contra a democracia de Bolsonaro
00:12:46 - O futuro da luta socialista no Brasil segundo José Paulo
00:14:18 - É possível superar o capitalismo pela ampliação permanente da democracia?
00:16:38 - Na história, as revoluções vitoriosas ocorrem em regimes não-democráticos
00:21:50 - Por que não lutamos por uma democracia não liberal?
00:26:30 - José Paulo está preocupado com as eleições parlamentares
00:32:02 - A luta pela democracia como horizonte no Brasil e a Frente Democrática
00:40:40 - Os editoriais da direita não discordam de Bolsonaro
00:47:07 - Qual a via de acesso ao poder da classe trabalhadora brasileira?
00:52:22 - Em quem José Paulo votará no primeiro e no segundo turno?
00:54:33 - É possível uma revolução sem armas?
00:58:20 - José Paulo defende uma nova Assembleia Constituinte
00:59:49 - José Paulo sobre o STF vitalício
01:08:01 - Por que houve baixa resistência popular ao golpe de 2016?
01:20:20 - Deixar de votar em Lula no primeiro turno é subestimar as forças de direita?
01:21:45 - Indicações de José Paulo Netto para livros e filmes
https://www.youtube.com/watch?v=yNPlw-w417U
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1989, para o segundo turno Brizola propõe renúncias de sua candidatura e a de Luiz Inácio em favor de Covas para representar todos contra Collor no segundo turno.
Brizola 1989: eleições livres ou golpe?
Por Carlos Michiles
19/01/2018
Recorrendo a Marx, ele diz que a história da ordem burguesa é a história da luta de classes. Mas diz também sobre golpes de Estado, quando uma dada ordem não atende mais aos interesses das classes dominantes. Assim foi com Napoleão Bonaparte em 1799 e em 1851 com Luiz Bonaparte repetindo como uma comédia os respectivos 18 de Brumário.
Por uma questão de ética histórica, é preciso voltar a pensar sobre 1989 e indagar sobre o que aconteceu no Brasil, em sua primeira eleição direta para Presidência da República, depois de 21 anos de regime civil militar, sem eleições democráticas.
Este artigo tem uma tese. E por esta tese começarei, ou seja, 1989 foi um golpe institucional e não o resultado límpido de eleições livres. A meu juízo, os arquivos secretos dessa eleição ainda estão por vir à tona.
O fato é que todos os candidatos de esquerda a época como Roberto Freire, Mário Covas, Lula, Leonel Brizola e, este, ciente de que não poderia ganhar as eleições, tentou se antecipar ao golpe do status quo vigente e sugeriu lançar um único nome para representar as esquerdas. O nome sugerido foi de Mário Covas que falava da necessidade de um “choque de capitalismo” para viabilizar internamente o desenvolvimento econômico ainda nos moldes formulado pela Cepal. Como todos sabem, essa proposta foi inviabilizada e o resultado manipulado para configurar um segundo turno conveniente e aceito pela ordem vigente.
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Debate na Band: Presidencial 1989 – 2º turno – Lula X Collor - Parte 5 (14/12/89)
836.433 visualizações 9 de ago. de 2018 As emissoras Bandeirantes, Globo, Manchete e SBT se uniram para promover o último encontro entre candidatos à Presidência da República antes do segundo turno das eleições de 1989. Participaram do debate Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Collor de Mello (PRN). Confira o último bloco.
https://www.youtube.com/watch?v=5ypqzPNBMsI
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Eleição presidencial no Brasil em 2014 – Wikipédia, a enciclopédia livre
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Q511317
História
História do Brasil ,
Reconstrução Democrática: Governo Collor e o Impeachment ,
Reconstrução Democrática: Governos FHC
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2014 - FGV - Vestibular - Administração, Ciências Sociais, Direito e História
Leia atentamente as seguintes afirmações sobre as eleições presidenciais brasileiras ocorridas após 1988.
I As eleições de 1989 foram marcadas por uma acirrada polarização ideológica, sobretudo no segundo turno, disputado por Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva.
II As eleições de 1994 ocorreram sob o impacto do sucesso do Plano Cruzado, que permitiu a eleição, em primeiro turno, do candidato do PMDB José Sarney.
III Nas eleições de 1998, as principais forças oposicionistas articularam-se em torno da chapa Lula e Brizola, mas foram derrotadas, ainda no primeiro turno, por Fernando Henrique Cardoso.
IV Nas eleições de 2002, todas as forças oposicionistas de esquerda participaram da coligação que elegeu Luís Inácio Lula da Silva no primeiro turno, contra a candidatura do tucano José Serra.
V Nas eleições de 2006, PT, PMDB e PSDB firmaram uma vitoriosa coligação, que permitiu a reeleição de Lula e a articulação da mais ampla maioria parlamentar da história política do Brasil.
Está correto apenas o que se afirma em
Alternativas
A
I, II, III e IV.
B
I e III.
C
II, III e V.
D
III e IV.
E
I.
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I As eleições de 1989 foram marcadas por uma acirrada polarização ideológica, sobretudo no segundo turno, disputado por Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva.
Correto. Disputaram o segundo turno em 1989, o ex-presidente Fernando Collor de Melo e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
II As eleições de 1994 ocorreram sob o impacto do sucesso do Plano Cruzado, que permitiu a eleição, em primeiro turno, do candidato do PMDB José Sarney.
