quinta-feira, 19 de setembro de 2024

IMPERDÍVEL!

A Candidata Que Não Perde: Por Que Tábata Amaral É a Melhor Opção para São Paulo -------- "São Paulo merece ter uma mulher ajuizada para cuidar dessa cidade." "A Tábata é a melhor candidata, mas eu vou votar em Fulaninho porque a Tábata não tem chance." "Uma resposta muito simples para isso: eu sou a única candidata que não perde para ninguém no segundo turno. A única." -----------
----------- Edifício Conde Matarazzo e Viaduto do Chá - Arte Fora do Museu Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura, é aberto à visitação guiada e tem cenários “instagramáveis” Roteiro é dica para as férias e há visitas de terça a sexta e aos finais de semana, com duração de uma hora ------------ ----------- Tabata Amaral participa de Sabatina BandNews TV ---------- Band Jornalismo 18 de set. de 2024 A BandNews TV recebe a candidata pelo PSB à prefeitura de São Paulo, Tabata Amaral. ------------ ------------ ----------- Zeca Pagodinho - Deixa A Vida Me Levar (letra) Você disse: " - SÃO PAULO MERECE TER UMA MULHER AJUIZADA PARA CUIDAR DESSA CIDADE." "- A TABATA É A MELHOR CANDIDATA MAS EU VOU VOTAR EM FULANINHO PORQUE A TABATA NÃO TEM CHANCE." " - UMA RESPOSTA MUITO SIMPLES PARA ISSO: EU SOU A ÚNICA CANDIDATA QUE QUE NÃO PERDE PARA NINGUÉM NO SEGUNDO TURNO. A ÚNICA." ANALISAR DO PONTO DE VISTA LÓGICO E DO DISCURSO POLÍTICO O TRECHO DA FALA DA CANDIDATA TABATA AMARAL EM SABATINA DA BANDNEWS SOBRE SUA CANDIDATURA À PREFEITA DA CIDADE DE SÃO PAULO EM OUTUBRO DE 2024. Análise do ponto de vista lógico e do discurso político 1. Apelo à representatividade e à questão de gênero: A frase “São Paulo merece ter uma mulher ajuizada para cuidar dessa cidade” aponta diretamente para a questão da representatividade feminina na política, um tópico frequentemente abordado nas discussões atuais. O uso do termo "ajuizada" reforça a ideia de uma candidata competente e equilibrada, além de sugerir que uma mulher poderia trazer qualidades e perspectivas diferentes à administração da cidade. O apelo aqui é claro: destacar a necessidade de mais mulheres em posições de liderança política, algo que pode ressoar com eleitores que buscam mais equidade de gênero. Lógica: Esse é um argumento que apela ao valor da representatividade. A lógica aqui é menos sobre competências específicas e mais sobre o papel simbólico e o impacto de eleger uma mulher, algo que é visto como positivo e necessário, dadas as desigualdades históricas. Do ponto de vista lógico, entretanto, ser uma mulher não garante competência, o que poderia abrir espaço para questionamento. No entanto, a fala foca na legitimidade da presença de mulheres no espaço político. 2. Referência à viabilidade eleitoral e o dilema do “voto útil”: A frase “A Tábata é a melhor candidata, mas eu vou votar em Fulaninho porque a Tábata não tem chance” expõe um argumento comum nas eleições: o voto útil. Esse argumento parte da percepção de que, mesmo que o eleitor veja a candidata como a melhor opção, opta por um candidato mais viável eleitoralmente para evitar a vitória de alguém que não aprova. Isso reflete uma lógica pragmática de muitos eleitores, que acreditam que é mais eficiente votar em alguém com chances reais de vencer do que em um candidato preferido que seria derrotado, o que poderia levar à eleição de um candidato indesejado. Lógica: Esse raciocínio é comum em sistemas eleitorais com segundo turno. A lógica interna é sólida, já que busca maximizar a utilidade do voto. Contudo, cria um dilema em que o eleitor abre mão de seu candidato favorito por uma estratégia de curto prazo. 3. A resposta da candidata Tábata Amaral: Na frase “Uma resposta muito simples para isso: eu sou a única candidata que não perde para ninguém no segundo turno. A única”, a candidata tenta desmontar o argumento do "voto útil" com um dado objetivo: sua viabilidade em um possível segundo turno. Ela argumenta que, por não perder para nenhum dos outros candidatos no segundo turno, ela tem mais chances de vencer do que o eleitor que vota estrategicamente em outro candidato acredita. Lógica: A fala se baseia em uma lógica factual (presumindo que ela esteja referenciando pesquisas de intenção de voto), o que é uma tática persuasiva. A candidata quer redirecionar o foco para a realidade eleitoral: se ela não perde no segundo turno, votar nela desde o primeiro turno seria uma escolha mais racional para eleitores que a preferem. Esse argumento pode ser muito eficiente para desarmar o argumento do voto útil, transformando-o em um incentivo para votar nela. Contudo, há um aspecto importante: a declaração de que “não perde para ninguém” pode parecer absoluta, o que, politicamente, pode ser percebido como arrogância ou excesso de confiança. O eleitor pode querer verificar as fontes dessa afirmação, pois a legitimidade da fala depende da veracidade das pesquisas mencionadas. Conclusão: Do ponto de vista lógico, o argumento de Tábata Amaral busca desmantelar o raciocínio do "voto útil" por meio de uma estratégia baseada em dados objetivos. A candidata apela à lógica pragmática de que, se ela é a única que não perde no segundo turno, então votar nela não é desperdiçar um voto. Ao mesmo tempo, há um apelo político e emocional relacionado à representatividade feminina, que pode atrair eleitores preocupados com questões de equidade e renovação. Do ponto de vista político, ela tenta se posicionar como uma alternativa viável tanto para aqueles que desejam uma mulher na liderança quanto para aqueles que se preocupam com a capacidade de vencer no segundo turno. A tática é usar uma abordagem racional (pesquisas e viabilidade eleitoral) enquanto se conecta emocionalmente com questões de representatividade e justiça de gênero.
------------- quinta-feira, 19 de setembro de 2024 Maria Hermínia Tavares - Eleições e disputas no campo das direitas Folha de S. Paulo Está em disputa a liderança firmada pelo ex-presidente nas eleições de 2018 Há duas eleições para a Prefeitura de São Paulo. A primeira, ostensiva, definirá o novo ocupante do 14º andar do Edifício Matarazzo, no paulistaníssimo Viaduto do Chá. Em paralelo, como apontou o cientista político Antonio Lavareda, trava-se uma espécie de primárias para decidir a liderança das direitas na Pauliceia. O prefeito Ricardo Nunes e o autointitulado "ex-coach" Pablo Marçal têm em comum folgada vantagem sobre um grupo mais amplo onde figuram desde o destemperado Datena até uma jovem que, embora envolta na bandeira do novo, mais parece a reencarnação das marchadeiras de 1964 contra o "comunismo ateu". A queda de braço paulistana tem inegáveis características locais: como não ver em Marçal a versão digital —e ainda mais primitiva— do velho populismo de direita que levou Jânio Quadros a se sentar duas vezes na cadeira de prefeito e alavancou a carreira de Paulo Maluf? Como esquecer do Adhemar ("rouba mas faz") de Barros ao ouvir do prefeito Nunes o quanto "fez, faz e fará" pelos mais pobres? Por outro lado, o que aqui ocorre não é singular: reverbera um fenômeno mais amplo. As eleições, em especial nas capitais e grandes cidades, se encaminham para ser mais um episódio na reorganização do vasto campo político que vai da centro-direita até sua fronteira mais extremada dos seguidores de Bolsonaro. Está em jogo a liderança nacional do ex-presidente, estabelecida pela vitória nas urnas em 2018 e quase reprisada em 2022. Não por acaso, ele vem se esforçando para patrocinar candidatos país afora. Tampouco é casual que mesmo candidatos distantes do radicalismo extremado, como Nunes, ou que cobicem sua liderança na franja autoritária, como Marçal, não possam marcar clara distância do ex-capitão. Temem perder o voto dos que continuam a segui-lo, formando robusta minoria do eleitorado. Há quem acredite ser descabido buscar diferenças entre essas farinhas de um mesmo saco. Fazê-lo seria desconhecer sua natureza retrógrada e antidemocrática e, desta forma, normalizar sua participação no jogo político. Melhor seria pespegar em cada um e todos o rótulo de inimigos da democracia ou, simplesmente, fascistas. Eficaz para o combate político, o rótulo uniformizador impede que se perceba que direitas aptas a ganhar nas urnas têm incentivos para manter o jogo democrático e que saídas autoritárias, via golpe ou corrupção das instituições, podem lhes sair caro. Não parece ter sido outro o cálculo dos presidentes das Casas do Congresso —por sinal dominadas pelas direitas— quando se apressaram a aceitar os resultados das eleições presidenciais de 2022, contestados por Bolsonaro, ou a condenar a tentativa de golpe do 8 de Janeiro. Não cabe dúvida que une as direitas uma agenda reacionária no campo dos costumes, dos direitos coletivos, da segurança pública, do meio ambiente e da proteção social. E que seu predomínio político, resultante da robustez eleitoral, torna lento e pedregoso o trajeto rumo a um país civilizado. Mas essa não é uma barreira que se consiga derrubar caso os progressistas se preparem para defender a democracia quando a batalha da vez é toda outra." _________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- O artigo de Maria Hermínia Tavares, publicado na Folha de S. Paulo, aborda as disputas políticas dentro das direitas no contexto das eleições municipais de São Paulo, mas também reflete um fenômeno mais amplo no cenário nacional. A autora destaca como as eleições paulistanas, além de definirem o próximo prefeito, funcionam como uma "primária" para a liderança das direitas, ecoando uma reorganização do campo político que se estende da centro-direita até a extrema direita associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A partir dessa análise, é interessante cotejar essa dinâmica com o que ocorre em Juiz de Fora, cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, onde a atual prefeita Margarida Salomão (PT-MG) busca a reeleição. Juiz de Fora, cidade historicamente importante para a industrialização do Brasil, segue um caminho político próprio, mas também sofre influências das mesmas forças que moldam as eleições nas grandes capitais. Assim como São Paulo, que foi impulsionada por figuras como Jânio Quadros e Paulo Maluf, e posteriormente por Juscelino Kubitschek (JK), que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da "locomotiva" paulista, Juiz de Fora também foi uma pioneira na industrialização do país. Contudo, ao longo do tempo, perdeu o ritmo desse progresso, sendo superada por São Paulo. O declínio industrial de ambas as cidades reflete mudanças econômicas mais amplas, com a migração de suas economias para o setor de serviços, no contexto de globalização e internacionalização dos mercados. No campo político, tanto São Paulo quanto Juiz de Fora enfrentam desafios semelhantes: a concorrência entre forças progressistas e conservadoras. Em Juiz de Fora, a disputa pela reeleição de Margarida Salomão representa o embate local entre uma política de esquerda tradicional, em uma cidade com uma história industrial forte, e as forças conservadoras que, em outras partes do Brasil, ganharam força com o bolsonarismo. Em São Paulo, essa reorganização das direitas pode ser vista na figura de candidatos como Ricardo Nunes e Pablo Marçal, que, embora distantes em estilo, se mantêm conectados à base de eleitores de Bolsonaro. Juiz de Fora, por sua vez, lida com questões semelhantes de realinhamento político, embora o impacto do bolsonarismo seja menos direto do que nas grandes capitais. Ambas as cidades, que outrora foram potências industriais, hoje se veem em um mundo marcado pela internacionalização dos serviços, refletindo as mudanças no panorama econômico e político brasileiro. As eleições, tanto em São Paulo quanto em Juiz de Fora, são assim cenários de batalhas que vão além dos limites locais, representando fragmentos de uma disputa nacional sobre o futuro da direita e da democracia no Brasil. Na eleição de Juiz de Fora de 2024, a atual prefeita Margarida Salomão (PT) lidera a disputa pela reeleição, com um perfil de centro-esquerda fortemente alinhado ao Partido dos Trabalhadores. Seus principais adversários incluem Júlio Delgado (MDB), que ocupa uma posição centrista e busca ser uma alternativa moderada, além de Charlles Evangelista (PL) e Ione Barbosa (Avante), ambos representantes de setores da direita. Evangelista, vinculado ao bolsonarismo, e Barbosa, com um perfil mais conservador, disputam a preferência do eleitorado conservador local. Candidatos menores, como Isauro Calais (Republicanos), que também está na direita, enfrentam maior dificuldade para competir. O cenário reflete uma disputa entre forças de direita e esquerda, com chances consideráveis de segundo turno, onde Delgado e Salomão tendem a se confrontar, polarizando a eleição entre moderação e progressismo, com a direita dividida em várias frentes. _________________________________________________________________________________________________________ ---------
----------- Veja quem são os candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora Prazo para realização de convenções partidárias foi encerrado; registro das candidaturas termina no dia 15 de agosto. Confira, em ordem alfabética, os nomes dos candidatos. Por g1 Zona da Mata — Juiz de Fora 07/08/2024 07h15 Atualizado há um mês
---------- Charlles, Ione, Isauro, Júlio, Lorene, Margarida e Victória já aparecem no páreo para 2024 (Fotos: Divulgação) ---------- Conjuntura Disputa pela Prefeitura de Juiz de Fora começa com sete nomes no páreo 3 de julho de 2023 Por Ricardo Miranda Apouco mais de um ano para as convenções partidárias, em julho de 2024, quando serão definidas as candidaturas para a Prefeitura de Juiz de Fora, pelo menos sete nomes já aparecem com pretensões de entrarem no páreo: Charlles Evangelista (PP), Ione Barbosa (Avante), Isauro Calais (PSC), Júlio Delgado (PV), Lorene Figueiredo (PSOL), Margarida Salomão (PT) e Victória Mello (PSTU). A contar pela disposição atual, todos estarão nas urnas no dia 6 de outubro de 2024, quando acontecerão as eleições municipais. Até lá, no entanto, ainda há muita conversa a ser feita nos partidos e entre as próprias candidatas e os candidatos. São muitos os prós e os contras para manutenção ou não de suas candidaturas. À exceção talvez da prefeita Margarida Salomão (PT), todos os demais nomes sofrem com a ausência de grupos políticos para darem suporte à difícil empreitada que é a disputa para o executivo municipal. Até por isso, muitas das conversas conduzidas pelos principais concorrentes já colocados no páreo envolvem exatamente a adesão de aliados. Charlles Evangelista é o nome mais próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro na disputa. A posição do PP de aliado de primeira hora do governo do estado e o fato de sua companheira, a deputada estadual Delegada Sheila (PL), integrar a base governista ajudam num possível apoio do governador Romeu Zema (Novo). Por outro lado, Charlles enfrenta dificuldade interna no PP pelo fato de o deputado federal Dimas Fabiano (PP) estar à frente do partido em Juiz de Fora. A situação faz com seu nome apareça como uma possibilidade no Republicanos, que pretende lançar candidatura própria. Ione Barbosa foi eleita deputada federal majoritária em Juiz de Fora. Ela também ficou com a marca de ser a parlamentar com domicílio eleitoral no município com maior número de votos. Lembrando que, nas eleições de 2020, quando se lançou na vida pública, Ione obteve 56.699 votos (21,83%), terminando a disputa em terceiro lugar. Sua trajetória até aqui a coloca mais uma vez na disputa municipal. Para isso, a deputada tem tentado sair da polarização entre o ex-presidente Bolsonaro e o presidente Lula. Sempre reafirmando sua condição de conservadora e evangélica, ela quer transitar pela via do centro político de Juiz de Fora, onde pretende encontrar um nome para integrar sua chapa. Isauro Calais é até o momento o candidato mais declarado para a disputa de 2024. O ex-vereador e ex-deputado estadual tem realizado reuniões com lideranças políticas e empresariais, sendo presença constante nas redes sociais com vídeos com críticas à atual gestão. Isauro ainda não definiu o partido pelo qual pretende disputar a Prefeitura. Seu nome já esteve ventilado no Republicanos e no MDB. Atualmente, ele é ligado ao grupo do deputado estadual Noraldino Júnior (PSC). Como não alcançou a cláusula de barreira, o PSC será incorporado pelo Podemos. Júlio Delgado pode disputar sua primeira eleição municipal. Após exercer cinco mandatos como deputado federal, ele aparece como alternativa do centro político de Juiz de Fora. Sua candidatura foi colocada após o anúncio do empresário Wilson Rezato de que não participará das eleições de 2024. Nas eleições de 2016 e 2020, ele foi candidato com o apoio de Júlio. A candidatura de Júlio esbarra na questão partidária. Filiado ao PV, que integra a federação com o PT, dificilmente seu nome se viabilizará internamente tendo a prefeita Margarida Salomão como candidata à reeleição. Nesse cenário, Júlio pode voltar para um dos três partidos por onde passou ao longo da sua trajetória política: MDB, Cidadania (ex-PPS) ou PSB. Lorene Figueiredo é o principal nome do PSOL para a disputa pela Prefeitura de Juiz de Fora. Ela esteve nas urnas nas eleições de 2020 e de 2022 como candidata aos executivos municipal e estadual, respectivamente. Em relação a 2024, o partido ainda estuda em nível nacional como se dará a composição de alianças. Em Juiz de Fora, a direção do PSOL também avalia cenários para 2024, mas não descarta a possibilidade de uma candidatura própria com Lorene, aproveitando o fato de ela ter feito a defesa do programa da esquerda para o governo estadual em 2022. A possibilidade de abrir diálogo com outras organizações não foi descartada. Margarida Salomão será candidata à reeleição. O propósito já foi revelado ao seu secretariado e ao diretório do PT de Juiz de Fora. Na verdade, a busca por um novo mandato nunca esteve fora do radar da prefeita e ganhou força após o bom desempenho do presidente Lula em Juiz de Fora nos dois turnos das eleições de 2022. Ainda que sem pressa para definir, Margarida vai precisar de encontrar um novo vice para sua composição e acomodar novos aliados, caso queira ampliar o tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV. Outro desafio envolve as contas públicas. Após assumir muitos compromissos com o funcionalismo, a prefeita acompanha uma recente piora na relação receita e despesa. Victória Mello muito provavelmente voltará à disputa municipal pelo PSTU. As conversas internas na legenda ainda acontecem, mas o propósito é aproveitar a sucessão municipal para colocar questões caras para a classe trabalhadora na pauta da campanha. Recentemente, o PSTU marcou presença no debate envolvendo a manutenção da função de cobrador no transporte público municipal. O partido foi o primeiro a se posicionar contra a medida que começou a ser implantada aos domingos. Após a repercussão negativa, o processo foi interrompido. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------- Lama Angela Maria _________________________________________________________________________________________________________ ----------

GPS DESENCAMINHOU?

- Ele desatinou... "Aconteceu uma tragédia no meio do caminho." Estamos aqui de pontidão. -----------
----------- Polícia Adolescente é baleada na Maré e dá entrada em hospital no momento em que governador inaugurava reforma Menina de 14 anos foi ferida no quadril após pai entrar por engano na comunidade Baixa do Sapateiro 18/09/2024, às17h09•0 comentário -------------- Foto: Fabiano Rocha/Agência O Globo/Arquivo Uma adolescente é baleada na Maré, nesta quarta-feira, e dá entrada em hospital no momento em que governador inaugurava reforma, após o pai entrar por engano na comunidade Baixa do Sapateiro, na Maré. Ela deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, no mesmo momento em que o governador Cláudio Castro inaugurava parte de uma reforma na unidade. Ao comentar o caso, na saída, o governador disse que tem trabalhado para que situações como a dela não aconteçam e criticou o excesso de armas nas comunidades que, segundo ele, também são responsabilidade do Governo Federal. Após Castro ir embora, um homem baleado acidentalmente na Avenida Brasil, altura de Irajá, também chegou ao hospital. — A gente trabalha para que coisas como essa não aconteçam mais. Nós temos uma questão de excesso de armas nas comunidades. Isso vem entrando pelas nossas fronteiras todo dia. O Governo Federal precisa apertar os países vizinhos, precisa apertar portos e aeroportos, que não são áreas que o estado possa agir. E aí, ficam essas armas e essas drogas dentro da nossa comunidade sendo vetores de violência. O que a gente pode fazer é modernizar a polícia, fazer concurso, estratégia, melhorando o salário, equipando — disse Castro. Castro acrescentou ainda que o governo vai entregar cerca de cem viaturas para os setores de inteligência, totalizando mais de 500 este ano, além de ter investido na compra de armamento, colete, câmera e drone. Leia mais – Cláudio Castro inaugura primeira fase da modernização do HEGV. Siga nossas redes sociais Entenda o caso Pai e filha são de Minas Gerais e estão hospedados na casa de parentes, na Barra da Tijuca. Eles voltavam do consulado americano, onde tinham ido tirar o visto, pela Avenida Brasil, em uma Mercedes, modelo GLA, preta. Por engano, quando tentavam retornar para a Linha Amarela, o pai entrou por engano na Avenida Guilherme Maxwell, atrás do Centro de preparação de oficiais da reserva (CPOR). ---------
----------- Baixa do Sapateiro/RJ Favela Baixa do Sapateiro, localizada no conjunto de favelas da Maré. ---------- _________________________________________________________________________________________________________ A comunidade conhecida como "Tijolinho" faz parte da Baixa do Sapateiro, uma das áreas da Maré, no Rio de Janeiro, e o nome "Tijolinho" refere-se às construções simples e irregulares feitas de tijolos, um elemento muito comum em várias favelas brasileiras. Essas construções representam um processo contínuo de urbanização informal, onde os moradores, muitas vezes sem acesso a materiais mais acabados, constroem suas casas utilizando o que têm à disposição, predominando o uso de tijolos sem reboco. Já "Timbó" é uma outra comunidade vizinha da Maré, e o nome é originado de uma planta chamada Timbó, nativa da Amazônia e usada tradicionalmente por povos indígenas para pescar, envenenando peixes em rios e córregos. O nome pode ter sido escolhido como uma homenagem a essa planta ou a um rio local que leva o mesmo nome. Na geografia da Maré, comunidades como Baixa do Sapateiro, Timbó e Tijolinho são muito próximas, frequentemente interligadas por becos e ruas estreitas. A distância entre a comunidade do "Tijolinho" e o "Timbó" não é extensa, e em termos práticos, elas são separadas por ruas dentro do complexo da Maré, estando a apenas alguns minutos de caminhada uma da outra, dependendo do percurso feito. Essas áreas, como grande parte das favelas cariocas, são marcadas por histórias de resistência, trabalho informal e organização comunitária para enfrentar as dificuldades econômicas e sociais. _________________________________________________________________________________________________________ A região onde entraram é conhecida como Tijolinho e faz parte da comunidade Baixa do Sapateiro, dominada pelo Terceiro Comando Puro. Ela é uma das 16 que compõe o Conjunto de Favelas da Maré. Ao passarem pela avenida Guilherme Maxwell, esquina com Rua da Gratidão, foram abordados por bandidos armados com fuzis, que estavam num automóvel HRV azul, de placa não anotada. Os criminosos ordenaram ao motorista, que parasse o veículo. Assustado, ele acelerou, fugindo dos marginais, que efetuaram disparos na direção do veículo, acertando a adolescente. O motorista, ao sair da comunidade, encontrou uma viatura do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE) na Avenida Brasil e pediu ajuda. Foi então conduzido com a filha até o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde a menina foi socorrida. A vítima foi baleada na altura do quadril, chegando lúcida e andando no hospital, não correndo risco de morte. A 21 DP compareceu no hospital para colher depoimento do pai para identificar os criminosos que efetuaram os disparos e demais diligências. A direção do hospital informou que, no momento, a paciente passa por uma cirurgia. Crédito: Extra _________________________________________________________________________________________________________ --------- ----------- A famosa repetição de "no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho" é um verso marcante do poeta Carlos Drummond de Andrade, que expressa uma metáfora sobre os obstáculos inevitáveis da vida. A "pedra" simboliza as dificuldades ou imprevistos que aparecem no caminho, algo que interfere na jornada, mas também marca a experiência de quem passa por ela. Assim como na vida, muitas vezes enfrentamos esses "pedras" de forma inesperada, como a tragédia mencionada no caso da adolescente baleada. Esse verso se tornou emblemático na literatura brasileira, refletindo sobre a persistência diante dos obstáculos que, de um jeito ou de outro, acabam moldando nosso percurso. ------------ MEIO DO CAMINHO de e por CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, edição MOACIR SILVEIRA Moacir Silveira 26 de out. de 2020 O poema No Meio do Caminho é uma das obras-primas de autoria do escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade. Os versos, publicados em 1928 na Revista de Antropofagia, abordam os obstáculos (pedras) que as pessoas encontram na vida. Poema e voz: Carlos Drummond de Andrade Strings: Mário Henrique de Oliveira NO MEIO DO CAMINHO Carlos Drummond de Andrade No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ Quem não inveja a infeliz, feliz No seu mundo de cetim, assim, Debochando da dor, do pecado Do tempo perdido, do jogo acabado --------------- -------------- Ela Desatinou Maria Bethânia Letra Tradução Ela desatinou Chico Buarque Composição: Chico Buarque Ela desatinou, viu chegar quarta-feira Acabar brincadeira, bandeiras se desmanchando E ela inda está sambando Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando Ela não vê que toda gente, já está sofrendo normalmente Toda a cidade anda esquecida, da falsa vida, da avenida Onde Ela desatinou, viu morrer alegrias, rasgar fantasias Os dias sem sol raiando e ela inda está sambando Composição: Chico Buarque. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ----------- "No meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade | Leituras do poema imoreirasalles 55,8 mil inscritos Compartilhar 267.856 visualizações 23 de nov. de 2010 #CarlosDrummonddeAndrade #Nomeiodocaminho Em 2010, o IMS lançou uma nova edição do livro "Uma Pedra no Meio do Caminho: Biografia de um poema" feita pelo próprio Drummond e ampliada pelo também poeta Eucanaã Ferraz. Como parte do lançamento, foi produzido um vídeo com a leitura de "No meio do caminho" em vários idiomas. #CarlosDrummonddeAndrade #Nomeiodocaminho Para marcar os 40 anos do poema "No meio do caminho", Carlos Drummond de Andrade publicou, em 1967, o livro "Uma pedra no meio do caminho - Biografia de um poema", no qual reuniu uma ampla seleção com o que foi dito sobre os famosos versos. Leituras por: 00:14 - Eucanaã Ferraz (português) 00:43 - Matthew Shirts (inglês) 01:10 - Yael Steiner (hebráico) 01:37 - Heloisa Jahn (dinamarquês) 02:15 - Jean-Claude Bernardet (francês) 02:51 - Pieter Tjabbes (holandês) 03:14 - Davi Arrigucci Jr. (italiano) 03:46 - Paulo Schiller e Mariana Schiller (húngaro) 04:13 - Jana Binder (alemão) 04:43 - Sidney Calheiros (latim) 05:10 - Laura Hosiasson (espanhol) 05:44 - Carlos Papa (tupi) Direção e direção de fotografia: Gustavo Rosa de Moura Edição: André Bomfim Câmeras: Bruno Ferreira e Eduardo Gonçalves Azevedo Iluminação: Eduardo Gonçalves Azevedo Som direto: André Bomfim Motorista: Mauro Lúcio dos Santos Mais sobre o acervo de Drummond no IMS: http://drummond.ims.com.br _________________________________________________________________________________________________________ ---------- ----------- No Meio do Caminho Tinha Uma Pedra Silvio Matos 7 de fev. de 2014 Poema dos mais conhecidos de Carlos Drummond de Andrade... Que fala dos obstáculos invisíveis da vida cotidiana que, de repente, nos damos conta de que apesar das pedras no caminho - obstáculos - conseguimos vence-las, e só mais tarde percebemos que elas estão presentes na vida de todos nós. ---------- _________________________________________________________________________________________________________ "no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho" A famosa repetição de "no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho" é um verso marcante do poeta Carlos Drummond de Andrade, que expressa uma metáfora sobre os obstáculos inevitáveis da vida. A "pedra" simboliza as dificuldades ou imprevistos que aparecem no caminho, algo que interfere na jornada, mas também marca a experiência de quem passa por ela. Assim como na vida, muitas vezes enfrentamos esses "pedras" de forma inesperada, como a tragédia mencionada no caso da adolescente baleada. Esse verso se tornou emblemático na literatura brasileira, refletindo sobre a persistência diante dos obstáculos que, de um jeito ou de outro, acabam moldando nosso percurso. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- ------------- Adolescente de 14 anos é baleada no Complexo da Maré, Rio de Janeiro #shorts Jornal da Record ------------ BR 0:07 / 0:27 Adolescente é baleada após entrar por engano no complexo da Maré, no Rio; vídeo mostra momento UOL 18 de set. de 2024 Uma adolescente de BH foi baleada no Rio de Janeiro após o pai dela entrar com o carro por engano na comunidade Baixa do Sapateiro, no Complexo da Maré. ----------- Adolescente é baleada após carro de turistas entrar por engano no Complexo da Maré, no Rio Menina é sobrinha da influenciadora Kamila Simioni; ela foi socorrida por PMs e levada para o hospital Balanço Geral RJ|Do R7 18/09/2024 - 12h58 (Atualizado em 18/09/2024 - 14h09) Uma adolescente, de 14 anos, foi baleada por um tiro de fuzil no Complexo da Maré, zona norte do Rio, na manhã desta quarta-feira (18). A menina, que é sobrinha da influenciadora Kamila Simioni, passava de carro com o pai pela linha Amarela quando os dois entraram por engano no acesso à comunidade do morro do Timbau. A jovem foi socorrida por PMs e levada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, que fica na região. De acordo com a corporação, o estado de saúde é estável. Já o hospital não divulgou um boletim médico. A família é de Minas Gerais e está hospedada na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Pai e filha retornavam do consulado americano quando ocorreu o ataque. Veja também Cerca de 2 mil policiais civis e militares vão atuar durante jogos da Libertadores no Rio Cerca de 2 mil policiais civis e militares vão atuar durante jogos da Libertadores no Rio Fuzileiro naval é baleado em troca tiros com criminosos na zona norte do Rio Fuzileiro naval é baleado em troca tiros com criminosos na zona norte do Rio Veja a íntegra da entrevista com Alexandre Ramagem, candidato do PL à Prefeitura do Rio Veja a íntegra da entrevista com Alexandre Ramagem, candidato do PL à Prefeitura do Rio entrou por engano rio de janeiro minas gerais morro do timbau adolescente baelada maré r7 balanço geral rj https://record.r7.com/balanco-geral-rj/video/adolescente-e-baleada-apos-carro-de-turistas-entrar-por-engano-no-complexo-da-mare-no-rio-18092024/ ______________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- Como chegar a Centro Preparatório de Oficiais da Reserva (Cpor-RJ) em Maré de ônibus, trem, metrô ou vlt? https://moovitapp.com/rio_de_janeiro-322/poi/Centro%20Preparat%C3%B3rio%20de%20Oficiais%20da%20Reserva%20%28Cpor-RJ%29,%20Mar%C3%A9/Avenida%20Brasil%205128/pt-br?metroSeoName=Rio_de_Janeiro&customerId=4908&ref=1&af_sub8=%2Findex%2Fpt-br%2Ftransporte_p%25C3%25BAblico-Centro_Preparat%25C3%25B3rio_de_Oficiais_da_Reserva_Cpor_RJ-Rio_de_Janeiro-site_59054735-322&af_sub9=Search%20bar%20button&tll=-22.866656_-43.247531&poiType=egsite&fll=-22.867532_-43.247091 ________________________________________________________________________________________________________________ ----------- Adolescente é baleada após carro entrar em comunidade por engano no RJ Adolescente é baleada após o carro em que ela e o pai estavam entrar em uma comunidade por engano no Rio de Janeiro. 18/09/2024 • 16:14 https://www.band.uol.com.br/videos/adolescente-e-baleada-apos-carro-entrar-em-comunidade-por-engano-no-rj-17285236 ----------
--------- Uma baixa sempre em alta _________________________________________________________________________________________________________ ---------- ---------- Ary Barroso - NA BAIXA DO SAPATEIRO (Bahia) ---------- luciano hortencio 5 de out. de 2011 Comemorando a postagem do meu ducentésimo vídeo para o Youtube, tenho a honra de enviar para meus amigos a célebre " Na Baixa do Sapateiro" conhecida no exterior, pela afirmação do próprio autor, simplesmente como "Bahia". Ary Barroso, em um arranjo personalíssimo, segundo ele, nos brinda, ao piano, com uma de suas peças mais famosas, tanto no Brasil, quanto no exterior. Album: Encontro com Ary - Um "bate-papo" musical. Ano de 1956 Na Baixa do Sapateiro eu encontrei um dia A morena mais frajola da Bahia Pedi-lhe um beijo, não deu Um abraço, sorriu Pedi-lhe a mão, não quis dar, fugiu Bahia, terra da felicidade Morena, eu ando louco de saudade Meu Senhor do Bonfim Arranje outra morena igualzinha pra mim Oh! amor, ai,ai Amor bobagem que a gente não explica, ai, ai Prova um bocadinho, ô Fica envenenado, ô E pro resto da vida é um tal de sofrer Ôlará, ôleré Ô Bahia Bahia que não me sai do pensamento Faço o meu lamento, ô Na desesperança, ô De encontrar nesse mundo Um amor que eu perdi na Bahia, vou contar Ô Bahia Bahia que não me sai do pensamento... https://www.youtube.com/watch?v=OZTWUmFd01Y _________________________________________________________________________________________________________

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

CHEGA DE SAUDADE

----------- Brasil em Chamas: do Pantanal à Amazônia, a destruição não respeita fronteiras Greenpeace Brasil 16 de setembro de 2020 ----------- ------------ A longa arte de Tom Jobim | Ep. 3: A bossa nova revista piauí --------------- AO VIVO: WW - 18/09/2024 ---------------- ________________________________________________________________________________________________________ O artigo "Amazônia em chamas", publicado no Correio Braziliense em 23 de agosto de 2019, critica a postura do governo Bolsonaro em relação às questões ambientais, especialmente no contexto das queimadas na Amazônia. O texto enfatiza que a gestão ambiental de Bolsonaro é desastrosa, destacando sua falta de sensibilidade e compreensão sobre a importância da agenda ambiental global. O aumento das queimadas na Amazônia, intensificado por vídeos e imagens de satélite, gerou uma crise internacional, com líderes mundiais como o presidente francês Emmanuel Macron elevando o tema à pauta do G7, chamando atenção para a gravidade da situação. Macron descreveu a Amazônia como "o pulmão do planeta", responsável por 20% do oxigênio do mundo, e classificou os incêndios como uma "crise internacional". O texto também critica a reação do governo brasileiro, que enfrentava isolamento diplomático devido a atitudes como o cancelamento de uma audiência entre Bolsonaro e o chanceler francês Jean-Yves Le Drian. A falta de compromisso com a cooperação internacional para preservar a Amazônia resultou no corte de verbas de países como Alemanha e Noruega, que financiavam o Fundo Amazônia, crucial para o combate ao desmatamento. A narrativa governamental, segundo o autor, ignora estudos científicos e tenta politizar o problema, ao invés de reconhecer os dados objetivos sobre a crise ambiental. O artigo destaca a precariedade das brigadas de combate a incêndios e a ausência de preparação das Forças Armadas para lidar com os incêndios em larga escala. Além disso, o texto menciona o Sínodo da Pan-Amazônia, um evento convocado pelo Papa Francisco que discutiria a ecologia integral da região e os direitos dos povos indígenas. Esse evento, previsto para ocorrer em outubro de 2019, preocupa o governo brasileiro, pois deveria trazer à tona as lutas ambientais da Amazônia em um contexto internacional. Em suma, o artigo denuncia o desmantelamento da política ambiental no Brasil e alerta para as consequências, tanto internas quanto internacionais, da degradação da Amazônia. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- Amazônia em chamas ;A forma como Bolsonaro trata a questão ambiental e o problema da Amazônia é desastrosa e típica de quem não mede as consequências de suas ações; As queimadas na Amazônia ganharam a dimensão de ;crise internacional;, principalmente por causa dos vídeos de incêndios florestais que circulam nas redes sociais e das imagens de satélites distribuídas pela Nasa sobre a degradação da floresta. Ontem, o presidente da França, Emmanuel Macron, pautou o assunto na reunião do G7, os sete países mais ricos do mundo. Os líderes de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido se encontrarão no sábado, em Biarritz. ;Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional;, escreveu o líder francês. As atitudes e declarações de Bolsonaro sobre o desmatamento, a cooperação internacional para preservar a Amazônia e a política desastrada do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, levaram o país a uma posição de isolamento internacional, agravada por circunstâncias específicas, como o cancelamento de uma audiência de Bolsonaro (para ir ao barbeiro) com o chanceler francês Jean-Yves Le Drian. A gravidade da crise decorre também do fato de que a maior fronteira da França é com o Brasil, por causa da Guiana, ou seja, uma parte da região amazônica é francesa. A forma como Bolsonaro trata a questão ambiental e o problema da Amazônia é desastrosa e típica de quem não mede as consequências de suas ações. Além de uma tremenda subestimação da importância da agenda ambiental para o mundo. Essa é a explicação, por exemplo, para o fato de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao sair do Acordo do Clima, ficou completamente isolado. Macron é o principal defensor do Acordo de Paris. É certa também uma reação dos países vizinhos, como o Peru, que ontem manifestou preocupação com os incêndios nas proximidades de sua fronteira com o Brasil. O presidente da Bolívia, Evo Morales, também está preocupado. Contratou uma aeronave-tanque do tipo Boeing 747, chamado Super Tanker, para combater focos de incêndio na região boliviana da floresta amazônica. O avião, que tem capacidade para transportar até 115 mil litros, entrou em operação ontem. Enquanto isso, o governo brasileiro parece uma barata tonta com que está acontecendo. O desmantelamento da política ambiental e a desestruturação dos órgãos responsáveis pelo combate ao desmatamento e controle de queimadas agravaram tremendamente a situação. Ainda mais depois do corte das verbas destinadas pela Alemanha e pela Noruega ao Fundo da Amazônia, que financiava os investimentos dos estados da Amazônia em máquinas e equipamentos para esse trabalho. Sínodo O governo adota uma narrativa que não tem a menor chance de dar certo, porque despreza os indicadores e estudos científicos e insiste na politização da crise, ao passo que o desmatamento e os incêndios na Amazônia são fenômenos objetivos, ou seja, independem do observador e das gravatas dos ministros e do por evidente da República. Além disso, a responsabilidade da gestão ambiental hoje é do atual governo, não adianta culpar os antecessores. Quem apaga o fogo são as brigadas contra incêndios, que não têm recursos e equipamentos suficientes para controlá-los. As Forças Armadas também não estão preparadas, mas terão de ser mobilizadas. A situação tende a se tornar ainda mais crítica, no plano político, porque vem aí o Sínodo da Pan-Amazônia, convocado pelo Papa Francisco, evento que tem preocupado o governo e que, diante das circunstâncias, deve ganhar uma nova dimensão. Segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um dos objetivos do encontro é conhecer ;a riqueza do bioma, os saberes e a diversidade dos povos da Amazônia, especialmente dos povos Indígenas, suas lutas por uma ecologia integral, seus sonhos e esperanças;. O Sínodo é um encontro de bispos, que se realizará de 3 a 27 de outubro, em Roma, com atividades paralelas que mobilizarão o clero da região, lideranças indígenas e populares, ambientalistas e representantes de órgãos oficiais de nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. A Amazônia tem cerca de 34 milhões de habitantes, dos quais mais de 3 milhões são indígenas, pertencentes a mais de 390 grupos étnicos. Povos e culturas diferentes como afrodescendentes, camponeses, colonos, têm uma relação vital com a vegetação e as águas dos rios. Para o papa Francisco, o problema essencial ;é como reconciliar o direito ao desenvolvimento, inclusive o social e cultural, com as caraterísticas próprias dos indígenas e dos seus territórios;. _________________________________________________________________________________________________________ --------
----------- _________________________________________________________________________________________________________ O artigo "Nas entrelinhas: Pequeno manual de combate a incêndios" de Luiz Carlos Azedo, publicado em 18 de setembro de 2024, aborda o impacto dos incêndios nos principais biomas brasileiros e faz uma reflexão sobre o fogo na literatura e na realidade. O texto destaca como a combinação de temperatura acima de 30°C, umidade abaixo de 30% e ventos superiores a 30 km/h cria condições ideais para a propagação do fogo. O autor menciona casos emblemáticos de incêndios destrutivos, como os que devastaram o Museu Nacional no Rio de Janeiro em 2018 e a Cinemateca Nacional em São Paulo em 2021, comparando-os com o que está ocorrendo nos biomas como o Cerrado, Pantanal e Amazônia. O fogo, embora essencial ao desenvolvimento civilizatório, quando descontrolado, causa destruição ambiental e cultural. Incêndios naturais, como os que ocorrem no Cerrado há milhares de anos, são mencionados, mas o foco recai sobre os incêndios causados pela ação humana, sejam acidentais ou criminosos, com interesses econômicos ou de vingança. O autor destaca a necessidade de uma resposta mais eficaz das autoridades, que subestimaram os efeitos dos incêndios apesar dos alertas. Ele também menciona a gravidade da situação atual, agravada pelo desmatamento, que diminui a umidade natural da floresta, favorecendo a propagação das chamas, e termina com uma referência à escolha que o Brasil precisa fazer entre preservar seu patrimônio natural ou sucumbir à destruição. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
----------- Nas entrelinhas: Pequeno manual de combate a incêndios Publicado em 18/09/2024 - 09:29 Luiz Carlos Azedo Amazônia, Cerrado, Cidades, Cultura, Educação, Governo, Literatura, Meio ambiente, Memória, Pantanal, Política Temperatura acima de 30 graus, num momento em que a umidade seja menor do que 30% e vento acima de 30 km/h, são o ambiente ideal para propagação do fogo. Basta a ignição O fogo é um tema recorrente na literatura universal. No Brasil, devorou O ateneu (1888), de Raul Pompéia, e pôs fim a’O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, obras seminais da nossa literatura. Nos dois casos, representavam o fim de uma era, com apagamento do passado. Na vida real, foi o que aconteceu literalmente no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 2018, e na Cinemateca Nacional, em São Paulo, no dia 29 de julho de 2021. E pode estar acontecendo agora com nossos principais biomas. Fundado em 1818, por dom João VI, o Museu Nacional possuía o mais importante acervo de história natural da América Latina, com 20 milhões de itens, entre os quais, coleções de fósseis de dinossauros do mundo, múmias andinas e egípcias, e 537 mil livros da Coleção Francisco Keller. No galpão da Cinemateca Nacional, arderam quatro toneladas de documentos sobre cinema no Brasil, além de películas e arquivos. Desde o Brasil Colonial, o fogo é usado para expulsar indígenas de suas terras e, agora, incendiar favelas, como se fazia com os antigos quilombos. Históricos casarões e sobrados, tombados, pegam fogo para possibilitar a construção de prédios horrorosos. O fogo nas florestas, para eliminar flora e fauna e ampliar as fronteiras agrícolas, também é coisa antiga. Entretanto, agora saiu completamente do controle. Incêndio não é sinônimo de fogo, cujo domínio foi fundamental no processo civilizatório. O que difere as chamas do fogão ou da churrasqueira é o controle sobre elas. Desde Arquimedes, o fogo é objeto de estudos, porém, foi o francês Antoine Lawrence Lavoisier, aquele mesmo da Teoria dos Vasos Comunicantes, no século XVIII, que descobriu as bases científicas do fogo. A principal experiência que lançou os fundamentos da ciência do fogo consistiu em colocar uma certa quantidade de mercúrio (Hg — o único metal que normalmente já é líquido) dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou a 300°C, ao observar o interior do frasco, Lavoisier encontrou um pó vermelho que pesava mais do que o líquido original. O cientista notou, ainda, que a quantidade de ar no recipiente havia diminuído em 20%, e que o ar restante possuía o poder de apagar qualquer chama e matar. Lavoisier concluiu que o mercúrio, ao se aquecer, “absorveu” a parte do ar que nos permite respirar (essa mesma parte que faz um combustível queimar: o oxigênio). Os 80% restantes eram nitrogênio (gás que não queima) e o pó vermelho era o óxido de mercúrio. Da breve explicação, vê-se que para iniciar a combustão, são necessários o combustível, o oxigênio e a energia (a temperatura de ignição). Mas isso existe em toda parte. O que faz a diferença é a proporção entre esses componentes do chamado “triângulo do fogo”. Os incêndios que estamos acompanhando são eventos naturais e/ou provocados por ação humana. No Cerrado brasileiro, a partir de análises do carvão armazenado em solos profundos, há incêndios se repetindo há mais de 30 mil anos. Nas estações secas, a ignição ocorre naturalmente por uma descarga elétrica. Mas não é o caso nesta estiagem. Atrás do prejuízo Temperatura acima de 30 graus, num momento em que a umidade seja menor do que 30% e vento acima de 30 km/h, são o ambiente ideal para um incêndio. Basta alcançar a ignição, por meio de uma bituca de cigarro jogada na estrada ou um criminoso palito de fósforo aceso. Há indivíduos incendiários, que tem atração pelo fogo, os piromaníacos; e o criminoso que ateia fogo por vingança ou algum interesse econômico, seja limpar o terreno para fazer um grande empreendimento imobiliário ou formar uma pastagem. Uma vez iniciado, o fogo se espalha muito rápido e é extremamente difícil de controlar, por causa do vento, do calor e da baixa umidade. Ocupantes do Cerrado desenvolveram técnicas de queima controlada, atuando para diminuir a biomassa e, com isso, evitar os grandes incêndios. Mesmo esses “aceiros”, quando saem do controle, podem provocar grandes incêndios, com perda de plantas, animais e danos até aos microrganismos do solo, sem contar na morte de pessoas, inclusive bombeiros. No Pantanal e na Amazônia, o problema se tornou mais grave, porque o desmatamento faz com que a proteção natural da própria floresta, sua umidade, perca a capacidade de conter a propagação das chamas, principalmente se a seca for muito forte, como agora. Se pegar fogo em árvores que têm resinas, pode queimar por muito tempo e impedir ações efetivas para deter o incêndio. Conforme as plantas vão queimando, primeiro saem os materiais voláteis, com substâncias prejudiciais à saúde, inclusive cancerígenas. Se não chover, todo esse material fica suspenso e forma “nuvens de fumaça”, que estamos vendo em vários lugares do Brasil. Sofrem