Falso. As eleições de 1994 ocorreram sobre o impacto do Plano Real, e não do Plano Cruizado.
III Nas eleições de 1998, as principais forças oposicionistas articularam-se em torno da chapa Lula e Brizola, mas foram derrotadas, ainda no primeiro turno, por Fernando Henrique Cardoso.
Falso. Os candidatos mais votados nas eleições de 1998 foram Fernando Henrique Cardoso, Luís Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes.
IV Nas eleições de 2002, todas as forças oposicionistas de esquerda participaram da coligação que elegeu Luís Inácio Lula da Silva no primeiro turno, contra a candidatura do tucano José Serra.
Falso. Alguns partidos da Esquerda se opuseram ao governo Lula no primeiro turno, como José Maria, do PSTU, Ciro Gomes, do PPS e Rui Costa Pimenta do PCO.
V Nas eleições de 2006, PT, PMDB e PSDB firmaram uma vitoriosa coligação, que permitiu a reeleição de Lula e a articulação da mais ampla maioria parlamentar da história política do Brasil.
Falso. PSDB não estava na coligação, já que é oposição PT.
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Eu já vi o gabarito ok?
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Pragmatismo Político
O que a Revolução Russa de 1905 ensina à de 1917?
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Revolução Russa de 1905
Por Antonio Gasparetto Junior
Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)
Ouça este artigo:
A Revolução Russa de 1905 é considerada o marco inicial da famosa Revolução Russa de 1917.
No começo do século XX, a Rússia ainda era um país absolutista com o poder centrado na figura do czar. A transição do feudalismo para o capitalismo aconteceu tardiamente no Império Russo, o que denota mais ainda o atraso das estruturas políticas e econômicas do país em relação ao restante do mundo.
No ano de 1861 ocorreu a chamada emancipação dos servos na Rússia, o que permitiu que o país se guiasse para o capitalismo. Entretanto essa transição aconteceu muito rapidamente e, logo, houve um descontrole da situação. Instalava assim uma crise política. Os servos foram libertados e tiveram o direito de comprar a terra onde trabalhavam, mas a consolidação da liberdade adquirida teve um custo muito alto e eles acabaram permanecendo na mesma situação de miséria.
A economia russa sofreu rápida transformação também em decorrência da construção da Ferrovia Transiberiana que permitiu a entrada do capital estrangeiro. As regiões de Moscou, São Petersburgo e Baku conheceram um rápido processo de industrialização e condicionaram o surgimento do operariado urbano e o crescimento da classe média. A dinamização na estrutura social uniu as classes no interesse pela democratização do sistema político enquanto a nobreza feudal e o czar tentavam manter a estrutura russa intacta.
O descontentamento da população com uma Rússia que mantinha estruturas muito atrasadas em relação ao restante do mundo só intensificou. A Guerra Russo-japonesa, entre 1904 e 1905, ofereceu o motivo que faltava para a população se reunir em protesto contra o sistema. Nesse conflito, a Rússia provou uma derrota desastrosa. Foi então que no dia 22 de agosto de 1905 o padre Gregori Gapone organizou a população em uma manifestação pacífica que marchou até o palácio de inverno do czar Nicolau II para entregar um documento com uma série de reivindicações dos russos. Nicolau II ameaçou reprimir o movimento caso não recuassem, como não aconteceu, a guarda do czar disparou contra a população e deixou centenas de mortos. Esse evento ficou conhecido como Domingo Sangrento e acabou com a boa imagem que súditos tinham do czar, oferecendo o passo inicial para o movimento revolucionário.
Os diversos setores da sociedade russa passaram a contestar o atrasado sistema da Rússia. Os trabalhadores urbanos reivindicavam melhorias econômicas e igualdade, intelectuais e liberais protestavam por direitos civis, as forças armadas e as nacionalidades minoritárias queriam liberdade cultural e política e os camponeses, principais descontentes, almejavam melhoras econômicas.
A Revolução Russa de 1905 acabou sendo um movimento espontâneo contra o governo em vigência, não tinha liderança definida e muito menos direção, controle ou objetivos claros. Mas foi de grande importância na mudança da estrutura russa e para permitir a grande revolução em 1917. Lênin a considerava como um ensaio geral para 1917.
O czar tentou ainda manter sua tradicional autoridade. Em outubro do mesmo ano lançou o Manifesto de Outubro, no qual permitiu a criação do parlamento e a existência de partidos políticos. Nisso ganharam espaço na Rússia os partidos Menchevique e Bolchevique, sendo que o primeiro era mais moderado e defendia reformas graduais com o apoio da burguesia enquanto o segundo, mais radical, defendia a ação revolucionária. A iniciativa do czar acalmou os moderados, porém os socialistas continuaram insatisfeitos e organizando greves. Os reformadores terminaram o ano rachados, abrindo espaço novamente para a figura do czar. Este ainda governou por alguns anos, mas com uma estrutura russa relativamente alterada.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Russa_de_1905
https://web.archive.org/web/20100216103213/http://www.fflch.usp.br:80/sociologia/docartigos/Ricardo_Historia.pdf
http://www.jornal.ufrj.br/jornais/jornal8/jornalUFRJ803.pdf
https://www.infoescola.com/historia/revolucao-russa-de-1905/
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