os nossos pulmões, os animais e até as plantas. Se o desmatamento continuar, teremos uma situação realmente caótica. Apesar dos frequentes alertas, as autoridades subestimaram os efeitos catastróficos do que temos presenciado. E, agora, correm atrás do prejuízo, inclusive o governo Lula, apesar das advertências da ministra do meio Ambiente, Marina Silva. Como disse o poeta pernambucano Luís Turiba, em 1989: “Ou a gente se Raoni, ou a gente se Sting”. O que está Todas as colunas anteriores no Blog do Azedo: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/ _________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- Manuela Pinho, em julho de 1989, durante audiência com o então presidente do TSE, ministro Francisco Rezek, em Brasília (DF) Imagem: Lula Marques/Folhapress ----------- "A matéria de Marcia Caetano, publicada em 25 de abril de 1994, no contexto das eleições de 1994, destaca Manuela Pinho, uma jovem de 22 anos, candidata a deputada estadual pelo Partido Verde (PV) do Rio de Janeiro. Ex-líder do movimento "Se Liga, 16!" e figura ativa nas manifestações dos "caras-pintadas" contra o governo Collor, Manuela decidiu entrar oficialmente na política após anos de ativismo e engajamento cívico. Desde a infância, Manuela demonstrou interesse pelas questões ambientais, lançando aos sete anos uma campanha chamada "As Crianças em Defesa da Natureza", que chegou a mobilizar dez mil pessoas em todo o Brasil. Essa campanha tinha como principais bandeiras a demarcação de terras indígenas e a despoluição de importantes corpos d'água, como o rio Paraíba do Sul e a Baía de Guanabara. Filha do ator Otávio Augusto e da produtora cultural Betti Pinho, Manuela é formada em comunicação social pela PUC do Rio de Janeiro e em direito pela Cândido Mendes. Ela acredita que sua geração, mais bem informada e conectada com os acontecimentos globais, tem mostrado maior envolvimento na política, citando o movimento pelo impeachment de Collor como exemplo da força transformadora da juventude. Manuela enfatiza que é hora de agir de dentro da política para promover mudanças, ao invés de apenas criticar os políticos tradicionais. MARCIA CAETANO DA SUCURSAL DO RIO São Paulo, segunda-feira, 25 de abril de 1994" _________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- Manuela Pinho, 50 anos, líder do "Se liga, 16!" em 1989, posa ao lado da filha Helena, 15, que vai votar pela primeira vez em 2022 Imagem: Manuela Pinho/Arquivo Pessoal ---------- Manuela Pinho, 22, agora quer ser deputada Ex-líder dos caras-pintadas é candidata pelo PV MARCIA CAETANO DA SUCURSAL DO RIO Acostumada a fazer política do lado de fora do plenário, Manuela Pinho, 22, ex-líder do movimento "Se Liga, 16!", resolveu seguir a carreira para a qual vem se preparando há 15 anos: ela é candidata a deputada estadual pelo PV carioca. "Chegou a hora de eu parar de reclamar dos políticos tradicionais e começar a dar o meu trabalho para o país", diz Manuela, candidatíssima. Manuela Pinho começou cedo na política: aos sete anos, inspirada pelo programa "Globinho", lançou uma campanha de preservação ambiental chamada "As Crianças em Defesa da Natureza". O movimento chegou a ter dez mil associados em todo o Brasil e reivindicava, entre outras coisas, demarcação das terras indígenas e despoluição do rio Paraíba do Sul e da baía de Guanabara. A campanha acabou em 1986. Paulistana, filha do ator Otávio Augusto e da produtora cultural Betti Pinho, Manuela é formada em comunicação social pela PUC do Rio e em direito pela Cândido Mendes. Para a jovem política, a sua geração é mais atuante do que a anterior, porque teve mais acesso à informação. "A campanha em favor do impeachement de Collor é um exemplo de que a juventude voltou a participar da política e a acreditar no seu poder de transformação", diz. Manuela Pinho, 22, agora quer ser deputada Ex-líder dos caras-pintadas é candidata pelo PV _________________________________________________________________________________________________________ ------------ ------------- Jingles Eleições 1994: Presidência da República Jingles - O melhor das eleições Estreou em 15 de jun. de 2020 #OMelhorDasEleições #ResgatandoJinglesMemoráveis #OMelhorDasEleições #ResgatandoJinglesMemoráveis Agradecimentos especiais a: - Wisley Souza de Moura, nosso inoxidável colaborador e espectador, pelo acervo completo de jingles de Orestes Quércia (PMDB). - Valdevir Oliveira Júnior, do canal "VJR - Valdevir Júnior Raridades", pelo jingle "De onde eu vim", de Esperidião Amin (PPR) - Luana Coelho, do canal "Lua Coelho Raridades", pelos demais jingles de Esperidião Amin (PPR), e pelo jingle "Direito de ser cidadão", de Carlos Gomes (PRN) - Fundação Fernando Henrique Cardoso, que mantém disponível e publicamente um vasto acervo de campanhas disputadas pelo ex-presidente. _________________________________________________________________________________________________________ ---------- Resultados das Eleições 1994 - Brasil Resultado final exterior - 1º turno Atualizado em 1.5.1999 Candidato Partido Votação Válidos 45 FERNANDO HENRIQUE CARDOSO PSDB 14.744 55,22% 13 LUIZ INACIO LULA DA SILVA PT 9.872 39,97% 56 ENEAS FERREIRA CARNEIRO PRONA 563 2,10% 15 ORESTES QUERCIA PMDB 333 1,24% 12 LEONEL DE MOURA BRIZOLA PDT 552 2,06% 11 ESPERIDIAO AMIN HELOU FILHO PPR 436 1,63% 36 CARLOS ANTONIO GOMES PRN 127 0,47% 20 HERNANI GOULART FORTUNA PSC 71 0,26% Total de votos apurados: 27.831 (69,99% de 39.760 eleitores) Total de votos brancos: 260 (0,93% de 27.831 votos apurados) Total de votos nulos: 873 (3,13% de 77.27.831 votos apurados) Total de votos válidos: 26.698 (95,92% de 27.831votos apurados) Abstenção: 11.536 (29,30% de 39.367 eleitores) ________________________________________________________________________________________________________ ------------

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

QUE VIOLÊNCIA, GENTE!

------------ Roda Viva | Maria Hermínia Tavares | 16/09/2024 Roda Viva aguardando Programado para 16 de set. de 2024 Roda Viva O Roda Viva entrevista a cientista política e professora emérita da USP Maria Hermínia Tavares. A TV Cultura realizou neste domingo (15) o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, e Maria Hermínia realiza a análise do debate e de todo o cenário eleitoral no país. A bancada de entrevistadores é composta por José Roberto de Toledo, jornalista do UOL e coapresentador do Podcast A Hora; Cris Bartis, cofundadora da plataforma Mamilos de Diálogo; Marcos Augusto Gonçalves, editor da Ilustríssima e colunista da Folha de S. Paulo; Flávia Tavares, editora-chefe do Meio; Marina Amaral, diretora da Agência Pública. A apresentação é da jornalista Vera Magalhães, e as ilustrações do programa são feitas por Luciano Veronezi. #TVCultura #RodaViva #MariaHermíniaTavares #EleiçõesMunicipais #Prefeitura _________________________________________________________________________________________________________ -------- "Mas que violência vocês entraram hoje no programa." Flávio Cavalcanti - Um instante maestro (1976) -----------
----------- Maria Hermínia Tavares de Almeida | Série Democracia e Educação ---------- "NOSSO COMERCIAIS, POR FAVOR." Leão Serva - Debate TV Cultura | Eleições 2024 Prefeitura de São Paulo | 15/09/2024</b> ------------- ------------- Flávio Cavalcanti - Um instante maestro (1976) videoraridade 22.125 visualizações 31 de dez. de 2019 O que os críticos de música falavam sobre Roberto Carlos, Milton Nascimento, Gal Costa e Agnaldo Timóteo em 1976. Celso Curi, José Fernandes, Márcia de Windsor e Clécio Ribeiro _________________________________________________________________________________________________________ ------------- --------------- FLÁVIO CAVALCANTI Nossos Comerciais Por Favor TemMúsicaPraTudo Flávio Cavalcanti e seu bordão inesquecível. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ ------------- Leão Serva sobre cadeirada em Marçal: "Uma das cenas mais desagradáveis da história da televisão" Jornalismo TV Cultura 16 de set. de 2024 #DeOlhoNoVoto #DebateNaCultura #TVCultura Para o #DeOlhoNoVoto especial de repercussão da cobertura do #DebateNaCultura à Prefeitura de São Paulo, a repórter Luisa Moraes conversa com o jornalista Leão Serva, mediador do debate. Serva é questionado sobre a agressão física de José Luiz Datena, do PSDB, à Pablo Marçal, do PRTB. Ele lamenta grandemente o ocorrido, e afirma que não imaginava que aconteceria algo do tipo diante de tantas regras pensadas pela organização do debate. Assista ao programa na íntegra: https://youtube.com/live/OmrVKEO8DMQ #DebateNaCultura #TVCultura #EleiçõesMunicipais #Prefeitura #JoséLuizDatena #PabloMarçal #LeãoServa _________________________________________________________________________________________________________ -------------- ----------- Após cadeirada de Datena em Marçal, TV Cultura exibiu apresentação musical em comercial Poder360 16 de set. de 2024 A TV Cultura exibiu durante 3 minutos e 9 segundos uma apresentação da orquestra Brasil Jazz Sinfônica da canção Garota de Ipanema, de Tom Jobim, no intervalo comercial não programado feito depois que o candidato à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) arremessou uma cadeira contra o adversário Pablo Marçal (PRTB) no debate de domingo (15.set.2024). O jornalista e mediador do debate, Leão Serva, chamou o intervalo depois do episódio. Ao todo, foram 9 minutos e 10 segundos de comercial. Antes da apresentação musical, a emissora exibiu chamadas de seus programas, comerciais da Ultrafarma, FIA Consultoria, e Justiça Eleitoral e um trecho da partida final do Mundial de Basquete de 1979 entre o time Sírio, representando o Brasil, e o time Bosna, representando a Iugoslávia. Leia a reportagem no Poder360: https://www.poder360.com.br/poder-mid... _______________________________________________ -------------- --------------- Debate na Cultura volta dos comerciais após cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal Jornalismo TV Cultura 15 de set. de 2024 #DebateNaCultura #TVCultura #EleiçõesMunicipais Após o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, agredir o candidato Pablo Marçal, do PRTB, com uma cadeirada, o #DebateNaCultura voltou dos intervalos. Com mediação de Leão Serva, o jornalista explica como funcionará o andamento do debate, com a expulsão de Datena e a não mais participação de Pablo Marçal. Assista ao programa na íntegra: https://youtube.com/live/OmrVKEO8DMQ #TVCultura #EleiçõesMunicipais #Prefeitura #JoséLuizDatena #PabloMarçal _________________________________________________________________________________________________________ ------------- Reformismo democrático em tempos de crise Reformismo democrático em tempos de crise* Maria Hermínia Tavares de Almeida Professora de Ciência Política da Universidade de São Paulo e pesquisadora do IDESP A discussão sobre as possibilidades de políticas reformistas de tipo social-democrático no Brasil enfrenta um paradoxo. Há muitos reformistas para nenhuma reforma. Existe na sociedade brasileira um anseio generalizado por reformas que combinem a consolidação e a ampliação da democracia com a melhoria dos níveis de bem-estar social.1 Por outro lado, nunca foram tantos os social-democratas e reformistas declarados, entre os componentes das elites políticas. Pelo menos quatro partidos proclamam seu compromisso com alguma modalidade de socialismo democrático. São eles o Partido, da Social-Democracia Brasileira (PSDB), o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o pequeno Partido Socialista Brasileiro (PSB). Somados, eles obtiveram 43,37% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais de 1989 e controlam cerca de 24% das cadeiras da Câmara Federal e 27% do Senado, preenchidas nas eleições de 1986.2 Entretanto, até agora, aspirações generalizadas, proclamações partidárias e inclinações individuais não foram suficientes para gerar políticas eficazes de reforma e para construir coalizações reformistas capazes de viabilizá-las e dar-lhes suporte. Este texto confessadamente especulativo procura discutir as dificuldades para definir essa equação. A referência empírica é o Brasil, sociedade sobre a qual posso especular com algum conhecimento de causa. Mas, como o país é bem menos idiossincrático e original do que costumam pensar seus habitantes, muito do que sobre ele se diz pode ter valor para outros. Especialmente se forem aproximados pela geografia ou pelo destino comum de nações pobres, economicamente periféricas e politicamente instáveis. As condições presentes na sociedade brasileira parecem criar espaços para o desenho de alternativas de reforma democrática e social e, ao mesmo tempo, parecem dificultar sua materialização em iniciativas políticas concretas. Em parte, a dificuldade das condições sócio-econômicas muito adversas, em meio às quais a jovem democracia brasileira deve operar. Elas tornam extremamente problemática a consolidação das instituições e práticas democráticas e quase impossível qualquer esforço consistente de reformismo social. Mas os obstáculos vêm, também, dos dilemas enfrentados pelos partidos e grupos que pleiteiam filiação à grande corrente do reformismo social e democrático. Alguns desses dilemas são especificamente brasileiros e resultam de certas políticas que proclamam a necessidade da reforma social sob a democracia. Outros são mais gerais e podem ser detectados em muitos pontos da vasta diversidade latino-americana. Resultam das dificuldades de formular alternativas reformistas razoáveis de políticas de governo e de encontrar bases sociais estáveis de sustentação especialmente no momento em que o reformismo democrático está redefinindo sua identidade, mesmo nos países desenvolvidos, onde possui sólida e antiga implantação. Vejamos por partes. CRISE ECONÔMICA E DEMOCRATIZAÇÃO: OS DILEMAS DA CONSTRUÇÃO DE UMA ORDEM ESTÁVEL Nos anos oitenta, assistimos a uma vigorosa e promissora onda de democratização, que praticamente varreu o autoritarismo do Continente. Essa foi, também, a década em que a região se viu sacudida pela pior crise econômica desde 1930. O Brasil não fugiu a esse destino contraditório. Chegou à democracia depois de uma longuíssima transição e de muita negociação entre, de um lado, os dois últimos governos autoritários e seus aliados e, de outro, as forças oposicionistas. Durante toda a década, o país conviveu com o desarranjo econômico, manifesto no ritmo lento e descontínuo de crescimento, na pressão inflacionária constante e sempre à beira do descontrole e na paulatina e inexorável exaustão das instituições e mecanismos de política econômica à disposição do governo.3 A ameaça recorrente da escalada dos preços e a impossibilidade de debelá-la definitivamente aprisionaram o governo a políticas de curtíssimo prazo. Especialmente, depois da transferência de poder dos militares para os civis, em 1985, a política governamental transformou-se, de forma crescentemente exclusiva, em administração cotidiana da inflação, sem outros horizontes e sem projeto de futuro. Essa política deixou muito pouco espaço para a discussão séria de reformas de escopo mais amplo e, menos ainda, para o ensaio de políticas reformistas, ainda que fosse bastante generalizada a percepção da pesada herança social acumulada no período autoritário e da crise das instituições e programas de política social.4 Entretanto, a redução do espaço para políticas reformistas não constitui a única conseqüência da crise inflacionaria que atormenta o Brasil e alguns de seus vizinhos. Esse tipo de crise parece dificultar, de muitas maneiras, a consolidação de instituições democráticas. Em primeiro lugar, situações de crise econômica profunda ajudam a fortalecer tendências à centralização das decisões na Presidência da República, em detrimento das prerrogativas do Parlamento e das negociações interpartidárias que a política parlamentar requer e propicia. Tratando da Argentina, Torre (1988, 1988a) chama a atenção para a existência de demandas contrastantes colocadas pela "ideologia da transição democrática e pela lógica da emergência econômica". A primeira teria desenhado um cenário onde a prática da negociação - e, mesmo, do pacto - seria a chave do êxito dos processos de consolidação da democracia. A segunda tornaria inevitável - e, até, desejável a "intervenção de um agente que coordene rápida e imperativamente a resposta à crise". Nas condições vigentes em sociedades recém-saídas do autoritarismo, esse ator só pode ser o Executivo. (Torre, 1988a: 5). Todavia, o dilema não opõe apenas a "ideologia" da transição aos imperativos práticos do enfrentamento a curto prazo da crise, como.parece supor Torre. A concentração da capacidade de mando no Executivo, em democracias nascentes, entorpece de fato a construção das instituições democráticas. Ela dificulta a afirmação da autonomia do Parlamento, cria obstáculos à consolidação dos sistemas partidários, favorece práticas espúrias de barganha entre parlamentares e a Presidência, impede a discussão acerca dos mecanismos de controle democrático sobre o governo. Quando não atropela, pura e simplesmente, dispositivos constitucionais recém-estabelecidos.5 Em segundo lugar, as formas de produzir políticas de governo para lidar com o descontrole inflacionário guardam grande semelhança com o estilo de decisão dos governos autoritários, independentemente das inclinações ideológicas e dos compromissos políticos de seus autores. No Brasil, como na Argentina, as políticas de choque antiinflacionário foram resultado de decretos governamentais, concebidos e elaborados no segredo dos gabinetes, por pequenas equipes de técnicos, sem consultas ao Parlamento, a lideranças partidárias ou setoriais. O debate público, a negociação partidária e as tentativas de pacto social, quando existiram, foram posteriores à decretação das medidas, e tiveram importância secundária e adjetiva. As razões da continuidade de estilo com o passado autoritário, manifesta nos diversos planos antiinflacionários brasileiros e argentinos, têm sido objeto de muita controvérsia. Torre tende a atribuí-la à própria natureza das políticas de choque "cuja eficácia reside na súbita modificação das expectativas e esta, por seu turno, é lograda pela surpresa dos fatos consumados: não se discute desvalorização da moeda ou congelamento de preços e salários à luz do dia" (1988a:6). Outros autores preferem explicá-la pela permanência de formas tecnocrático-autoritárias de produzir políticas, associadas a culturas profissionais, à relação dos técnicos com os partidos e à sua posição nos sistemas de decisão, que não se alteraram com a passagem do autoritarismo à democracia (Sola, 1989). Ou, ainda, a traços mais permanentes de uma cultura política autoritária e de uma forma, também autoritária, de conceber a competição política como jogo de soma zero, que tampouco se modificam; a liquidação do regime militar (O'Donnell, 1989). Todavia, qualquer que seja a explicação - ou justificativa -, o fato é que o combate à crise inflacionária mediante políticas de choque tem contribuído para a reiteração de estilos autoritários de policy making, impraticáveis em regimes democráticos mais institucionalizados. Em terceiro lugar, a preeminência do poder Executivo, sob regime presidencialista, contribui para reforçar os traços caudilhescos ou populistas que os presidentes da República tendem a assumir, com muita freqüência, na América Latina. Ainda uma vez, observa Torre (1988a:5): "Nos marcos da transição... a demanda por governo, gerada por uma situação que todos percebem como aceleradamente fora de controle, tem por destinatário a figura da autoridade presidencial: o que, ademais, potência a uma constante dos momentos de crise: a tendência à valorização da personalidade dos líderes de governo e a gestação de formas de democracia plebiscitária." A desorganização da vida cotidiana provocada pela inflação e os sucessivos fracassos das tentativas de estabilização parecem ter ajudado a aumentar as expectativas da população de intervenções providenciais. Esta tendência varia na razão inversa da importância dos partidos na definição das identidades políticas e escolhas eleitorais. Com efeito, as pesquisas eleitorais realizadas no Brasil, a partir de 1982, mostram uma tendência à queda nas porcentagens de identificação partidária, concomitante a um aumento da valorização das qualidades pessoais excepcionais como característica mais apreciada nos candidatos a postos executivos.6 Na mesma direção, Carvalho (1989) mostrou que a disputa presidencial no Brasil revelou o predomínio das paixões sobre os interesses; e dos candidatos, cujas figuras públicas eram capazes de apelar ao imaginário coletivo, sobre aqueles que construíram suas campanhas assentados nas definições ideológicas ou programáticas.7 Finalmente, o fracasso dos planos de estabilidade arrasta consigo a autoridade governamental, que não é percebida como encarnação das instituições republicanas, mas como atributo pessoal do chefe de governo. Nessas circunstâncias, as forças políticas atuantes, alijadas da negociação sobre as políticas de choque, tratam de demarcar distância frente ao governo. Apostam mesmo em que o desgaste da equipe governante lhes abra oportunidades eleitorais apreciáveis. Instala-se, desta forma, uma crise peculiar de governabilidade. Ela não resulta da sobrecarga de demandas da sociedade sobre o listado. Advém da paralisia do sistema de decisões e da falta de capacidade de governar, resultante da dissolução da autoridade presidencial e do isolamento político do Executivo. As trajetórias convergentes dos governos Sarney e Alfonsin ilustram esse processo de maneira patética. Em suma, consolidar instituições e práticas democráticas em terreno minado pela desordem inflacionaria nada tem de trivial. Entre o personalismo populista e o desgoverno, entre a prepotência tecnocrática e a ausência de comando político, entre a presidência centralizadora e a oposição irresponsável, a democracia não se fortalece. Mesmo quando as eleições são livres, a participação irrestrita, a competição ampla e seus resultados incertos - como manda o figurino. Existe um desajuste real entre-as expectativas democráticas geradas durante a crise do autoritarismo - o que Torre denominou "ideologia da transição democrática" - e as condições concretas recortadas pela crise econômica. Não só no Brasil e na Argentina, mas em muitos outros países do Continente. A discussão sobre políticas plausíveis de reforma está forçada a partir do reconhecimento desse desencontro. Até para tirar outras conseqüências, não consideradas na análise de Torre. Talvez, um dos caminhos possíveis para o reformismo democrático seja o da busca de instituições capazes de assegurar que a recuperação da capacidade de ação governamental, necessária para superar o descontrole dos preços, a desorganização econômica e a lentidão do crescimento, não se faça às expensas do funcionamento do sistema democrático. Mas, ao contrário, o robusteça. Nesse sentido, convém revisar a "ideologia da transição democrática", em três outras dimensões interrelacionadas e, em geral, pouco discutidas pelos analistas latino-americanos. Todas referem-se à problemática propriamente institucional e à sua relevância para a consolidação do sistema democrático. Uma das grandes mudanças político-ideológicas ocorridas na América Latina sob as experiências autoritárias das últimas duas décadas foi a revalorização da democracia como forma de organização política da sociedade e como valor fundamental da convivência social civilizada. Ela correspondeu ao declínio das utopias revolucionárias - socialistas ou nacional populares e ao crescente prestigio do reformismo de diversos matizes. Entretanto, o debate sobre as formas institucionais e as regras de ordenação do jogo democrático foi apenas aflorado e nunca levado às últimas conseqüências. A discussão parece ter ficado aprisionada à oposição excessivamente marcada entre democracia participativa e democracia representativa. Ou a variações sobre o mesmo tema (centralização versus descentralização, por exemplo) de inegável relevância, mas que deixam à margem questões institucionais importantes. Entre elas cabe destacar as que se referem a formas alternativas do governo (presidencialismo x parlamentarismo), a sistema eleitorais (representação proporcional x representação distrital, fórmulas de transformação de votos em cadeiras parlamentares), a regras de estruturação dos sistemas partidários (limites à formação de partidos, normas de disciplina partidária, formas de financiamento, maneiras de composição das listas de candidatos) etc.8 Neste terreno, o pensamento reformista democrático parece ter tomado como "naturais" e imutáveis regras, procedimentos e instituições existentes no período pré-autoritário ou criadas no próprio período de transição. Sem se perguntar sobre seus efeitos pára o funcionamento da democracia em tempos de crise. Àquele elenco de temas referidos aos alicerces institucionais da ordem democrática, somam-se outros de igual importância. Eles dizem respeito à problemática, mais universal, do controle democrático sobre um Estado que, em virtude das transformações da economia capitalista, tornou-se urbi et orbi, ativo, regulador e economicamente poderoso. Aqui também a construção institucional ganha importância.9 De outra parte, o reformismo democrático ou, mais genericamente, as forças de oposição à autocracia no Brasil e alhures parecem ter atuado na suposição de que as características concretas de instituições e mecanismos de governo eram neutras do ponto de vista da execução eficaz das políticas. Por esta razão, tenderam a reduzir o problema da formulação de políticas públicas adequadas à formação de equipes de governo competentes e comprometidas com orientações "progressistas". As experiências pós-autoritárias, especialmente de políticas "heterodoxas" de combate a inflação, mostraram quanto havia de simplismo naquela visão. Na verdade, as estruturas estatais não são neutras nem indistintamente eficazes na implementação de qualquer tipo de políticas. Um sistema estatal de regulação de preços assentado no arbitramento da negociação entre oligopólios é totalmente inca-paz de controlar e garantir o congelamento de todos os preços. E assim por diante. O problema da relação entre a estrutura estatal e a produção de política não foi ainda tematizado e pode proporcionar uma rica agenda de pesquisas acadêmicas e de propostas de reformas institucionais destinadas a acrescentar capacidade de governo em bases democráticas.10 Finalmente, as políticas antiinflacionárias de choque operaram, de fato, com um suposto implícito que os analistas preocupados com a reforma democrática parecem aceitar sem muita discussão. Elas partem de premissa correta de que a estabilização dos preços e a recuperação da capacidade governamental de fazer política econômica são condições necessárias de estabilidade democrática. Mas assumem que, em conseqüência, as políticas de estabilização têm precedência sobre os esforços de construção de instituições democráticas estáveis. E isto é muito discutível, para dizer o menos. Na verdade, as experiências históricas de construção dos sistemas democráticos mostram muitos casos em que instituições importantes foram criadas nos momentos de crise, de certa forma embutidas nas alternativas de política adotadas. No mundo capitalista democrático, os anos 30 foram um período particularmente fértil de criação institucional. As experiências social-democráticas de pacto social nos países escandinavos são apenas um exemplo desse processo de inovações.11 Uma análise mais sensível às dimensões institucionais da construção da democracia, atenta às limitações dos contextos de crise, mas também às potencialidades de inovação que eles encerram, pode ser um caminho intelectualmente frutífero e relevante à discussão da atuação possível para o reformismo democrático. Essa ênfase não implica afirmar a primazia das questões institucionais na discussão sobre a viabilidade da democracia em países atrasados. Mas supõe o reconhecimento de sua importância específica. QUAL ESTADO DE BEM-ESTAR? DILEMAS DE CONSTRUÇÃO DE UMA ORDEM MAIS JUSTA A despeito das dificuldades imediatas, criadas pela crise inflacionária, a discussão sobre as alternativas abertas para o reformismo democrático não pode evitar a questão das políticas visando a maior eqüidade social. Mesmo que sua efetivação não se viabilize no curto prazo e suponha um horizonte temporal mais dilatado. Ou ainda que os níveis de bem-estar possíveis jamais possam se comparar aos alcançados pelas sociedades capitalistas prósperas. Na verdade, a própria sorte do reformismo, ao sul do Equador, depende de sua capacidade de formular e tornar viáveis alternativas de reforma que compatibilizem a existência de uma organização econômica eficiente com níveis aceitáveis de bem-estar social para o conjunto da população. Nos termos atuais trata-se de saber se há alternativas social-reformistas às políticas conservadoras, de inspiração neoliberal, em nossos países. Também neste terreno o desafio é bem mais complexo do que supôs a "ideologia da transição democrática" dominante entre as oposições brasileiras. Com efeito, ela partia da constatação da enorme disparidade entre os êxitos econômicos de um processo acelerado de crescimento e de diversificação produtiva e um quadro social de marcadas disparidades e níveis gerais de bem-estar assustadoramente baixos. Corretamente, localizava as raízes dessa defasagem na combinação perversa entre políticas econômicas concentradoras de riqueza e políticas sociais fragmentadas, distorcidas e ineficazes. De forma igualmente acertada, via no autoritarismo a matriz desse arranjo que beneficiava minorias em detrimento das grandes massas da população. Em conseqüência, a redemocratização criaria as condições para a alteração desse quadro. Viabilizaria o crescimento econômico com redistribuição e a reforma das políticas sociais. Nos dois campos, não se cogitava de mudanças radicais, mas de reformas que supunham a permanência de um estilo de crescimento, assegurado por formas bem definidas de regulação estatal e por um papel preeminente do setor público na produção de bens e serviços. Em última instância, a "ideologia da transição democrática" no Brasil apostava na viabilidade de um desenvolvimentismo de feição humana. Ou seja, apostava no mesmo estilo de desenvolvimento com mais redistribuição da renda, por via da expansão do emprego e da elevação dos salários reais e ainda por meio da melhoria e extensão dos benefícios e serviços sociais. Todavia, já está se tornando consensual entre os analistas da sociedade brasileira a idéia de que a febre inflacionária constitui tão-somente um aspecto, ou sintoma, de uma crise maior, do próprio padrão de desenvolvimento. Visível no descontrole dos preços, exacerbada pelo problema da dívida externa e de seu impacto sobre o deficit público, a crise expressaria a exaustão dos mecanismos típicos da relação entre Estado e esfera sócio-econômica, que se foi conformando a partir da década de 30 e que viabilizou a industrialização por substituição de importações. Nestes termos, a crise teria seu epicentro no próprio Estado, incapaz de manter a função de alavanca do crescimento econômico, que desempenhara durante meio século. O exercício deste papel implicara em formas específicas de regulação da atividade produtiva, das relações de trabalho, e da prestação pública de benefícios sociais. Ou seja, se materializara em um conjunto de políticas, regras e instituições econômicas, trabalhistas e sociais. Se esse diagnóstico da crise é correto, o esboço de políticas de reforma social requer a discussão concomitante do padrão de desenvolvimento possível e das novas funções que o Estado pode e deve cumprir. A questão obviamente não e simples. No mundo das democracias desenvolvidas, a vigência do Estado de Bem-Estar dependeu da associação entre políticas econômicas keynesianas12 e um conjunto amplo de políticas sociais. Em outros termos, a eficácia das políticas sociais não dependeu apenas de suas próprias características e instrumentos, mas de sintonia com políticas econômicas que garantissem o pleno emprego e a melhoria - ainda que lenta dos salários reais. De outra parte, onde foi moldado pela social-democracia, ou por ela fortemente influenciado, o listado de Bem-estar assumiu feição institucional e redistributiva. Caracterizou-se por políticas sociais universalistas e igualitárias, concebidas como direitos da cidadania. Neste sentido, elas se diferenciavam de políticas assistenciais, típicas de uma visão liberal ortodoxa do papel da intervenção pública na área social13. Com efeito, a idéia da existência de direitos sociais mínimos intrínsecos à condição cidadã caracteriza e distingue a orientação social-democrata. Ela justifica a intervenção estatal com metas redistributivistas e voltada a compensar as desigualdades promovidas pela operação das forças de mercado. Mais além de uma rationale para a intervenção estatal compensatória, ela constitui o cerne de uma "imagem de sociedade" (Castles, 1982), definidora da própria identidade social-democrata. Nas últimas duas décadas, o casamento entre keynesianismo e Estado de Bem-Estar estremeceu, sob o impacto da crise econômica dos anos 70 e da ascensão política e ideológica do neoliberalismo. Este último moldou ou influiu sobre as políticas de ajuste adotadas pela imensa maioria dos países capitalistas maduros. Nestas circunstâncias, as próprias políticas social-democratas experimentaram alterações significativas. Incorporaram temas e preocupações trazidos à baila pelos neo-liberais, como a eficiência do Estado, o equilíbrio orçamentário, a liberdade de mercado. Estas mudanças de ênfase de alguma forma diminuíram a nitidez de imagem política anterior, definida pelo apego a políticas keynesianas de pleno emprego e de welfare institucional14 Estes deslocamentos, entretanto, ocorreram depois de longa trajetória, durante a qual o reformismo social-democrata foi se consolidando à medida que se identificava como importante força propulsora dos modelos de bem-estar, construídos na Europa ocidental depois da II Guerra.15 Apesar das diferenças nacionais, tratavam-se de mudanças de política quando o acesso ao consumo e a níveis mínimos razoáveis de bem-estar já haviam sido assegurados para o conjunto da população. Muito diversa é a situação brasileira e de alguns dos países mais desenvolvidos do Continente. Existe grande dificuldade de fazer do reformismo social algo mais do que um conjunto de vagas manifestações de intenção. No plano da proposição de políticas, superá-las supõe alguma discussão sobre o tipo de sociedade que pode ser edificada a partir da crise do desenvolvimentismo, especialmente, sobre o grau de bem-estar e eqüidade possíveis em uma economia pobre. Uma sociedade que seja, portanto, igualmente diferenciada das formas do passado e das propostas neo-liberais dominantes no presente. Isto requer a busca de combinações possíveis entre políticas econômicas que assegurem estilos de crescimento menos excludentes c medidas de reforma do aparelho de proteção social herdado do passado, além de uma definição mais precisa acerca do modelo de bem-estar que poderá inspirá-las se é que as primeiras existem e as segundas são realizáveis. Como é sabido, nos últimos quinze anos, as tentativas de reforma do padrão de desenvolvimento, para ajustar as economias de região ao novo contexto econômico internacional, foram promovidas por intermédio de políticas de tipo neoliberal. Em alguns casos, impostas à sociedade por regimes autoritários, elas trataram de promover a abertura da economia, reduzir a gravitação do Estado e desmantelar estruturas políticas no interior das quais classes trabalhadoras c setores populares se haviam transformado em atores políticos de algum relevo. Mesmo quando tiveram êxito - o que foi bem raro -, aquelas tentativas reiteraram, quando não agravaram, a iniqüidade social assentada em formas precárias de inserção de extensos segmentos da população no mercado de trabalho. Esforços de formulação de caminhos de modernização econômica diversos do receituário neoliberal são ainda recentes e pouco amadurecidos.16 Ainda mais incipientes são as definições reformistas sobre o padrão de proteção social possível17. Existe consenso sobre o fato de que as políticas sociais, em nossos países, raramente são redistributivas ou têm feitio igualitário. Quase sempre seus resultados replicam a estrutura de desigualdades moldada pelo mercado de trabalho.18 Entretanto, a transformação deste estado de coisas segundo um modelo institucional de políticas de bem-estar, com mínimos universais e comuns a todos os cidadãos, é claramente inviável. Sua realização esbarra na limitação de recursos disponíveis em sociedades de capitalismo pobre e com uma imensa franja da população subempregada. Nestas condições, tenderão a conviver tendências redistributivas e universalizantes com políticas assentadas nas desigualdades de mercado. E continuará existindo um vasto território para políticas assistenciais, destinadas a públicos-alvo delimitados. Com todas as conseqüências políticas que elas costumam acarretar, em termos de reforço de laços clientelísticos e de possibilidades de exploração populista.19 Em suma, do ponto de vista da elaboração de "imagens de sociedade", alicerçadas em alternativas de reforma econômica e social, parece haver obstáculos reais à constituição de uma identidade reformista suficientemente marcada. Não só no Brasil, mas nos países do Continente onde o sistema democrático trata de se institucionalizar.20 As dificuldades políticas do reformismo não diminuem a força das aspirações populares por mudanças na sua condição social. Desse descompasso brota a força sempre renovada do velho populismo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASCOLI, U. (1984). "II sistema italiano di Welfare". Welfare State all'Italia. Roma-Bari, Laterza. BIELCHOWSKY, Ricardo & Silveira, Caio Cezar (1986). 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José Olympio Ed., pp. 44-67. WORLD BANK (1988), Report, Washington, mimeo. * Texto preparado para o Seminário Democracia e Reforma, FLACSO, Santiago, março de 1990. 1 Neste sentido, as eleições presidenciais de 1989 foram reveladoras. Elas deram lugar a uma competição peculiar, marcada pela ausência de situacionistas. Todos os contendores se autodefiniam como oposição ao governo federal. Ademais todos faziam da denúncia das injustiças sociais e das promessas de combatê-las a coluna mestra de suas plataformas de campanha. No mesmo plano do combate à corrupção política e aos desperdícios e desmandos da administração pública. Reforma social e reforma do Estado foram temas dominantes dos discursos e apelos publicitários de todos os candidatos. 2 A porcentagem dos votos no primeiro turno inclui os dois Partidos Comunistas - PCB e PC do B. Eles não foram computados, porém, nas porcentagens de cadeiras nas duas casas do Parlamento. Na verdade, os PCs não se filiam à social-democracia e praticam variantes próprias de reformismo. 3 Entre 1980 e 1989, a evolução dos preços ao consumidor, medida de dezembro a dezembro, foi a seguinte: 1980, 95,3%; 1981, 91,21%; 1982, 97,9%; 1983, 179,2%; 1984, 203,3%; 1985, 228%; 1986, 58,4%; .1987, 365,9%; 1988, 979,8%; 4 989, 1476,1%. No mesmo período, a inversão fixa bruta como porcentagem do PIB passou de 22,9%, em 1980 para 17,7% em 1989. Entre 1981 a 1989 o PIB por habitante teve um crescimento médio negativo de -0,4% (CEPAL, 1990: 12.20.30). 4 Bielchowski & Silveira (1986:61-86), fazendo um balanço do debate entre economistas, no início da Nova República, chamam a atenção para o abandono das discussões em torno do "padrão de desenvolvimento", que dominara o período de crítica à gestão econômica dos governos militares. Eles mostram uma discussão concentrada nas questões de curto prazo que pareciam inviabilizar a retomada do crescimento econômico: inflação, déficit público, dívida externa. 5 A inconstitucional idade de muitas das medidas de política econômica estabelcidas pelo Plano Brasil Novo, do governo Collor de Mello, constituiu um dos temas centrais do debate político brasileiro, nos primeiros meses do novo governo. 6 Devo essa observação a Jacques Besen, que analisou os dados dos surveys eleitorais realizados pelo IDESP. Ela é confirmada pelos dados de survey realizado recentemente pelo Instituto de Pesquisa de Pernambuco, sob a coordenação de A. Lavareda, em nove estados da região Nordeste do Brasil. Eles revelam que 65,2% dos eleitores entrevistados declaram que os partidos não contam com sua confiança, nem influem na sua decisão de voto. Na hora da escolha, aqueles eleitores levam em conta, principalmente, atributos individuais dos candidatos: honestidade (83,7%); firmeza, segurança e decisão (71,4%), independência e idéias próprias (66,7%). Cf. Lins (1990:16). 7 "Passado o momento utópico da campanha pelas diretas e o momento racional da elaboração da Constituição, chegamos ao tempo da decepção e do desencanto com a nova República. Para alguns este é o tempo de cinismo. Para muitos, de tensão, de apreensão, de receio do futuro. Para quase todos é tempo de frustração, é tempo de cólera. "Em tempo de cólera, de paixões, se não desaparecem os interesses, eles recuam ou se disfarçam sob a capa de elementos mais profundos do imaginário individual e coletivo. Descerram-se as cortinas do mundo dos sonhos, dos desejos, dos medos, Este mundo extravasa os limites do cálculo instrumental que é suposto para o bom funcionamento do mecanismo ideológico-partidário que formalmente rege as eleições" (Carvalho, 1989: 4). 8 Sobre esses lemas existem alguns escritos importantes, ainda que solitários. J.A. Valenzuela e B. Lamounier têm discutido a alternativa parlamentarista, respectivamente para o Chile e Brasil. Em Nohlen (1988) encontra-se uma interessante discussão sobre os sistemas eleitorais. Lamounier (1990) e Mainwaring (1989) mostraram os efeitos perversos da legislação partidária brasileira sobre a institucionalização do sistema de partidos. 9 Shonfield (1969: 385-427) em trabalho, hoje clássico, enfatiza a importância da inovação política, da criação de novas técnicas políticas para assegurar o controle efetivo do poder governamental ampliado. Na sua opinião essa construção institucional deve ser de molde a assegurar três salvaguardas políticas. É preciso tornar visível e audível a atuação do governo em novos âmbitos. É preciso assegurar a capacidade de controle do Legislativo, por meio de sua modernização e capacitação técnica. É preciso tornar mais explícita e aberta a relação necessária entre autoridades públicas e interesses privados. O autor apresenta também interessante discussão de algumas soluções institucionais experimentadas em países europeus. 10 Neste particular, as sugestões teóricas e analíticas de Skocpol e do grupo de cientistas sociais norte-americanos que se propõem a "bringing the state back in" são valiosas e abrem todo um terreno de indagações de muita, relevância para os cientistas-sociais latino-americanos. Ver especialmente, P. Evans, D. Rueschemeyer & Skocpol (1985). 11 Uma interessante discussão sobre a concertação social como processo de criação institucional é feita por Lange (1988). 12 Uso o termo em sentido lato, para identificar políticas macroeconômicas de expansão do gasto público visando a reativação dos investimentos e o pleno emprego. Para uma discussão informada sobre a utilização do termo ver Skocpol & Weir (1985). Przeworki & Wallerstein (1989) e Paramio (1989) chamaram a atenção sobre a importância do keynesianismo para a compatibilização entre capitalismo e democracia e para o êxito da política social-democrata. 13 A tipologia dos Estados de Bem-Estar e a caracterização do tipo institucional é de Titmuss (1963). Ascoli (1984) reelabora essa tipologia para discutir o caso italiano de urna forma muito sugestiva para a análise do Brasil e de outros países latino-americanos. Draibe (1989) utiliza as sugestões de Ascoli para discutir as tendências de mudança do sistema de proteção social brasileiro. Esping-Andersen (1985) utiliza a denominação social-democrata para caracterizar o mesmo modelo de políticas sociais, diferenciado, tanto do modelo conservador, quanto do modelo liberal. 14 Alguns dos dilemas da social-democracia européia assim são resumidos pelo socialista espanhol R. Vargas Machuca (1990: 55): "Em pouco tempo, a crise pôs a nu o fato de que as receitas apresentadas pelos socialistas até então já não eram válidas. Cada vez se tornava mais difícil conciliar a exigência da revalorização do capital e os programas sociais das políticas dos socialistas democráticos. As dificuldades de financiamento, a diminuição da eficácia e o aumento da burocracia eram uma prova palpável dos probemas encontrados ao se tratar de manter a confiança no Estado". 15 Um pouco diversa é a situação dos partidos social-democratas do sul da Europa, de trajetória, mais recente e identificada, com a instalação de regimes democráticos, depois ,de longos períodos ditatoriais. 16 O mais ambicioso resultou da elaboração autocrítica da CEPAL. A partir da revisão crítica do estilo de desenvolvimento passado, que incorpora muito das críticas neoliberais, e da comparação com outros modelos de crescimento recentes, os documentos cepalinos tentam construir as linhas mestras de uma ação que assegure transformação produtiva, competitividade internacional, eqüidade e uma relação menos predatória com o meio ambiente (CEPAL, 1990; Fajnzylber, 1989). O esforço cepalino trata de desviar o foco do dilema entre "mais estado ou menos estado" que tem aprisionado, com freqüência, os críticos do neoliberalismo. Procura colocá-lo sobre a redefinição das funções estatais objetivando o fortalecimento da competitividade internacional das economias nacionais, através da elevação da produtividade, de políticas de proteção mais circunscritas e seletivas, etc. 17 No Brasil, Jaguaribe (1986) organizou a realização de um diagnóstico amplo sobre o "estado social" da Nação, que serviu de base à formulação de um conjunto de reformas sociais, cuja implementação, segundo seus autores, poderia levar o país aos níveis de bem-estar da Grécia, em um prazo aproximado de quinze anos. 18 Relatório do Banco Mundial (1988: IV) resumiu o caráter distorcido das políticas nas principais áreas sociais. Segundo esta fonte há "três diferentes fôrmas de mau direcionamento (mistargeting) dos recursos do setor social: i) em setores tais como educação e saúde, resultando em subsídios relativamente altos para os tipos de programas que não atingirão os pobres, e subsídios baixos para os que os atingirão; ii) entre setores - com subsídios relativamente altos para programas, tais como seguridade e habitação, que em geral atendem prioritariamente à classe média e aos ricos, em comparação com setores, tais como nutrição, que atendem prioritariamente os pobres; iii) entre programas, com fracasso daqueles que se destinam aos grupos mais pobres e necessitados". O mesmo documento enfatiza, também, o desperdício resultante da burocratização e da má administração dos programas sociais. Em 1988, estimava-se que de cada US$100 aplicados em educação apenas US$50 chegavam à escola. 19 Uma boa discussão dessa questão para o Brasil pode ser encontrada em Draibe (1989). 20 Os socialistas chilenos enfrentam óbvias dificuldades de marcar suas diferenças com respeito a seus aliados, os democratas-cristãos. Isto seguramente é bom para aumentar o nível de consenso em um momento tão delicado da transição para a democracia. Não é necessariamente benéfico para os prospectos políticos do Partido Socialista. Da mesma forma, no contexto de uma "Cultura política" bem mais pragmática e menos ideologizada, não é fácil distinguir as diferenças programáticas entre o PSDB e o PMDB, a não ser por um compromisso mais explícito do primeiro com padrões mais elevados de moralidade pública. Datas de Publicação Publicação nesta coleção 01 Fev 2011 Data do Fascículo Dez 1990 _________________________________________________________________________________________________________